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Percevejo do milho: quais os danos e como manejar?

Percevejo do milho: quais os danos e como manejar?

O que você entende sobre percevejo do milho? Neste artigo você encontrara informações valiosas, como; principais percevejos do milho; quais os danos causados na cultura do milho, além de mostrar quais os procedimentos para o manejo e controle.

Venha comigo!

 

Percevejo do milho: quais os danos e como manejar?

 

A cultura do milho, durante o seu desenvolvimento, está sujeita ao ataque de pragas como o percevejo do milho. Antes considerada uma praga secundária na cultura do milho, os percevejos hoje podem ser considerados uma praga-chave para o sistema de produção, pois além de possuir várias espécies capazes de causar danos (que podem ser irreversíveis), os percevejos atacam também várias culturas além do milho.

Como o cultivo de milho na maioria das vezes é associado a sucessões e/ou rotações com culturas que também hospedam percevejos, você irá encontrar grande dificuldade em realizar um controle eficaz e até mesmo um controle preventivo.

Por isso, você irá notar que a incidência de percevejos na cultura exige uma atenção especial, pois com o ataque dos percevejos podem causar facilmente um nível de perdas atingindo diretamente o desenvolvimento da cultura

Dentre as espécies, existem os percevejos que atacam as raízes, o colmo e o grão na espiga do milho sendo elas;

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Percevejo-castanho (Scaptocoris castanea)

Os adultos têm corpo oval com cerca de 1 cm de comprimento e cor amarelada. As ninfas são mais claras e têm coloração esbranquiçada. Na parte aérea antenas laterais O ciclo biológico dura de 10 a 12 meses.

Vivem no solo, aproximadamente a 30 cm de profundidade, onde obtêm boas condições de umidade e temperatura. Em busca de tais condições, podem se aprofundar a mais de 1 m, o que geralmente ocorre durante a seca.

Deixam o solo apenas por alguns dias na estação chuvosa. Nessa ocasião, são observadas as revoadas de acasalamento dos adultos. A presença deles é facilmente notada pelo cheiro que liberam e o som estridente que produzem quando estão na superfície.

 

Danos causados

Injetam substâncias nocivas, o que prejudica ainda mais a cultura. Nas lavouras, os danos causados observados são reboleiras com plantas pouco desenvolvidas e com sintomas de deficiência nutricional e hídrica. As plantas enfraquecidas podem morrer. 

Os danos nas lavouras são observados em reboleiras. As plantas atacadas apresentam desenvolvimento inferior ao restante da cultura e alguns sintomas de deficiência nutricional e hídrica, que ocorrem em razão da sucção da seiva e da injeção de substâncias tóxicas dessa praga pois, as plantas enfraquecidas podem morrer.

 

Percevejo-barriga-verde (Dichelopsfurcatus e Dichelops melacanthus)

Percevejo com aproximadamente 1 cm de comprimento, coloração marrom no dorso e verde no abdome. Nas laterais do protórax, existe um par de espinhos com a mesma coloração da cabeça e do pronoto.

Seus ovos são verdes e encontrados em grupos no formato de pequenas placas. As ninfas na fase inicial de desenvolvimento, é bastante semelhantes aos adultos, são marrons com o abdome também verde e cabeça pontiaguda. O ciclo biológico, do ovo ao adulto, completa-se em aproximadamente 45 dias.

 

Danos causados

No milho, atacam principalmente a base do colmo, o que causa murcha, seca e perfilhamento. Também pode haver formação de manchas escuras nos locais da picada e as folhas centrais podem ficar enroladas, deformadas e descoloridas.

Era considerada praga apenas para a cultura da soja, no entanto, com o plantio em sucessão e em rotação de culturas, os insetos passaram a prejudicar também o milho, principalmente na safrinha e no plantio direto.

 

Percevejo-marrom (Euschistus heros)

O percevejo marrom, E. heros, espécie rara nos anos 70, é hoje o mais abundante. Tem a soja como seu hospedeiro principal. Adaptando-se às regiões mais quentes, é mais abundante do Norte do Estado do Paraná ao Centro Oeste, norte e nordeste Brasileiro.

O adulto apresenta dois prolongamentos laterais pontiagudos no pronoto (os espinhos). As ninfas têm coloração variada, desde o esverdeado ao marrom-escuro.

Os ovos, de cor amarelada, em pequeno número (5 a 8 por postura), são depositados nas folhas e vagens da planta. Prestes a eclodir, os ovos apresentam uma mancha rósea. A fase de ninfa dura de 15 a 20 dias.

 

Danos causados

Nos últimos anos, a cultura do milho safrinha teve aumento expressivo na área cultivada, sendo que a maioria das lavouras é plantada após a colheita da soja. Neste sistema, algumas pragas que eram consideradas importantes apenas na cultura da soja, hoje, também causam prejuízos significativos nas lavouras de milho

Esses insetos podem ser encontrados sob restos de cultura (palhada) nos horários mais quentes do dia, bem como em grãos após a colheita da soja e em plantas daninhas remanescentes da cultura anterior, preferindo os horários de temperaturas mais amenas para se alimentar.

 

Manejo Integrado de Pragas (MIP)

O eficiente controle de percevejos está diretamente ligado ao programa de Manejo Integrado de Pragas (MIP) em que assistência técnica e produtores devem tomar ações conjuntas, visando reduzir o impacto desta praga dias após a emergência.

A base do MIP consiste em:

  • Identificação das pragas-chave;
  • Identificação dos seus inimigos naturais;
  • Elaboração dos níveis de controle;
  • Monitoramento para tomada de decisão;
  • Integração dos métodos de controle.

 

Essas premissas são indispensáveis para o manejo integrado de pragas sendo assim, alguns passos devem ser seguidos:

1º Passo: O primeiro passo consiste na identificação dos níveis da densidade populacional do inseto-praga, os quais são:

  • Nível de Dano Econômico (NDE): ocorre quando a densidade populacional da praga causa prejuízo econômico equivalente ao custo do controle a ser adotado.
  • Nível de Controle (NC): ocorre quando há necessidade de adotar medidas de controle para que não ocorra dano econômico.
  • Nível de Equilíbrio (NE): ocorre quando a densidade populacional média da praga fique por um longo período de tempo sem afetar a cultura, ou seja, sem a necessidade de tomar medidas de controle.

 

2º Passo: é o monitoramento.

É a partir dele que se toma qualquer atitude. Você deve realizá-lo até mesmo antes da semeadura, o monitoramento consiste em visitas frequentes ao campo para analisar qual o nível populacional da praga-chave na sua área.

O monitoramento dos percevejos no milho é realizado de forma a se contabilizar a quantidade de percevejos vivos por metro linear, metro quadrado, ou a cada 10 plantas em uma mesma linha.

A recomendação para o monitoramento de percevejos no milho é que seja realizado em todo o ciclo da cultura.

 

3º Passo é a tomada de decisão.

Pois é a partir dele que você saberá se há população de percevejos na sua lavoura e se houver, qual o nível dessa população.

É importante lembrar que, para um manejo eficiente dos percevejos, esses passos devem ser seguidos antes mesmo da implantação do milho, ou seja, devem ser iniciados na cultura anterior, se ela também for hospedeira, como ocorre no sistema de sucessão soja-milho.

 

 

Manejo de percevejo na cultura do milho

Existem vários métodos de controle sugeridos pelo Manejo Integrado de Pragas (MIP) como;

 

Tratamento de sementes

O uso de tratamento de sementes com inseticidas neonicotinoides é um eficiente método de proteção e controle de percevejos. Mas, tão importante quanto o produto aplicado, é a maneira que este produto está sendo aplicado.

A distribuição do produto utilizado na semente deve ser muito bem feita, assegurando assim a proteção de cada semente.

O Tratamento de Sementes Industrial é uma das melhores alternativas, uma vez que oferece uma melhor distribuição e garantia de dose de ingrediente ativo por semente, além disso é de maior segurança aos colaboradores na fazenda e meio ambiente.

 

Tudo o que você precisa saber sobre a mosca branca (Bemisia tabaci)

 

Aplicação de inseticidas

Este é um dos métodos mais utilizados no controle de percevejos após o estabelecimento da cultura do milho, quando o nível de controle é encontrado no monitoramento dos percevejos. Costuma ser muito eficiente, se praticado da maneira correta.

É importante salientar que o uso indiscriminado dos inseticidas pode resultar na seleção de percevejos resistentes. Como na maioria das vezes, somente uma aplicação não é o suficiente, é muito importante que você rotacione os princípios ativos dos inseticidas utilizados, utilizando mecanismos de ação diferentes.

Lembrando que, alguns dos grupos químicos de inseticidas recomendados para o controle de percevejos no milho são os piretroidesneonicotinoides e organofosforados.

Em função dos hábitos dos percevejos, que se alojam nos colmos das plantas ou ficam escondidos na palhada, há uma dificuldade em atingir o inseto, que muitas vezes acaba não sendo atingido pela aplicação. Por isso, a tecnologia de aplicação se torna imprescindível.

 

Controle biológico

O Controle Biológico Integrado em termos de sustentabilidade e preservação ambiental, o controle biológico é uma das opções que vem sendo adotadas em algumas regiões, com o uso de agentes biológicos, seja de forma natural ou aplicada.

É um processo coevolutivo com interação entre os percevejos alvos da cultura, organismos entomopatógenos e parasitóides visando equilíbrio do sistema.

Os principais agentes biológicos encontrados em lavouras são os parasitóides que atacam ovos de diversos percevejos. Entre estes agentes, as espécies mais abundantes são a Telenomus podisi (Ahsmead) e Trissolcus basalis (Wollaston).

 

Rotação de culturas

A rotação de culturas é fundamental para a quebra do ciclo dos percevejos. Se você fornece à praga uma planta na qual ela não se alimenta, ela deixará de se reproduzir e quando você voltar a cultivar milho, provavelmente a infestação de percevejos será menor.

Por isso, recomenda-se que a rotação seja realizada com culturas que não sejam hospedeiras dos percevejos. Para conseguir realizar um bom manejo de percevejos no milho, siga os passos propostos pelo MIP e escolha as técnicas de controle que estão à sua disposição.

Estratégias integradas como semeadura na época certa, escolha do híbrido mais adequado para as suas condições, utilização do tratamento de sementes, população de plantas adequada, monitoramento frequente, dentre outras, são fundamentais.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Os percevejos são pragas iniciais em milho. Os principais danos estão relacionados ao retardo no desenvolvimento de plantas, surgimento de plantas dominadas e a redução no número de plantas comprometendo o estande ideal. Esses danos afetam diretamente o estabelecimento da lavoura com reflexos na redução de produtividade e qualidade de grãos.

Para manter a sua cultura saudável, e minimizar as suas perdas por ataque de percevejos, é preciso ter muita atenção e estratégia para o controle da praga. Para um manejo eficiente de percevejos do milho é muito importante identificação correta das espécies e realizar o monitoramento das áreas para, assim, adotar a melhor estratégia para o controle.

Escrito por Michelly Moraes.

Pós-graduação Fitossanidade

Antracnose: como identificar e combater a doença!

Antracnose: como identificar e combater a doença!

A antracnose é uma doença causada por fungos do gênero Colletotrichum, que causa danos não só as folhas. Mas em diferentes partes de várias espécies de plantas. Ela ainda causa danos expressivos e irreversíveis a diversas culturas, como a soja a, feijão, milho e sorgo.

As doenças são um dos fatores que podem limitar a produção e causar muitos prejuízos.

A seguir aprenderemos como identificar a doença nessas culturas, assim como as medidas de controle mais eficazes. Confira!

 

Antracnose: como identificar e combater a doença!

 

Importância da antracnose

A antracnose é uma doença causada por fungos do gênero Colletotrichum, que causa danos não só as folhas, mas em diferentes partes de várias espécies de plantas.

A antracnose é de grande importância para as culturas de grãos, por causar perdas quantitativas (diminuição da produção) e qualitativas. Como manchas nos grãos ou sementes, o que diminui o valor de comercialização do produto.

Nos últimos anos, essa doença vem ganhando força em culturas em que ela era considerada segundaria, como na soja, onde hoje é considerada em algumas regiões a segunda doença mais importante.

Em plantios de soja essa doença pode causar perdas que variam entre 10% e 20% da produtividade.

Em casos mais severos da antracnose, essa doença pode causar perdas maiores que 50% na produção de grãos de sorgo. E pode também causar perdas significantes para o sorgo cultivado para pastagem e silagem.

Já na cultura do feijão essa doença pode causar perdas muito maiores, podendo comprometer até 100% da produção.

 

Fitossanidade

 

Desenvolvimento da doença

Para que a doença ocorra é necessário que seja formado o triângulo da doença. Ou seja, é necessário a presença do patógeno, um hospedeiro suscetível e o ambiente favorável.

As condições favoráveis para o desenvolvimento da doença são alta umidade e temperatura moderada a alta.

Essas condições podem ser favorecidas com altas populações de plantas, uma vez que plantios muito adensados proporciona alta umidade.

O inóculo inicial pode ser oriundo da semente ou restos culturais contaminados. A chuva e o vento ajudam na disseminação de esporos presentes em tecidos já infectados.

O patógeno pode sobreviver em sementes, restos culturais e hospedeiros alternativos (outras plantas que são hospedeiras do fungo e estão presentes na lavoura).

 

Desenvolvimento da antracnose

 

Antracnose na soja

A antracnose da soja, umas das principais doenças da cultura, é causada principalmente pelo fungo Colletotrichum dematium.

A doença afeta todas as fases de desenvolvimento da soja, desde o estabelecimento da lavoura até o enchimento de grãos.

A antracnose causa desfolha, abortamento de vargens e morte prematura de plântulas, reduzindo o potencial produtivo.

Além disso, a antracnose causa manchas castanho-escuros em folhas, pecíolos hastes, vargens e grãos.

 

Antracnose no milho

A antracnose no milho é causada pelo fungo Colletotrichum graminicola, que pode atacar folhas e os colmos.

Essa doença é favorecida pela falta de rotação de culturas, ou seja, plantio de milho após milho.

A doença pode causar acamamento e quebramento de plantas, baixo rendimento operacional da colheita e redução do potencial produtivo e qualidade dos grãos.

Os sintomas observados no colmo são manchas escuras ao longo da parte externa do colmo e descoloração interne dos nós.

Já nas folhas, os sintomas da antracnose são lesões necróticas de coloração castanha, que acompanham as estrias foliares.

 

Antracnose no feijão

A antracnose do feijoeiro é causada pelo fungo Colletotrichum lindemuthianum e apresenta extensa distribuição no Brasil.

Como mencionado anteriormente, é uma das principais doenças da cultura, por causar enormes perdas na produção, além de comprometer a qualidade dos grãos.

Os sintomas típicos da doença nas folhas são lesões necróticas de coloração marrom escura nas nervuras na face abaxial (face inferior das folhas).

Lesões alongadas e escuras, às vezes apresentando depressões, podem ser observadas no caule e nos pecíolos.

Já nas vagens, os sintomas encontrados são lesões circulares, de coloração marrom, que dependendo do grau da infecção podem apresentar depressões no seu centro.

 

Antracnose no sorgo

Uma das mais importantes doenças da cultura do sorgo é a antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum graminicola.

Essa doença está presente em todas as áreas de plantios de sorgo no Brasil causando grandes danos à cultura.

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

A antracnose pode afetar folhas, colmo, pedúnculo, panícula e grãos do sorgo, sendo a fase foliar da doença é a mais comum.

Os sintomas típicos da antracnose nas folhas são lesões elípticas a circulares, com pequenos centros circulares de coloração palha a cinza.

A infecção da panícula e dos grãos, auxilia na disseminação da doença para novas áreas, devido ao transporte do grão contaminados.

 

Medidas de manejo

O primeiro passo para o controle da antracnose é evitar a entrada do patógeno na área de plantio. Essa medida pode ser realizada utilizando sementes sadias e o tratamento de sementes com fungicidas.

Uma vez que a doença já está estabelecida na área a melhor alternativa para minimizar os danos causados pela antracnose é o manejo integrado da doença, ou seja, utilizar mais de uma medida de controle.

 

 

Como aprendemos ao longo do texto, o Colletotrichum spp. é capaz de sobreviver em restos de cultura, por tanto uma medida de controle efetiva, quando o patógeno já está instalado na área, é a rotação de culturas.

Mas lembre-se de utilizar espécies de plantas não hospedeiras da espécie de Colletotrichum que você deseja controlar. Caso não realize esta prática corretamente, a população do patógeno pode aumentar.

Outra medida de controle recomendada para manter a taxa de inoculo baixa é a adequação da população das plantas, ou seja, utilizar o espaçamento indicado para a cultura. Já que altas populações de plantas favorecem a alta umidade e consequentemente a proliferação do patógeno.

Existem no mercado algumas cultivares resistentes a antracnose, portanto, é indicado o uso dessas cultivares, como medida de controle genético.

O controle químico além de ser utilizado no tratamento de sementes, também pode ser utilizado em pulverizações da parte aérea das plantas. Mas lembre-se de utilizar somente produtos registrados para a cultura.

O produto indicado para cara cultura e a época adequada para aplicação você encontra no Agrofit. Procure sempre um Engenheiro agrônomo pra te orientar na aplicação desses produtos.

E lembre-se, o controle químico não é único tipo de manejo, você deve utilizar outras técnicas para obter um controle mais efetivo da doença.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Como vimos a antracnose pode causar grandes perdas na produção de grãos, portanto é essencial conhecer o patógeno e as condições favoráveis para o desenvolvimento da doença, para que medidas de controle eficientes sejam adotadas, reduzindo as perdas provocadas por esta doença.

Escrito por Pollyane Hermenegildo.

 

Fitossanidade

Solo arenoso: como aumentar a produtividade!

Solo arenoso: como aumentar a produtividade!

Você já parou para pensar o que é solo arenoso, e como manejar esse solo para alcançar a alta produtividade na cultura desejada?

Solo arenoso também chamados de solo leve ou que possuem textura leve são aqueles que se destacam pela grande proporção de areia em sua composição (70%) e menor parte de argila (menos de 15%). Os solos arenosos são constituídos quase que exclusivamente por grãos de areia, ou seja, quartzo, desta maneira são pobres em nutrientes.

Neste artigo você encontrara as repostas correta, além de conhecer os benefícios desse solo para produção de soja, milho, algodão entre outros.

Vamos juntos comigo?

 

Solo arenoso: como aumentar a produtividade!

 

 O que é um solo arenoso?

Solo arenoso também chamados de solo leve ou que possuem textura leve são aqueles que se destacam pela grande proporção de areia em sua composição (70%) e menor parte de argila (menos de 15%). Os solos arenosos são constituídos quase que exclusivamente por grãos de areia, ou seja, quartzo, desta maneira são pobres em nutrientes. Grande parte desses solos está alocado na nas regiões do nordeste brasileiro onde temos os maiores problemas na agricultura.

Os solos arenosos distribuem-se em extensas do país. São mais suscetíveis à degradação e perda da capacidade produtiva quando comparado aos de textura mais fina e em condições ambientais semelhantes pois são pobres em nutrientes.

Em razão da baixa capacidade tampão, relacionada aos baixos teores de argila e de matéria orgânica ou adubo orgânico, geralmente apresentam baixa capacidade de retenção de nutrientes e de água.

 

 

Quando mal manejados, podem gerar impactos negativos, quer associados aos elevados riscos de contaminação das águas subterrâneas por solutos-nutrientes e outros poluentes químicos quer à elevada susceptibilidade à erosão quando expostos ao impacto direto das gotas de chuva, e, ainda, ao elevado custo de produção.

 

Característica do solo arenoso

Na composição do solo arenoso entram por volta de 70% de areia e 15% de outros materiais, a exemplo de solos argilosos. Apresenta uma textura que é leve e ao mesmo tempo possui granulações, por onde escorre a água.

 

Característica do solo arenoso

(Fonte: Manual Internacional de fertilidade do solo)

 

Inclusive o escoamento de água entre os grãos de areia é uma das dificuldades de sobrevivência nesse tipo de solo. É que, ao escoar assim facilmente, a água leva quase todo sal mineral e empobrece o solo de nutrientes.

 

Solos no brasil

 

Outro fator a ser observado é que, além de escoar água com rapidez, ele seca na mesma velocidade. Bastante presente na Região Nordeste brasileira, nele se desenvolvem algumas espécies de plantas como bromélias, juazeiro, mandacaru entre outros.

O solo arenoso é deficiente em cálcio e apresenta o PH ácido, isso também explica o baixo teor de matéria orgânica.

Esse solo tem alta possibilidade de erosão, assim pela água como pelo vento, fator que se intensifica na ausência de plantação.

 

Solo arenoso no Brasil: tecnologia e manejo

Uma nova fronteira agrícola tem se aberto para a expansão da agricultura brasileira, terras com potencial de intensificação.

Terras onde predominam os solos arenosos são responsáveis, hoje, por uma parte significativa da produção de soja, milho, algodão, melão, manga e madeira para celulose, entre outros produtos.

Isso acontece especialmente pela adoção de novas tecnologias, como: adoção de fertilizantes, sementes e outros insumos que associadas a ajustes no manejo da correção e adubação do solo, aumento dos teores de matéria orgânica e do controle de pragas, doenças e plantas invasoras.

Toda essa evolução tem proporcionado a expectativa de inserção ao sistema produtivo de terras degradadas com solos arenosos. Ocupadas então, principalmente, com pastagens de baixa produtividade e sem aporte de insumos.

Durante muito tempo, terras com predomínio desses solos eram consideradas de aptidão muito limitada para as lavouras anuais e/ou perenes, e, por consequência, consideradas de pouca relevância para a produção agrícola pela baixa capacidade produtiva ofertada.

Quando utilizadas, eram dedicadas à silvicultura ou à produção pecuária, com sistemas de manejo com alto risco de degradação. Mesmo assim, áreas de solos arenosos, aos poucos, vêm sendo incorporadas ao sistema de produção de culturas anuais e florestais. A partir da adoção do sistema plantio direto e, mais recentemente, dos sistemas integrados.

Dessa forma, vêm superando alguns desafios e reconhecendo, especialmente, que existem diferentes tipos de solos arenosos e com diferentes potenciais agrícolas.

 

Produção e sustentabilidade

O uso de novas práticas e tecnologias como a agricultura de precisão, as áreas com solos arenosos estão sendo incorporadas ao sistema produtivo com sucesso.

Como um dos componentes principais, as gramíneas são peça-chave para agricultura sustentável nesses solos. Uma vez que, como as braquiárias, além de forragem, fornecem boa quantidade de palhada para proteger e raízes, assim promovendo a agregação do solo.

Nesse sentido, deve-se identificar as espécies e cultivares mais adaptadas para cada sistema, região e solo.

 

Manejo solo arenoso

É importante ter atenção para o manejo nutricional e conservacionista do solo. Pois solos arenosos necessitam maior monitoramento da fertilidade pois apresenta grande facilidade em sofrer erosão e com isso perder nutrientes e solo.

A estrutura do solo está relaciona com práticas de manejo, compactação do solo e sistemas de cultivo. Já a textura do solo está ligada ao tamanho de partículas, não sendo influenciadas por fatores externos.

Solos arenosos são mais propícios ao cultivo de espécies que apresentam maiores sistemas radiculares, como por exemplo espécies frutíferas arbóreas.

 

Manejo solo arenoso

 

Isso por que essas espécies apresentam sistema radicular bem desenvolvido, com maior capacidade de exploração do perfil do solo e por consequência maior absorção de água e nutrientes em camadas mais profundas do solo.

Como solos arenosos apresentam baixas quantidades de micro poros e com isso pouca retenção de água. Uma alternativa quando se tratando de culturas anuais é trabalhar a estrutura do solo para que as plantas consigam desenvolver seu sistema radicular visando exploras maiores camadas de solo em profundidade.

Para isso é importante que não haja compactação do solo e que os níveis de pH esteja dentro da faixa adequada para a cultura, favorecendo a absorção de nutrientes.

 

Solo arenoso: plantio direto e adubação verde

A interação lavoura-pecuária, o uso do sistema de plantio direto e a adubação verde são práticas que, se bem conduzidas, podem trazer maior qualidade ao solo arenoso, tornando-o produtivo para a cultura desejada.

No entanto, a rotação de culturas com gramíneas e leguminosas é considerada a medida mais eficaz para culturas graníferas anuais.

O correto seria encaixar nesse cronograma agrícola alguma cultura de cobertura (por exemplo: milheto, Brachiaria, Panicum, crotalária, guandú), haja visto que estas culturas possuem sistema radicular vigoroso e produzem palhada em quantidade para dar aporte a produção de matéria orgânica e resíduos vegetais e adubos.

 

Rotação de cultura: exemplo a soja, milho e brachiaria

O sistema de rotação de culturas ideal será aquele que promova aporte de nitrogênio para produção de palhada, a exemplo o sistema de rotação soja/milho+brachiaria.

Entenda com o seguinte exemplo:

O produtor cultiva soja no verão e milho+brachiaria na entressafra, com isso ele terá a soja como obtenção de renda e aporte de nitrogênio para as culturas subsequentes como o milho+brachiaria. O qual após a colheita do milho ficaria a brachiaria para pastejo de bovinos ou para formação de palhada para plantio da soja na próxima safra.

Outro sistema bem interessante, conhecido como o sistema soja/pastagem+guandú (integração lavoura pecuária). Nesse sistema a pastagem consorciada com guandú favorece a qualidade nutricional da pastagem e a qualidade física do solo promovida pela leguminosa.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Solos do cerrado ou solos arenosos não são sinônimos de solos inférteis ou improdutivos, eles apenas são mais propensos ao desequilíbrio de nutrientes e a reduzida quantidade de MO, uma vez que este fator está relacionado a rocha de sua formação e a ação de fatores climáticos, como o intemperismo, sofrido nestas regiões.

Portanto, vão exigir maior atenção e adubações adequadas para alcançar a alta produtividade. Na maioria das vezes, recomendamos que a adubação seja feita de forma constante, parcelada e equilibrada.

Sendo necessário um gerenciamento e uma análise das condições locais, da cultura, da cultivar e dos resultados vislumbrados, como uma projeção futura de manutenção da saúde e da vida desses solos.

 

 

Doenças do milho: conheça as 8 principais!

Doenças do milho: conheça as 8 principais!

Para que não ocorra grandes prejuízos, o monitoramento e conhecimento sobre as doenças do milho é de suma importância.

Conduzir um determinado cultivo não é uma tarefa fácil, são muitos os fatores que a serem analisados e muitas decisões a serem tomadas.

E com o milho não é diferente, principalmente quando falamos nas doenças que acometem a cultura.

Quer saber mais sobre as principais doenças do milho?

Então, vamos lá!

 

doenças do milho

 

Por que conhecer as doenças do milho?

A importância no cultivo do milho se dá na indústria, alimentação humana e animal. Sendo um vegetal de fácil propagação e um dos maiores impulsionadores da economia do país e do mundo.

A safra de milho 2019/2020 do Brasil foi estimada pela Safras & Mercado em 105,8 milhões de toneladas.

Dessa forma, conhecer quais são as principais doenças do milho e suas formas de controle é de suma importância na hora da tomada de decisão e garantir maior produtividade da sua lavoura.

Confira comigo!

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Principais doenças do milho

Uma das grandes preocupações e atenção que os produtores de milho devem ter, são as doenças que acometem a cultura.

Mesmo com todas as tecnologias disponíveis, para atingir a alta produtividade da lavoura, é necessário percorrer um longo caminho entre o plantio até a colheita.

Uma vez, que a ocorrência de doenças no milho, podem gerar grandes prejuízos econômicos. Dessa forma, é de extrema importância o conhecimento das suas características para manter uma lavoura prevenida e livre de infestações.

As doenças do milho, podem ser causadas por microorganismos (fungos, bactérias, vírus), como também, por fatores ambientais, como temperatura, luz e umidade.

Assim como, é toda alteração que ocorre no desenvolvimento fisiológico da planta ou na sua estrutura.

Entre as doenças do milho mais comuns, destacam-se 8, como principais, veja:

  1. Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis)
  2. Mancha Branca (Phaeosphaeria maydis)
  3. Ferrugem
  4. Helmintosporiose (Exserohilum turcicum)
  5. Mosaico na cultura do milho
  6. Antracnose na cultura do milho
  7. Mancha branca (Bipolaris maydis)
  8. Enfezamentos na cultura do milho

 

1. Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis)

A cercosporiose (Cercospora zeae-maydis) é uma das mais importantes doenças do milho, não apenas pelo seu potencial em causar danos, mas também pela sua ampla distribuição nas regiões de cultivo do Brasil.

Havendo perda de área foliar fotossintética, especialmente das folhas medianas e superiores, que contribuem com 70% a 90% dos fotoassimilados utilizados no enchimento de grãos.

Desse modo, a perda de área foliar leva à redução no número de grãos por espiga, redução na massa de grãos, consequentemente, redução da produtividade.

Seu controle pode ser realizado com o plantio de cultivares resistentes, como também, evitar a permanência de restos da cultura de milho em áreas em que a doença ocorreu, e quebra do ciclo da doença com realização da rotação de culturas.

 

2. Mancha branca (Phaeosphaeria maydis)

A mancha branca, é uma das doenças do milho de ampla distribuição pelo territó­rio brasileiro.

As perdas podem chegar até 60% em condições favoráveis e com o plantio de híbridos suscetíveis.

O plantio tardio beneficia o aparecimento da doença na lavoura, como também, a ausência de rotação de culturas, cul­tivo safrinha e presença de restos culturais no solo.

Seu controle pode ser realizado com cultivo de cultivares resistentes, aplicação de fungicidas, realização da rotação de culturas e retirada dos restos culturais.

 

3. Ferrugem

Para realizar o manejo da ferrugem de forma mais assertiva, é importante saber qual tipo de ferrugem você tem na lavoura.

Vejamos a seguir cada uma delas separadamente!

 

Ferrugem comum

Das três ferrugens que ocorrem como doenças do milho, a ferrugem comum é a menos severa, devido ao melhoramento genético que levou a seleção adequada para resistência.

A doença caracteriza-se pela presença de manchas elípticas e alongadas, em ambas faces da folha.

Temperaturas baixas e alta umidade relativa favorecem o desenvolvimento da doença.

Seu controle pode ser realizado através de cultivares resistentes e o plantio em épocas desfavoráveis ao desenvolvimento da doença

 

Ferrugem polissora (Puccinia polysora)

Das três, a ferrugem polissora, pode ser considerada a mais deletéria, podendo representar danos econômicos de até 65% nas lavouras.

Temperaturas mais altas e umidade relativa do ar não tão alta como na ferrugem comum, são fatores favoráveis ao aparecimento da doença.

A principal medida de controle para a polissora tem sido a resistência genética do híbrido e o uso de fungicidas.

 

Ferrugem tropical ou ferrugem branca (Physopella zeae)

Os sintomas da ferrugem tropical ocorrem em ambas as faces da folha, as manchas dispostas em pequenos grupos, paralelos às nervuras de cor amareladas a castanho.

O fungo é altamente destrutivo, podendo causar grandes danos econômicos quando a planta é afetada antes do florescimento.

O desenvolvimento da doença do milho é favorecido por ambiente úmido e quente, sendo que, a luminosida­de é também um fator importante.

E o uso de fungicidas em aplica­ção foliar após o aparecimento das primei­ras manchas pode ser uma prática eficiente, como também, plantio de híbridos resistentes.

 

4. Helmintosporiose (Exserohilum turcicum)

O fungo que causa a doença do milho é Exserohilum turcicum, causando lesões primeiramente nas folhas mais velhas da cultura.

As perdas podem chegar até 50% em ataques antes do período de floração, em cultivo do milho safrinha.

Os sintomas da doença são lesões necróticas e elípticas com coloração do tecido necrosado, tendo variações na coloração de verde-cinza a marrom.

O controle da doença pode ser realizado pelo plantio de cultivares com resistência genética.

 

5. Mosaico na cultura do milho

O mosaico é uma virose importante na cultura do milho, causando prejuízos na produção.

Fator importante que contribui para o aumento da incidência do mosaico no milho é que o vírus Sugarcane mosaic virus (SCMV), agente causal da doença, infecta também outras gramíneas cultivadas e plantas daninhas.

O vetor do mosaico comum são várias espécies de afídeos, sendo o mais comum o pulgão do milho (Rhopalosiphum maidis).

Os sintomas são áreas verde-claras a amareladas entremeadas com áreas de coloração normal da planta (mosaico), podendo chegar no nível de necrose nas folhas.

O principal método de controle é realizado pelo uso de variedades resistentes a doença.

 

6. Antracnose na cultura do milho

A antracnose, provocada pelo fungo Colletotrichum graminicola, pode reduzir a produção do milho em até 40%, quando utilizadas cultivares suscetíveis e as condições de umidade forem favoráveis à enfermidade.

O fungo é bem agressivo, uma vez, que é capaz de infectar praticamente todas as partes da planta.

O emprego de materiais geneticamente resistentes à doença é uma das principais estratégias para o correto manejo, sendo que, o uso de adubação equilibrada pode ser uma medida de grande ajuda no controle da doença.

 

7. Mancha branca (Bipolaris maydis)

A mancha branca é uma das doenças do milho que ocorre em todo o território brasileiro.

O sintoma inicial é o aparecimento de manchas aquosas de aspecto encharcado e bem escuras, de acordo com evolução da doença as manchas vão clareando até atingir um tom bem claro.

A sobrevivência do patógeno ocorre em restos culturais infectados e em grãos remanescentes na área após a colheita.

O plantio de cultivares resistentes e a rotação de culturas são as principais medidas recomendadas para o manejo dessa doença, como também, a ocorrência de longos períodos de seca e de dias com muito sol.

 

8. Enfezamentos na cultura do milho

Há dois tipos de enfezamento na cultura do milho, o enfezamento pálido e o enfezamento vermelho.

Essas doenças do milho são mais comuns em regiões quentes, podendo atingir um dano de 70% na produção da lavoura.

Primeiramente, uma grande dificuldade é a distinção da doença, até porque, os agentes que causam os enfezamentos (espiroplasma e o fitoplasma) podem ser transmitidos simultaneamente.

Uma vez, que ambos são transmitidos pela cigarrinha do milho (Dalbulus maidis).

Devido ao difícil controle químico, a opção é o uso de um manejo integrado da doença.

Neste manejo incluem-se operações em que se deve considerar a multiplicação e o desenvolvimento tanto do inseto vetor como do fitoplasma ou espiroplasma.

As principais medidas que podem ser adotadas são o uso de cultivares resistentes, adequação da época de plantio, evitar plantios consecutivos e eliminar plantas voluntárias no campo que possam servir de hospedeiras.

Vejamos a caracterização de cada um dos enfezamentos separadamente.

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

Enfezamento pálido

O enfezamento pálido é caudado por um espiroplasma (Spiroplasma kunkelii).

Seus sintomas são aumento do número de espigas, com pouco ou nenhum grão e o encurtamento dos internódios da planta.

O enfezamento pálido inicialmente apresenta a clorose (cor esbranquiçada ou pálida) na base foliar e depois se estende por toda a folha.

 

Plataforma Agropós

 

Enfezamento vermelho

Esta doença do milho é causada por um fitoplasma (Candidatus Phytoplasma asteris).

Os sintomas dessa doença são avermelhamento das folhas. Inicialmente com clorose marginal e seguida do avermelhamento das pontas das folhas, que se manifesta na fase de produção do milho.

Nas plantas doentes, você pode observar maior número de espigas.

Mas, essas espigas produzem poucos ou nenhum grão e também há um encurtamento dos internódios das plantas.

 

Época de ocorrência das doenças do milho

Primeiramente, para o controle eficaz das doenças do milho é o conhecimento da época que elas ocorrem. Desse modo, facilitando seu monitoramento.

Confira abaixo, o calendário da ocorrência de algumas das principais doenças do milho abordadas nesse artigo.

 

Época de ocorrência das doenças do milho

Fonte: Agronomia – DuPont Pioneer

 

Monitoramento X controle de doenças do milho

As doenças do milho é um fator importante quando medimos a produtividade da lavoura, podendo gerar grandes prejuízos ao produtor.

Neste artigo conhecemos as principais doenças que acometem a cultura, sintomas e formas de controle.

Porém, é bom lembrar a importância da consulta de um profissional da área qualificado para identificar corretamente a doença, antes de utilizar qualquer produto químico ou realização de algum tipo de controle.

Por fim, para evitar e eliminar o aparecimento de doenças na plantação de milho. É fundamental realizar o monitoramento constante, desde o plantio até a colheita.

Espero que com essas dicas você consiga ótimos resultados no controle das doenças do milho e aumente ainda mais a produção da sua lavoura.

Escrito por Juliana Medina.

Pós-graduação Fitossanidade

Agronegócio no Brasil: a importância para o país!

Agronegócio no Brasil: a importância para o país!

Você já parou para pensar o quanto o agronegócio no Brasil é importante? Pois saiba que é um setor econômico fundamental em nosso país. Formado por diversas cadeias produtivas ou atividades agrícolas que ocupam um papel importante na nossa rotina.

Neste artigo vamos te explicar tudo que engloba o setor de agronegócio, tão conhecido por todos nós. A final se isso é tão presente assim é bom estar por dentro.

 

Agronegócio no Brasil

 

O agronegócio pode ser compreendido como a soma total das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção na unidade de produção, do armazenamento, do processamento e da distribuição dos produtos agrícolas e dos itens produzidos por meio deles.

Uma atividade de destaque e relevância para o desenvolvimento brasileiro ao longo de sua história.

Nos últimos anos, o agronegócio tem assumido uma merecida posição de destaque no debate econômico e nas grandes pautas de discussão no Brasil, com ampla repercussão midiática.

O setor vem ganhando os holofotes, devido às suas capacidades de expansão de produtividade e produção e de geração de oportunidades de emprego em várias regiões.

O agronegócio encontra-se atualmente como o maior negócio da economia brasileira. Sendo uma das principais locomotivas do progresso do país.

 

Pós-graduação Gestão e Economia do Agronegócio

 

Ciclos do agronegócio

ciclo do agronegócio é formado pelos insumos, a produção, distribuição e o consumo. E os produtos gerados são basicamente alimentos (in natura ou processados), biocombustíveis, têxteis e madeiras.

Insumos são todas coisas que ajudam na indústria do agronegócio. Mão de obra, maquinário, adubos, transporte entre outros. Já as produções dizem respeito ao cultivo do solo, as várias culturas como laranja, milho, café, alface, cana, algodão, soja entre outros.

E a criação de animais, seja para obter leite, lã e os subprodutos desses ou gado de corte, por exemplo. E além do cultivo e criação, que é o início da produção, tem o processo de fabricação de outros produtos. Que são os chamados processados.

 

Ciclos do Agronegócio

Fonte: Apostila Cadeia Produtiva do Agronegócios – Agropós 2019

 

Insumos

Pode se dizer que é a combinação de fatores de produção, diretos (matérias-primas) e indiretos, nas quais são tributos, energia e mão-de-obra, são considerados como os insumos. Nos quais estão ativamente na elaboração correta da quantidade de serviços ou bens.

No agronegócio, podemos considerar como os principais insumos: ração, mão de obra especializada, adubo, sementes, defensivos, maquinários, entre outros.

 

Produção

O trabalho do agropecuarista, através do cultivo do solo e/ou da criação de animais, seja qual for o método utilizado ou o tamanho da área, é a chamada produção.

É o momento que se transforma o produto agropecuário em subprodutos. Onde pode ser insumos para outros processos, bens de consumo como corantes, fios, ração, embutidos, carnes, queijos e o leite.

 

Distribuição

A distribuição é caracterizada pelo processamento, transporte e distribuição dos bens agropecuários. Para consumidores e intermediários de todo o processo.

 

Cliente final

São os consumidores dos produtos do agronegócio, ou seja, os que recebem produtos processados ou in natura.

 

Quais as principais características do agronegócio no Brasil?

No Brasil, o agronegócio possui características de grande importância, sendo elas;

  • Disponibilidade: menos de 10%¨do território brasileiro é utilizado como área de cultivo.
  • Ambiente favorável: o que inclui abundância de água, solo propício ao plantio e boa luminosidade natural.
  • Clima difícil:  apesar do ambiente favorável, o agronegócio brasileiro enfrenta desafios com chuvas, estiagem, pragas e doenças nas lavouras
  • Complexidade: longas distâncias de distribuição da produção são um entrave logístico.
  • Diversificação: há um número bastante expressivo de produtos, como frutas, flores, hortaliças, açúcar, café, soja, algodão, cacau, madeira, borracha, carnes e ovos.
  • Empresas familiares: a característica na maioria dos negócios rurais é de sucessão de pai para filhos.
  • Tecnologia de expansão: Com o avanço da agricultura de precisão, propriedades brasileiras estão cada vez mais aparelhadas e conectadas. Fazendo uso de aplicativos e até drones.
  • Concentração em grandes players: mercado é dominado por poucas empresas de porte gigante. O que por vezes remete a um sistema de oligopólio, com menor oferta de preços e condições de pagamento e recebimento.

 

Característica da matéria-prima:

Pode se dizer que somos um pais propicio a agropecuária as especificidades do sistema implantado no país beneficiam o setor. O que faz com que ele seja um dos principais segmentos de mercado.

Isso se dá, em grande parte, devido a três características fundamentais das matérias- primas.

  • Primaria: por meio da produção rurais, agricultores e pecuaristas.
  • Secundário: agroindústrias e fabricantes de insumos
  • Terciário: transportadoras, distribuidores e comerciantes de produtos agrícolas.

Essa integração entre os diferentes setores de atividades fez com que o agronegócio estivesse associado ao processo de modernização agrícola, incluindo a chamada “Revolução verde”.

Essa modernização envolve o uso cada vez maior de grandes maquinários, de compostos químicos (fertilizantes, herbicidas e outros) e conhecimentos científicos, a exemplo da biotecnologia e da genética responsável pelos alimentos transgênicos.

 

Tipos de produtos do agronegócio no Brasil:

O agronegócio brasileiro e formado por dois tipos de produtores sendo eles;

Pequenos e médios produtores: são os chamados mini fundiários, que possuem pequenas áreas de produção. Entre eles, predomina a agricultura familiar. Cuja a as plantações são realizada em suas propriedades.

Grandes produtores: são os latifundiários, representados por proprietários e arrendatários de grandes extensões de terra. Em geral utilizadas para a monocultura de commodities (com oferta e procura determinados pelo mercado internacional), como soja, milho e algodão.

 

Principais produtos do agronegócio no Brasil:

Conheça a seguir quais são os principais componentes dessa cadeia:

  • Alimentos: são os produtos que envolvem toda a cadeia de produção alimentícia, como frutas, verduras, legumes, laticínios e cereais
  • Biocombustíveis: são os combustíveis orgânicos produzidos por meio de plantas, como a cana de açúcar.
  • Têxtil: produtos advindos de matérias-primas diversas, de origem animal, como o algodão, o linho e a lã. Esses insumos são utilizados para produzir roupas, artigos de cama, mesa e banho e bens de decoração, entre outros itens.
  • Madeira ou produtos florestais: o cultivo de árvores fornece a madeira e a celulose para a produção de produtos químicos. Além de insumos para a indústria moveleira, a construção civil e a produção de papel.
  • Fumo: cultivo de insumos, como plantas e folhas, se destinam à produção de tabaco para a indústria tabagista
  • Pesquisa e desenvolvimento: engloba a produção de novas técnicas agrícolas e pecuárias, realização de pesquisa e aplicação de novas tecnologias.

 

Qual a importância do agronegócio no Brasil para a economia do país?

O agronegócio é considerado como um dos propulsores da economia Brasileira, expressando valores significativos em relação a sua participação no mercado no que diz respeito ao número elevado de empregos gerados pelo setor, refletindo diretamente na renda.

Esse histórico referente ao desempenho desse setor se perpetua ao longo do tempo positivamente, de acordo com os registros, sendo esses, expressos nas formas quantitativas ou/e qualitativas.

Evidenciando assim, a importância do agronegócio na esfera global, superando até o setor industrial no que diz respeito à capacidade média produtiva, devido a sua dinâmica e participação na economia.

No início do ano de 2020 segundo o PIB do agronegócio brasileiro registrou alta de 1,2% em fevereiro, segundo cálculos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), realizados em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Com isso, a elevação no acumulado do ano é de 2,42%.

Segundo pesquisadores do Cepea, pela ótica dos segmentos, o PIB do setor tem sido impulsionado principalmente pelo primário (ou “dentro da porteira”), que cresceu 3,86% no acumulado do bimestre.

 

Checklist agrícola

 

A agroindústria

A agroindústria e os agrosserviços também tiveram alta, com redução do PIB apenas para o segmento de insumos. Pela perspectiva dos ramos, tanto o agrícola quanto o pecuário acumularam crescimentos no período, com destaque para o pecuário, com 4,61%.

 

Ramo agrícola

O ramo agrícola, o crescimento de 1,33% no bimestre refletiu sobretudo a alta do PIB do segmento primário, de 3,92%. Para esse segmento, considerando a média ponderada das diversas culturas acompanhadas, espera-se aumento de 3,57% na produção.

 

Ramo pecuário

No caso do ramo pecuário, os resultados ainda não contemplam dados relativos a volume de produção da maior parte das atividades, e, desse modo, o bom desempenho retratado reflete o comportamento dos preços, que foi favorável às cadeias pecuárias na comparação entre os primeiros bimestres de 2019 e de 2020.

 

Tecnologia no agronegócio

 

Tecnologia no Agronegócio

 

A grande aliada da produtividade para o setor do agronegócio é a tecnologia.

Equipamentos desenvolvidos com tecnologia de ponta facilitam a execução de tarefas, das mais simples às complexas. Contribuindo para aumento da produtividade, qualidade e eficiência, além de reduzir significativamente o consumo de recursos naturais, como água, energia e combustível.

Os inúmeros benefícios da tecnologia têm motivado os produtores rurais a investirem cada vez mais em produtos, serviços e máquinas agrícolas de primeira linha. Além da tecnologia da informação, importante principalmente para as revendas agrícolas.

Os avanços tecnológicos no campo contribuem para o aumento da produção e melhoria na renda e qualidade de vida dos agricultores, atraindo para o agronegócio novos investidores.

 

Plataforma Agropós

 

Confira cinco tendências da aplicação da tecnologia no agronegócio no Brasil:

  • Uso de sensores: seu uso permite obter diversas informações importantes sobre a plantação, o solo e outros elementos fundamentais. Além de potencializar e agilizar a coleta de dados, os sensores também são capazes de realizar comandos de forma automática, executando tarefas a distância, em tempo real.
  • Drones: os drones são um tipo de tecnologia de extrema importância e podem desenvolver diversas funções no campo, como captar imagens aéreas que permitem acompanhar o desenvolvimento da lavoura. Além disso, potencializa e agiliza a coleta de dados e executam comandos de forma automática, desenvolvendo atividades em tempo real.
  • Software de gestão: o softwares e aplicativos de gestão estão sendo disponibilizados no mercado para auxiliar o produtor, principalmente em relação aos custos de produção e tem se tornado indispensáveis para facilitar as tarefas do dia a dia e no gerenciamento do agronegócio.
  • Biotecnologia: a aplicação de biotecnologias permite que profissionais encontre o cultivar ideal mais rapidamente a partir da incorporação de genes. Que vão resultar em características desejáveis na planta em determinadas condições. Normalmente, o produtor acessa a biotecnologia por meio da semente geneticamente melhorada.
  • Agricultura de precisão: é um sistema de manejo integrado que reúne informações e tecnologias. Para isso, leva em conta as variações de espaço e tempo, fatores essenciais para o rendimento da produção. Isso significa que, leva em consideração a variabilidade de solo, ocorrência de pragas e de condições climáticas dentro de uma mesma propriedade.

 

Conclusão

Entender o que é o agronegócio e como ele funciona já é o primeiro passo para começar a compreender a sua importância para a economia brasileira.

Ao longo do artigo, você descobriu o conceito de agronegócio, suas principais características, setores e produtos. É um segmento que atua desde o campo, passa pelas indústrias e chega até o varejo e o mercado, para ser comercializado ou exportado.

Além disso, no agronegócio, existem as empresas agrícolas e as agroindústrias. Que, apesar de parecerem semelhantes à primeira vista, são organizações diferentes, mas que atuam em conjunto.

Por esse motivo vale a pena investir na educação e no aprendizado nesta área, aprimorando seus conhecimentos, e descobrindo novos desafios.

Escrito por Michelly Moraes.

Pós-graduação Gestão e Economia do Agronegócio