A rotação de culturas é uma prática agrícola que consiste na alternância de cultivos em uma área por um determinado período.
Ela ocorre de forma ordenada e tem como principal objetivo, portanto, a conservação do solo e o controle de pragas e doenças na lavoura.
Se você quer saber mais sobre a rotação de culturas e como implantar essa técnica em sua propriedade, continue lendo, pois vou te apresentar tudo o que você precisa saber agora!
O que é a rotação de culturas e qual a sua importância?
Há várias práticas de conservação do solo, o plantio direto, adubação verde e entre outras práticas, temos a rotação de culturas.
Essa técnica, consiste em utilizar o método de alternância de diferentes cultivos, levando a melhorias dos atributos químicos, biológicos e físicos do solo, com redução da degradação do meio ambiente, além de uma maior produtividade.
As espécies são selecionadas de acordo com alguns critérios, como possuir diferente suscetibilidade a pragas e doenças e apresentar necessidades nutricionais diferentes.
Uma vez adotada, a rotação de culturas, reduz de forma eficiente os impactos ambientais causados pela monocultura, que é produção agrícola de apenas uma cultura, que causa a degradação física, química e biológica do solo e o desenvolvimento de pragas.
Dessa forma, o principal objetivo da rotação de culturas é promover a conservação do solo, evitando, assim, sua exaustão e equilibrando o sistema produtivo.
Vejamos a seguir as principais vantagens que essa técnica traz para sua lavoura.
13 vantagens da rotação de culturas
As vantagens da rotação de culturas são inúmeras. Além de proporcionar a produção diversificada de alimentos e outros produtos agrícolas, ela traz múltiplos benefícios para o sistema produtivo como um todo.
- Melhoria das características físicas, químicas e também biológicas do solo;
- Diversificação do plantio e de renda;
- Auxílio no controle e redução de plantas daninhas, doenças e pragas, por meio da quebra de ciclos;
- Restituição de matéria orgânica;
- Manutenção e melhoria da fertilidade do solo;
- Proteção do solo, com o aumenta a produção de biomassa ou palhada para cobertura;
- Viabiliza o sistema de plantio direto;
- Aumento na infiltração e retenção de água no solo;
- Controle da erosão;
- Otimização no uso de máquinas e mão de obra;
- Reciclagem de nutrientes e redução na utilização de fertilizantes químicos;
- Aumento e estabilização da produtividade das espécies vegetais;
- Aumento da eficiência econômica e agronômica dos sistemas de produção.
Rotação de culturas X monocultura
A monocultura representa o cultivo de uma única espécie vegetal, como exemplo, o plantio da cana-de-açúcar. Normalmente, essa atividade agrícola é realizada em extensas propriedades rurais.
Sendo caracterizada pela produção em menor tempo, uso facilitado de herbicidas, produção de espécies altamente expressiva para a economia de exportação, porém esse sistema produtivo é muito exigente.
Uma vez, que causa diversos impactos ambientais, como o empobrecimento do solo, a retirada da cobertura vegetal e o desequilíbrio ecológico.
Condições essas que, por sua vez, favorecem a proliferação e persistência em larga escala de pragas e doenças que atacam aquela cultura em específico, sem que haja um inimigo natural para combatê-las, o que, por consequência, leva ao aumento no uso de defensivos.
Por outro lado, a monocultura, ao cultivar uma única espécie, pode provocar a exaustão do solo, resultando no esgotamento de seus nutrientes e, consequentemente, no empobrecimento nutricional.
Entretanto, mesmo com a apresentação de todas as vantagens da rotação de culturas, você pode ficar na dúvida se esse sistema se enquadra na realidade da sua propriedade, certo?
Por isso, que a avaliação deve se basear no seu objetivo de produção e conhecimento das técnicas de cultivo, para que possa alcançar os resultados esperados de produtividade e lucratividade.
Implantação da prática de rotação de culturas
Primeiramente, antes da implantação da rotação de culturas na sua propriedade é necessário um bom planejamento, para que alcance o máxima de eficiência na melhoria da capacidade produtiva do solo.
Para isso se deve levar em conta diversos fatores:
- Escolha de plantas que contribuam para fixar nitrogênio, com raízes profundas e de grande volume;
- Uso de plantas comerciais, garantindo geração de renda para o produtor;
- Escolha de variedades com base no objetivo do sistema, por exemplo, para cobrir o solo e contribuir para a adubação verde;
- Utilização de culturas que possuem sistemas radiculares diferentes, como as gramíneas e leguminosas;
- Sempre que possível, associar espécies que produzam grande quantidade de biomassa e também de rápido desenvolvimento, cultivadas isoladamente ou em consórcio com culturas comerciais.
- Seja feita a escolha pelas espécies adaptadas às condições edafoclimáticas da região.
Por fim, o planejamento deve considerar que não basta estabelecer e conduzir a melhor sequência de culturas.
É necessário também que o agricultor utilize todo seu conhecimento de manejo, como, preparo do solo (calagem e adubação), época de plantio, cultivares adaptadas para sua região, controle de plantas daninhas e de pragas e doenças.
Como escolher as espécies para a rotação de cultura
Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) o sucesso da rotação de culturas é extremamente dependente da região produtiva e condições climáticas.
Essa prática precisa ser bem planejada para definir a hora certa de plantar e quando retirar. Isso evita que a espécie selecionada se propague pelo campo e comprometa a cultura principal.
As culturas utilizadas para rotacionar, são das mais diversas. No entanto, é necessário ter conhecimento de algumas características que as plantas devem apresentar para serem utilizadas na rotação.
Para isso, o ideal é adotar plantas de diferentes grupos, por exemplo:
- Gramíneas: milho, arroz, sorgo, trigo, milheto, aveia preta, aveia branca.
- Leguminosas: grão-de-bico, feijão, soja, amendoim, feijão guandu, crotalária, lablab, tremoço.
- Asteraceae: Girassol.
Portanto, essas múltiplas variáveis tornam complexa a definição dos cultivos que devem ser implantados para a rotação de culturas.
Por isso, recomenda-se que o produtor consulte um profissional da área para que ele faça essa definição de forma adequada e o mais favorável possível ao sistema de produção.
Conclusão
Neste artigo vimos que a rotação de culturas, se adotada e conduzida de modo adequado e por um período suficientemente longo, essa prática melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo.
Além, de auxiliar no controle de plantas daninhas, doenças e pragas, repõe matéria orgânica e protege o solo da ação dos agentes climáticos e ajuda a viabilização do sistema de plantio direto.
A rotação de culturas vem na busca de melhorias nos sistema produtivo de alimentos de forma mais equilibrada, estabelecendo, acima de tudo, sistemas de produção sustentáveis, com o mínimo de danos ao meio ambiente e com a máxima lucratividade para o produtor rural.