Você sabe a importância dos inseticidas na agricultura? Neste artigo você irá encontrar tudo sobre o tema, além de conhecer algumas técnicas para o uso correto dos inseticidas agrícola.
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Os inseticidas são os defensivos agrícolas, que atuam na prevenção e controle de insetos e pragas, responsáveis por grande perda nas lavouras. Além de reduzir na produtividade, dependendo da intensidade da infestação e danos causados, os insetos podem matar a lavoura. Os inseticidas são substâncias químicas ou biológicas e são usados para controlar doenças e plantas daninhas que afetam as culturas.
Os principais modos de ação dos inseticidas são por contato direto do produto no alvo ou a ingestão de folhas que contenham o princípio ativo. Além disso, é possível considerar os produtos como fisiológicos ou de choque.
O uso excessivo dos produtos e a má utilização no manejo pode provocar contaminação tanto na produção agrícola quanto de mananciais próximos a área de aplicação. Devido a esses riscos existe uma fiscalização do órgão público com as empresas de defensivos agrícolas.
Modo de ação dos inseticidas
Existem várias formas do inseticida afetar a praga. Os principais modos de ação, são por contato direto do produto no alvo ou a ingestão de folhas que contenham o princípio ativo.
Mecanismo de transferência do produto.
- Ingestão: É absorvido pelo intestino médio, circula na hemolinfa e atinge o sistema nervoso. Inseticidas mais antigos possuíam este tipo de ação;
- Contato: Sua ação se dá pelo contato com o corpo do inseto, penetrando na epicutícula e sendo conduzido através do tegumento, onde irá atuar sobre as terminações nervosas. Pode matar insetos-praga pelo simples contato com superfícies atingidas pelo inseticida;
- Fumigação: O inseticida age pelas vias respiratórias, devendo ser inalado na forma de gás pelo inseto. O gás penetra através dos espiráculos e age sobre o sistema nervoso.
- Profundidade: Inseticida capaz de atingir insetos através do tecido vegetal (ação translaminar), como sob uma folha ou dentro de um fruto;
- Sistêmico: Esse inseticida, quando aplicado sobre folhas, troncos, ramos, raízes e sementes, é capaz de ser absorvido e circular com a seiva para todas as partes da planta.
Grupos de inseticidas
Os inseticidas são comumente classificados de acordo com sua composição química. Como por exemplo;
Organoclorados
Constituem o grupo pioneiro dos praguicidas sintéticos. De largo uso agrícola e domiciliar, os organoclorados desempenharam papel marcante no combate a organismos nocivos ao homem, com repercussões sociais e econômicas importantes.
Beneficiado tanto o setor agrícola no sentido de aumentar a produtividade e produção de alimentos, estas moléculas matavam não somente os organismos alvo como também insetos neutros ou até mesmo benéficos ao homem.
As principais vias de absorção são as dérmicas, digestiva e respiratória, e devido a sua alta estabilidade química e alta solubilidade em gorduras, se acumula nos tecidos de animais e vegetais, e, por conseguinte na cadeia alimentar.
Também possuem alta estabilidade à ação da luz solar e temperatura ambiente. Assim, chegaram a contaminar também o homem. Sendo diversos casos de câncer atribuídos a este grupo de inseticidas.
Organofosforados
Pode-se utilizar os organofosforados para combater insetos sugadores, desfolhadores e alguns rizófagos. O modo de ação pode ser sistêmico ou de fumigação, mas a ação de contato é a mais importante. São biodegradáveis, com persistência curta no solo.
São biodegradáveis, sendo, portanto sua persistência curta no solo, 1 a 3 meses. O principal meio de degradação no ambiente parece ser a hidrólise sob condições de alcalinidade. Muitos inseticidas organofosforados são instáveis em pH menor que 2, sendo a maioria mais estável na faixa de pH do ambiente (pH 3-6).
É importante que estes compostos sejam estáveis em pH neutro, por causa de suas formulações em óleos concentrados, solventes miscíveis em água, grânulos inertes, para aplicação direta ou após dispersão em água.
O modo de ação é por contato e ingestão. Agem como inibidores das enzimas colinesterases, causando o aumento dos impulsos nervosos, assim podendo ocasionar a morte.
Carbamatos
Os carbamatos são derivados do ácido carbâmico, e tendem a ser de uso intradomiciliar em relação aos organofosforados, devido ao menor odor de algumas formulações inseticidas.
São praguicidas orgânicos derivados do ácido carbâmico. Três classes de carbamatos são conhecidos: carbamatos inseticidas (e nematicidas), carbamatos herbicidas e carbamatos fungicidas. Os carbamatos usados como inseticidas (e nematicidas) são derivados do éster de ácido carbâmico.
Com modo de ação semelhante aos organofosforados, ou seja, a inibição da enzima acetilcolinesterase, os carbamatos possuem as seguintes características:
- Alta atividade inseticida;
- Baixa ação residual;
Piretróides
Pesquisadores descobriram os piretróides a partir de estudos que procuravam modificar a estrutura química das piretrinas naturais. Como resultado, os piretróides apresentaram maior capacidade letal para os insetos, propriedades físicas e químicas muito superiores, maior estabilidade à luz e calor, e menor volatilidade.
Os piretróides possuem alta eficiência, sendo necessário menores quantidades de ingrediente ativo, com menor risco de contaminação nas aplicações. Com isso, foram tomando rapidamente o lugar dos organofosforados.
Outra vantagem destes praguicidas é que eles admitem a sinergia, ou seja, a potencialização de sua ação através da adição de um ingrediente sinergista, aumentando ainda mais a eficiência.
São os compostos de mais rápida ação na interferência da transmissão de impulsos nervosos. Podem possuir efeito repelente, espantando os insetos ao invés de eliminá-los.
Reguladores de Crescimento
Os produtos inibem e troca da ecdise e a produção de quitina, inibindo o desenvolvimento dos insetos estas combinações ainda estão limitadas por apresentarem ação lenta agindo em fases restritas do ciclo de vida dos insetos muitas vezes, não protegendo as culturas quando em níveis críticos do ataque.
Entretanto existe existem benefícios grandiosos que reforçam as qualidades, como:
- Alta eficiência biológica;
- Baixo nível de toxicidade para mamíferos, pássaros e peixes;
- Seletividade para a fauna benéfica.
Vale ressaltar que nem sempre esse tipo de praga causa danos significativos à plantação. Em alguns casos, utilizam-se os insetos benéficos para fazer o controle biológico de outras pragas na lavoura.Porém, é necessário acompanhar atentamente para ter a dimensão do impacto dos insetos na produção.
Bioinseticidas – Bacillus thuringiensis
Utiliza-se esta bactéria no controle de lepidópteros e coleópteros, seja na forma de bioinseticida ou como plantas transformadas que expressam toxinas dessa bactéria.
Esta bactéria está presente em amostras de solos de áreas cultivadas com culturas anuais ou perenes, áreas desérticas, ambientes aquáticos, superfície e interior de plantas, restos vegetais, insetos e pequenos mamíferos mortos, teias de aranha, grãos armazenados e locais inabitados
Devido à sua adaptação a diferentes habitats, o Bt produz uma grande gama de substâncias que utilizam-se para diversos fins, como, por exemplo, controlar doenças fúngicas em plantas.
Aplicação dos inseticidas
Na prática, antes de se tomar qualquer decisão, é fundamental ter em mente três questões relativas à tecnologia de aplicação: o que aplicar (qualidade do produto), como aplicar (qualidade da aplicação) e quando aplicar (momento da aplicação).
Além disso, antes de definir o que aplicar, é necessário fazer uma análise correta do problema a ser controlado. Dessa forma, é possível avaliar qual impacto econômico e ambiental esse problema poderá causar, caso não seja devidamente controlado.
Uma vez definido que é necessária uma intervenção, é preciso escolher o melhor produto a ser aplicado e determinar onde esse produto deve ser depositado, ou seja, identificar qual alvo deverá ser atingido.
É necessário planejar bem antes do plantio, para que a execução aconteça no momento certo e de forma correta.
(Fonte: AGROPÓS, 2020)
O sucesso de uma aplicação depende da capacidade operacional da fazenda, ou seja os equipamentos disponíveis devem permitir aplicar os defensivos de forma correta e no momento necessário.
Uso inadequado de inseticidas
Prejuízo à saúde humana
O uso de inseticidas também pode colocar a saúde das pessoas em risco. Pois para aplicação desses defensivos e necessário o traje de roupas adequados, para que não haja uma contaminação. Além do excesso de agrotóxicos nas plantas comestíveis pode acarretar em diversos problemas de saúde.
Resistência das pragas
O uso excessivo ou inadequado de inseticidas na lavoura pode, assim, ter como consequência o efeito contrário do desejado. Em vez de aniquilar as pragas que prejudicam a plantação, o inseticida, na verdade, acaba fortalecendo os parasitas.
Esse problema pode ocorrer por uma série de motivos. Entre os principais, podemos citar os seguintes como por exemplo aplicação de doses acima ou abaixo das recomendadas pelo fabricante ou até mesmo erro no manejo.
Prejuízo à cultura
A aplicação de inseticidas deve, necessariamente, seguir normas que garantam a proteção do meio ambiente. Caso contrário, os prejuízos podem ser muito grandes. Isso pode estar relacionado à quantidade ou à forma de aplicação e prejudicar diversos aspectos do meio ambiente como;
- Poluição do solo
- Poluição da água
- Desequilíbrio Biológico
Manejo integrado de pragas (MIP)
O uso das técnicas de Manejo Integrado de Pragas garante mais economia para os agricultores, que passam a gastar muito menos com defensivos agrícolas. Com uma programação baseada na análise de dados e no monitoramento das plantações, é possível reduzir o número de aplicações e ainda minimizar os estragos.
Dessa maneira, reduz-se a exposição dos trabalhadores a esses produtos, diminuindo os riscos à saúde decorrentes da manipulação desse tipo de material. Paralelamente, o MIP ajuda na manutenção do ambiente de produção e reduz as chances de contaminação ambiental.
Outra vantagem é o baixo investimento para a realização desse manejo e, claro, a estabilidade dos índices de produtividade da lavoura.
Além disso, é possível implementar essas práticas em propriedades de qualquer tamanho. Porém, é preciso lembrar que os profissionais precisam estar capacitados para executar o monitoramento, as análises e as aplicações de maneira segura e objetiva.
Conclusão
Portanto, os inseticidas agrícolas são os grandes responsáveis pelo controle de pragas nas lavouras e consequentemente pela qualidade dos alimentos. Porém, deve haver muito cuidado na hora de se utilizar esses recursos na plantação. Isso acontece porque, se usarem de forma inadequada, as consequências podem afetar os trabalhadores, a lavoura, o consumidor e até mesmo o meio ambiente.
Com isso, o manejo integrado de pragas (MIP) permite aplicar técnicas e métodos apropriados de forma compatível, mantendo a população da praga em níveis abaixo daqueles capazes de causar danos econômicos.