Os produtos florestais não madeireiros têm grande importância, não só pelo seu valor econômico, mas também pela contribuição ao sustento e à cultura de muitas comunidades tradicionais, como as comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas.
Esses produtos representam uma fonte alternativa de renda e garantem a preservação dos ecossistemas florestais, pois a extração desses itens é muitas vezes mais sustentável do que o corte de árvores para madeira. Além disso, a atividade extrativista tem um impacto menor sobre o meio ambiente, contribuindo para a conservação da biodiversidade e a manutenção dos serviços ecológicos.
Com a crescente demanda por produtos naturais e sustentáveis, o mercado de produtos não madeireiros tem ganhado destaque. Eles são utilizados em diversos segmentos como cosméticos, alimentos, farmacêuticos, bioenergia e na indústria de moda e artesanato.
Por exemplo, o óleo de andiroba, as castanhas do Brasil, o açaí, as resinas extraídas de árvores como o breu e o látex da seringueira, são produtos que geram riqueza de forma sustentável e contribuem para a economia local.
Portanto, os produtos florestais não madeireiros são essenciais para o desenvolvimento de um modelo econômico que prioriza a sustentabilidade e o uso responsável dos recursos naturais.
Importância dos produtos florestais não madeireiros
Os produtos florestais não madeireiros (PFNMs) são essenciais para a subsistência de muitas pessoas ao redor do mundo, especialmente para aquelas que vivem no interior ou próximas das florestas.
Além disso, os povos utilizam os PFNMs na alimentação, produção de medicamentos, cosméticos, construção de moradias, tecnologias tradicionais, produção de utensílios e muitos outros fins.
Os PFNMs desempenham um papel importante como alternativa econômica, pois podem reduzir o êxodo rural e as taxas de desmatamento. Em muitos casos, os produtos podem ser manejados de forma simples, alguns dentro da própria reserva extrativista administrada pelas comunidades.
De acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), cerca de 80% da população de países em desenvolvimento usa os PFNMs para suprir algumas de suas necessidades vitais.
Os produtos florestais não madeireiros podem vir tanto de florestas plantadas quanto de florestas naturais. Independentemente de sua origem, o manejo florestal é essencial para manter a atividade.
Por que fazer o manejo de produtos florestais não madeireiros?
O manejo adequado dos Produtos Florestais Não Madeireiros (PFNMs) é fundamental para garantir a sustentabilidade da extração e a preservação dos ecossistemas. Como você mencionou, a atividade extrativista pode ser realizada de forma responsável ou prejudicial, dependendo das práticas adotadas.
Fases do Manejo de PFNMs:
- Pré-coleta:
- A fase de pré-coleta envolve o planejamento e a avaliação da área a ser explorada. O objetivo é garantir que o local esteja em boas condições para o manejo e que as espécies a serem extraídas sejam mantidas de forma saudável e sustentável.
- Algumas atividades realizadas nesta fase incluem a seleção de espécies, a análise da biodiversidade local, e o estudo das condições do solo e clima.
- Coleta:
- A coleta ocorre quando os produtos florestais são efetivamente extraídos da floresta. O objetivo é garantir que a extração não danifique as plantas ou o ecossistema.
- Dependendo do tipo de produto, é fundamental seguir práticas como a coleta seletiva e a quantidade de material extraído de forma controlada, para que as plantas possam se regenerar adequadamente.
- Pós-coleta:
- Após a coleta, a fase de pós-coleta envolve a análise dos impactos da extração na floresta e o cuidado com a regeneração das plantas e da área extraída.
- As atividades incluem o monitoramento da saúde da floresta, a implementação de medidas de recuperação quando necessário e o acompanhamento da regeneração natural das espécies.
Os principais produtos florestais não madeireirios
Resina
A resina é uma secreção formada especialmente em canais de resina de algumas plantas como, por exemplo, árvores coníferas.
O setor brasileiro de produção de goma-resina ocupa uma posição de destaque no mercado mundial, passando de importador para a de exportador destes produtos e de seus derivados.
Hoje o Brasil, é o segundo maior produtor mundial, tendo à frente apenas a China, onde, 73,7% da produção se concentra na região Sudeste.
Borracha natural
Extraímos a borracha da seringueira (Hevea brasiliensis), que é uma das principais espécies florestais nativas do Brasil.
No início do século, o Brasil ocupava a primeira posição mundial na produção e exportação de borracha natural.
Porém, a partir de 1913, o Brasil perdeu mercado, disputando hoje com vários países.
Tanino
Taninos
Taninos são polifenóis de origem vegetal. Eles inibem o ataque das plantas por predadores, pois diminuem a palatabilidade, dificultam a digestão, produzem compostos tóxicos a partir da hidrólise dos taninos e protegem contra microrganismos patogênicos.
Óleos essenciais
Os óleos essenciais possuem propriedades terapêuticas como antissépticas, anti-inflamatórias e analgésicas, sendo usados na medicina alternativa, aromaterapia e cuidados com a saúde.
Extrai-se os óleos essenciais por técnicas como destilação a vapor, prensagem a frio ou extração por solvente, dependendo da planta e da parte utilizada. A destilação a vapor é comum para óleos de folhas e flores.
A demanda por esses óleos tem crescido, impulsionada pela busca por alternativas naturais para cuidados pessoais e tratamentos de saúde. Além disso, o mercado de cosméticos tem se beneficiado dos óleos essenciais devido às suas propriedades benéficas para a pele, cabelo e bem-estar geral.
Produtos vegetais
Fazendo parte de atividades extrativistas, movendo um mercado que cresce cada vez mais, o de produtos naturais advindos de fontes renováveis e sustentáveis.
O extrativismo vegetal não madeireiro, é regionalizado e abaixo podemos conferir a representatividade das regiões e sua produção nesse cenário:
- Região Norte: Açaí 93,1% e a castanha-do-pará, que hoje denomina-se, castanha-do-brasil 94,9%.
- Região Nordeste: Produção de amêndoas de babaçu 99,7%, fibras de piaçava 96,1% e pó de carnaúba 100,0%.
- Já na Região Sul: Entra com a participação da erva-mate 99,9% e pinhão 85,5% e cascas de acácia-negra.
- Por fim, na Região Sudeste: Com a produção de folhas de eucalipto 94,7%.
Os produtos florestais não madeireiros e as futuras gerações
O monitoramento das práticas extrativistas é essencial para garantir o uso responsável dos recursos. Certificações e selos ambientais comprovam a conformidade com normas de sustentabilidade.
Valorizar o conhecimento tradicional das populações locais é uma forma de preservar saberes passados de geração em geração. Esse conhecimento é vital para a sustentabilidade econômica, ambiental e cultural.
Integrando manejo sustentável, certificação e valorização do conhecimento tradicional, garantimos que as florestas continuem sendo uma fonte vital de recursos.