O milho é, sem dúvida, um dos mais importantes produtos do setor agrícola no Brasil, destacando-se tanto pela sua versatilidade quanto pela sua relevância econômica em diversos setores. Dessa forma, seja na indústria, na alimentação humana ou na nutrição animal, o milho desempenha um papel fundamental, contribuindo significativamente para o desenvolvimento do agronegócio.
Historicamente, o México é a origem mais provável do milho. Posteriormente, à medida que sua importância aumentava, o grão se firmou na América do Sul, onde, mais precisamente, sua origem está no sul do Peru. Além disso, o milho pertence à família Poaceae, que, por sua vez, é composta por várias espécies, sendo o milho (Zea mays) uma das principais e mais cultivadas.
No cenário mundial, o Brasil, por conseguinte, tem se destacado como o terceiro maior produtor de milho. Ademais, no solo brasileiro, o cultivo do milho já era amplamente praticado pelos povos indígenas, muito antes da chegada dos colonizadores. Dessa maneira, a cultura do milho já fazia parte da base alimentar de diversas comunidades, consolidando-se ao longo do tempo como um dos pilares da produção agrícola.
Quer saber mais? Então, vamos explorar, de maneira detalhada, a origem do milho no mundo e no Brasil, as melhores práticas de cultivo, a época ideal de plantio e a produtividade por área. Portanto, embarque nesta jornada e descubra tudo sobre uma das culturas de maior expressão econômica no agronegócio do país: o milho!
Origem do milho no mundo
O México é, portanto, a origem mais provável do milho. Os primeiros registros de seu cultivo foram feitos em ilhas próximas ao litoral mexicano. Assim, há pelo menos 7.300 anos, o milho já participa da história alimentar mundial. A família Poaceae, que reúne espécies de grande importância agrícola, contribui para a alimentação humana, a produção animal, além de gerar bioenergia.
Uma vez difundido no México, o grão se firmou como produto em países da América Central, como o Panamá, que possuem clima propício para seu cultivo, e também na América do Sul, segundo as informações da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
Na América do Sul, a origem do milho está mais precisamente no sul do Peru. Grânulos de milho foram encontrados há 4 mil anos, revelando que, já há cerca de 40 séculos, o alimento era cultivado nessa região do continente.
No entanto, com o período de colonização do continente americano e as grandes navegações que ocorreram durante o século XVI, o milho se expandiu para outras partes do mundo, tornando-se um dos primeiros itens na cultura mundial.
Com a chegada de Colombo ao continente americano, o milho embarcou em direção à Europa e se consolidou como fonte alimentar para as populações mais humildes. No entanto, por ser também utilizado como ração animal, o cereal era, por esse motivo, discriminado pela elite europeia.
Origem do milho no Brasil
No país o milho já era cultivado pelos índios antes mesmo da chegada dos portugueses. Já que eles utilizavam o grão como um dos principais itens de sua dieta.
Mas foi com a chegada dos colonizadores, há mais de 500 anos atrás, que o consumo do cereal no país aumentou consideravelmente. E passou a integrar o hábito alimentar da população.
De acordo com a Fundação Joaquim Nabuco, no período Brasil-Colônia, os escravos africanos tinham no milho, além da mandioca, como um de seus principais alimentos.
Produtividade x área
Por suas características fisiológicas, a cultura do milho tem alto potencial produtivo. Já tendo sido obtida produtividade superior a 17ton/ha em concursos de produtividade de milho conduzidos por órgãos de assistência técnica e extensão rural e por empresas produtoras de semente.
No entanto, o nível médio nacional de produtividade está por volta de 4.864 kg ha-1, ainda considerado baixo pelo potencial produtivo da cultura.
Demonstrando que o manejo cultural do milho deve ser ainda bastante aprimorado para se obter aumento na produtividade e na rentabilidade que a cultura pode proporcionar.
Métodos de plantio do milho
As mudanças que vêm ocorrendo nos sistemas de produção de milho no Brasil comprovam a profissionalização dos produtores.
Essas mudanças, associadas ao papel cada vez mais importante de técnicos, consultores e extensionistas das redes públicas e privadas. Além do maior fluxo de informações via medias especializadas. Têm levado o produtor a cada vez mais se profissionalizar no setor produtivo do agronegócio.
Além disso, várias tecnologias ligadas à cultura do milho foram implementadas. Ou ainda estão sendo implementadas no setor agrícola brasileiro. Dentre elas, destacam-se:
- Utilização de cultivares de alto potencial genético (híbridos simples e triplos) e de cultivares não transgênicas e transgênicas com resistência a lagartas e ao uso do herbicida glifosato.
- Espaçamento reduzido associado à maior densidade de plantio. Permitindo melhor controle de plantas daninhas, controle de erosão, melhor aproveitamento de água, luz e nutrientes. Além de permitir uma otimização das máquinas plantadoras.
- Melhoria na qualidade das sementes associada ao tratamento dos grãos. Especialmente o tratamento industrial, máquinas e equipamentos de melhor qualidade. Que garante boa plantabilidade e boa distribuição das plantas emergidas, garantindo assim maior índice de sobrevivência do plantio à colheita.
- Uso intensivo do Manejo Integrado de Pragas, Doenças e Plantas Daninhas (MIP).
- Correção do solo baseando-se em dados de análise. E levando em consideração o sistema, e não a cultura individualmente.
Qual a época ideal para o plantio?
A produção de milho no Brasil é caracterizada pelo plantio em duas épocas: primeira safra (ou safra de verão) e segunda safra (ou safrinha).
Os plantios de verão são realizados em todos os estados. Na época tradicional, durante o período chuvoso, que ocorre no final de agosto, na região Sul. Até os meses de outubro/novembro, no Sudeste e Centro-Oeste.
Na região Nordeste, esse período ocorre no início do ano.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) classifica como segunda safra a safrinha propriamente dita e a safra de inverno plantada em Rondônia, Tocantins e em determinadas regiões da Bahia e de Sergipe.
A safrinha refere-se ao milho de sequeiro. Plantado extemporaneamente, geralmente de janeiro a março ou até, no máximo, meados de abril.
Quase sempre depois da soja precoce e predominantemente na região Centro-Oeste e nos estados do Paraná, São Paulo e Minas Gerais.
Tem–se verificado, nos últimos anos, decréscimo nas área plantadas da primeira safra. Mas compensado pelo aumento do plantio no período da safrinha e no aumento do rendimento de grãos das lavouras de milho. Tanto na primeira safra quanto na safrinha.
Apesar das condições desfavoráveis de clima, os sistemas de produção da safrinha têm sido aprimorados e adaptados a essas condições. O que tem contribuído para elevar os rendimentos das lavouras também nessa época.
Produção de milho no Brasil
A safra de milho 2019/2020 do Brasil foi estimada pela Safras & Mercado em 105,8 milhões de toneladas. Ante previsão de 104,75 milhões de toneladas divulgada no mês passado.
A consultoria elevou a projeção de colheita do milho cultivado na primeira safra, para 23,2 milhões de toneladas. Enquanto reduziu a perspectiva da segunda safra, a safrinha, para 73,8 milhões de toneladas.
O recuo nas projeções para a safrinha deve-se à ocorrência de estiagem nas lavouras de Mato Grosso do Sul e Paraná.
Fonte: Conab (Companhia Nacional de Abastecimento)
Portanto, a importância do cultivo da cultura do milho se reflete na indústria, alimentação humana e animal, uma vez que é um vegetal de fácil propagação e um dos maiores impulsionadores da economia tanto do país quanto do mundo.
Além disso, seja pelo pequeno, médio ou grande produtor, o milho sempre foi, e continuará sendo, um cultivo de grande potencial, seja pelo apelo comercial, seja pela subsistência.
Ademais, é fundamental ressaltar a utilização de tecnologias como o sistema de plantio direto, a integração lavoura-pecuária, a agricultura de precisão e as melhores técnicas de irrigação, que têm permitido uma melhoria significativa do potencial produtivo das lavouras de milho.
Escrito por Juliana Medina.