soja

Soja: conheça mais sobre essa cultura e seu cultivo no Brasil!

A soja é uma das principais culturas alimentares da humanidade. Na gastronomia oriental a soja é conhecida como o “grão sagrado” devido às suas características nutricionais e medicinais.

A soja é uma das fontes mais ricas e baratas de proteínas e é um alimento básico na dieta de pessoas e animais em várias partes do mundo.

 

soja

 

Origem e história da soja

 

Alguns relatos mais antigos deste grão datam do período entre 2883 e 2838 A.C. Nessa época, as plantas de soja eram bastante diferentes das que conhecemos atualmente: elas eram rasteiras e cresciam ao longo dos cursos de rios.

O processo de domesticação teve início na China, a partir de cruzamentos naturais realizados por cientistas.

A introdução da soja no ocidente ocorreu apenas no final do século XV, coincidentemente durante o período das grandes navegações, o que marcou um momento de expansão global para o cultivo dessa planta.

 

Durante muitos anos, as pessoas utilizaram esta planta apenas de forma ornamental, até que, no século XVIII, pesquisadores europeus começaram a estudar a oleaginosa como fonte de nutrientes para animais e para a produção de óleo.

No entanto, as primeiras tentativas de cultivo em larga escala neste continente falharam devido a fatores como inaptabilidade climática, falta de conhecimento sobre a cultura, entre outros.

Nos EUA, atualmente o maior produtor mundial, Samuel Bowen introduziu a soja em 1765. Ele recebeu sementes da China e chamou a planta de ervilhaca chinesa, em vez de soja.

Na década de 1870, os agricultores começaram a plantar a soja como forragem para o gado, o que levou ao aumento de sua popularidade.

As plantas floresceram no clima quente e úmido do verão, típico da Carolina do Norte. Em 1919, fundaram a “American Soybean Association”.

Na época, os agricultores usavam apenas 20 variedades de soja, mas, 10 anos depois, após uma busca na China, os americanos tinham mais de 10.000 variedades.

Na década de 1940, os EUA se consolidaram como grandes produtores dessa oleaginosa, após a produção na China ser suspensa devido à Segunda Guerra Mundial.

Diversidade de uso da soja

No continente asiático, as pessoas consomem amplamente a soja em várias formas, como leite de soja e tofu, uma coalhada semelhante ao queijo cottage.

Além disso, germinam a soja para usá-la em saladas ou como vegetal, podendo também ser consumida assada como lanche.

O molho de soja, um líquido marrom e salgado, resulta da fermentação de soja e trigo triturados, tornando-se um ingrediente essencial na culinária asiática.

Além disso, outros alimentos fermentados de soja incluem tempeh, missô e pasta de soja fermentada.

No Ocidente, os principais produtos derivados da soja são o óleo extraído das sementes e suas proteínas. As sementes de soja contêm entre 18% a 23% de óleo e 38% a 44% de proteína, sendo essenciais para a produção de diversos produtos alimentícios.

O mercado converte esse óleo em margarina, maionese, gordura e molhos para salada. Além disso, mais de 70% da matéria-prima para a produção de biodiesel brasileiro provém desse óleo vegetal.

A indústria usa a proteína de soja principalmente na alimentação animal, para a produção de carne de porco, aves, ovos, peixe, carne bovina e leite.

Além disso, as indústrias utilizam a proteína de soja também na forma de concentrados, isolados de proteínas e proteínas texturizadas para consumo humano.

 

produtos soja

Produtos alimentares derivados da soja.

 

Como a soja veio para o Brasil

Em 1882, D’Utra publicou o primeiro relatório confirmando a introdução da soja na América do Sul. A Escola de Agricultura da Bahia iniciou o cultivo experimental dessa planta.

No entanto, somente com a introdução no estado de São Paulo, na Estação Agropecuária de Campinas, as sementes começaram a se espalhar, principalmente por meio dos imigrantes japoneses.

O estado que mais se assemelha, climaticamente, à região onde os cultivares americanos eram produzidos é o Rio Grande do Sul. Nesse estado, a cultura foi introduzida em 1914.

A década de 1970 foi crucial para a sojicultura nacional, com um aumento de dez vezes na produção entre 1970 e 1979. Esse crescimento ocorreu principalmente devido ao aumento da produtividade, visando atender à demanda do mercado externo.

Entretanto, a área de plantio de soja na região Sul aumentou tanto que não foi suficiente para suprir toda a demanda. Como resultado, a solução foi expandir o cultivo para outras regiões, a fim de atender a essa crescente demanda.

 

Dano causado pela ferrugem da soja.

 

Produção no Brasil

Essa expansão foi possível graças a avanços tecnológicos significativos. O principal avanço foi a obtenção de cultivares com a característica de “período juvenil longo”, o que permitiu o cultivo da planta em qualquer latitude do território brasileiro. Com isso, a região do cerrado tornou-se a maior região produtora do país, gerando um impacto econômico significativo e promovendo um crescimento sustentável na agricultura brasileira.

No ano de 1998, foi aprovada no país o plantio de soja transgênica, tolerante ao herbicida glifosato. Desde então, diversos cultivares resistentes a herbicidas e a insetos foram adotados e colaboraram para aumento na produtividade.

Hoje, o Brasil ocupa o posto de segundo maior produtor de soja do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos, com uma área de mais de 36 milhões de hectares e uma produção de 114,843 milhões de toneladas na safra 2018/2019. O maior produtor brasileiro é o estado do Mato Grosso, que responde com quase 30% da produção nacional, demonstrando sua relevância no cenário agrícola global. Esse crescimento contínuo reflete o investimento em tecnologia, práticas agrícolas sustentáveis e estratégias de manejo eficazes.

Métodos de plantio da soja

Outro fator que favoreceu a implementação da cultura da soja nos solos ácidos e poucos férteis do cerrado brasileiro foi a adoção do plantio direto. Produtores paranaenses começaram a adotar esta técnica na década de 1970, e ela ganhou um maior número de adeptos com a expansão da sojicultura para outras regiões do país.

plantação de soja

 

No sistema convencional, expõe-se o solo até o plantio da cultura, utilizando técnicas de preparação como a remoção da vegetação nativa, capinas (manual, por herbicidas ou mecânica), aração seguida de gradagem — com o objetivo de descompactar e nivelar o solo, aplicação de defensivos agrícolas e plantio realizado por semeadura manual ou mecanizada.

No plantio direto, o solo manuseia-se apenas durante o plantio, e restos vegetais de culturas permanecem no solo para protegê-lo.

Isso permite o aumento da matéria orgânica na área e a manutenção das características físicas do solo. Geralmente, o plantio direto acompanha-se da rotação de culturas, com a finalidade de reduzir o inóculo de pragas e patógenos, que aumenta nesse sistema.

Segundo a Embrapa, o plantio direto aumenta a produtividade nas lavouras em 30% quando comparado ao sistema convencional.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

A soja alimenta milhões de pessoas ao redor do mundo. No Brasil, cultivaram-na de maneira extensiva na década de 1970 e, hoje, ela é uma das principais geradoras de riqueza da nossa agricultura.

Sua expansão para a região de cerrado foi, sem dúvida, um marco importante e se tornou fundamental para nos tornarmos os segundos maiores produtores mundiais. Além disso, seu uso inclui a alimentação humana, animal e a produção de biodiesel, consolidando ainda mais sua importância.

No plantio convencional, realiza-se a aração e gradagem de solo, enquanto no plantio direto, o cultivo ocorre diretamente sobre a palhada da cultura anterior.

Avanços tecnológicos estão sendo feitos, de modo a aumentar a produtividade dessa cultura. Projeta-se que, em breve, o Brasil se torne o maior produtor mundial.

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