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Calcário agrícola: não basta saber aplicar, é preciso entender sua eficiência!

Calcário agrícola: não basta saber aplicar, é preciso entender sua eficiência!

A calagem é uma prática muito difundida entre os agricultores, mas ainda existem muitas dúvidas a respeito. Pensando nisso preparamos esse artigo onde irá abordar a eficiência do calcário agrícola no solo, afinal não basta somente saber aplicar. Quer ficar por dentro?

Acompanhe!

 

Calcário agrícola: não basta saber aplicar, é preciso entender sua eficiência!

 

Antes do plantio em si, é fundamental preparar o solo, garantindo nutrientes que farão a diferença para uma boa safra. Entre esses cuidados prévios, está a calagem ou a colocação de calcário no solo.

O procedimento torna os solos brasileiros mais férteis, melhorando os nutrientes da terra e diminuindo a quantidade de substâncias tóxicas. Afinal, nosso país é bem conhecido pela terra ácida (pH inferior a 5,5), com pouco cálcio e muito manganês e alumínio.

Mas, como você deve ter ouvido falar, muito sobre a aplicação do calcário agrícola . Mas e sua eficiência? Neste artigo vamos abordar tudo que você produtor precisar saber sobre esse tema. Vamos lá!

 

 

Mas afinal, o que é o calcário?

O calcário é uma rocha sedimentar composta por diversos minerais, sendo que tem quantidades acima de 30% de carbonato de cálcio (aragonita ou calcita). Por essa riqueza de minerais, ele ajuda a tornar os solos mais férteis e melhorar a produtividade das safras.

Esse tipo de rocha é formada pelo acúmulo de organismos inferiores como as cianobactérias ou no meio marinho pela precipitação de carbonato de cálcio na forma de bicarbonato.

O calcário também é encontrado em rios, lagos e no subsolo. Vale dizer que o Brasil está entre os principais países que produzem esse tipo de rocha, por isso a prática de fazer a calagem é uma frequente por aqui.

Além da aplicação de calcário no solo para mais produtividade, essa rocha é usada na produção de cimento, cal e vidro, além de ser um dos fundentes na metalurgia e também tem seu valor como pedra ornamental.

 

Solos no Brasil

 

Benefícios do calcário agrícola

  • Diminuição da implicação tóxica do Alumínio (Al);
  • Diminuição da retenção do Fósforo (P);
  • O aumento da disponibilidade do Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (MG), Enxofre (S) e Molibdênio (Mo) no solo;
  • O aumento da ação dos fertilizantes impedindo seu desperdício;
  • Amento da firmeza dos tecidos as agressões externas como pragas e ventos, através do cálcio viabilizado pelo calcário que entra na composição das células das plantas;
  • Aumento da performance microbiana e a saída de nutrientes pela decomposição da matéria orgânica;
  • Melhoramento dos atributos físicos do solo, gerando melhor aeração e circulação de água;
  • Aumento da evolução radicular, fazendo com que as plantas desfrutem os nutrientes de um volume maior de solo e as torna mais resistente a falta de chuvas;
  • Aumento da produtividade das culturas pelo resultado de um ou mais benefícios citados anteriormente.

 

Necessidade da calagem

A calagem visa elevar o pH do solo a um nível adequado (5,5-6,5), neutralizar o Al3+ e fornecer Ca e Mg.

Assim, a NC deve, no mínimo, atender a demanda de Ca e Mg da cultura (X) e no máximo neutralizar a acidez potencial (H+Al) do solo.

Dessa forma, após calcular a NC de calagem pelos diferentes métodos, deve-se verificar a seguinte condição: X< NC < (H+Al). Caso a NC seja menor que o valor de X, deve-se ignorar e recomendar o valor de X estabelecido para a cultura.

No entanto, a estimativa da NC por um método qualquer não deve ultrapassar o valor de (H+Al), no qual é determinado elevando o pH da amostra de solo em torno de 7,0, considerando que a aplicação de 1 t/ha de CaCO3 irá, em tese, neutralizar 1 cmolc dm-3 de acidez e elevar o teor de Ca trocável no solo em 1 cmolc dm3.

Necessidade da calagem

Na prática, esses valores não devem ser atingidos pois a taxa de recuperação de Ca pelo extrator não será de 100% e a eficiência da calagem não deve ser plena. No entanto, para fins de verificação da NC essa dedução é válida e adequada.

 

Quantidade de calcário

Quando as pressuposições da NC não são plenamente atendidas, deve-se calcular a quantidade de calcário (QC), de modo a corrigir a dose a ser usada. A QC pode ser calculada usando a seguinte fórmula:

 

Calculo de quantidade de Calcário

Calculo de quantidade de Calcário

 

Onde:

  • QC: quantidade de calcário (t/ha)
  • NC: necessidade de calagem (t/ha)
  • SC: superfície coberta com aplicação do calcário (%, 100% para aplicação em área total)
  • P: profundidade de incorporação do calcário (cm)
  • PRNT: poder relativo de neutralização total do calcário a ser utilizado (%)
  • Quando a quantidade de calcário recomendada é elevada (> 4 t/ha para solos argilosos ou >2 t/ha para solos arenosos), recomenda-se o parcelamento da dose em pelo menos duas aplicações, minimizando os riscos de uma supercalagem.

 

Aplicação de Calcário

Aplicação de Calcário

Fonte: AgroPós

 

A aplicação do calcário agrícola no solo pode ser

  • Incorporada, com aplicação seguida de operações de aração e gradagem;
  • Superficial, com aplicação sobre a superfície do solo sem revolvimento.
  • Como o calcário de maneira geral apresenta baixa solubilidade, a calagem incorporada tem sido uma opção muito utilizada por muitos agricultores.
  • No entanto, diversos trabalhos têm demonstrado a eficiência da calagem superficial, que possui a vantagem de não comprometer a estrutura do solo pelo distúrbio.

 

Quais são os tipos de calcário?

É importante conhecer os tipos de calcário que existem. Confira a seguir.

  • Calcítico: é o que contém maior teor de cálcio (45 a 55%) e menor de magnésio.
  • Magnesiano: esse fica com um teor intermediário de magnésio (5 a 12%).
  • Dolomítico: este tipo de calcário tem maior teor de magnésio (maior que 12%) e baixo teor de cálcio.

Vale lembrar que o tipo de calcário a ser usado é identificado com as análises do solo, já que seu uso fará a correção dos nutrientes da terra. Além desse ponto, cada cultura pede um grau de pH do solo específico.

 

Análise do solo

análise do solo é fundamental para que o agricultor possa diagnosticar as condições do solo tanto químicas como físicas, como os teores nutricionais, acidez e o tamanho das partículas, permitindo avaliar a necessidade de calagem, quanto e qual tipo de calcário agrícola deve ser utilizado e quais nutrientes devem ser fornecidos por meio de adubação.

Ou seja, a garantia de uma alta produtividade aliada a preservação do meio ambiente passa por um solo fértil e conservado e a análise do solo é fundamental para propiciar as melhores condições para as culturas desejadas.

 

Cuidados que devem ser tomados no uso dessa técnica

A aplicação ocorre três meses antes do plantio, para garantir que o insumo atue de forma satisfatória. Mas, como o calcário depende de umidade para a realização do condicionamento do solo, devem ser evitados períodos de seca para aplicação do produto.

Um dos problemas mais recorrentes na fase de aplicação é a super calagem, ou seja, a aplicação do calcário acima dos níveis recomendados ocasionada pela má distribuição, incorporação ou dimensionamento do insumo.

Essa condição faz com que ocorra a mineralização excessiva da matéria orgânica, tornando-a muito mais vulnerável ao processo de lixiviação, que é quando os nutrientes se movem no perfil do solo, se perdendo para as camadas mais profundas.

Adubação fosfatada no sulco de plantio ameniza a intensidade dos sintomas de deficiência de manganês, identifica que o excesso de cálcio devido à realização de super calagem proporciona o aparecimento deficiência de manganês nas plantas.

Outro efeito relacionado com o excesso de cálcio. O processo retrogradação faz com que os íons reajam com o cálcio e voltem a uma forma indisponível para as plantas.

Dessa forma, a calagem deve ser executada dentro das recomendações e especificações técnicas, a fim de gerar apenas benefícios a campo.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

A calagem apresenta uma série de benefícios como a regulação de pH, neutralização de metais potencialmente tóxicos e fornecimento de nutrientes importantes para as plantas.

Benefícios esses limitados pela execução satisfatória da aplicação, em períodos do ano em que o solo ainda tenha certo nível de umidade e respeitando todas as recomendações inerentes ao processo.

É fundamental conhecer as características da sua plantação para utilizar, com eficiência, essa importante estratégia para o aumento produtivo do solo da sua fazenda. Espero que esse artigo tenha te ajudado a entender melhor sobre o assunto.

 

Adubo para plantio de milho: entenda como alcançar altas produtividades!

Adubo para plantio de milho: entenda como alcançar altas produtividades!

Uma das etapas mais importantes de uma lavoura de milho é o seu plantio. É onde se define o potencial produtivo da cultura. A recomendação de adubação para esta cultura deve levar em consideração os teores disponíveis no solo e extraídos pela planta. Com isso preparamos esse artigo onde vamos falar tudo sobre o adubo para plantio de milho. Quer ficar por dentro de tudo?

Venha Comigo!

 

Adubo para plantio de milho: entenda como alcançar altas produtividades!

 

O Brasil é o 3º maior produtor mundial de milho, sendo que a produção total de milho na safra 2018/2019 foi de aproximadamente 99,984 milhões de toneladas, com uma produtividade média nacional de 5,7 toneladas ha-1.

A importância econômica dessa cultura está relacionada ao seu uso na alimentação animal, na produção de biocombustíveis, bebidas, polímeros etc.

Dessa forma, de maneira a se obter maiores produtividades é interessante que se conheça as exigências nutricionais da cultura do milho, bem como a adubação voltada a alta produtividade da cultura.

Com isso preparamos esse artigo para auxiliar o agricultor a entender a fundo sobre a adubação no plantio do milho.

 

 

Importância da cultura de milho

A importância econômica do milho é caracterizada pelas diversas formas de sua utilização, que vai desde a alimentação animal até a indústria de alta tecnologia.

Na realidade, o uso do milho em grão como alimentação animal representa a maior parte do consumo desse cereal.

O uso do milho em grão na alimentação humana, apesar de não ter uma participação muito grande, caracterizado principalmente por seus derivados, constitui fator importante de uso desse cereal em regiões com baixa renda.

Em algumas situações, o milho constitui a ração diária de alimentação, como ocorre no Nordeste do Brasil, em que o milho é a fonte de energia para muitas pessoas que vivem no semi-árido.

A importância do milho não está apenas na produção de uma cultura anual, mas em todo o relacionamento que essa cultura tem na produção agropecuária brasileira, tanto no que diz respeito a fatores econômicos quanto a fatores sociais.

Pela sua versatilidade de uso, pelos desdobramentos de produção animal e pelo aspecto social

 

Características do milho

O milho pertence à família das Poáceas (antiga família das gramíneas). É uma espécie anual, estival, cespitosa, ereta, com baixo afilamento, monóico-monoclina, classificada no grupo das plantas C-4, com ampla adaptação a diferentes condições de ambiente.

Para expressão de seu máximo potencial produtivo, a cultura requer temperatura alta, ao redor de 24 e 30°C, radiação solar elevada e adequada disponibilidade hídrica do solo.

As espiguetas masculinas são reunidas em espigas verticiladas terminais. O grão do milho é um fruto, denominado cariopse, em que o pericarpo está fundido com o tegumento da semente propriamente dito.

As espiguetas femininas se soldam num eixo comum em que várias ráquis estão reunidas (sabugo) protegidas por brácteas (espiga de milho). A flor feminina apresenta um único estigma (barba-do-milho).

 

Adubo para plantio de milho: NPK

Como qualquer outra planta, o milho necessita de nutrientes para seu desenvolvimento, tanto foliar, quanto do grão.

Esses nutrientes desempenham papéis diferentes nas plantas, agindo em diferentes tipos de crescimento, desenvolvimento, e fases da planta. Separamos três dos principais nutrientes mais consumidos e exportados pelo milho, dá uma olhada:

 

Nitrogênio

Está diretamente ligado à produção de biomassa e de grãos. A adubação nitrogenada pode ser feita parcelada, sendo que uma parte deve ser realizada logo na semeadura, e a outra parte em cobertura, antes da fase V5, para auxiliar na definição de fileiras e enchimento de grãos.

 

 Potássio

É o segundo nutriente com maior quantidade nas plantas, e é responsável pela formação foliar sadia, crescimento radicular e rendimento.

O milho absorve esse nutriente nas fases iniciais, até antes do florescimento, sendo assim, é recomendada a aplicação durante o plantio, e no máximo 30 dias após.

 

Checklist agrícola

 

Fósforo

É o nutriente que as terras agrícolas brasileiras mais são deficientes. Os adubos fosfatados aplicados ao solo se tornam disponíveis para as plantas por um certo tempo. Mas, logo as plantas não conseguem dependerá da análise de solo, e a forma de aplicação pode variar muito de produtor para produtor.

Além desses nutrientes citados, existem aqueles que a plantas extraem e exportam em menores quantidades (mas não são menos importantes), e que só será possível saber a sua real necessidade de adubação através da análise de solo.

 

Macronutrientes como adubo para milho

 

Enxofre (SO4)

O enxofre muitas vezes é negligenciado nos sistemas de produção. A utilização de fertilizantes cada vez mais concentrados e perca de matéria orgânica devido a práticas inadequadas de cultivo vem fazendo que sua disponibilidade caia nos solos ano após ano.

No entanto, é um nutriente bastante significativo para a cultura do milho, sendo que sua extração pode chegar a 20 a 40 kg de enxofre na forma de sulfato (SO4) por hectare para milho utilizado com silagem.

 

Cálcio (Ca) e magnésio (Mg) 

O Cálcio e o Magnésio apresentam extrações semelhantes pelas plantas de milho. O cálcio extrai de 35 a 30 kg por tonelada de matéria verde, enquanto é extraído de 30 a 25 kg de magnésio por tonelada de matéria verde.

Esses valores são próximos quando pensamos em altas produtividades de grãos.  Para esses dois elementos, a deficiência é verificada em solos muito ácidos onde a prática da calagem ainda é deixada de lado.

 

Micronutrientes para milho

No Brasil, o zinco é o micronutriente mais limitante à produção do milho, sendo a sua deficiência muito comum na região Central do país, onde predominam os solos sob vegetação de cerrado, os quais geralmente apresentam baixo teor de zinco no material de origem.

Nesta condição, a quase totalidade das pesquisas realizadas mostram resposta do milho à adubação com zinco, o mesmo não ocorrendo com os outros nutrientes.

Os métodos de extração e interpretação da análise do solo para micronutrientes ainda não estão bem estabelecidos. Mas alguns trabalhos de calibração têm sido feitos para o zinco com resultados satisfatórios.

 

Adubo para o plantio do milho

Uma vez que a fertilidade do solo tenha sido avaliada, deve-se fazer a recomendação de adubação.

Dessa forma, elaborado com base no comportamento dos nutrientes no solo e na fisiologia e nutrição da cultura consiste em:

  • Pré-plantio: Realização da calagem com o intuito de fornecer cálcio e magnésio e elevar a saturação por bases a 70%. A realização da gessagem, com o intuito de fornecer cálcio e enxofre, e a realização da fosfatagem, com o intuito de elevar os teores de fósforo do solo.
  • Sulco de plantio: No sulco de plantio, sugere-se que sejam fornecidos os nutrientes N, P2O5e K2O através de uma fonte mineral formulada que contenha os micronutrientes boro, cobre, manganês e zinco.
  • Adubação de cobertura: Na adubação de cobertura, sugere-se a aplicação de N e K2
  • Adubação foliar: Os nutrientes recomendados a serem aplicados via foliar são os micronutrientes Mn, Zn e Cu, sendo que a aplicação deve ocorrer ou no estágio vegetativo V4 ou R1.
  • Tratamento de sementes: No que diz respeito ao tratamento de sementes, recomenda-se a aplicação de Zn.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Agora que você conhece algumas informações importantes para a nutrição e adubação da cultura do milho. Pode-se realizar um manejo mais adequado às necessidades da cultura, o que certamente impactará na produtividade da mesma.

E Lembre-se que é preciso manter sempre em dia, e tenha sempre em mente que esse planejamento de adubação é essencial para que na colheita se obtenha bons resultados lucrativos.

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Entenda tudo sobre a fenologia da soja!

Entenda tudo sobre a fenologia da soja!

A soja pode ser considerada um dos grãos mais importantes da agricultura na atualidade, sendo a principal fonte de renda de muitas propriedades brasileiras. Mas você sabe sobre o estágios fenológico dessa cultura? Saber sobre o desenvolvimento da soja é algo indispensável para o planejamento da safra. Neste artigo vamos abordar tudo sobre a fenologia da soja.

Acompanhe!

 

Entenda tudo sobre a fenologia da soja!

 

cultura da soja certamente está entre a produção de grãos mais promissora que temos atualmente no país. Não é por menos que o Brasil tem sido o maior produtor mundial de soja há alguns anos.

Sendo que na safra 2020/21 o Brasil atingiu a produção de 135,861 mil toneladas de soja. O que representa um aumento de 8,8% do produzido na safra anterior.

Resultado diretamente relacionado com o aumento tanto da área total plantada de soja quanto dos índices de produtividade que cresceram entorno de 4%.

E tudo isso por sua vez, está diretamente associado as boas decisões e planejamento, mas para realizar um bom planejamento é preciso entender a fenologia da soja. Com isso preparamos esse artigo para auxiliar o agricultor.

 

 

História da soja

A soja é originária de uma região denominada Manchúria, localizada no nordeste da China. Entre o século XV e o começo do século XVII, os portugueses e espanhóis, seguidos por outros países europeus, exploraram o mundo de maneira intensiva em busca de rotas de comércio novas.

Foi então que, em XVII, eles descobriram e levaram a planta da China para o continente europeu. Durante quase dois séculos, a soja permaneceu apenas como uma curiosidade botânica, ficando exposta nos jardins da corte.

A sua chegada à América se deu por volta dos anos de 1890. Nos Estados Unidos, a princípio, ela foi cultivada como forrageira, sendo utilizada na alimentação animal.

No Brasil, a primeira notificação que se tem sobre a soja é de 1882, na Bahia, mas só em 1891 que novas cultivares foram introduzidas, visto que as primeiras não se adaptaram bem. Posteriormente, já nas décadas de 1940 e 1950, o cultivo se expandiu para o Paraguai, México e Argentina.

 

Fenologia da soja

O entendimento sobre a planta se dá, em parte, através do aprendizado da fenologia da soja, que compreende o estudo de como as plantas se desenvolvem.

Bom, você já sabe que quando falamos de fenologia da soja, as etapas de desenvolvimento são divididas em fase vegetativa e fase reprodutiva, certo? Mas agora vamos entender o que acontece exatamente em cada uma delas!

 

Checklist agrícola

 

Fase vegetativa

Nesta fase, é importante entender o critério para que uma folha seja considerada completamente desenvolvida. Uma folha é considerada completamente desenvolvida quando os bordos do trifólio superior (acima) a ele não estão mais se tocando.

Veja abaixo a representação esquemática dos estádios fenológicos vegetativos e reprodutivos do ciclo da soja

Representação esquemática dos estádios fenológicos

 (Fonte: Dekalb, 2021).

 

  • VE – Cuidado com patógenos, pragas do solo e com a presença de pombas na área;
  • VC – Período que pode durar de 3 a 10 dias, e é importante estar atento aos ataques de patógenos e pragas do solo novamente;
  • V1 – Caracterizado pelo primeiro nó. De novo, fique atento a ataques de patógenos do solo e pragas como coleópteros;
  • V2 – O segundo nó. Importante monitorar o ataque de pragas e doenças de solo. Nesse período, plantas daninhas também podem surgir e usar os recursos da soja;
  • V3 e V4 – No período dessas duas fases, devem ser observados, no mínimo, 10 nódulos por planta;
  • V5 – Período em que a planta apresenta cinco nós, e é o momento crucial para a definição do potencial da cultura;
  • Vn – Momento do enésimo nó, antes do surgimento de flores, e precede a fase reprodutiva.

 

Fase reprodutiva

Passando para a fase reprodutiva, veremos o período de florescimento e maturação da planta. Aqui, usamos a letra R para denominar as subdivisões, indo de R1 a R8.

A fase reprodutiva também está subdividida em 8 etapas que levam à tão aguardada colheita dos grãos. São:

  • R1 e R2 –R1 é marcado pelo início do florescimento, e R2 pelo florescimento completo. Nesse período, é fundamental monitorar o ataque de insetos e pragas, pois a planta está mais sensível a eles;
  • R3 –Quando começam a se desenvolver as vagens, momento sensível também às condições ambientais. Esse é o momento que define os componentes de rendimentos da planta;
  • R4 e R5 –Em R4, as vagens estão completamente desenvolvidas, e R5 marca o início da formação dos grãos. Fique atento, a fase R5 é subdividida em 5 pontos até o enchimento completo da vagem. Por isso, nesse momento, fique atento a ataques de sugadores, como percevejos. Um ataque nos pontos iniciais de R5 prejudica o desenvolvimento e pode afetar o tamanho e peso dos grãos;
  • R6 –Fase em que o grão ocupa toda a cavidade da vagem, e é o momento também em que se inicia o rápido amarelamento das folhas, até R8;
  • R7 –Fase em que se inicia a maturação fisiológica dos grãos, e estes apresentam cerca de 60% de umidade;
  • R8 –Momento de maturidade completa. Saiba que é importante esperar entre 5 e 10 dias para que a umidade atinja 15% ou menos, sendo 13% a umidade adequada para a colheita.

 

Fatores que afetam desenvolvimento da soja

Para obter bons resultados e garantir um desenvolvimento saudável da soja, é importante se atentar para alguns fatores importantes.

 

Época de semeadura

O ciclo da soja em questões de duração é importante ser pontuado que tal característica é resultante do balanço da interação genótipo-ambiente.

Mas de modo geral a soja se desenvolver bem em ambientes de temperaturas mais elevadas, na faixa de 20ºC a 30ºC, sendo o ideal mais próximo de 30ºC.

 

Adoção do plantio direto

Existem vários formas de plantio. No entanto, para a cultura da soja, recomenda-se a adoção do plantio direto, que além de proteger a qualidade do solo, fornece maneiras de maximizar o uso de adubos e protege as plantas dos efeitos da estiagem e do calor.

Outras vantagens do plantio direto é que ele também aumenta o teor de matéria orgânica, controla as plantas daninhas da soja e condiciona o ambiente para que se tenha um ciclo normal.

Segundo o conceito desta forma de plantio, após a colheita, a palhada deve permanecer intacta sobre o sol.

 

Preparo profundo do solo

De acordo com pesquisas, o preparo profundo do solo contribui de forma significativa para o aumento da produtividade da soja.

A técnica visa solucionar problemas práticos e tem como base a integração de diversas funções em uma única operação na lavoura.

Logo, o preparo do solo requer um planejamento integrado, levando em consideração o manejo de pragas da soja, doenças, plantas daninhas, fertilidade do solo e outros.

 

Semeadura

Depois de preparar o solo, é o momento de fazer a semeadura dos grãos de soja, de acordo com o calendário definido pelo Mapa. Para isso, faça as covas e as preencha com até três sementes de soja.

Em plantios de grande porte, há fileiras de trinta sementes por metro linear, sendo que o máximo que uma fileira pode comportar é de vinte e cinco plantas por metro linear.

 

Ajuste da adubação

Para atingir o potencial produtivo esperado, é necessário definir a quantidade e os tipos de adubos que serão utilizados a partir da análise e interpretação do solo.

Nesse sentido, pode-se realizar cálculo de adubação antes de realizar a reposição de nutrientes.

 

Controle de pragas, plantas daninhas e doenças

A presença de pragas, doenças e plantas daninhas podem minar a produtividade na soja. Sendo assim, é importante aplicar técnicas para combater esse tipo de problema.

No geral, agricultores utilizam o Manejo Integrado de Pragas (MIP), rotação de culturas e o uso de tecnologias.

O controle de pragas, plantas daninhas e doenças é importante para manter a produtividade e evitar danos, perdas e prejuízos financeiros.

 

 

Investimento em tecnologia

Hoje em dia, não faltam opções de recursos tecnológicos para auxiliar o produtor rural. Nesse sentido, é possível encontrar sistemas e softwares que ajudam otimizar os processos no campo bem como resolver problemas de produtividade da soja.

O ideal é que antes de começar utilizar qualquer solução tecnológica, o produtor consiga entender os problemas da sua propriedade e o que ele, de fato, necessita para solucioná-los.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

cultura da soja certamente está entre a produção de grãos mais promissora que temos atualmente no país. Não é por menos que o Brasil tem sido o maior produtor mundial de soja há alguns anos.

Saber sobre a fenologia da soja é algo indispensável para o planejamento da safra, assim como estar ciente dos principais fatores que podem afetar seus ciclo.

Espero que após a leitura desse artigo ficou mais esclarecido que para saber e entender o ciclo da soja vai depender da soma de vários fatores.

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Solo poroso: entenda sobre esse tipo de solo!

Solo poroso: entenda sobre esse tipo de solo!

Fundamental para condicionar o comportamento físico e hídrico do solo. A porosidade deve ser observada com atenção pelos especialistas em agricultura. Por isso preparamos esse artigo para te ajudar entender a fundo sobre a o solo poroso.

Venha Comigo!

 

Solo poroso: entenda sobre esse tipo de solo!

 

O que é a um solo poroso?

Porosidade do solo consiste no volume de áreas abertas (chamadas de poros) entre os grãos sólidos do solo.

Desta forma, é possível verificar quanta água fica retida naquele espaço e qual o período em que ela permanece por lá. Esta característica é fundamental para saber se o solo é útil para uma infinidade de plantios.

 

Solo poroso x solo não porosoEfeito da compactação do solo

Por meio deste estudo, você consegue descobrir qual é o fluxo líquido daquele solo, que é calculado por meio do tamanho dos poros e da quantidade em que eles estão presentes no espaço. É isso que define se o solo possui ou não uma alta permeabilidade.

Quanto menor a quantidade de poros, mais lenta será a absorção do solo diante da água, tornando o processo mais lento. Além disso, também é possível encontrar locais com permeabilidade zero. São espaços em que não há passagem de líquido. Pois mesmo que haja vários poros, eles não se conectam entre si.

 

 

Afinal, qual solo mais poroso arenoso ou argiloso?

O solo argiloso é menos permeável e, por isso, armazena mais água. O solo arenoso, comum principalmente no Nordeste, tem boa porosidade e é bastante permeável. A penetração da água até camadas mais profundas faz com que ele seja mais seco.

 

Compactação sobre o solo poroso

As plantas desenvolvem-se melhor em solos que não apresentam limitação ao crescimento radicular. Mas que ofereça bom contato entre as raízes e as partículas do solo.

Efeito da compactação no solo

(Fonte: FALKER, 2019)

 

Com a compactação, a porosidade total sofre reduções pela compressão exercida pelo maquinário, enquanto a densidade aumenta.

Em tais condições, a absorção de água e nutrientes pela planta é reduzida em função da impedância mecânica elevada, comprometendo a sua produção.

 

Dimensões da compactação do solo de um solo poroso

Para entender e poder agir na compactação, é preciso uma caracterização completa em 3 dimensões. Veja abaixo;

  • Localização:  avaliar quais áreas da lavoura sofrem com a compactação e quais não sofrem.
  • Intensidade: é a medida quantitativa mais direta da compactação. Dentre os vários métodos usados para sua determinação, destaca-se o do anel volumétrico, possuindo bordas cortantes e volume conhecido geralmente 50 cm3.
  • Infiltração de água: a taxa de infiltração de água no solo, que serve como indicação de sua condutividade hidráulica, é influenciada por outros fatores do solo, tais como a formação de crostas na superfície que provocam sensível diminuição na quantidade de água que penetra no perfil. A condutividade hidráulica serve, então, como medida comparativa para avaliação da compactação, usando o mesmo solo e a mesma quantidade de água.
  • Profundidade: para as plantas e para a estrutura do solo, é muito diferente uma camada compactada a 20 cm ou a 35 cm.

 

Solos no brasil

 

Tipos de porosidade do solo

Existem dois tipos fundamentais de porosidade nos materiais terrestres: primária e secundária.

 

Porosidade primaria

A porosidade primária é gerada juntamente com o sedimento ou rocha. Sendo caracterizada nas rochas sedimentares pelos espaços entre clastos ou grãos (porosidade intergranular) ou planos de estratificação.

Vale dizer que nos materiais sedimentares o tamanho e forma das partículas. O seu grau de seleção e a presença de cimentação influenciam na porosidade.

 

Porosidade secundaria

Já a porosidade secundária se desenvolve após a formação das rochas ígneas. Metamórficas ou sedimentares, por fraturamento ou falhamento durante sua deformação (porosidade de fraturas).

Um tipo especial de porosidade secundária se desenvolve em rochas solúveis. Como calcários e mármores, através de criação de vazios por dissolução, caracterizando a porosidade cárstica.

 

Porosidade nas plantas

(Fonte: Gênese e morfologia do solo, Gomes)

Porosidade total:

Macroporosidade (%): movimentação de água e ar;

  • Macroporos são resultado da disposição dos agregados, da ação da mesofauna e raízes e da expansão e contração da massa do solo.
  • Eles estão relacionados às trocas gasosas de oxigênio e gás carbônico e ao fluxo de água por gravidade: infiltração, drenagem e transporte de solutos.

Microporosidade (%): retenção de água;

  • Os microporos encontram-se intra-agregados e estão relacionados com a retenção de água devido à adesão molecular que prende gases, vapores ou matérias em solução na superfície de corpos sólidos;
  • Por adsorção, eles prendem por afinidade molecular a água a maiores tensões e a torna menos disponível para as plantas;
  • Os microporos estimulam o desenvolvimento de pêlos absorventes do sistema radicular, a colonização por fungos e bactérias além da difusão de nutrientes. Vale dizer que quanto maior a proporção de micro em relação aos macroporos de um solo, menor é a infiltração de água e pior o arejamento (troca gasosa).

 

O cálculo da porosidade do solo poroso

Esta propriedade física é de extrema importância pois influi em fatores como: retenção, movimento e disponibilidade de água; arejamento; disponibilidade de nutrientes; resistência à penetração de raízes; estabilidade de agregados e compactabilidade dos solos.

Cálculo da porosidade

solo poroso

 

Em relação aos poros, estes podem ser divididos devido aos seus tamanhos e funções. Entre os poros mais importantes temos, os microporos (menores que 0,03 mm), que realizam a retenção e armazenamento de água no solo e os macroporos (maiores que 0,1 mm) que fazem a drenagem da água no solo e mantêm o solo com a presença de ar.

 

Controle de compactação do solo do solo poroso

O controle de compactação do solo é indispensável e importante para agricultura. Não basta que o solo adquira boas propriedades e preciso alguns cuidados como:

 

Controle de tráfego maquinário

É uma técnica viável, o uso de piloto automático para auxiliar na definição dos rastros onde será feito o tráfego controlado durante toda condução da lavoura.

Essa técnica limita a área compactada e mantém o restante da lavoura livre do problema de compactação do solo e de amassamento de plantas.

 

Controle de tráfego animal

A compactação do solo com o pisoteio animal, é agravada pela remoção da vegetação pelo pastejo, pode diminuir a taxa de infiltração, aumentar a erosão e reduzir o crescimento radicular das plantas.

É importante ressaltar que essa compactação depende da classe do solo e o teor de umidade, da taxa de lotação animal.

No entanto é indispensável o cuidado desses tráfegos de animais em áreas de recuperação, onde o recomendado e adotar algumas técnicas de manejo para evitar essa compactação direta no solo em que deseja cultivar.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

De maneira geral, a atividade agrícola prolongada tem causado problemas como a compactação.

Dessa forma, diminuem a porosidade total do solo e a macroporosidade. Que são de fundamental importância para as trocas gasosas, a infiltração e na movimentação da água por difusão ou fluxo de massa. Tão importantes para a absorção de nutrientes.

Com isso é importante que realize o monitoramento para evitar esses acontecimentos em sua propriedade. Se você gostou desse conteúdo sobre o solo poroso e se te ajudou e esclareceu suas dúvidas. Comente e compartilhe em suas redes sociais!

Escrito por Michelly Moraes.

Conheça todas as fases do trigo!

Conheça todas as fases do trigo!

trigo é uma cultura de grande importância econômica e alimentícia, pois faz parte da dieta de praticamente toda a população mundial. Tendo em vista essa importância, preparamos um artigo que irá abordar sobre as fases do trigo, permitindo que o agricultor entenda todo esse processo de desenvolvimento.

Acompanhe!

 

Conheça todas as fases do trigo!

 

trigo é um dos cereais mais consumidos do mundo, junto com o milho e o arroz, situação que torna esse alimento um ingrediente básico na mesa de várias famílias de diversos países.

Atrás apenas do milho, a produção mundial do cereal em 2020 foi de 773 milhões de toneladas, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês).

Por ser um alimento básico, utilizado na produção de diversos produtos, o trigo é visto como uma cultura rentável e economicamente estável.

Preparamos este artigo para te ajudar a entender melhor sobre as fases dessa cultura que tem uma grande importância mundial.

 

 

Origem do trigo

O trigo é uma gramínea (família Poaceae), herbácea com metabolismo C3. Seu centro de origem e domesticação é o chamado “Centro médio-oriental”, mais especificamente entre os rios Tigre e Eufrates, no crescente fértil” na antiga Mesopotâmia.

Assim, os primeiros relatos de domesticação do trigo datam de 9.500 a.C. Ele evoluiu de uma gramínea ancestral silvestre comum com outros cereais.

No Brasil, o trigo chegou provavelmente em 1534 com Martim Afonso de Souza, que o introduziu na capitania de São Vicente, no que seria parte de São Paulo hoje.

A adaptação do trigo ao clima brasileiro foi tão rápida e eficiente, que outras regiões do país também começaram a desenvolver suas próprias culturas.

 

Principais classificações do trigo

O trigo é uma cultura que pode ser classificada de acordo com algumas variáveis que são:

  • Espécie;
  • Época de plantio (trigo de inverno ou de primavera);
  • Dureza dos grãos;
  • Tipo de farinha a serem produzidas.

Quanto à espécie do grão, temos 3 espécies, sendo elas Trigo comum (Triticum aestivum L.); Trigo “Durum” (Triticum turgidum L.); Trigo Einkorn (Triticum monococcum L.). Vamos falar abaixo sobre cada uma delas.

 

Trigo comum (Triticum aestivum L.)

Essa é a espécie mais cultivada no mundo, sendo utilizada para a fabricação de pães. O trigo comum representa 80% da produção mundial, incluindo o Brasil.

Outra espécie bem semelhante ao trigo comum é o T. compactum – ou trigo clube – bastante usado na fabricação de bolos e bolachas não crocante, pois possui menos glúten.

 

Trigo “Durum” (Triticum turgidum L.)

Essa espécie tem alto conteúdo de glúten, conferindo maior firmeza após cozimento do grão.

O trigo “durum” dá origem à semolina (resultado da moagem incompleta de cereais), sendo por isso indicado para massas, triguilho e cuscuz, além de alguns tipos de pães.

 

Trigo Einkorn (Triticum monococcum L.)

Considerado como uma espécie ancestral, o Einkorn pode ter dado origem às espécies de trigo cultivadas atualmente.

Embora ainda seja cultivado em regiões específicas do mundo, essa espécie tem despertado interesse por produzir um glúten menos alergênico, sendo adotado para ser uma boa alternativa para os celíacos.

 

Fases de desenvolvimento do trigo

O ciclo de desenvolvimento do trigo pode ser dividido em três fases: vegetativa, reprodutiva e enchimento de grãos.

Em cada uma das fases, estádios específicos determinam acontecimentos importantes na formação do rendimento de grãos, sob o ponto de vista tanto da quantidade quanto das características de qualidade tecnológica (classificação comercial dos grãos).

 

Ciclo de Desenvolvimento do Trigo

(Fonte: Sementes Webber,2019)

 

O ciclo da cultura de trigo é dividido em 5 fases:

  • Plântula: fase em que ocorre a germinação da semente, isto é, a emergência da plantinha na superfície (5 a 7 dias). A partir das emergências dá-se a fase de plântula com o aparecimento das 3 primeiras folhas verdadeiras (12 a 16 dias);
  • Perfilhamento: abrem-se as folhas e surgem os perfilhos (7 a 8 unidades). Esta fase dura 15 a 17 dias;
  • Alongamento: nessa fase há o aparecimento do primeiro nó do colmo, a planta cresce, aparece a folha – bandeira (última da planta). Esta fase dura 15 a 18 dias, sendo que no final dá-se o emborrachamento;
  • Espigamento: emergência completa da espiga, floração, frutificação e início de enchimento dos grãos. Dura entre 12 e 16 dias;
  • Maturação: término de enchimento dos grãos, maturação do grão, folhas e espiga secam. Esta fase dura 30 a 40 dias.

Fundamentalmente temperatura, luz e água condicionam a adaptação do trigo a diversas regiões. As variedades de trigo indicam as suas exigências de clima. Em linhas gerais as necessidades são:

  • Para emergência
  • Temperatura no solo em torno de 15ºC, umidade em torno de 120mm. (50-200mm.).
  • Até o perfilhamento
  • Temperatura entre 8 e 18ºC, umidade de 55mm./mês (30 a 80mm.).
  • Fim do perfilhamento ao espigamento
  • Temperatura entre 8ºC e 20ºC e chuvas mensais em 40mm

 

Fatores afetam o desenvolvimento do trigo

Entenda a seguir o que você precisa fazer para garantir o bom desenvolvimento, rendimento e produtividade da sua lavoura de trigo.

 

Solos no brasil

 

Época de semeadura

A época de semeadura do trigo pode variar conforme o município. Por isso, o recomendado é considerar o zoneamento para a cultura.

 

Arranjo das plantas

O arranjo da cultura de trigo consiste em como as plantas devem ser distribuídas, considerando a combinação de populações de plantas com o espaçamento entre linhas.

Nesse sentido, a área pode ser modificada pela variação desses dois fatores, o que define a área disponível para cada planta de trigo na lavoura.

 

Densidade de semeadura

A densidade a ser adotada na cultura de trigo deve considerar a indicação para cada cultivar e região produtora, conforme indicação técnica das instituições de pesquisa e/ou dos obtentores das cultivares.

 

Espaçamento e profundidade de semeadura

Em relação ao espaçamento, recomenda-se uma distância entre linhas de 17 cm. O máximo é de 20 cm. Já a profundidade de semeadura, por sua vez, deve variar de 2 cm a 5 cm.

 

Solo

Assim como os demais fatores, a escolha do solo utilizado no plantio também é fundamental. Sendo assim, considere locais com textura média (argiloso e arenosos), profundos, drenados, férteis, pH 6,0, saturação de bases entre 40 e 60%, em áreas planas ou com pouco declive.

Você também deve evitar solos cascalhentos e áreas sujeitas a encharca mento. Já em solos do cerrado, será necessário corrigir a acidez e praticar adubação.

 

Correção e adubação

Quando se trata de nutrição, o trigo é relativamente exigente.

Desse modo, a cultura necessita de elementos minerais como Nitrogênio (N), Fósforo (P²O²), Potássio (K²0), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg), Enxofre (S), Boro (B), Cloro (CI), Cobre (Cu), Ferro (Fe), Manganês (Mn), Molibdênio (Mo) e Zinco (Zn). Dentre esses, os mais requeridos são o Nitrogênio e o Fósforo.

A partir dos resultados e recomendações da análise de solos, têm-se indicações para uso de corretivos de solo (calcário dolomítico ou magnesiano) e fertilizantes diversos.

 

Irrigação

Geralmente, a exigência de água pelo cultivo do trigo, ao longo do ciclo, depende do seu potencial de produção. Em média, produz-se 8 kg de grãos por milímetro de lâmina de água aplicado.

Dessa forma, para obter uma produtividade de 4.800 Kg/ha de grãos, por exemplo, será necessário uma lâmina de 600 mm de água ao longo do ciclo;

Agora, quanto aos métodos de irrigação para pequenas e médias áreas, as sugestões são:

  • Irrigação por aspersão: com conjunto motobomba, tubos e aspersores ou com mangueiras e aspersores;
  • Irrigação por superfície: com sulcos em contorno, paralelos às linhas (fileiras) de trigo, tubos janelados levam a água aos sulcos.

 

Controle de pragas e doenças

Normalmente, a praga mais comum na cultura de trigo é a Broca-do-colo, também conhecida como lagarta-elasmo ou por Elasmopalpus lignosellus, seu nome científico.

Umas das doenças mais comuns nessa cultura é a helmintosporiose (mancha-foliar do trigo), causada pelos fungos Bipolaris sorokiniana (Sacc.in Sorok) Schoem (forma assexuada) e Cochliobolus sativus (Ito e Kurib) Drechs.ex.Dast (forma sexuada).

A helmintosporiose pode aparecer em qualquer fase do ciclo do trigo. Geralmente, os fungos se estabelecem nas folhas, colmo, espigas, grãos e sistema radicular. Com isso é indispensável o monitoramento nas lavouras.

 

Colheita

A colheita do trigo deve ser feita entre 110 e 120 dias após o plantio. Para reconhecer o momento ideal, observe se a planta atende as seguintes características:

  • Coloração amarelada (típica de palha);
  • Espiga está começando a dobrar;
  • Grãos de trigo estão duros e resistentes à unha.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Como acompanhamos no artigo, a cultura do trigo vai além do prato do brasileiro. Embora não seja produzido em todo país, o trigo é consumido por quase todo território nacional, portanto, a demanda interna não é suprida pela produção. Assim, importamos metade do trigo consumido por aqui.

Neste artigo podemos observar a importância das fases de desenvolvimento do trigo, e os cuidados que precisamos tomar para não afetar essas fases.

E aí, conseguiu entender sobre as fases do trigo? Se você gostou desse conteúdo e te ajudou e esclareceu suas dúvidas. Comente e compartilhe em suas redes sociais!

Escrito por Michelly Moraes.