Estrutura do solo: classificação e o manejo do solo!

Estrutura do solo: classificação e o manejo do solo!

A estrutura do solo é uma propriedade física central tanto para a classificação de horizontes do solo, quanto para analisar as relações e impactos dos manejos aplicados a esse solo.

 

Estrutura do solo: classificação e o manejo do solo!

 

Para criar um bom plano de manejo de solo, é essencial a busca e aplicação de conhecimentos das mais distintas áreas relacionadas a ciência dos solos.

Aspectos químicos do solo, como: PRNT, CTC, gessagem, adubos, micronutrientes e nutrição de plantas foram alguns dos assuntos já abordados em outros artigos do blog da Agropós.

Dessa forma, dedicaremos nesse artigo uma compreensão inicial ao que seria o outro lado dessa moeda os aspectos relacionados a física desse solo.

A estrutura do solo é um parâmetro central e didático para ser estudado e analisado e com isso poder inferir as causas que podem estar prejudicando o desenvolvimento dada cultura de interesse.

Assim, entender e saber avaliar qual é a estrutura de um solo é fundamental não só os que desejam classificar um horizonte do solo, mas também poder relacionar com os impactos causados em função do manejo do solo.

Mas, antes de falarmos da classificação e da importância da estrutura para o manejo do solo, que tal relembrar alguns conceitos básicos e essências para o entendimento do que é a estrutura do solo?

 

 

O que é a estrutura de um solo?

Desde de características e condições de aspecto visível até a estrutura de organização dos minerais compõe um agregado do solo.

Para uma visão mais inicial e didática, podemos pensar a estrutura do solo também através desse famoso gráfico de setores.

 

Estrutura do Solo

(Fonte: Molina Jr., 2017).

 

Os valores de porcentagem para os diferentes componentes do solo (ar, água, minerais e M.O), como apresentados retratam uma condição bem equilibrada. Onde o ar, crucial para a respiração das raízes e a demais biota do solo, ocupa os espaços entre os agregados do solo, classificados como macroporos. E água, por sua vez, também necessária para uma série de processo e dinâmicas do solo, vai ocupar os chamados microporos do solo.

Essas são proporções dos componentes do solo são passiveis de se alterarem conforme as condições do solo no momento. Como, por exemplo, faixas do solo que sofrem mais impactos das atividades de mecanização de uma área. O que certamente faz com que a porcentagem de ar diminua. Em outras palavras, a formação de uma estrutura compactada.

 

Solos no Brasil

 

Como a estrutura do solo é classificada?

A classificação da estrutura do solo não está entre os aspectos morfológicos de um solo mais complicados de ser avaliados. Principalmente se comparada com a classificação das camadas de um solo. Tema desse outro texto do blog da Agropós: Veja Quais são as Principais Camadas do Solo!

Mas, tratando-se da estrutura do solo, sua classificação leva em conta três aspectos diretamente relacionados aos agregados do solo: a forma, o tamanho e o grau de desenvolvimento.

 

Formas das estruturas do solo

A classificação da forma nada mais é do que descrição da geometria apresentada pelo agregado do solo analisado. Podendo ser encontrado agregados do solo com as seguintes formas geométricas: laminar, prismática, colunar, bloco angular, bloco subangular e granular.

 

Estrutura do Solo

Representação esquemática das formas de agregados que pode apresentar a estrutura do solo. (Adaptado de: Capeche, 2008).

 Como o tipo de mineral, a presença de agentes cimentantes (água e M.O), forças físicas, o tamanho das partículas, o pH e até mesmo as cargas do solo em questão. Devido a isso as estruturas do solo pode auxiliar na identificação e classificação de classes de solo.

Aos que desejam relembrar ou saber quais são os tipos de solo e integrar mais conhecimento para um entendimento mais amplo estrutura do solo. Recomendo o seguinte texto: 13 Tipos de Solo que você Precisa Conhecer!

Não é incomum a ocorrência de mais de um tipo de forma de estrutura quando se está analisando um perfil de solo.

 

Tamanho e grau de desenvolvimento das estruturas do solo

O tamanho das estruturas do solo, como você mencionou, está diretamente relacionado com a intensidade de revolvimento do solo, que pode ser influenciado por fatores como o uso de máquinas, práticas de manejo e condições climáticas, como a chuva. Essas estruturas, conhecidas como agregados do solo, têm um papel crucial na sua qualidade e na dinâmica de água, ar e nutrientes.

Classificação das Estruturas do Solo:

  1. Tamanho dos Agregados:
    • Muito pequeno: Estruturas que são mais suscetíveis ao impacto da chuva e ao rolamento, com maior tendência ao aumento da compactação.
    • Pequeno, Médio e Grande: Agregados que podem indicar diferentes níveis de manejo e variabilidade no solo. Agregados maiores tendem a ter maior estabilidade e resistência à compactação.
    • Muito grande: Esses agregados são raros, mas indicam solos com boa estruturação e resistência a processos erosivos, porém, ainda podem sofrer impactos devido ao uso inadequado de maquinário.
  2. Grau de Desenvolvimento da Estrutura do Solo:
    • Sem estrutura (sem coesão): Solos como as areias de praia, onde não há agregação entre as partículas de solo, levando a maior porosidade, mas também à maior vulnerabilidade à erosão e compactação.
    • Com estrutura: Solos que apresentam alguma coesão entre as partículas, com a capacidade de formar agregados mais resistentes, classificados como:
      • Fraca: A coesão é limitada e pode ser facilmente quebrada por impacto ou revolvimento excessivo.
      • Moderada: A coesão é mais resistente, mas ainda pode ser comprometida por práticas inadequadas de manejo.
      • Forte: Agregados mais coesos que resistem bem ao revolvimento, apresentando maior capacidade de retenção de água e nutrientes e menor vulnerabilidade à erosão.

Relação com a Intensidade de Revolvimento:

Exatamente! O uso intensivo de maquinários pesados pode levar à diminuição da coesão dos agregados do solo, resultando em sua compactação. Isso ocorre porque a pressão exercida pelos pneus ou trilhos das máquinas força as partículas de solo a se aproximarem, reduzindo o espaço entre elas e diminuindo a porosidade.

Com menos poros, a capacidade do solo de reter água, ar e nutrientes diminui, o que pode prejudicar o crescimento das plantas e a saúde do solo.

Além disso, a compactação do solo pode afetar negativamente sua estrutura, dificultando a penetração das raízes e o desenvolvimento de organismos benéficos, como as minhocas. A longo prazo, isso pode levar a uma degradação da qualidade do solo e à diminuição da sua produtividade.

O controle do uso de maquinário é essencial para preservar a estrutura do solo. A escolha adequada das máquinas é fundamental.

A rotação de atividades agrícolas também ajuda a evitar a compactação excessiva. O manejo sustentável do solo deve ser uma prioridade. Práticas como o uso de cultivos de cobertura ajudam a manter a saúde do solo. A diminuição da intensidade do revolvimento também contribui.

Solos com agregados pequenos ou fracos são mais suscetíveis a problemas. Isso compromete a aeração do solo e reduz a produtividade.

A gestão adequada das práticas de manejo evita danos irreparáveis. A escolha das ferramentas e o momento do manejo são fundamentais para o sucesso.

 

Importância e influência da estrutura no manejo do solo

Bem, agora que você relembrou ou aprendeu um pouco mais sobre como é a estrutura de um solo e sua classificação, podemos falar sobre algumas das relações que tal propriedade pode exercer junto ao manejo do solo.

Um exemplo interessante é pensarmos na velocidade de infiltração da água no solo e como as diferentes estruturas podem influenciar nesse processo. A imagem a seguir ilustra bem essa ideia.

Estrutura do Solo

Representação esquemática da infiltração da água em solos de diferentes estruturas (Fonte: Crim, 2015).

 

Note que caminho da água no solo de estrutura granular será muito menor do que em um solo de estrutura laminar. Esse pequeno detalhe pode ter influencia quanto a melhor aptidão de um solo. 

Como dito anteriormente, um solo bem estruturado e equilibrado, dificilmente sofrerá problemas de desenvolvimento de plantas por má areação ou compactação.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Espero que, após a leitura deste artigo, você tenha entendido um pouco mais sobre o que é a estrutura do solo. Além disso, compreendido como ela pode ser classificada e como isso pode refletir em situações práticas no campo. Adicionalmente, é importante notar como questões da física e da química do solo se correlacionam, como, por exemplo, as cargas presentes no solo.

Essa versão mantém o seu estilo de escrita e inclui conectores para facilitar a transição entre as ideias. Aos que quiserem saber mais sobre a influencia das cargas de um solo, recomento o seguinte texto: CTC do Solo: 6 Perguntas para Ficar por Dentro do Assunto!

Para mais artigos como esse e de outros assuntos de seu interesse continue navegando aqui no blog da Agropós.

 

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