Análise do solo: ferramenta indispensável na agricultura!

Análise do solo: ferramenta indispensável na agricultura!

Você já parou para pensar a importância da análise do solo para agricultura? Neste artigo você vai encontrar as repostas para essa pergunta, além de conhecer os procedimentos adequados para diagnosticar o solo em que deseja cultivar.

Venha comigo!

 

Análise do solo: ferramenta indispensável na agricultura!

 

A análise do solo é fundamental para que o agricultor possa diagnosticar as condições do solo tanto químicas como físicas, como os teores nutricionais, acidez e o tamanho das partículas, permitindo avaliar a necessidade de calagem, quanto e qual tipo de calcário deve ser utilizado e quais nutrientes devem ser fornecidos por meio de adubação.

Ou seja, a garantia de uma alta produtividade aliada a preservação do meio ambiente passa por um solo fértil e conservado e a análise do solo é fundamental para propiciar as melhores condições para as culturas desejadas.

 

Principais objetivos da análise do solo  

Essas amostras a serem coletadas do solo anualmente, geralmente é feita antes do plantio das culturas, sejam anuais ou perenes. Através dessa técnica é possível;

  • Identificar fatores limitantes de rendimento de cada propriedade;
  • Indicar a capacidade de fornecimento de nutrientes do solo, servindo de ponto de partida para o uso de recomendação de fertilizante e calcário;
  • Identificar e entender a variabilidade natural da sua fazenda;
  • Monitora a fertilidade do solo e as tendência a longo prazo, de forma que os programas de manejo de nutrientes possam ser ajustado para atender as metas.

 

 

Tipos de análise do solo

 A análise de solo mais utilizados pelo produtor rural são:

Análise química básica:  Assim você saberá como está a integridade frente ao manejo do solo, já que tanto o plantio direto ou convencional, com ou sem rotação, adubação verde, diferentes culturas, entre outros, influenciam na disponibilidade de nutrientes no solo.

Analise química completa: A principal ferramenta utilizada para avaliar a fertilidade do solo é a análise química de solo. É o tipo de verificação que é feita quando é necessário que sejam avaliados todos os macronutrientes e os micronutrientes do solo. Ou seja, o dimensionamento é em cima de todo nutriente que a planta necessita em grande quantidade (macronutrientes) e também os que são necessários em doses menores (micronutrientes).

Análise granulométrica: Determina a proporção de constituintes do solo (areia, silte, argila) que influenciam no correto uso e manejo, indicando risco de erosão, disponibilidade de água para as plantas, o uso econômico de adubos, a mecanização adequada e qual a melhor cultura. Complementa a análise química, garantindo maior segurança para o diagnóstico.

É importante que elas sejam realizadas em conjunto, para que seja possível relacionar as proporções de nutrientes e acidez com o potencial de uso e manejo do solo. O resultado das duas análises permite a elaboração de um diagnóstico de fertilidade mais preciso.

 

Nutrição Mineral de Plantas: Macronutrientes.

 

Importância da análise química no planejamento agrícola

A importância da análise química do solo é de avaliar a fertilidade do solo informando os parâmetros associados à acidez, teor de matéria orgânica, e disponibilidade de nutrientes, em razão de que a análise influencia na qualidade de todo planejamento agrícola.

Abaixo na tabela mostra a os nutrientes base das plantas, pois cada macro e micronutriente são essências ao crescimento das plantas e importantes para todo o processo agrícola.

 

Tabela 1: Nutrientes e as formas químicas como são absorvidas pelas plantas

Tabela 1: Nutrientes e as formas químicas como são absorvidas pelas plantas

(Fonte: Agropos,2019)

 

Esse tipo de análise é muito eficaz quando não há nenhuma informação sobre a propriedade, para novas áreas ou mudança brusca de sistema produtivo. Outra indicação é nos casos em que ocorreu algum problema nutricional na safra anterior e ele não ficou claro.

A partir do resultado do laudo é feita a prescrição para o uso prudente de fertilizantes e corretivos, possibilitando maior produtividade e ao mesmo tempo lucratividade ao agricultor, além de um maior cuidado com o meio ambiente.

 

Importância da análise física no planejamento agrícola

Através da análise física você conhece a textura do solo, ou seja se contem argila, silte e areia. Identificando as diferenças em cada pedaço de sua propriedade você consegue perceber os melhores manejos para cada talhão.

Essa diferenciação possibilita conhecer o potencial de uso e manejo do solo na área, como por exemplo, a disponibilidade de água para as plantas, risco de erosão e potencial de mecanização, entre outros.

 

Tabela 2: Relação entre textura e propriedades do solo.

Tabela 2: Relação entre textura e propriedades do solo.

 (Fonte: Agropós, 2020)

 

Metodologia de amostragem

Para realização de uma boa análise do solo é preciso saber os procedimentos adequados de forma cuidadosa para que não tenha interferência no resultado como;

 

Divisão da área

Os responsáveis devem dividir a área em partes mais homogêneas para garantir que as amostras coletadas representem corretamente o solo. Para isso, eles devem analisar quais culturas cresceram anteriormente, quais práticas de adubação aplicaram e qual é a posição da área na paisagem (topo, encosta ou várzea).

Divisão e Seleção de Glebas

Os técnicos precisam realizar a divisão e seleção de glebas para garantir o sucesso na coleta de amostras. Para isso, eles devem dividir a área total (heterogênea) em glebas (homogêneas), delimitando e dimensionando conforme os aspectos mais relevantes. Afinal, normalmente as áreas não apresentam homogeneidade.

Dentre esses aspectos, têm-se coloração e textura do solo, relevo, histórico de manejo, matéria orgânica, nível de nutrientes, cobertura vegetal e produtividade.

Exemplo de separação de glebas e caminhamento em zigue- zague para coleta.

 

DIVISÃO E SELEÇÃO DE CLEBAS

(Fonte: Agropos,2019)

 

Ferramentas a utilizar

Para que realize a coleta das amostras para a análise do solo é preciso que escolha a ferramenta adequada pra o tipo de solo. Tais como: enxadeco ou enxadão, pá reta, tubo tipo sonda de amostragem, trados (Holandês, caneco, etc.), pá de jardinagem entre outros.

Em seguida escolher a profundidade desejada na amostragem do solo, as mais comuns são de 0-20 cm e de 20-40 cm.

 

Coleta da amostragem

As amostras, por sua vez, devem ser retiradas separadamente em cada talhão homogêneo. Além disso, é necessário caminhar ao acaso, preferencialmente em zigue-zague, na área para, dessa forma, formar a amostra composta.

Da mesma maneira, o número de amostras simples não deve ser inferior a 10 pontos por talhão homogêneo. No entanto, para garantir maior precisão, o ideal é que esse número fique em torno de 20 pontos.

Ao mesmo tempo, não se deve coletar a amostra do solo em locais próximos a casas, galpões, brejos, voçorocas, caminhos de pedestres, formigueiros etc. Isso ocorre porque essas áreas podem, consequentemente, introduzir erros na amostragem e, assim, comprometer os resultados.

As amostras podem ser simples e compostas: Amostras simples devem ter o mesmo volume de solo e coletadas na mesma profundidade, e posteriormente homogeneizadas para a formação de uma amostra coma das glebas.

 

Amostragem de solo

 

Época da amostragem

As análises do solo podem ser realizadas em qualquer época do ano. No entanto, é essencial considerar que a correção de acidez deve ocorrer de 3 a 6 meses antes.

Dessa forma, antes desse prazo, é necessário coletar as amostras e enviá-las para o laboratório de análise. Além disso, devemos interpretar os resultados, fazer as recomendações e adquirir os corretivos e fertilizantes.

Ao mesmo tempo, devemos evitar a amostragem logo após a aplicação de fertilizantes. Isso se aplica especialmente quando a área possui uma cultura anual.

Isso acontece porque a cultura ainda absorverá e exportará esses nutrientes nos grãos, o que pode interferir nos resultados da análise.

Envio das amostras ao laboratório

Após retirar as amostras, os técnicos realizam a homogeneização para formar as amostras compostas. Em seguida, eles embalam as amostras em sacos plásticos para evitar contaminação, identificam corretamente e enviam ao laboratório de confiança.

Vale ressaltar que o laboratório não consegue corrigir erros na amostragem. Por isso, os responsáveis devem seguir corretamente os procedimentos descritos e, acima de tudo, evitar contaminações durante a coleta, secagem, embalagem e transporte das amostras.

Além disso, os responsáveis devem preencher corretamente os formulários, pois essas informações auxiliam na interpretação dos resultados da análise e na recomendação de calagem e adubação. Também permitem manter um histórico de uso das áreas.

 

Interpretação de análise do solo

Após a coleta e análise do solo, a interpretação da acidez ativa é feita conforme figura abaixo a escala de pH varia entre 0-14 e pode ser classificada como:

 

INTERPRETAÇÃO DE ANÁLISE DO SOLO

(Fonte: Agropós, 2020)

 

Um valor de pH igual a 7,0 é considerado neutro, pois, nesse caso, as atividades dos íons H+ e OH- na solução permanecem completamente equilibradas. Por outro lado, quando os valores ficam abaixo de 7,0, o meio se torna ácido, uma vez que há predominância de H+. Da mesma forma, quando os valores ultrapassam 7,0, o meio passa a ser básico, já que predomina o OH- na solução do solo.

Além disso, o pH da solução do solo (fase líquida do solo) normalmente varia entre 4 e 9. No entanto, a grande maioria das espécies cultivadas cresce melhor e atinge maior produtividade dentro da faixa de pH entre 5,5 e 6,5.

Portanto, torna-se essencial interpretar corretamente esses valores para garantir um manejo adequado do solo. A interpretação ocorre conforme a tabela abaixo.

Dessa forma, é fundamental manejar o solo de maneira adequada para ajustar seu pH a níveis que favorecem tanto o crescimento quanto a produtividade das culturas, sempre que possível. A interpretação dos valores ocorre conforme a tabela abaixo.

 

Tabela 3: Interpretação de Acidez ativa do solo.

(Fonte: Agropós, 2019)

 

A interpretação da acidez ativa do solo permite identificar a melhor disponibilidade de nutrientes para as plantas.

Os cientistas subdividem os nutrientes em macronutrientes e micronutrientes. As plantas requerem macronutrientes em maior quantidade, na ordem de g/kg de matéria seca. Em contrapartida, elas absorvem micronutrientes em pequenas quantidades, na ordem de mg/kg de matéria seca.

Dessa forma, os agricultores normalmente aplicam grandes quantidades de nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S) por hectare. Esses nutrientes fazem parte do grupo dos macronutrientes.

Por outro lado, os agricultores fornecem boro (B), ferro (Fe), zinco (Zn), manganês (Mn), cobre (Cu), molibdênio (Mo) e cloro (Cl) em pequenas quantidades. Esses nutrientes, considerados micronutrientes, costumam ser aplicados em algumas fases do ciclo da planta, principalmente via adubação foliar.

Benefícios da análise do solo

Os principais benefícios que a amostragem e análise de solo podem proporcionar incluem:

  • Aumento da produtividade por meio da identificação de nutrientes ou fatores químicos do solo que estão limitando o crescimento das plantas;
  • Se feito com agricultura de precisão, ou mesmo baseado em talhões, permite o manejo diferenciado em cada área, otimizando ainda mais as operações;
  • São análises rápidas e, em geral, de baixo custo.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Portanto com a análise do solo é possível estabelecer correções nutricionais do mesmo e com isso, promover a melhoria e manutenção da fertilidade do solo, levando a um aumento expressivo na produtividade das culturas e qualidade de alimentos.

Além do fornecimento dos nutrientes, a análise do solo, é fundamental para uma correta correção do PH do solo, permitindo, assim, uma melhor disponibilidade dos nutrientes para as plantas.

 

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