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Agricultura sustentável: aprenda a fazer!

Agricultura sustentável: aprenda a fazer!

Neste artigo você irá entender a importância da agricultura sustentável para o meio social e ambiental, além de aprender estratégias para trazer mais sustentabilidade para a produção do seu negócio.

Venha Comigo!

 

Agricultura sustentável: aprenda a fazer!


A agricultura sustentável envolve o manejo adequado dos recursos naturais, evitando a degradação do ambiental de forma a permitir a satisfação das necessidades humanas das gerações futuras.

Esse enfoque altera as prioridades dos sistemas convencionais de agricultura em relação ao uso de fontes não renováveis, principalmente de energia, e muda a visão sobre os níveis adequados do balanço entre a produção de alimentos e os impactos no ambiente.

Com o aumento da população cresce a necessidade de consumo alimentício, por isso a nova agricultura precisa de técnicas de produção sustentáveis que gerem lucros aos produtores, alimentos de qualidade para os consumidores e visando o respeito à natureza, garantindo a curto e a longo prazo a continuidade de produção sem a degradação do solo, do ar ou dos recursos hídricos.

 

Pós-graduação Gestão e Economia do Agronegócio

 

Característica da agricultura sustentável

 A agricultura sustentável é um tipo de agricultura ecologicamente equilibrada e justa do ponto de vista social. Algumas ações importantes são características desse tipo de agricultura, como:

  • A diminuição do uso de produtos químicos e de técnicas que poluam o ar, o solo ou a água;
  • O aumento da prática da agricultura orgânica e da criação e uso de sistemas que recolham as águas das chuvas para a irrigação;
  • Espaço não desmate das florestas e matas para ampliar as áreas agrícolas;
  • E ainda, o respeito às leis trabalhistas dos trabalhadores do campo.

 

Agricultura para os consumidores e varejistas

Esses dois setores representam uma grande importância na agricultura sustentável, uma vez que, se eles tiverem preocupados com a sustentabilidade, eles tendem a procurar alimentos “baseados em valores” que são cultivados usando métodos que promovem o bem estar dos trabalhadores rurais, que são ecologicamente corretos, ou que fortaleçam a economia local.

 

Agricultura para os consumidores e varejistas

No entanto, a agricultura sustentável é mais do que uma coleção de práticas. É também um processo de negociação: um empurrão e puxão entre os interesses às vezes concorrentes de um agricultor individual ou de pessoas de uma comunidade, enquanto eles trabalham para resolver problemas complexos sobre como cultivamos nossos alimentos e fibras.

 

Agricultura sustentável no Brasil

Diferentemente das últimas décadas atualmente o Brasil é o quarto maior produtor orgânico do mundo. Ele destaca um crescimento de 20% ao ano em sua produção, de acordo com a EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Por isso, a agricultura sustentável no Brasil faz uso de alternativas de produção sustentáveis como:

  • Agricultura orgânica: visa o uso de compostos de recursos naturais, como adubos;
  • Produção integrada agropecuária: objetiva práticas agrícolas que substituem o uso de elementos poluentes;
  • Produção agroflorestal: agrega a preservação do meio ambiente de forma que não ocorra uma degradação ambiental;
  • Integração de Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF): integra benefícios de sustentação para todas as atividades produtivas, agrícolas e pecuárias.

Contudo, a boa perspectiva do Brasil em relação ao desenvolvimento sustentável de seus terrenos se dá pelas boas iniciativas no campo, as propostas de desenvolvimento de técnicas agrícolas sustentáveis e orientação aos agricultores para seguir o caminho da sustentabilidade.

 

Principais problemas para a agricultura sustentável

  • O Brasil é, atualmente, um dos países que mais utilizam pesticidas no mundo;
  • Ainda é comum o desmatamento de florestas e matas para abrir espaço para a prática da agricultura. Temos vários exemplos na floresta Amazônia;
  • Muitos agricultores pagam salários baixos aos camponeses, além de não respeitarem direitos trabalhistas. Infelizmente, ainda ocorrem casos escondidos de trabalho escravo e emprego de mão de obra infantil no campo.

 

Técnicas de plantio na agricultura sustentável

Segundo os Dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) indicam que um terço dos solos do mundo está degradado. Isso significa que perderam, em algum grau de intensidade, sua capacidade de gerar serviços ecossistêmicos, como regulação hidrológica, sequestro de carbono ou retenção de nutrientes para a produção de alimentos.

Para evitar que esse quadro se intensifique, a agricultura tem um papel fundamental. Por meio de técnicas sustentáveis de plantio é possível aumentar a qualidade do solo, permitindo que esse sistema agrícola continue sendo uma importante fonte de serviços naturais que beneficiam toda a sociedade.

Veja, agora, algumas das melhores estratégias para trazer mais sustentabilidade para a produção do seu negócio.

 

Checklist agrícola

 

Agricultura vertical

Uma fazenda vertical é um conjunto espacial destinado para a produção de alimentos e remédios em camadas verticais.

A ideia por trás do conceito é utilizar instalações automatizadas que, com o auxílio de tecnologias, visam provocar o menor impacto ambiental possível e aumentar consideravelmente a produção agrícola.

 

Agricultura vertical

 

Nesse sistema fechado, todos os fatores ambientais, como luz, temperatura, gases, umidade e fertigação, podem ser ajustados de acordo com a necessidade de cada planta. Esse controle permite o uso consciente de recursos, em especial dos naturais que estão se tornando escassos, como a água.

A fazenda indoor ainda protege a plantação de intempéries, como fortes chuva, intensa luz do sol, vento e até mesmo ataques de pragas e insetos. Com isso, a agricultura vertical permite o cultivo de alimentos orgânicos sem o uso de agrotóxicos.

 

Agricultura de precisão

Cada pedaço da fazenda necessita de quantidades e tipos de insumos diferentes. Entretanto, a solução de entender grandes áreas como homogêneas, utilizadas em larga escala pelos produtores, prevê a aplicação de quantidades de adubos, fertilizantes e insumos iguais em toda a propriedade, considerando uma média. O resultado? Discrepâncias e não uniformidade de produção.

É exatamente nesse ponto que entra a agricultura de precisão. Com a utilização de tecnologias de referenciamento e posicionamento dadas por sistemas de GPS avançados, é possível gerir o campo metro a metro.

Dessa maneira, aplica-se a quantidade de insumos, fertilizantes e defensivos exata para cada área, no momento mais adequado. A utilização da agricultura de precisão gera economia financeira, poupa o meio ambiente e pode aumentar a produtividade das áreas consideravelmente.

 

Rotação de culturas

É o revezamento de culturas em uma certa área agrícola. O objetivo dessa prática é aproveitar melhor a fertilidade do solo pela diferente escavação das raízes, a diversidade biológica, a melhoria da drenagem e o controle de doenças e pragas.

Ao definir as culturas que participarão do sistema de rotação, é necessário considerar diversos fatores: topografia, condições do solo, mão de obra, clima, implementos agrícolas disponíveis, mercado consumidor disponível e características das plantas.

 

Plantio Direto 

O plantio direto é muito eficiente no controle da erosão. A palha sobre a superfície protege o solo contra o impacto das gotas de chuva, reduzindo a desagregação e o selamento da superfície, garantindo maior infiltração de água e menor arraste de terra.

O plantio direto reduz até 90% as perdas de terra e até em 70% a enxurrada. No plantio direto, necessita-se de menor volume de chuvas para as operações de plantio e tratos culturais.

 

Reflorestamento

Solos com alta suscetibilidade à erosão e baixa fertilidade devem ser preenchidos com vegetação densa e permanente. As florestas, por exemplo, são indicadas para recuperar solos erodidos ou degradados, bem como para a proteção de cursos d’água e mananciais.

Além disso essa cobertura é um ótimo empreendimento econômico para solos com restrições para cultivo de culturas anuais, pois pode ser utilizada racionalmente para a produção de celulose, madeira, carvão etc.

Como regra, áreas sem capacidade agrícola ou pecuária devem ser reflorestadas para fins de conservação, de acordo com regras definidas no Código Florestal.

 

Compostagem

A compostagem é um processo que contribui para a conservação do meio ambiente, pode-se definir como uma forma sustentável de devolver a natureza o que foi retirado.

O processo de compostagem se dá através de um processo biológico em que os microorganismos transformam a matéria orgânica (folhas, estrume, restos de papel, restos de comida, cinzas, penas, aparas de gramas, rocha moída e conchas, feno ou palha, podas de arbustos e cerca viva, resíduos de cervejaria, resíduos de couro, serragens e ervas daninha), num material semelhante ao solo, o que chamamos de composto, podendo ser utilizado como adubo.

 

Adubação verde

A adubação verde está relacionada à semeadura de plantas que possuem grande potencial de produção de massa vegetal. Elas também podem possuir características morfológicas ou fisiológicas que trarão benefícios ao solo quando bem manejadas, como a fixação de nitrogênio.

Adubação verde é uma prática de cultivo milenar que visa o fornecimento de nutrientes ao solo. Assim, após o ciclo da cultura for completado, nós passamos a grade, revolvendo a massa verde com o solo, e acelerando a ciclagem e, consequentemente, o fornecimento de nutrientes.

Os animais e as leguminosas também podem aproveitar bastante desse tipo de tecnologia sustentável, uma vez que ela é responsável pela fixação de nitrogênio no solo.

 

Captação de água da chuva

Criação e uso de sistemas de captação de águas das chuvas para ser utilizada na irrigação. A agricultura é a principal usuária dos recursos hídricos disponíveis, uma média de 70% do consumo mundial.

A escassez de água e energia em quantidade e qualidade em certas regiões brasileiras (para uso em irrigação sem gerar conflitos entre os demais usuários) é uma grande dificuldade, exige melhor gestão e planejamento do uso adequado e sustentável dos recursos.

 

Manejo de pastos

Quando bem manejados, os pastos proporcionam boa proteção ao solo contra a erosão. No entanto, o manuseio incorreto pode causar um grave problema do ponto de vista conservacionista. Para evitar que isso aconteça, é possível usar um sistema de pastoreio rotativo, com uso de piquetes, e fazer as adubações e ressemeaduras periódicas.

Isso assegura a manutenção do pasto com cobertura e densidade capazes de garantir suporte razoável ao gado, além de boa proteção contra a erosão do solo.

A integração lavoura-pecuária é uma alternativa muito usada atualmente e consiste em conciliar a produção de grãos com a pecuária em uma mesma área. Assim, a propriedade os custos de produção reduzem, aumentando o lucro.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Produzir mais, sem degradar o meio ambiente. Esse é o principal desafio da produção de alimentos no Brasil e no mundo. E nessa busca pela agricultura sustentável, o uso racional de agrotóxico, o investimento em novas tecnologias e a qualificação do produtor rural ganham, cada vez mais, o foco das atenções.

Portanto a agricultura sustentável é uma alternativa que propõe uso de estratégias de produção sustentáveis que deem benefícios para os produtores, alimentação de alta qualidade aos compradores e, principalmente, a preservação e sustentabilidade da natureza e fornecendo uma qualidade de vida para gerações atuais e futuras.

Escrito por Michelly Moraes.

Pós-graduação Gestão e Economia do Agronegócio

Conservação do solo: 10 benefícios dessa prática!

Conservação do solo: 10 benefícios dessa prática!

A conservação do solo busca o equilíbrio ecológico em geral do sistema produtivo. É necessário levar em conta que a resiliência natural das propriedades solo, sendo que por si só é muito lenta.

A complexidade dos processos de degradação dos solos deve-se aos inúmeros fenômenos biológicos e físico-químicos envolvidos. Por este motivo, a conservação do solo pode ser conceituada como um conjunto de ações. Que visam proporcionar o restabelecimento das condições de equilíbrio e sustentabilidade existentes anteriormente em um sistema natural.

Nesse artigo vamos aprofundar mais esse assunto e conhecer a importância desse tema para o agronegócio brasileiro.

 

  Conservação do solo: 10 benefícios dessa prática!

 

Importância da conservação do solo

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura FAO, os solos agrícolas do mundo vêm se degradando a uma taxa de 0,1% ao ano.

Esses estudos apontam a perda de cinco milhões de hectares de terras aráveis por ano devido as más práticas agrícolas, secas e pressão populacional.

Além desses fatores, inúmeras ações antrópicas de exploração inadequada dos recursos naturais, como a retirada da vegetação nativa e falta de planejamento de conservação do solo.

Para se ter o perfeito entendimento da importância da conservação do solo, é necessário a reconhecer que o solo é vivo. Ele é composto por microorganismos, insetos e pequenos mamíferos. A função deles no solo é a ciclagem de nutrientes, tornando o solo saudável, e também na entrada de ar e água no solo.

A ciclagem de nutrientes é de extrema importância para o solo e as plantas, ela devolve todos os nutrientes que a ela foram investidos quando viva.

Com a porosidade, quando chove parte da água infiltra-se na terra e vai penetrando até encontrar uma camada impermeável.

Quanto mais poroso for o solo, melhor é a sua estrutura, infiltrando mais água sofrendo menores chances de erodir.

Há várias práticas que auxiliam a conservação do solo, são elas: rotação de culturas, plantio de adubos verdes, sistema plantio direto, entre outros.

Mas quais benefícios que alcançamos por conservar o solo? Confira a seguir!

 

 

Benefícios da conservação do solo

Primeiramente, a conservação do solo, é um conjunto de práticas, que contribuem com processos aleloquímicos que podem realizar o controle de doenças e favorecer os ciclos biológicos do solo.

Além disso, proporciona uma série de benefícios econômicos, ambientais e sociais, auxiliando reestruturação do solo com agregados. Disponibilizando matéria orgânica, dessa forma, incrementando fertilidade do solo.

Nesse sentido, podemos destacar 10 benefícios que a conservação do solo traz:

  • Melhora das condições físico-químicas do solo;
  • Aumento da atividade biológica, da estabilidade da estrutura do solo;
  • Aumento da matéria orgânica;
  • Eliminação ou redução das operações de preparo do solo;
  • Redução do uso de herbicidas;
  • Redução do uso inseticidas e fungicidas;
  • Aumento da produtividade das lavouras,
  • Eficiência no uso de fertilizantes;
  • Maior disponibilidade de água no solo, pela maior infiltração da água das chuvas;
  • Redução de solos erodidos.

Então, como alcançar essa estrutura em solos agrícolas e intemperizados, como é caso do solo brasileiro?

Há várias práticas conservacionistas que auxiliam o produtor nessa árdua tarefa, vamos conferir algumas práticas que são grandes aliadas para alcançar esse resultado.

 

Solos no Brasil

 

Rotação de culturas

Essa técnica, consiste em utilizar o método de alternância de diferentes cultivos, levando a melhorias dos atributos químicos, biológicos e físicos do solo, com redução da degradação do meio ambiente, além de uma maior produtividade.

As espécies são selecionadas de acordo com alguns critérios, como possuir diferente suscetibilidade a pragas e doenças e apresentar necessidades nutricionais diferentes.

Uma vez adotada, a rotação de culturas, reduz de forma eficiente os impactos ambientais causados pela monocultura. Que é produção agrícola de apenas uma cultura, que causa a degradação física, química e biológica do solo e o desenvolvimento de pragas.

 

Cobertura com palhada

A palhada é formada pelos restos do plantio colhido anteriormente. Os galhos, folhas e raízes são triturados e pulverizados de volta ao solo.

Desse modo, a palhada ajuda a reduzir a erosão do solo, ajuda a manter a temperatura ideal para as plantas, aumenta disponibilidade de água no solo.

Uma ótima opção de palhada, são os adubos verdes. Que ao absorverem os nutrientes do solo. Contribuem para a redução das perdas por lixiviação, amenizando os impactos da agricultura. Trazendo maior fertilidade aos solos agrícolas e sustentabilidade ao sistema de produção.

 

Cobertura com palhada para a conservação do solo

 

Sistema de plantio direto

O sistema plantio direto (SPD) é uma forma de manejo sustentável dos sistemas de produção agrícola. Sendo o mais indicado para o manejo dos solos tropicais, como é no caso dos solos brasileiros.

O SPD é bastante utilizado como uma forma de produzir alimento sem causar tanta exaustão no solo.

Dessa forma, o principal objetivo desse sistema é promover a conservação do solo, evitando, assim, seu esgotamento e equilibrando o sistema produtivo.

 

plantio direto

 

A adubação verde

A adubação verde melhora a fertilidade do solo, porque mobiliza os nutrientes das camadas mais profundas, os deixando disponíveis para o próximo cultivo da cultura de interesse econômico.

Desse modo, os adubos verdes, ao absorverem os nutrientes do solo, contribuem para a redução das perdas por lixiviação.

Assim, o uso da adubação verde é uma forma viável de amenizar os impactos da agricultura. Trazendo maior fertilidade aos solos agrícolas e sustentabilidade ao sistema de produção.

 

O plantio em curvas de nível

O plantio em curvas de nível, é a produção usando linhas que têm diferentes altitudes, respeitando o contorno do terreno.

Trata-se da medida mais básica que visa à conservação do solo. Ele se opõe ao chamado plantio “morro abaixo”.

Outras técnicas similares são o terraceamento (formação de terraço) e o plantio em faixa com diferentes tipos de cobertura vegetal. Que podem ser usadas juntamente ao plantio em curvas de níveis.

Essa técnica auxilia na redução da erosão dos diferentes tipos de solos causados pelo impacto das gostas de chuva. Que podem acarretar grandes danos, quando não adotado o plantio dessa forma.

 

Conservação do solo na realidade do produtor rural

A conservação do solo compreende várias observações do campo agronômico. E essas observações diferenciam processos e fatores de degradação do solo e de como controlar esse processo.

 

Plataforma Agropós

 

Dessa forma, as ações e interações químicas, físicas e biológicas que afetam a capacidade do solo e a sua produtividade devem sempre serem levadas em consideração pelo produtor.

Vimos nesse artigo, que a qualidade de um solo como a sua capacidade de manter o crescimento vegetal. Inclui fatores como: agregação, atividade de microorganismos, matéria orgânica, capacidade de retenção de água, taxa de infiltração, disponibilidade de nutrientes, etc.

Dentro desse contexto, a avaliação da qualidade do solo para monitorar a sua conservação e recuperação quando necessário. Constitui um dos grandes temas da ciência do solo atualmente.

Várias são as metodologias que têm sido empregadas para acessar a qualidade, cabe ao produtor adequá-las para sua realidade.

Escrito por Juliana Medina.

Antracnose: como identificar e combater a doença!

Antracnose: como identificar e combater a doença!

A antracnose é uma doença causada por fungos do gênero Colletotrichum, que causa danos não só as folhas. Mas em diferentes partes de várias espécies de plantas. Ela ainda causa danos expressivos e irreversíveis a diversas culturas, como a soja a, feijão, milho e sorgo.

As doenças são um dos fatores que podem limitar a produção e causar muitos prejuízos.

A seguir aprenderemos como identificar a doença nessas culturas, assim como as medidas de controle mais eficazes. Confira!

 

Antracnose: como identificar e combater a doença!

 

Importância da antracnose

A antracnose é uma doença causada por fungos do gênero Colletotrichum, que causa danos não só as folhas, mas em diferentes partes de várias espécies de plantas.

A antracnose é de grande importância para as culturas de grãos, por causar perdas quantitativas (diminuição da produção) e qualitativas. Como manchas nos grãos ou sementes, o que diminui o valor de comercialização do produto.

Nos últimos anos, essa doença vem ganhando força em culturas em que ela era considerada segundaria, como na soja, onde hoje é considerada em algumas regiões a segunda doença mais importante.

Em plantios de soja essa doença pode causar perdas que variam entre 10% e 20% da produtividade.

Em casos mais severos da antracnose, essa doença pode causar perdas maiores que 50% na produção de grãos de sorgo. E pode também causar perdas significantes para o sorgo cultivado para pastagem e silagem.

Já na cultura do feijão essa doença pode causar perdas muito maiores, podendo comprometer até 100% da produção.

 

Fitossanidade

 

Desenvolvimento da doença

Para que a doença ocorra é necessário que seja formado o triângulo da doença. Ou seja, é necessário a presença do patógeno, um hospedeiro suscetível e o ambiente favorável.

As condições favoráveis para o desenvolvimento da doença são alta umidade e temperatura moderada a alta.

Essas condições podem ser favorecidas com altas populações de plantas, uma vez que plantios muito adensados proporciona alta umidade.

O inóculo inicial pode ser oriundo da semente ou restos culturais contaminados. A chuva e o vento ajudam na disseminação de esporos presentes em tecidos já infectados.

O patógeno pode sobreviver em sementes, restos culturais e hospedeiros alternativos (outras plantas que são hospedeiras do fungo e estão presentes na lavoura).

 

Desenvolvimento da antracnose

 

Antracnose na soja

A antracnose da soja, umas das principais doenças da cultura, é causada principalmente pelo fungo Colletotrichum dematium.

A doença afeta todas as fases de desenvolvimento da soja, desde o estabelecimento da lavoura até o enchimento de grãos.

A antracnose causa desfolha, abortamento de vargens e morte prematura de plântulas, reduzindo o potencial produtivo.

Além disso, a antracnose causa manchas castanho-escuros em folhas, pecíolos hastes, vargens e grãos.

 

Antracnose no milho

A antracnose no milho é causada pelo fungo Colletotrichum graminicola, que pode atacar folhas e os colmos.

Essa doença é favorecida pela falta de rotação de culturas, ou seja, plantio de milho após milho.

A doença pode causar acamamento e quebramento de plantas, baixo rendimento operacional da colheita e redução do potencial produtivo e qualidade dos grãos.

Os sintomas observados no colmo são manchas escuras ao longo da parte externa do colmo e descoloração interne dos nós.

Já nas folhas, os sintomas da antracnose são lesões necróticas de coloração castanha, que acompanham as estrias foliares.

 

Antracnose no feijão

A antracnose do feijoeiro é causada pelo fungo Colletotrichum lindemuthianum e apresenta extensa distribuição no Brasil.

Como mencionado anteriormente, é uma das principais doenças da cultura, por causar enormes perdas na produção, além de comprometer a qualidade dos grãos.

Os sintomas típicos da doença nas folhas são lesões necróticas de coloração marrom escura nas nervuras na face abaxial (face inferior das folhas).

Lesões alongadas e escuras, às vezes apresentando depressões, podem ser observadas no caule e nos pecíolos.

Já nas vagens, os sintomas encontrados são lesões circulares, de coloração marrom, que dependendo do grau da infecção podem apresentar depressões no seu centro.

 

Antracnose no sorgo

Uma das mais importantes doenças da cultura do sorgo é a antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum graminicola.

Essa doença está presente em todas as áreas de plantios de sorgo no Brasil causando grandes danos à cultura.

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

A antracnose pode afetar folhas, colmo, pedúnculo, panícula e grãos do sorgo, sendo a fase foliar da doença é a mais comum.

Os sintomas típicos da antracnose nas folhas são lesões elípticas a circulares, com pequenos centros circulares de coloração palha a cinza.

A infecção da panícula e dos grãos, auxilia na disseminação da doença para novas áreas, devido ao transporte do grão contaminados.

 

Medidas de manejo

O primeiro passo para o controle da antracnose é evitar a entrada do patógeno na área de plantio. Essa medida pode ser realizada utilizando sementes sadias e o tratamento de sementes com fungicidas.

Uma vez que a doença já está estabelecida na área a melhor alternativa para minimizar os danos causados pela antracnose é o manejo integrado da doença, ou seja, utilizar mais de uma medida de controle.

 

 

Como aprendemos ao longo do texto, o Colletotrichum spp. é capaz de sobreviver em restos de cultura, por tanto uma medida de controle efetiva, quando o patógeno já está instalado na área, é a rotação de culturas.

Mas lembre-se de utilizar espécies de plantas não hospedeiras da espécie de Colletotrichum que você deseja controlar. Caso não realize esta prática corretamente, a população do patógeno pode aumentar.

Outra medida de controle recomendada para manter a taxa de inoculo baixa é a adequação da população das plantas, ou seja, utilizar o espaçamento indicado para a cultura. Já que altas populações de plantas favorecem a alta umidade e consequentemente a proliferação do patógeno.

Existem no mercado algumas cultivares resistentes a antracnose, portanto, é indicado o uso dessas cultivares, como medida de controle genético.

O controle químico além de ser utilizado no tratamento de sementes, também pode ser utilizado em pulverizações da parte aérea das plantas. Mas lembre-se de utilizar somente produtos registrados para a cultura.

O produto indicado para cara cultura e a época adequada para aplicação você encontra no Agrofit. Procure sempre um Engenheiro agrônomo pra te orientar na aplicação desses produtos.

E lembre-se, o controle químico não é único tipo de manejo, você deve utilizar outras técnicas para obter um controle mais efetivo da doença.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Como vimos a antracnose pode causar grandes perdas na produção de grãos, portanto é essencial conhecer o patógeno e as condições favoráveis para o desenvolvimento da doença, para que medidas de controle eficientes sejam adotadas, reduzindo as perdas provocadas por esta doença.

Escrito por Pollyane Hermenegildo.

 

Fitossanidade

Doenças da soja: conheça as 7 principais!

Doenças da soja: conheça as 7 principais!

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja, perdendo apenas para os Estados Unidos. No entanto, as doenças da soja que ocorrem nas lavouras, podem levar a perdas incalculáveis.

Sem dúvidas, a ferrugem asiática é a doença mais limitante para a cultura da soja, porém existem outras doenças da soja que incidem em todas as fases e que se não adequadamente manejadas podem causar perdas de até 100%.

Vamos conhecer mais sobre elas?

 

Doenças da soja: conheça as 7 principais!

 

Período de ocorrência das doenças da soja

O ciclo de uma planta de soja é dividido em fases vegetativas e reprodutivas, indo da emergência até a maturação plena. Algumas doenças da soja ocorrem somente no início ou fim do ciclo, outras incidem durante todo o período das plantas no campo.

Falaremos agora das 7 principais doenças da soja, quais os seus sintomas, como maneja-las, seguindo a ordem de ocorrência.

  1. Tombamento ou Damping-off
  2. Septoriose ou mancha-parda
  3. Antracnose da soja
  4. Mancha alvo
  5. Mofo branco
  6. Ferrugem asiática da soja
  7. Oídio (Microsphaera Diffusa)

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

1. Tombamento ou Dampin-Off

No início da cultura, logo após a semeadura, é possível ocorrer falhas no estande, devido a plantas que tombaram ou não emergiram. Isso acontece principalmente, quando o plantio é realizado em período chuvoso.

Essa doença é causada por patógenos de solo, como o fungo Rhizoctonia sp. e o oomiceto Phytium sp., que são favorecidos em solo com alta umidade. Eles são extremamente agressivos e matam o seu hospedeiro rapidamente.

O tombamento na cultura da soja é controlado principalmente pelo tratamento de sementes com fungicidas e pela descompactação do solo, melhorando sua drenagem.

 

2. Septoriose ou mancha-parda

Essa doença da soja é caracterizada por lesões de coloração parda nas folhas, que formam manchas com halos amarelados e de formato irregular.

Esta doença é causada pelo fungo Septoria glycines e é uma das primeiras a aparecer nos campos de soja. Quando a severidade da doença é muito grande, leva à desfolha e a maturação precoce.

Para controlar esse fungo, a rotação de culturas é recomendada. Isso faz com que haja uma redução no inoculo para o próximo ciclo. Em casos de severidade muito alta, no entanto, o controle químico pode ser recomendado.

 

3. Antracnose da soja

A antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum truncatum, é uma doença que pode incidir durante quase todo o ciclo da soja e é caracterizada por manchas de coloração castanho escuro a negras em folhas, pecíolos e vagens.

Quando o fungo incide no início do ciclo, pode ocasionar tombamento de mudas. Em fases mais avançadas, causa desfolha e abortamento das vagens.

O uso de sementes sadias e tratadas com fungicidas é a principal medida de controle para esta doença. Esta medida visa evitar a introdução do patógeno na área. A rotação de culturas é uma medida eficiente para reduzir inoculo para as próximas safras. Além disso, existem cultivares resistentes à essa doença.

 

4. Mancha alvo

Essa doença é causada pelo fungo Corysnespora cassicola e tem levado a perdas que variam de 15 a 25% na maioria das safras.

O sintoma marcante dessa patologia é a presença de manchas foliares de coloração amarronzadas que possuem halos concêntricos circulares, semelhantes a um alvo, daí o nome da doença. Os sintomas podem se iniciar ainda no período vegetativo da cultura. Quando a severidade é elevada, pode ocorrer coalescência de lesões e desfolha.

Os cultivares de soja variam em resistência à essa doença. Assim como as outras manchas foliares já citadas neste texto, o manejo desta doença inclui o uso de sementes sadias, tratadas com fungicidas, a rotação de culturas e a aplicação de fungicidas quando a severidade a doença seja alta.

 

5. Mofo branco

Quando medidas de manejo não são adequadas, o mofo branco pode levar a perdas de até 100% na cultura da soja. Esta doença é causada pelo fungo Slcerotinia sclerotiorum.

A soja é mais suscetível ao mofo branco na fase de floração. Os sintomas da doença são bem característicos, iniciando por lesões encharcadas, que escurecem para coloração marrom, com intensa produção de micélio de coloração branca.

Após algum tempo, este micélio transforma-se em escleródios. Essas estruturas do fungo de coloração amarronzada podem variar de alguns milímetros a centímetros e são capazes de resistir no solo durante muitos anos.

Para manejar o mofo branco é necessária a adoção de diversas medidas simultaneamente. O uso de sementes sadias é a primeira delas. O tratamento das sementes com fungicidas protege a plântula nas suas fases iniciais quando a inoculo que já esteja presente no solo.

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

Esse patógeno possui uma gama de hospedeiros muito grande, o que restringe o seu manejo por rotação de culturas. A rotação de culturas deve ser realizada com gramíneas, sendo assim medida eficiente no manejo.

Em plantio direto, a presença da palhada no solo, inibe a entrada de luz e dispersão de esporos produzidos por apotécios do fungo.

Nos últimos anos, o controle biológico tem sido adotado para o manejo desta doença com sucesso.

 

6. Ferrugem asiática da soja

É a doença mais severa da cultura, levando a perdas de até 80%, e pode ser encontrada em todas as regiões produtoras de soja do país.

Essa doença da soja, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é favorecida quando ocorrem períodos longos de molhamento foliares temperaturas entre 18 e 28°C.

 Os primeiros sintomas aparecem nas folhas inferiores e são manchas de coloração castanha alaranjada a castanha clara.

 

 

Os sintomas da ferrugem asiática surgem na fase reprodutiva de floração. No entanto, é após o fechamento do dossel que a doença ganha mais força. Se não manejada adequadamente, leva à desfolha precoce.

Para manejo efetivo, é preferível escolher utilizar sempre cultivares com resistência ou tolerância.

Além disso, a cultura deve ser semeada em época adequada como estratégia de escape. Isso reduz o número de aplicações de fungicidas.

O uso de fungicidas é bastante comum para controlar esta doença. Existem diversos produtos registrados e a recomendação é que se alterne o modo de ação entre as aplicações.

 

7. Oídio (Microsphaera diffusa)

O oídio é uma das doenças mais comuns na soja. Ocorre em regiões com maior altitude e temperatura mais amena. Causada por um fungo que tem fácil dispersão pelo vento, a enfermidade ataca a parte aérea da planta.

 

Plataforma Agropós

 

Condições de desenvolvimento do oídio

A infecção pode ocorrer em qualquer estádio de desenvolvimento da planta. Porém, é mais comum no início da floração. Condições de baixa umidade relativa do ar e temperaturas amenas (18 °C a 24 °C) são favoráveis ao desenvolvimento do fungo.

 

Sintomas do oídio

Apresenta uma fina cobertura esbranquiçada. Nas folhas, com o passar do tempo, a coloração branca do fungo muda para castanho-acinzentada e, em condições de infecção severa, pode causar o secamento e a queda prematura das folhas.

 

Conclusão

Neste texto tratamos dos principais patógenos que afetam a cultura da soja no Brasil, seus sintomas e o manejo adequado.

O uso de sementes sadias é uma medida que contribui com a sanidade da lavoura, pois é efetivo para evitar a entrada de diversos patógenos. Além disso, para diversos patógenos existem cultivares resistentes.

Não existe uma formula única para lavoura de soja saudável, cada doença existe um plano de manejo adequado. Fique atento para reconhece-las!

Escrito por Nilmara Caires.

Pós-graduação Fitossanidade

Rotação de culturas: aprenda agora como fazer!

Rotação de culturas: aprenda agora como fazer!

A rotação de culturas é uma prática agrícola que consiste na alternância de cultivos em uma área por um determinado período.

Ela ocorre de forma ordenada e tem como principal objetivo a conservação do solo e controle de pragas e doenças na lavoura.

Se você quer saber mais sobre a rotação de culturas e como implantar essa técnica em sua propriedade é só continuar comigo.

Vou te apresentar tudo o que você precisa saber agora!

 

Rotação de Culturas

 

O que é a rotação de culturas e qual a sua importância?

Há várias práticas de conservação do solo, o plantio direto, adubação verde e entre outras práticas, temos a rotação de culturas.

Essa técnica, consiste em utilizar o método de alternância de diferentes cultivos, levando a melhorias dos atributos químicos, biológicos e físicos do solo, com redução da degradação do meio ambiente, além de uma maior produtividade.

As espécies são selecionadas de acordo com alguns critérios, como possuir diferente suscetibilidade a pragas e doenças e apresentar necessidades nutricionais diferentes.

Uma vez adotada, a rotação de culturas, reduz de forma eficiente os impactos ambientais causados pela monocultura, que é produção agrícola de apenas uma cultura, que causa a degradação física, química e biológica do solo e o desenvolvimento de pragas.

Dessa forma, o principal objetivo da rotação de culturas é promover a conservação do solo, evitando, assim, sua exaustão e equilibrando o sistema produtivo.

Vejamos a seguir as principais vantagens que essa técnica traz para sua lavoura.

 

 

13 vantagens da rotação de culturas

As vantagens da rotação de culturas são inúmeras. Além de proporcionar a produção diversificada de alimentos e outros produtos agrícolas, ela traz múltiplos benefícios para o sistema produtivo como um todo.

  1. Melhoria das características físicas, químicas e também biológicas do solo;
  2. Diversificação do plantio e de renda;
  3. Auxílio no controle e redução de plantas daninhas, doenças e pragas, por meio da quebra de ciclos;
  4. Restituição de matéria orgânica;
  5. Manutenção e melhoria da fertilidade do solo;
  6. Proteção do solo, com o aumenta a produção de biomassa ou palhada para cobertura;
  7. Viabiliza o sistema de plantio direto;
  8. Aumento na infiltração e retenção de água no solo;
  9. Controle da erosão;
  10. Otimização no uso de máquinas e mão de obra;
  11. Reciclagem de nutrientes e redução na utilização de fertilizantes químicos;
  12. Aumento e estabilização da produtividade das espécies vegetais;
  13. Aumento da eficiência econômica e agronômica dos sistemas de produção.

 

Rotação de culturas X monocultura

A monocultura representa o cultivo de uma única espécie vegetal, como exemplo, o plantio da cana-de-açúcar. Normalmente, essa atividade agrícola é realizada em extensas propriedades rurais.

Sendo caracterizada pela produção em menor tempo, uso facilitado de herbicidas, produção de espécies altamente expressiva para a economia de exportação, porém esse sistema produtivo é muito exigente.

Uma vez, que causa diversos impactos ambientais, como o empobrecimento do solo, a retirada da cobertura vegetal e o desequilíbrio ecológico.

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

Condições essas, que favorecem à proliferação e persistência em larga escala de pragas e doenças que atacam aquela cultura em específico, sem que haja um inimigo natural para combatê-lo, levando ao aumento no uso de defensivos.

A monocultura, ao contrário da rotação de culturas, por cultivar uma única espécie pode provocar a exaustão do solo, acarretando o esgotamento de seus nutrientes e, consequentemente, o empobrecimento nutricional.

Entretanto, mesmo com a apresentação de todas as vantagens da rotação de culturas, você pode ficar na dúvida se esse sistema se enquadra na realidade da sua propriedade, certo?

Por isso, que a avaliação deve se basear no seu objetivo de produção e conhecimento das técnicas de cultivo, para que possa alcançar os resultados esperados de produtividade e lucratividade.

 

Implantação da prática de rotação de culturas

Primeiramente, antes da implantação da rotação de culturas na sua propriedade é necessário um bom planejamento, para que alcance o máxima de eficiência na melhoria da capacidade produtiva do solo.

Para isso se deve levar em conta diversos fatores:

  • Escolha de plantas que contribuam para fixar nitrogênio, com raízes profundas e de grande volume;
  • Uso de plantas comerciais, garantindo geração de renda para o produtor;
  • Escolha de variedades com base no objetivo do sistema, por exemplo, para cobrir o solo e contribuir para a adubação verde;
  • Utilização de culturas que possuem sistemas radiculares diferentes, como as gramíneas e leguminosas;
  • Sempre que possível, associar espécies que produzam grande quantidade de biomassa e também de rápido desenvolvimento, cultivadas isoladamente ou em consórcio com culturas comerciais.
  • Seja feita a escolha pelas espécies adaptadas às condições edafoclimáticas da região.

Por fim, o planejamento deve considerar que não basta estabelecer e conduzir a melhor sequência de culturas.

É necessário também que o agricultor utilize todo seu conhecimento de manejo, como, preparo do solo (calagem e adubação), época de plantio, cultivares adaptadas para sua região, controle de plantas daninhas e de pragas e doenças.

 

Como escolher as espécies para a rotação de cultura

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) o sucesso da rotação de culturas é extremamente dependente da região produtiva e condições climáticas.

Essa prática precisa ser bem planejada para definir a hora certa de plantar e quando retirar. Isso evita que a espécie selecionada se propague pelo campo e comprometa a cultura principal.

As culturas utilizadas para rotacionar, são das mais diversas. No entanto, é necessário ter conhecimento de algumas características que as plantas devem apresentar para serem utilizadas na rotação.

Para isso, o ideal é adotar plantas de diferentes grupos, por exemplo:

  1. Gramíneas: milho, arroz, sorgo, trigo, milheto, aveia preta, aveia branca.
  2. Leguminosas: grão-de-bico, feijão, soja, amendoim, feijão guandu, crotalária, lablab, tremoço.
  3. Asteraceae: Girassol.

Portanto, essas múltiplas variáveis, torna complexa a definição dos cultivos que devem ser implantados para que a rotação de culturas.

Por isso, recomenda-se a consulta a um profissional da área, para que essa definição seja feita de forma adequada e mais favorável possível ao sistema de produção.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Neste artigo vimos que a rotação de culturas, se adotada e conduzida de modo adequado e por um período suficientemente longo, essa prática melhora as características físicas, químicas e biológicas do solo.

Além, de auxiliar no controle de plantas daninhas, doenças e pragas, repõe matéria orgânica e protege o solo da ação dos agentes climáticos e ajuda a viabilização do sistema de plantio direto.

A rotação de culturas vem na busca de melhorias nos sistema produtivo de alimentos de forma mais equilibrada, estabelecendo, acima de tudo, sistemas de produção sustentáveis, com o mínimo de danos ao meio ambiente e com a máxima lucratividade para o produtor rural.