Oídio: como manejá-lo em sua cultura?

Oídio: como manejá-lo em sua cultura?

O oídio é um dos grandes problemas encontrados na agricultura, com isso muitos agricultores buscam o melhor manejo para combatê-los. Neste artigo vamos abordar as principais culturas que sofrem ataque dos oídios e qual melhor manejo para cada uma delas.

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Oídio: como manejá-lo em sua cultura?

 

Oídio é um parasita obrigatório que só se desenvolve nos tecidos vivos e suscetíveis da planta hospedeira, eles apresentam um micélio superficial que extrai nutrientes da planta hospedeira através de hifas que penetram nas células da epiderme do hospedeiro por meio de órgãos de absorção chamados haustórios.

Desenvolve-se na parte aérea da planta, sendo caracterizado pela presença de uma fina camada de micélio e esporos (conídios) pulverulentos do fungo, que podem evoluir de pequenos pontos brancos para a cobertura total das partes infectadas, impedindo a fotossíntese e provocando queda prematura das folhas, nas quais, a coloração branca do fungo pode se alterar para castanho acinzentada e, nas hastes, podem ocorrer rachaduras e cicatrizes superficiais.

O vento e insetos vetores, como pulgões, transmitem rapidamente o oídio. Ele pode atingir diversas culturas, entre essas, as mais comumente afetadas são as soja, tomateiro, trigo, feijoeiro entre outras culturas.

 

Condições favoráveis ao ataque de oídio

O oídio ocorre em condições de umidade alta, seja sob clima frio ou quente. Contudo, também pode surgir em condições secas, especialmente em climas quentes. Essa variedade de condições é explicada pelo fato de os esporos se liberarem e germinarem, além de causarem infecção, mesmo quando a umidade relativa do ar é baixa, sem filme de água sobre a folha. Uma vez iniciada a infecção, o micélio continua a se desenvolver sobre a superfície da planta, independentemente das condições de umidade na atmosfera.

Ademais, a temperatura desempenha um papel mais significativo no desenvolvimento da doença do que a umidade. Assim, a fonte inicial de inóculo mais provável é o micélio, que sobrevive durante o inverno nas gemas.

De maneira geral, o oídio se desenvolve muito bem em condições de elevada umidade relativa e temperaturas entre 18 e 22 ºC.

 

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Oídio na cultura de trigo

O oídio do trigo é uma doença comum nas lavouras e está presente em todos os locais onde cultivam-se cultivares suscetíveis. Também conhecida como cinza do trigo, essa doença pode causar danos de até 62%, comprometendo significativamente a produtividade.

Além disso, as condições climáticas, especialmente aquelas com temperaturas altas e precipitações pluviais frequentes, favorecem o desenvolvimento do oídio na cultura do trigo, tornando-se um fator crucial para o aumento das perdas. Portanto, esses fatores climáticos são responsáveis por perdas significativas, tanto no rendimento quanto na qualidade dos grãos.

Caso você agite as plantas doentes, será possível observar a liberação de um pó branco, que corresponde às estruturas do fungo. Esse pó é um indicativo claro da presença do oídio, o que reforça a importância de monitorar a doença e adotar medidas de controle adequadas.

Quanto ao manejo do trigo, o vento é o principal agente de disseminação da doença. Quando atingem a planta de trigo, os esporos conseguem germinar, infectar e colonizar o tecido foliar. Por isso, o monitoramento contínuo é essencial para evitar que a doença se espalhe. Algumas alternativas para reduzir os impactos da doença incluem:

Tratamento químico: 

Embora o fungo não seja veiculado pela semente, é possível controlá-lo, em cultivares vulneráveis, tratando as sementes com o triadimenol.

O controle químico do oídio de trigo em cultivares suscetíveis é mais econômico via tratamento de sementes do que por meio de aplicação de fungicidas nos órgãos aéreos.

Em planta adulta, o monitoramento da doença deve ser semanal, a partir do afilhamento, determinando-se a porcentagem de plantas com sintomas da doença. A primeira aplicação deve ocorrer quando o nível de doença atingir o limiar de ação.

 

Semeadura

 As Semeaduras mais precoces também são capazes de diminuir os danos da doença, pois as plântulas ficam expostas a menores quantidades de inóculo, justamente em estádio de desenvolvimento de maior vulnerabilidade.

 

Oídio na cultura da soja

O oídio na cultura da soja é causado pelo fungo Microsphaera difusa, um ascomiceto obrigatório cuja sobrevivência depende de plantas vivas do hospedeiro. Esse fungo se desenvolve principalmente sobre as folhas, causando danos que podem afetar significativamente a produtividade da soja.

Os danos do oídio na soja são bastante variáveis entre as safras e as regiões, com algumas áreas apresentando perdas mais acentuadas devido às condições climáticas favoráveis à doença. Regiões que possuem temperaturas e umidade ideais para o desenvolvimento do fungo tendem a registrar maiores níveis de severidade, resultando em danos mais expressivos.

Por outro lado, em algumas regiões, os níveis de severidade são relativamente baixos, o que faz com que o oídio tenha uma importância secundária, sem causar grandes prejuízos à lavoura. Nesse contexto, o manejo da doença se torna menos prioritário, mas ainda assim, é importante o monitoramento para evitar possíveis surtos que possam comprometer a qualidade e a quantidade da produção.

Manejo na soja

Uma das formas de prevenção da doença é evitar o plantio de cultivares suscetíveis em épocas favoráveis à sua ocorrência, como semeaduras tardias ou safrinha, além de cultivos irrigados de inverno.

Sendo assim, a existência de cultivares com resistência genética ao oídio forneceria maior segurança e menores riscos de cultivo.

 

Uso de cultivares resistentes

O uso de cultivares resistentes é reconhecido como a prática de manejo mais eficiente para esta doença. Porém, diversas cultivares que eram resistentes tornaram-se suscetíveis, demonstrando a variabilidade do fungo.

Entretanto, não havendo disponibilidade de cultivares com essas características, ou no caso de quebra da resistência de uma cultivar, pode-se pensar em tratamento químico com fungicidas recomendados.

 

Controle químico com fungicidas

Controle químico é o método mais empregado. Fungicidas sistêmicos são os mais eficientes e recomendados, apresentando os melhores resultados.

O tratamento deve ser iniciado ao se constatar os primeiros sintomas. Fungicidas de contato à base de enxofre apresentam-se eficientes. Usar produtos registrados para as culturas.

 

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O oídio na cultura do feijoeiro, causado pelo fungo Oidium sp., pode afetar toda a parte aérea da planta, resultando em perdas significativas tanto na quantidade quanto na qualidade do produto. A doença pode atacar ramos e vagens, tornando-as malformadas e menores, o que compromete o rendimento da lavoura.

No que diz respeito ao manejo do oídio no feijoeiro, as práticas adotadas são semelhantes às utilizadas na cultura da soja. Dessa forma, métodos como o uso de cultivares resistentes e o controle químico com fungicidas se mostram eficazes na mitigação da doença.

Além disso, é fundamental monitorar constantemente a lavoura para detectar precocemente a presença do fungo, garantindo que as intervenções sejam feitas de forma adequada e no momento oportuno.

Oídio na cultura do tomateiro

Oídio no tomateiro numa ampla faixa de temperatura, que pode variar de 10o C a 35o C. A doença ocorre em verões e invernos secos.

 Assim, a temperatura não é fator ambiental limitante à doença, que é favorecida por umidades baixas, menor que 60%. A curta e média distâncias, a disseminação ocorre principalmente pelo vento.

O oídio pode ser causado por O. neolycipersi, conhecido como Oídio adaxial, onde se localiza na superfície superior e inferior das folhas evidenciado a aparência de um pó branco e fino na folhagem. Tanto folhas novas quanto velhas são atacadas.

Quando a doença é causada pelo O. haolophylli ou seja Oídio abaxial, a massa pulverulenta normalmente não é tão facilmente observada. Neste caso formam-se manchas amareladas nas folhas, que evoluem para necrose.

 

Manejo no tomateiro

Controle Químico

A medida mais eficiente de controle tem sido o emprego de fungicidas aplicados preventivamente ou após o aparecimento dos primeiros sintomas.

 

Diferença entre oídio e míldio

O oídio e o míldio podem se confundir em relação aos sintomas semelhantes, algumas diferenças dessas principais doenças são:

  • Oídio tem seu maior desenvolvimento fora da planta diferentemente do míldio que se desenvolve no interior das plantas;
  • Os oídios apresentam sintomas na parte superior e inferior das folhas já os míldios se encontra mais na face inferior das folhas;

O recomendado em caso de dúvidas procure um especialista da área para melhores recomendações.

 

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Conclusão

Neste artigo vimos o sintomas do oídio em diferentes culturas e o quanto podem afetar sua produtividade. Com isso é de extrema importância que o agricultor faça monitoramento pois quanto mais cedo identificar a doença melhor para realizar o diagnóstico correto e assim realizar medidas de manejo para o controle em sua lavoura.

É importante ressaltar que em caso de dúvidas o ideal é procurar um o profissional da área para realizar a identificação correta.

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