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Colheita: conheça os diferentes tipos e alguns cuidados!

Colheita: conheça os diferentes tipos e alguns cuidados!

A colheita possibilita coletar produtos no final de um ciclo produtivo para inúmeras finalidades de uso. Com a possibilidade de ser realizada em diversos espaços onde o plantio é feito, a colheita encerra as atividades de produção de um ciclo dentro de um sistema de agrícola. Dito isso, preparamos um artigo onde iramos abordas tudo que você sobre esse tema.

Acompanhe!

 

Colheita: conheça os diferentes tipos e alguns cuidados!

 

A hora da colheita requer muita atenção e cuidado do produtor rural. Para garantir bons resultados, o agricultor precisa estar atento para reduzir as perdas e assim evitar grandes prejuízos.

Diversos fatores podem impactar e contribuir com as perdas: condições climáticas, falhas em equipamentos, presença de pragas agrícolas, entre outros.

Para ajudar nesse processo de identificação e redução dos casos, é possível adotar medidas e estratégias. Além de conhecermos os diferentes tipos de colheita para a cultura adequada.

 

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Mas afinal, o que é colheita?

Basicamente, a colheita nada mais é do que um método de coleta dos produtos que foram cultivados pelos agricultores, ou seja, a coleta do seu plantio.

Normalmente, a colheita costuma ser realizada com o auxílio de máquinas, como mencionamos, para otimizar o tempo.

Mas a colheita em si é um método milenar e que foi sendo aperfeiçoada ao longo dos anos, a fim de contribuir com os agricultores.

Portanto, ainda é comum encontrar quem ainda realize essa técnica de forma manual, embora não seja recorrente.

 

Por que conhecer os tipos de colheita?

Para alguns produtos agrícolas, como café ou algodão, o método de colheita pode afetar a qualidade final do produto. Assim, para o produtor, é importante conhecer as diferenças entre cada tipo de colheita e escolher o que mais se adequa à sua produção.

Em alguns casos, a colheita é a fase mais crítica de todo o processo produtivo na lavoura. Sendo assim, falhas ocorridas nessa hora podem representar prejuízos significativos para o produtor.

É importante destacar que cada cultura possui maior ou menor suscetibilidade na hora da colheita. De maneira geral, no entanto, serão mostrados os principais tipos de colheita para as diversas culturas, sem muitas especificidades.

 

Tipos de colheita

As culturas agrícolas, de uma forma generalizada, podem adotar três possíveis tipos de colheita que serão abordados a seguir. Acompanhe.

 

Colheita manual

De forma geral, a colheita é um processo agrícola de pequeno porte, que agrega maior qualidade os produtos plantados. É um princípio depende dos sentidos humanos como o tato e a visão.

E é necessário uma espécie de instinto para perceber o momento ideal para realizar a colheita dos frutos ali cultivados.

A vantagem deste método é que os seus executores estão completamente imersos no processo. Por isso, o conhecimento adquirido em relação ao cultivo da plantação acaba se tornando ainda maior e único.

Embora possa ser feito por completo de maneira manual, a colheita exige o uso de alguns materiais auxiliares, como enxadas, cestas de palha para armazenar os produtos e facas para o corte de raízes superficiais.

Este tipo de colheita é geralmente de subsistência, ou seja, para consumo próprio. Portanto, o cuidado com os alimentos é feito individualmente. Isso possibilita observar imperfeições com maior facilidade, impedindo ingestão de frutos de má qualidade. Uma das maiores desvantagens é a quantidade de tempo gasto neste processo.

 

Checklist agrícola

 

Colheita semimecanizada

A colheita é considerada semimecanizada quando mescla operações manuais com mecânicas. É o caso, por exemplo, da derriça do café fazendo uso de um derriçador: o estendimento da lona sob o cafeeiro é manual e a derriça se faz com o equipamento mecanizado, embora de operação manual.

Na cultura do feijão, o arranquio e o ajuntamento são realizados de forma manual, sendo seguidos pela trilha, realizada mecanicamente. A máquina empregada para esse fim é a trilhadora estacionária ou batedora de grãos.

No caso da colheita do arroz, a ceifa (corte) e o recolhimento das plantas é realizado manualmente. A trilha, como no caso do feijão, é feita utilizando-se uma trilhadora estacionária.

 

Colheita mecanizada

O processo de colheita mecanizada é utilizado por agricultores de médio a grande porte, e faz o uso de maquinário específico. O investimento em máquinas como trator, com vibrações das barras ferro ao passar pelo campo do plantio, auxilia na rápida coleta.

A vantagem do uso do trator é a tecnologia que suas barras de ferro vibratórias oferecem. Isso possibilita, por exemplo, que sejam colhidos apenas os frutos maduros, mas não os verdes. Entre as desvantagens deste processo está o fato de ser um investimento muito caro.

Ele também exige um cuidado maior na hora da colheita para que não haja danificação dos alimentos. Um dos maiores exemplos de colheita mecanizada pode ser visto na colheita do café, soja, algodão. Entre outras culturas devido ao grande campo utilizado para o cultivo.

 

Alguns cuidados essenciais na colheita

Nem sempre é possível garantir 100% da colheita o tempo todo. Mas, para evitar prejuízos, o produtor rural deve planejar com precisão o cultivo, analisar o solo, otimizar recursos, além de contar com uma boa proteção financeira para casos emergenciais. Veja as nossas dicas e aplique na sua fazenda.

 

Avaliação do solo

Analisar o solo é um passo muito importante para garantir uma boa colheita. É importante ter o conhecimento sobre a sua composição, para assim identificar os minerais e nutrientes presentes na terra.

Com esses dados em mãos, você pode relacionar com as necessidades nutritivas daquilo que deseja cultivar naquele espaço. Dessa forma é possível garantir o manejo mais adequado.

 

Atenção às condições climáticas

O clima pode impactar diretamente na sua colheita. Se você quer garantir a rentabilidade e a produtividade da sua atividade agrícola, você precisa levar em consideração as condições climáticas da sua região.

Cada planta tem as suas particularidades e necessita cuidados distintos. É preciso reconhecer as necessidades daquilo que quer cultivar e observar se há chances de realizar o plantio. Identifique o material que melhor se adequa ao seu ambiente, analisando a temperatura e umidade do local.

 

Controle das pragas agrícolas

Outro fator que compromete a colheita é a presença das pragas agrícolas. Por isso é necessário saber identificar as pragas e doenças que podem ocorrer no seu plantio.

Para ter uma boa produção agrícola, você precisa se atentar ao manejo para controlá-las. Uma boa estratégia é realizar o monitoramento constante da cultura para evitar surpresas com o surgimento da praga.

 

Tecnologia a seu favor

O campo está ficando cada vez mais tecnológico e o produtor rural deve usar isso a seu favor. Invista em recursos e inovações que possam te auxiliar a reduzir as perdas da sua lavoura.

No mercado há diferentes ferramentas disponíveis que ajudam no gerenciamento, monitoramento e otimização dos recursos. Dessa forma é possível obter uma colheita cada vez mais precisa e eficiente.

 

Seguro Rural

Por mais cuidados que o produtor rural tenha com a sua lavoura, há imprevistos que podem comprometer todo o trabalho do período. Alagamentos, incêndios, ventos fortes são um dos exemplos que podem causar muitos prejuízos ao agricultor.

Ter um seguro rural pode fazer toda a diferença para o seu negócio. Afinal, você terá acesso aos recursos necessários para dar continuidade a sua atividade agrícola.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Para garantir uma boa colheita, não basta que o agricultor esteja atento apenas às condições climáticas, aos preços dos grãos, entre outros detalhes.

É preciso estar preparado, também, para continuar investindo. Com isso é essencial que o produtor tome alguns cuidados. Se você gostou desse conteúdo e te ajudou e esclareceu suas dúvidas. Comente e compartilhe em suas redes sociais!

 

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As 9 principais doenças do feijão!

As 9 principais doenças do feijão!

Saber diagnosticar as principais doenças do feijão é indispensável para um manejo integrado de doenças efetivo. Em 2020/21, a produção desse grão atingiu pouco mais de 3 mil toneladas.

Essa produção pode ser menos expressiva em quantidadese comparado com as demais produções de grãos no Brasil, mas isso não a faz menosimportante.

Hoje, o feijãoé um alimento fundamental na composição da dieta de praticamente todos os brasileiros. Além de serum aliado muito importante em questões relacionas àsegurança alimentar no Brasil.

Isso devido também a outros fatores positivos como a sua composição nutricional e a possibilidade de ser cultivado durante o ano todo nas mais diversas regiões do país.

 

As 9 principais doenças do feijão!

 

Dentro desse contexto, as doenças que afetam o feijoeiro podem apresentar um papel de destaque, pois podem fazer toda a produção, em quantidade e qualidade, ir por água abaixo.

Tais doenças podem ser causas por agentes fitopatogênicos de diferentes naturezas como fungos, bactérias e vírus.

Assim, confira a lista de 9 doenças do feijão que será abordada nesse artigo:

  1. Podridão radicular de Rhizoctonia;
  2. Murcha de fusarium;
  3. Mancha angular;
  4. Ferrugem;
  5. Oídio;
  6. Mofo-branco;
  7. Antracnose;
  8. Crestamento bacteriano comum;
  9. Mosaico dourado do feijoeiro.

 

É importante se atentar

Como se pode imaginar, cada um desses patossistemas vai apresentar suas particularidades, assim como pontos em comum.

Relembrar, saber e refletir sobre tais características é fundamental na realização um bom planejamento de manejo integrado de doenças do feijão.

Se você deseja saber ou revisaros aspectos básicos da produção de feijão. Como seus estádios fenológicos, as diferentes épocas e safras de plantio. Recomendo a leitura do seguinte texto: Plantação de Feijão: Cuidados na hora de Semear!

Podendo se tornar mais fácil de relacionar informações como:em qual safra o feijão tem mais chances de ser afetado por uma doença. Ou em qual estádio fenológico se observamais sintomas dessa doença.

Mas para saber um pouco mais sobre as principais doenças do feijão, o que é a ferrugem feijão, como manejar a antracnose no feijão, junto as outras doenças listadas, não deixe de conferir esse artigo.

 

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Podridão radicular de Rhizoctonia (Rhizoctonia solani)

A podridão radicular de Rhizoctonia é uma doença que pode causar severos danos a cultura do feijão, afetando principalmente os estádios fenológicos inicias do feijoeiro (V0 a V4).

O agente causal dessa doença é o fungo de solo Rhizoctonia solani. Causando o típico sintoma de damping-off” devido ao estrangulamento do colo de plantas jovens de feijão. Resultando no tombamento do ápice da planta.

Outro sintoma característico é a ocorrência de lesões arredondadas, irregulares, deprimidas, apresentando tons amarronzados a avermelhados.

Esse fungo pode sobreviver em restos de culturas e no solo, com a formação de estruturas conhecidas como escleródios.

Sua dispersão pode ocorrer através da água da chuva ou irrigação, implementos de máquinas com solo contaminado ou até mesmo sementescontaminadas.

Os danos causados nos estágios inicias levam a má formação de estande e perda de produtividade. Contudo também pode afetar as vagens que tiverem contanto com o solo. Causando danos qualitativos aos grãos de feijão.

A presença desse fungo em uma área de feijão pode ser tão problemática. Que até mesmo sua fase perfeita (Thanatephorus cucumeris) pode causar danos, doença conhecida como Mela.

 

Cultura do Feijão: importância, tipos, fenologia e seus principais manejos.

 

Murcha de fusarium (Fusarium oxysporum f. sp. phaseoli)

A murcha de fusarium também é uma doença fúngica veiculada pelo solo de grande importância para a cultura do feijão.

Apesar de também poder ocorre nas fases inicias do feijoeiro, sua incidência mais preocupante ocorre nos estádios de pré-floração, florescimento e enchimento das vagens.

A severidade dessa doença está fortemente atrelada a fatores como o grau de resistência da cultivar utilizada junto as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.

Seu agente causal é fungo de nome cinéticoFusarium oxysporum f. sp. phaseoli, onde abreviatura (f. sp.) significa forma specialis, indicando ser um tipo de fusarium que ataca o feijão.

Os sintomas causados por essa doença são característicos por amarelecimentos e murcha generalizada ou parcial da parte área do feijão.

Sendo isso devido ao fato desse fungo colonizar os vasos do xilema da planta. O que irá por sua vez impedir a passagem adequada de água.

Assim as plantas acabam apresentam sintomas de murcha nos períodos mais quentes do dia. Retornando turgidez ao entardecer, quando a murcha é irreversível ocorre a desfolha da planta com posterior morte.

Sobreviver também em restos culturais e no solo, com a formação de estruturas de resistência chamadas de clamidósporos (enovelamento de hifas). Sua dispersão ocorrer da mesma forma que a doença anterior.

 

Mancha angular (Phaeoisariopsis griseola)

Já a doença do feijão popularmente conhecida como mancha angular pode causar lesões em todos os órgãos da planta, mas principalmente nas folhas.

O fungo que causa essa doença é oPhaeoisariopsis griseolaapresentando ocorrência global em mais de 60 países com mais de 29 raças.

Nas folhas pode se observar na parte inferior dos folíolos pequenas lesões angulares. De coloração marrom acinzentada e delimitadas pelas nervuras.

Evoluindo para uma coloração marrom escuracomcoalescimento das lesões, posterior amarelecimento e queda, resultando em desfolhamento precoce da planta de feijão.

 

Ferrugem (Uromyces appendiculatus)

Doenças comumente chamada de ferrugem afetam uma série de outras culturas, como a sojaou o café.

Porém são causadas por patógenos fúngicos específicos que no caso do feijão e de outras plantas do gênero Phaseolus spp. é o fungoUromyces appendiculatus.

O qual, diferente das demais doenças comentadas até aqui, apresenta natureza biotrófica.

O que faz necessário a presença de um hospedeiro vivo para se manter presente e reproduzindo, o que também garante para essa doença uma grande variabilidade.

Esses fatoresse agravam em regiões do Brasil onde se é possível o cultivar feijão durante o ano todo.

O sintoma típico dessa doença caracteriza-se pela presença de estruturas nas folhas chamadas de pústulas.

Onde na ocorrência de muitas pústulas faz com que a folha apresenta clorose generalizado, secando e caindo prematuramente.

Porém, inicialmente ocorre em pequenas manchas amareloesbranquiçadas na parte de baixo da folha, evoluindo para ambos lados com manchas de cor marromalaranjadas e geralmente com halo clorótico.

As pústulas são as estruturas repoisáveis por produzidos os esporosos quais são disseminados principalmente pelo vento.

 

Oídio (Erysiphe polygoni)

A doença de oídiona cultura do feijão apresenta caráter secundário ocorremsob condições de temperatura moderada e baixa umidade, o que é comum em cultivos tardios.

O agente causa dessa doençaé o fungo Erysiphe polygoni,o qual pode ocorre em toda a parte área da planta sendo as folhaso órgão mais afetado.

Seus sintomas típicos se caracterizem pela ocorrência de pequenas manchas verde-escuras na parte inferior da folha ese desenvolvem parapequenas massas brancas acinzentadas com aparecia de pó.

Em situações de infecções de maioresseveridade, a folha pode ficar inteiras com aspecto pulverulento, evoluindo para amarelecimento e desfolha prematura.

O patógeno dessa doença apresenta diversas raças fisiológicas e grande número de hospedeiros.

Fatores que se tornam essências para a garantia da manutenção do fungo mesmo na ausência do feijoeiro, podendo seus esporos ser disseminados pelo vento, chuva ou insetos.

 

Mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum)

O mofo-branco é uma das principais doenças fúngicas do feijoeiro e ocorrenos cultivos de feijão do mundo todo.

É uma doença que ocorre principalmente a partir do florescimento, além de ser importante em áreas de cultivo inverno.

Que somado a prática de irrigação por aspersão, podendo chegar acusar perdas de até 100% da produção do feijão.

Essa doença é causada pelo fungode solo Sclerotinia sclerotiorum o qual é um patógenocom mais de 300 espécies de plantas hospedeiras, muitas delas de interesse agrícola como a soja.

Os sintomas típicos dessa doença são o apodrecimento de hastes, folhas e vagens junto ao crescimento de uma massa micélio branco, o mofo.

As lesões que se desenvolvem secam, apresentando cor de palha e a formação de estruturas de resistência (escleródios).

Os escleródios são essenciais pois garante a manutenção da viabilidade do fungo, por mais de oito anos. Até que se tenha plantas hospedeiras e condições climáticasfavoráveis para o desenvolvimento do fungo e da doença.

 

Antracnose (Colletotrichum lindemuthianum)

A antracnoseé uma doença que ocorre nos principais estados produtores de feijão, assim como é considerada uma das doenças mais importantes da cultura.

Isso devido a capacidade de causar a perda total da produção, ocorrendocom maior frequência em regiões de temperatura baixa a moderada e umidade relativa alta.

O fungo responsável por causar essa doença o Colletotrichum lindemuthianum, o qual apresenta alta variabilidade genética, com mais de 32 raças patogênicas identificadas.

Os sintomas típicos dessa doença são nervuras da superfície inferior dos folíolos com lesões alongadas, inicialmente de cor avermelhada e posteriornecrose.

Já os sintomas apresentados em vagens infectadas serão delesões circulares e deprimidasde tamanho variável, coloração marrom, com bordos escuros e salientes com um halo pardoavermelhado.

As lesões podem coalescer e cobrir parcialmente as vagens e sob condições favoráveis vão apresentar o centro das lesões de coloração mais clara ou rosada indicando aesporulação do fungo.

O qual pode sobrevive e ser disseminado através de restos de cultura,sementes, respingos de chuva, irrigação e insetos.

 

Crestamento bacteriano comum (Xanthomonas axonopodis pv.phaseoli)

O crestamento bacteriano comum,diferente de todas doenças que vimos até aqui, é causado por patógeno bacteriano.

Doença de importância considerável na cultura do feijoeiro em função da redução significativa da produção e das dificuldades de controlar essa doença.

Além de ser uma doença amplamente disseminada e comum em todas as regiões produtoras de feijão do mundo. Principalmente em regiões com climasquentes e úmidos.

O que tem relação direta com os maiores danos causados no feijão quando semeado na época das águas.

Os sintomas dessa doença são característicos por pequenas manchas verdeescuras, encharcadas e oleosas.

Com o decorrer do progresso da doença as lesões ficam maiores de coloração marrom a necróticas e junto a um halo clorótico.

Em desenvolvimentos mais severos da doença, as lesões coalescem, com consequente desfolha do feijão.

O crestamento bacteriano comum do feijoeiro tem como agente causal a bactéria Xanthomonas axonopodis pv phaseoli.

Pode sobreviver na semente, em restos de cultura, no solo e em plantas hospedeiras alternativas.

A exemplos de plantas daninha do gênero Amaranthus spp.e a famosa tiririca (Cyperus rotundus). Assim como em outras fabaceae podem servir de hospedeiras para a bactéria.

A qual é tem sua disseminação, no campo, através de sementes contaminadas,insetos,água da chuvae de irrigação por aspersão.

 

Mosaico dourado do feijoeiro (BGMV)

O mosaico dourado do feijão é considerado a virose mais importante da cultura do feijoeiro e se encontra presente na maioria das regiões produtoras do Brasil.

Essa doença gerar danos que pode comprometer 100% da produção da planta. Em função do cultivar e do estádio da planta de feijão.

O organismo que causa essa doença é o vírus chamadoBean golden mosaic virus (BGMV).

E que da mesma forma que outras doenças causadas por vírus o BGMV precisa de um vetor para ser introduzido e disseminado pela lavourade feijão.

No caso dessa doença a mosca branca (Bemisia tabaci) é quem desempenha a função de vetor.

Assimaspopulações do vetor e hospedeiros alternativos do vírusjunto as condições climáticas favoráveis também são elementos fundamentais para a severidade da doença.

Lembrando que temperaturas elevadas e baixa umidade são condições favoráveis à maior incidência dessa doença. Justamente dado o aumento da população da mosca branca.

Plantas jovens de feijão tem como sintomas folíolos com aspecto de encarquilhados ou curvados para baixo. Com posterior clareamento e clorose levenas nervuras.

O aspecto de mosaico ocorre após o desenvolvimento das folhas com o aumento dos espaços entre as clorosespróximas a nervura.

Outros sintomas que se tem para essa doença são de vagens deformadas, plantas com nanismo, perda da dominância apical, brotamento das gemas axilares e retardamento da senescência foliar.

Isso tudo em decorrência da bagunça metabólica e hormonal. Causada pelo vírus durante seus processos de multiplicação dentro da planta de feijão.

 

Manejo integrado das doenças do feijão

O manejo integrado de doenças (MID) faz uso de diversas ferramentas de controle visando a forma mais racional possível.

Essa integração junta os mais diversos tipos de controle como físico, cultural, genético, biológico e químico.

Sendo o primeiro passo para isso, justamente a diagnose dos sintomas das doenças. Sendo algumas doenças mais facilmente identificadas. Em função da experiência de quem realiza a diagnose ou por alguma características bem definidas da doença.

De toda forma é muito importante a inspeção rotineira das áreas de cultivo de feijão. A qual pode ser auxiliada por sistemas de previsão e aviso de doenças.

 

E o que fica de mais importante?

Como você pode perceber muitas das doenças aqui abordadas podem sobreviver e serem transmitida via a semente de feijão.

Assim, uma medida de manejo essencial para se evitar e introdução de doenças na área é a utilização de sementes de boa qualidade fisiológica e sanitária.

Pois uma boa taxa de germinação, junto a uma profundidade adequada de semeadura evita com que a plântula de feijão permaneça muito tempo exporta a infecção de patógenos que sobrevivem no solo.

Outra técnica de manejo recomentada para diminuir a fonte de inóculo de doenças que sobrevivem no solo. Ou em restos de culturais ou que precisam de um hospedeiro vivo é a rotação de cultura.

Sendo importante também o manejo de espécies espontâneas que possam estar presentes nas áreas de cultivo de feijão.

 

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Assim como a presença de palha no sistema de cultivo, pode evitar a disseminação de doenças ou infecção das vagens por não estarem em contato direto com o solo.

Outro fator muito importante e essencial para o manejo de doenças é a escolha adequada do material genético de feijão.

Assim você pode adquirir uma cultiva de feijão resistente a uma doença que está impossibilitando o cultivo. Além de poder manejar época de semeadura que será mais desfavorável para o desenvolvimento da doença.

Por fim, a ideia aqui é mostrar que quanto mais pontos relacionados ao manejo do feijão forem pensados previamente maior será a efetividade do seu plano de manejo integrado de doenças.

 

Conclusão

Espero que esse artigo tenha ajudado você a saber um pouco mais sobre algumas das principais doenças que afetam a cultura do feijão.

Assim como entendido a importância de se realizar uma boa diagnose de doenças nas áreas de cultivo de feijão. E sua relação com um bom manejo integrado de doenças.

Se quiser ler mais artigos como esse e de outros assuntos de seu interesse continue navegando no blog da AgroPós.

E para os que desejam se aprofundar um pouco mais na cultura do feijão. Garanta o Ebook gratuito: Cultura do Feijão: importância, tipos, fenologia e seus principais manejos.

Além de acompanhar as novidades através do perfil da Agropós do Instagram e outras redes sociais.

Escrito por João Verzutti.

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Colheitadeira: conheça os tipos e saiba como manejar sua colheita!

Colheitadeira: conheça os tipos e saiba como manejar sua colheita!

As colheitadeiras, também conhecidas como colhedeiras, colhedoras ou ceifadeiras é um equipamento agrícola destinado à colheita de lavouras, tais como de cana-de-açúcar, café, algodão ou grãos (trigo, arroz, café, soja, milho e dentre outros).

Saiba mais sobre essa importante máquina agrícola e sobre os cuidados na hora colheita da sua lavoura neste post. Boa leitura!

 

Colheitadeira: conheça os tipos e saiba como manejar sua colheita!

 

A evolução das colheitadeiras

A colheitadeira surgiu devido à modernização das lavouras, com grandes plantios comerciais em grandes áreas, que contribuíram para que a colheita feita manualmente fosse substituída por máquinas.

Primeiramente era por tração animal, que logo passaram a ser motorizadas através de motores a vapor e posteriormente por motores de combustão interna.

Além disso, com o uso de colheitadeiras houve melhorias na qualidade do produto colhido: a colheita é feita com maior rapidez, eficácia e menor teor de impurezas.

Foi utilizado nos primeiros tratores do ano de 1885 um shaker para separar o trigo do joio. Consistia em grelhas com pequenos dentes em um eixo excêntrico para ejetar a palha, mantendo o grão.

O trator elaborado, evoluiu para motores à diesel para alimentar a separação de grãos.

Até que a tela de autolimpeza rotativa foi inventada em meados dos anos 1960, porém os motores sofriam de superaquecimento devido à palhada expelida na colheita de grãos pequenos. Um avanço significativo no projeto de colheitadeiras foi o design rotativo.

Os grãos são inicialmente retirados do caule, passando ao longo de um rotor helicoidal, em vez de passar entre as barras de aço com ranhuras do lado de fora de um cilindro e um côncavo. A cerca de 1980 on-board, eletrônicos foram introduzidos para medir a eficiência da debulha.

Esta nova instrumentação permitiu que os operadores obtivessem melhor rendimento de grãos, otimizando a velocidade de solo e outros parâmetros de funcionamento.

Atualmente, o implemento está equipado com cabeças removíveis que são projetados para determinadas culturas.

 

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Cuidados na condução da colheita

O agricultor deve integrar a colheita ao sistema de produção e planejar todas as fases, para que o grão colhido apresente bom padrão de qualidade.

Nesse sentido, várias etapas como a implantação da cultura até o transporte, secagem e armazenamento dos grãos, têm de estar diretamente relacionadas.

Alguns aspectos devem ser considerados desde o planejamento de instalação.

Num sistema de produção em que, o grão, por exemplo, vai começar a ser colhido, há necessidade de tomar cuidado com alguns pontos decisivo:

  • Área total plantada;
  • Número de colheitadeiras;
  • Data de plantio;
  • Número de dias disponíveis para a colheita;
  • Distância entre os silos;
  •  Produtividade;
  •  Número de horas de colheita/dia;
  • Velocidade da colheita;
  • Número de carretas graneleiras;
  • Teor de umidade do grão;
  • Capacidade do secador;
  • Capacidade do silo de armazenamento.

 

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Regulagem da colheitadeira X Qualidade dos grãos

Para exemplificar, vamos abordar a colheita do sorgo, onde o conjunto formado pelo cilindro e o côncavo constitui-se no que pode ser chamado de “coração” do sistema de colheita.

Esta, exige muita atenção na hora da regulagem da colheitadeira, para se obter uma colheita de grãos de alta qualidade.

A distância entre o cilindro e o côncavo é regulada de acordo com a recomendação do fabricante. Ela também deve ser tal que o grão seja trilhado sem ser quebrado.

Outro ponto fundamental diz respeito à relação entre a rotação do cilindro e o teor de umidade.

A rotação do cilindro debulhador é regulada conforme o teor de umidade dos grãos, ou seja, quanto mais úmidos, maior será a dificuldade de trilha, exigindo maior rotação do cilindro batedor.

À medida que os grãos vão perdendo umidade, eles se tornam mais quebradiços e mais fáceis de serem destacados, sendo necessário reduzir a rotação de trilha.

A regulagem de rpm do cilindro e a abertura entre o cilindro e o côncavo é uma decisão entre a opção de perda e grãos quebrados, sem nunca ter os dois fatores 100% satisfatórios.

Por exemplo, em caso de sementes, pode-se optar por uma perda maior, com menos grãos quebrados.

 

Perdas na colheita

Além dos danos mecânicos, a colheita pode ser avaliada através de perdas no campo, que servem como indicador para regulagem da colhedora. Existem quatro tipos de perdas:

Pré-colheita – O primeiro tipo de perda ocorre no campo sem nenhuma intervenção da colheitadeira e deve ser avaliada antes de iniciar a colheita mecânica.

Essa avaliação tem também o objetivo de saber se uma cultivar apresenta ou não problemas de quebramento excessivo de colmo, se é adaptada ou não para colheita mecânica.

Plataforma – As perdas de panículas na plataforma são as que causam maior preocupação, uma vez que apresentam efeito significativo sobre a perda total.

Podem ter sua origem na regulagem da colheitadeira, mas de maneira geral, estão relacionadas com: a adaptabilidade da cultivar à colhedora e parâmetros inerentes à máquina de colheita (velocidade de deslocamento, altura da plataforma, e regulagem do espaçamento).

Grão soltos – As perdas de grãos soltos (separação) e de grãos na panícula estão relacionadas com a regulagem da máquina.

As perdas por separação são ocasionadas quando ocorre sobrecarga no saca-palha, peneiras superior ou inferior um pouco fechadas, ventilador com rotação excessiva ou sujeira nas peneiras.

Grãos na panícula – Esse tipo de perda ocorre em função da regulagem do cilindro e côncavo.

Como possíveis causas podemos citar a grande folga entre eles, velocidade elevada de avanço, baixa velocidade do cilindro trilha, barras do cilindro estão tortas ou avariadas, côncavo está torto e existência de muito espaço entre as barras do côncavo.

Nos teores de umidade mais altos, testes indicam que a perda de grãos na panícula é o que mais contribui para o aumento da perda total.

 

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Qual a melhor colheitadeira para sua lavoura?

Então agora, você deve estar se perguntando, qual a colheitadeira ideal para a minha lavoura?

Pois bem, isso vai depender do que é cultivado na sua fazenda. Dessa forma, conheça abaixo as principais máquinas colheitadeiras no mercado de acordo com sua necessidade:

  • Café: são duas colheitadeiras de café que são melhores ranqueadas nas vendas: K3 Millennium, da Jacto e a Coffee Express 200 Multi, da Case IH.
  • Grãos: aqui daremos destaque para três colheitadeiras, a colheitadeira híbrida 4690 da Massey Ferguson, a da New Holland TC 5090 e por fim a colheitadeira da John Deere S790.
  • Cana-de-açúcar: a líder de mercado em 2020 foi a colheitadeira Case IH 8810, tendo também em destaque os modelos CH950, CH570 e CH670 da John Deere.

Desse modo, um dos grandes diferenciais na hora da escolha da colheitadeira é a pesquisa de mercado.

Isto te ajudará a conhecer qual a performance e desempenho de cada colheitadeira para sua lavoura, levando sempre em consideração custos e benéficos de cada uma.

Gostou do assunto? Tempos outros posts sobre máquinas agrícolas, não perca nossos conteúdos e boa leitura!!

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Adoção de tecnologias já disponíveis pode aumentar produção de uvas em Mato Grosso

Adoção de tecnologias já disponíveis pode aumentar produção de uvas em Mato Grosso

Pesquisador Reginaldo de Souza orienta o produtor, sr. Nelson, durante visita técnica – Foto: Gabriel Faria

Mato Grosso possui apenas 50 estabelecimentos agropecuários que produzem uva comercialmente para mesa ou processamento, segundo o Censo Agropecuário de 2017. Entretanto, as condições climáticas, associada à cultura sulista dos colonizadores de boa parte do estado fazem com que a viticultura tenha grande potencial. A falta de assistência técnica capacitada, no entanto, tem sido um entrave à produção.

Um exemplo são os agricultores Nélson e Cecília Maziero. Em 2005 eles começaram a produzir uva em Sinop. Sem assistência, adotaram as práticas de manejo que aprenderam no Sul do país. Porém, logo perceberam que não teriam os mesmos resultados. Buscaram informações com outro produtor em Nova Mutum, a 250 km de Sinop, e, a partir das orientações que receberam, conseguiram melhorar a produção.

Hoje vendem toda a colheita de uvas Niágara e Isabel Precoce e o vinho feito com uvas Bordô na porta da chácara, com preços até 50% mais baixos do que o cobrado nos supermercados locais e, ainda assim, recebendo mais do que o dobro do valor de comercialização em regiões produtoras do país.

Embora o negócio vá bem, a falta de assistência técnica tem limitado a produção a oito toneladas na área de um hectare onde cultivam 2.500 videiras. Número que sr. Nelson espera ver dobrado na próxima safra apenas com a mudança na forma de fazer a poda de produção. A instrução para isso ele recebeu durante uma visita de pesquisadores e técnicos que foram à sua propriedade como parte das atividades da Capacitação em Vitivinicultura que a Embrapa promoveu em Sinop de 4 a 6 de dezembro.

O curso é parte da Capacitação Continuada de Técnicos em Fruticultura e visa instruir profissionais de assistência técnica e extensão rural para que possam assistir aos produtores rurais dos municípios onde atuam.

Este módulo sobre o cultivo e processamento de uvas era uma demanda antiga, desde 2012, quando a Embrapa Uva e Vinho lançou em Sinop, na Embrapa Agrossilvipastoril, a cultivar BRS Magna, validada em Mato Grosso.

Tecnologia para regiões tropicais
Embora a produção de uvas em Mato Grosso ainda seja pequena, já há tecnologia disponível para o cultivo em regiões tropicais e que se adequam ao clima do estado. Diferentemente da região Sul, onde as plantas entram em dormência no inverno, com o calor constante, elas vegetam o ano todo. Com isso, é preciso fazer duas podas, uma de formação de galhos e outra de produção, obtendo duas safras no ano.

O pesquisador da Embrapa Uva e Vinho Reginaldo Teodoro de Souza destaca que as condições climáticas de Mato Grosso são semelhantes às da região de Jales (SP), onde a Embrapa tem um campo experimental para desenvolvimento e validação de tecnologias para a uva.

“É uma questão de condução da videira em região tropical. Todas as técnicas já estão estabelecidas. Época de poda, como controlar e como manejar a uva. Já temos até cultivares para a região. Mas deve-se tomar os devidos cuidados com relação às grandes áreas de soja plantadas e uma possível deriva de herbicidas. Um quebra vento com cercas vivas pode resolver o problema”, alerta.

Entre as cultivares recomendadas para a região estão BRS ÍsisBRS Núbia e BRS Vitória, para mesa, e BRS Magna e BRS Isabel Precoce para processamento.

De acordo com o analista da Embrapa Uva e Vinho João Carlos Taffarel, o período chuvoso é uma dificuldade para a cultura no estado, uma vez que a videira é originária de regiões mais secas. Dessa forma, o ideal é passar esse período sem produção. Porém ele garante que com o manejo adequado é possível contornar a adversidade.

“Temos de ter cuidado com melhoria da fertilidade do solo. Usar porta-enxertos adaptado a essa condição. São necessários tratamentos fitossanitários para controlar as principais doenças que causam perdas na produtividade e também morte de planta, que é o caso do míldio da videira. Cuidando desses quesitos básicos e desses detalhes do manejo, certamente se consegue ter sucesso na produção”, afirma Taffarel.

Cultivo no estado
De acordo com o IBGE, 35, dos 141 municípios do estado possuem produção comercial de uva. Isso mostra que a vitivinicultura está espalhada pelas diferentes regiões de Mato Grosso, embora a produção seja pequena e esteja longe de atender a demanda do mercado local por uvas de mesa e para produção de suco.

A coordenadora do curso e analista da Embrapa Agrossilvipastoril Suzinei Oliveira vê no interesse crescente pela cultura um grande potencial, sobretudo para pequenos agricultores familiares. Por isso, a necessidade de capacitar os profissionais de assistência técnica que darão suporte aos agricultores.

Neste curso foram abordadas desde questões de manejo de solo, escolha de cultivares e porta-enxertos, até o processamento para sucos e vinhos. Passando também pela condução das videiras e técnicas de poda. Houve ainda oportunidade para degustação das variedades de uva e de sucos.

Para o técnico agrícola da prefeitura de Paranaíta Marcelo Soares, a capacitação ajudou a sanar dúvidas que vinha tendo ao assistir dois produtores em seu município e ainda ampliou seu conhecimento sobre o manejo para a região.

“Nós que estamos na ponta, trabalhando com assistência técnica, temos que ter essas oportunidades para aprender um pouco mais sobre essas culturas que são relativamente novas na região. Não temos muito conhecimento dela adaptada para cá”, afirmou.

Novos produtores
Para quem pensa em começar a produzir uva em Mato Grosso, o pesquisador Reginaldo Teodoro de Souza aconselha a cautela. Montar as estruturas de vagar, uma vez que o investimento é alto, e, principalmente, comprar mudas de boa qualidade.

“O ideal é comprar em viveiros credenciados pela Embrapa em Minas Gerais ou no Rio Grande do Sul. Eles pegam material básico da Embrapa e produzem material livre de vírus, com boa sanidade e vendem com raiz nua. Mas é preciso se programar e um ano antes, encomendar os materiais especificando qual cultivar você quer. É perfeitamente viável enviar para cá”, aconselha.

Com base em sua experiência empírica, sr. Nelson Maziero também deixa seu recado para os interessados na cultura.

“A uva é só para quem gosta e tem amor e se dedica a isso. Não é para qualquer um, porque isso dá um trabalho monstruoso. Um trabalho muito grande. É para quem gosta mesmo. Mas vale muito a pena!”

Por Embrapa.

Técnicos de Moçambique aprendem como produzir alho livre de vírus

Técnicos de Moçambique aprendem como produzir alho livre de vírus

Ser autossuficiente na produção de alho livre de vírus. Com esse propósito técnicos da área de cultura de tecidos do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM) foram treinados na metodologia de produção de alho-semente de alta qualidade fitossanitária através da cultura de ápices caulinares in vitro. A expectativa, a partir de agora, é que sejam recuperados o vigor das variedades de alho do país africano, aumentando a produtividade nacional e minimizando as importações do alho-semente livre de vírus.

Durante a segunda quinzena de agosto, os técnicos Jamisse Gonçalves e Suzana Fernandes aprenderam técnicas de limpeza viral, indexação e os processos de aclimatação e manutenção de plantas livres de vírus em casas de vegetação e telado. A capacitação ocorreu no âmbito de cooperação técnica com a Swisscontact, que desenvolve o projeto denominado Horti Sempre-Project, que visa intensificar a produção e produtividade de hortícolas como cebola e alho.

Por meio dessa cooperação, Moçambique importou, em 2017 e 2018, alho-semente livre de vírus do Brasil, sendo meia tonelada da cultivar BRS Hozan, desenvolvida pela Embrapa Hortaliças. De acordo com o pesquisador da Embrapa Hortaliças Francisco Vilela, essa capacitação deve fortalecer regiões produtoras de alho de norte a sul do país e minimizar as importações.

Gonçalves ressaltou a importância do treinamento. “Temos o cultivo de alho, mas não desenvolvemos a limpeza clonal. Obtivemos o componente técnico que faltava para instalarmos laboratório específico para essa atividade”, comenta. Suzana Fernandes acrescenta que algumas técnicas aprendidas podem ser usadas também para procedimentos diferentes em outras culturas.

O alho é uma espécie de propagação vegetativa, sendo essa a causa da disseminação de viroses. O uso de materiais de propagação sadios, como o alho-semente livres de vírus, é fundamental para assegura a qualidade dos novos plantios. Vilela explica que o controle químico não consegue reduzir a disseminação dos vírus porque ele atinge apenas os insetos vetores, que já podem ter transmitido os vírus pelas plantações.

Cooperação: A importação de alho-semente e a capacitação são decorrentes de projeto de Cooperação técnica Trilateral Estados Unidos-Moçambique-Brasil, realizado no período de 2012- 2015. A Embrapa Hortaliças foi a responsável pelo componente de produção “Variedades e Tratos Culturais em Hortaliças”, que testou mais de 100 cultivares brasileiras de várias espécies de hortaliças no país africano, entre elas alho. Os trabalhos realizados em Moçambique, no âmbito do projeto, foram copilados no livro Horticultura em Moçambique – Características, Tecnologias de Produção e de Pós-Colheita.

Por Embrapa