(31) 9 8720 -3111 contato@agropos.com.br
Métodos de amostragem inventário florestal!

Métodos de amostragem inventário florestal!

Para realizar um inventário florestal preciso e sem prejuízos é necessário escolher o método de amostragem certeiro. Você conhece todos os métodos de amostragem inventário florestal?

 

Métodos de amostragem inventário florestal!

 

Inventário florestal

Antes de entrarmos na questão da amostragem florestal, é importante que esteja bem definido o que é o Inventário. Basicamente, essa atividade permite a determinação de características qualitativas e quantitativas de uma floresta, estando entre elas:

  • Estimativa de área;
  • Descrição da topografia;
  • Mapeamento da propriedade;
  • Descrição de acessos;
  • Facilidade de transporte da madeira;
  • Estimativa da quantidade e qualidade de diferentes recursos florestais;
  • Estimativa de crescimento;

Tais características dizem respeito a um grupo de espécies ou a uma espécie individualmente e servem de base para propostas de planos de política florestal, avaliação da exploração de bacias hidrográficas, da vida silvestre e outras possibilidades de uso do ecossistema da floresta.

E no caso de uma empresa, por que é importante ter esses dados definidos?

Porque é com base neles que são elaborados planos de manejo e da produção e da utilização dos produtos florestais. Esses dados permitem, por exemplo, fazer uma previsão de gastos e lucros.

Além disso, os órgãos de fiscalização só permitem a exploração de uma área a partir da lista e quantificação das espécies ali presentes, através de critérios do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Isso significa que não é possível fazer uma extração sem um inventário florestal.

 

 

Manejo e planejamento

Para que uma empresa empregue ações de manejo e planejamento florestal, é necessário o acompanhamento da dinâmica das florestas. Ao planejar o inventário é importante definir a localização e tamanho da área a ser analisada, bem como as características florestais, só então entram as técnicas de amostragem.

A amostragem permite acompanhar o estado de florestas com grande população de maneira rápida, eficiente e com custos baixos sobre a produção. Portanto, a técnica que fornece resultados mais precisos e com menores amostras, é a mais eficaz.

Fez sentido? Agora você está pronto para irmos ao que interessa!

 

Amostragem florestal

Nem sempre é possível contabilizar e identificar todos os indivíduos de uma floresta, portanto, os dados relacionados a essa floresta são levantados através da teoria estatística da amostragem. Nesse caso, uma amostra da população virá a fornecer estimativas que representam o todo.

A teoria da amostragem aplicada em florestas tropicais foi utilizada pela primeira vez no Sudeste da Ásia, no século XIX. Já no Brasil, estes métodos foram introduzidos a partir da primeira quantificação dos recursos florestais na Amazônia brasileira, em meados de 1960.

Estatisticamente, se um estudo quer conhecer uma característica específica de um conjunto de indivíduos, esse conjunto é denominado população. A partir dessa população, é selecionada apenas uma parcela de indivíduos que serão analisados: essa é a amostra.

Vamos tratar agora de como essas amostras são selecionadas. Dito isso, para continuar essa leitura, tenha em mente os seguintes conceitos:

  • Amostra: uma parte da população de indivíduos com características comuns (que têm relação com variável que a ser medida);
  • Unidade amostral: espaço físico sobre o qual são observadas e medidas as características da população; podem ser constituídas por parcelas de área fixa ou pontos amostrais;
  • Intensidade amostral: razão entre a área amostrada e a área total da população.

 

Diagnose de doenças florestais causadas por fungos

 

Métodos de amostragem florestal

O termo “método de amostragem” diz respeito à abordagem utilizada para escolher a parcela amostral.

Em geral, os inventários florestais utilizam-se de dois principais métodos de amostragem, sendo eles: a amostragem de área fixa e a amostragem de área variável, ambos detalhados a seguir.

 

Amostragem de área fixa

É a abordagem mais utilizada na hora de realizar o inventário florestal por se tratar de um método relativamente simples e prático. Além disso, pode ser aplicada tanto em florestas nativas quanto em florestas plantadas.

Neste método, os indivíduos da amostra são selecionados proporcionalmente à área da unidade de amostra e todos os resultados coletados e calculados dentro dessa amostragem são extrapolados para a unidade de área total (por hectare), segundo um “fator de proporcionalidade”, e depois para a área total do inventário.

O fator de proporcionalidade é fixo e, portanto, garante as relações entre as variáveis de uma unidade florestal e suas representações em um hectare.

Em relação a outros métodos, a amostragem de área fixa requer um grande número de árvores a serem medidas, o que faz com que o custo de instalação e manutenção das unidades amostrais seja mais alto.

 

Amostragem de área variável

Os métodos de realização da amostragem de área variável são muitos, sendo os mais utilizados: método de Bitterlich, método de Strand e o método de Prodan. Essas técnicas são mais utilizadas quando há certa urgência na obtenção dos resultados da análise, como inventários de estoque ou de pré-corte.

 

Método Bitterlich

Aqui a unidade amostral é definida da seguinte forma: é estabelecido um ponto de referência e então, por meio de um giro de 360° o dap de cada árvore é comparado ao ângulo. A partir de então decide-se quais são os indivíduos incluídos na amostra.  É mais indicado para florestas plantadas e proporciona uma rápida obtenção de área basal.

 

Método Strand

Uma linha de comprimento pré-estabelecida dentro da floresta estabelece a unidade amostral. A maior vantagem desse método é a rapidez da estimativa de volume por hectare, pois ele não exige a medição de altura das árvores.

 

Método de Prodan

Dentre os métodos de área variável, esse é o de medição mais rápida, porém, o tamanho da parcela medida é pequeno, já que o método consiste em medir as 5 árvores mais próximas do ponto amostral e a sexta (marginal), e calcular o raio amostral a partir de suas distâncias.

 

Processos de amostragem

Os processos de amostragem dizem respeito ao tratamento estatístico dado à população alvo sobre o conjunto da amostra. Cada um desses processos possui características muito específicas, conforme resumimos a seguir:

 

Amostragem simples ao acaso

O método da amostragem simples ao acaso é o procedimento mais tradicional e é baseado em um processo totalmente aleatório. A ideia é que as unidades amostrais sejam selecionadas com probabilidades iguais e que as unidades sejam sorteadas para compor a amostra.

A partir dessa amostra extraída de forma aleatória são feitas as estimativas sobre a população por parâmetros como número total, a proporção ou a porcentagem de unidades da população que apresenta uma certa característica.

 

Amostragem estratificada

A amostragem estratificada consiste em dividir uma população em subpopulações de mesmo tipo florestal: os estratos. Esse método é recomendado para florestas heterogêneas, pois a estratificação aumenta a precisão do inventário. É possível, por exemplo, subdividir uma população heterogênea em estratos homogêneos, o que aumenta a eficiência do inventário.

Essa amostragem é uma boa opção para áreas extensas e, em alguns casos, só é possível definir os tipos florestais com levantamentos aerofotogramétricos. O custo médio da amostragem depende, portanto, das dificuldades de acesso aos estratos.

 

Amostragem sistemática

Por sua vez, a amostragem sistemática consiste em sortear um indivíduo da população e, a partir dele, selecionar as unidades em posições múltiplas de um valor pré-estabelecido.

Essa amostragem possui algumas vantagens em relação à amostragem simples ao acaso, sendo elas:

  • a seleção é mais fácil e mais rápida;
  • a organização, a supervisão e a checagem das amostras são mais fáceis;
  • o tamanho da população não precisa ser conhecido;
  • as unidades da amostra sistemática se distribuem mais uniformemente

 

Amostragem por conglomerado

A amostragem por conglomerados ou grupos é uma variação das amostragens comentadas anteriormente, porém, ao invés de utilizar indivíduos, usa um conglomerado de unidades secundárias. Esse método ajuda a reduzir o custo do levantamento em áreas de difícil acesso, pois cada amostra de conglomerado é dividida em subparcelas. De acordo com a seleção dessas subparcelas, a amostragem pode ser classificada em:

  • amostragem por conglomerados em estágio único: quando são medidas todas as subparcelas das unidades levantadas;
  • por conglomerados em dois estágios: quando ocorre subamostragem para seleção das subparcelas;
  • amostragem por conglomerados em três estágios: quando ocorre sub amostragem de conglomerados e subamostragem de subparcelas.

Perceba que esta autora não possui a ambição de se demorar em questões estatísticas, mas você, leitor, pode se aprofundar nesses estudos através do livro “Amostragem em Inventário Florestal”, de Waldenei Travassos de Queiroz.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

O inventário florestal é o ramo da ciência que permite analisar variáveis florestais qualitativas e quantitativas. A partir dessa atividade é possível formular planos para utilização de produtos, bem como promover um manejo integrado florestal correto.

O desenvolvimento de um bom inventário florestal se dá através da obtenção e tratamento de dados amostrais. Que podem ser reunidos de acordo com as técnicas das quais tratamos neste post.

As especificidades dos processos de amostragem florestal são um assunto bastante extenso que espero ter começado a esclarecer para você, leitor.

Aqui no blog da AgroPós você tem acesso a muitos conteúdo das áreas florestal, agrícola e do agronegócio. Aproveite para navegar pelos nossos posts!

Escrito por Thaís Poubel.

Acácia mangium: entenda o que é e para que serve!

De antemão, sabemos que a Acácia mangium é usada para produção de celulose, madeira, combustível, quebra-vento, etc. Essa espécie florestal tem forte viés comercial devido a sua rusticidade, rapidez de crescimento, além de ser nutrificadora. Se quer saber mais sobre essa espécie, neste post vamos falar tudo que você precisa saber.

Venha Comigo!

 

Acácia mangium: entenda o que é e para que serve!

 

Acácia mangium

Primeiramente, a Acácia mangiumwilld é integrante da família mimosaceae e é uma espécie natural da Austrália, Papua Nova Guiné e Indonésia. Sua madeira é utilizada na produção de celulose e móveis.

O poder calorífico da espécie (4.800 kcal/kg) torna-a adequada para a produção de energia. Sendo quatro vezes mais eficiente que o uso de madeira de espécies nativas como o tradicionalmente empregado em olarias e fornos no Amazonas.

A Acácia é utilizada, além disso, como forrageira, árvore ornamental e como corta-fogo e também para a produção de mel e adesivos.

Atualmente, tem sido uma das espécies mais plantadas em países do sudeste asiático. A área de plantio, no Brasil, é estimada em cerca de 10 mil ha, para uso como celulose e energia. Se você ainda não está habituado ao nome de Acácia mangium. Saiba que ela também tem seus apelidos, mais conhecidos, como:

  • Acácia-Australiana;
  • Cássia;
  • Ou, simplesmente, Acácia.

 

 

Ocorrência da espécie

Nativa do norte do Estado de Queensland, na Austrália, Papua Nova Guiné e ilhas de Irian Java e Molucas, na Indonésia.
As latitudes da área de distribuição estão compreendidas entre 1° a 19° S, e as principais populações se encontram a uma altitude que vai desde a próxima ao nível do mar até os 100 m, com um limite superior conhecido de 720 m.

No Brasil, a espécie se desenvolve bem em solos secos, de baixo a média fertilidade e que possuam baixo nível de alumínio (ideal que o solo não possua alumínio).

 

Características da Acácia mangium

A Acácia é uma árvore de grande porte (até 30 metros de altura) e possui um tronco reto. Que pode ter metade da altura total da árvore. O tronco tem cor cinza-pardo, com casca saliente.

Os ramos são finos, horizontais, espaçados, e forma copa ovalada com folhagem densa. As flores encontram-se em espigas soltas com 10 centímetros de comprimento, solitárias ou unidas.

Os frutos são do tipo vagem, espirados ou torcidos, marrons, curtos, com sementes pretas, pequenas, pendentes e lineares. No entanto, é uma espécie invasora cujas sementes se propagam com muita facilidade.

 

Qual o valor das mudas da Acácia mangium ?

As mudas da Acácia mangium crescem 32 centímetros por mês e, quando o plantio é planejado. Ela pode facilmente ser intercalada com outras espécies, como feijão, milho, arroz, soja, etc.

O preço são os mesmos praticados em toda região brasileira, ultrapassando os 500 reais por m³.

 

Características da madeira

A madeira da Acácia mangium apresenta densidade básica que varia de 420 a 500 kg/m³, considerada dura, de cerne marrom-claro e alburno creme-claro. Podendo ser facilmente serrada, aplainada, polida, colada, pregada e receber tratamento preservativo como o CCA para aumentar sua durabilidade em contato com o solo.

O aproveitamento da madeira é direcionado, principalmente, para polpa de celulose. Porém, a espécie possui aptidão para produção de moirões, construção civil, além de possibilitar a produção de carvão e outros produtos como MDF, aglomerados e compensados.

Na forma natural, é muito utilizada para produção de madeira serrada e lenha devido a densidade de sua madeira. Em plantios silviculturais, existem estudos que podem levar ao aproveitamento de movelaria de baixo custo.

Essa madeira é largamente utilizada nas indústrias de base florestal para a fabricação de papel e celulose; móveis de excelente qualidade, portas, carvão, madeira-cimento, aglomerados, laminados, tábua de fibra de madeira e muito mais.

Pode ser utilizada suas folhas para alimentação bovina, possui 41% de proteína em suas folhas. Sendo aproveitado também o mel extraído das folhas e flores, da própolis, da cera, da geleia real e da forragem. Sua madeira é utilizada na fabricação de móveis, papel, portas, carvão, MDF, aglomerados, laminados e moradias.

 

Qualidade e Uso da Madeira

 

Principais usos da Acácia mangium

Acácia mangium traz retorno garantido em diversas atividades, vamos conferir algumas: 

 

Proteção contra erosão

O plantio de Acácia mangium atende a reposição florestal exigida por lei, protege as terras contra a erosão e garante a manutenção das nascentes e fontes de água. Além de constituir um patrimônio de fácil e rápida liquidez.

Sua rusticidade e rápido crescimento possibilitam o aproveitamento e a recuperação das terras impróprias para a agricultura, enquanto a sua floresta cresce até 63m 3 /ha.ano, em condições ideais, oferecendo a perspectiva de suprimento contínuo de madeira na fazenda e nas indústrias de base florestal, rendendo divisas e contribuindo para a preservação das florestas naturais.

 

Sequestro de carbono

O carbono sequestrado pela floresta de Acácia mangium está sendo vendido para empresas poluidoras da América do Norte e Europa, ao preço de US$ 20 a US$40.00/tonelada, a exemplo daquilo que é praticado atualmente na bolsa Climática de Chicago (EEUU).

Estudos realizados no Vietnam, onde a espécie é intensamente cultivada, mostraram que a espécie foi capaz de fixar 23.3 toneladas de CO2 por hectare/ano, contra 10 a 12 toneladas sequestradas pela maioria das espécies de eucalipto cultivados no Brasil.

Neste país, o processo de comercialização de sequestro de carbono nas bolsas de valores de São Paulo e Rio de Janeiro encontram-se parcialmente regulamentado para entrar em operação, brevemente.

Vale lembrar que o Brasil é um país tropical com elevado foto período anual, possui clima favorável ao cultivo de essências florestais, portanto com elevado potencial para a exploração comercial do sequestro de carbono.

 

Fonte inesgotável de produtos apícolas

A apicultura em áreas de florestas plantadas no Brasil tem mostrando ser uma atividade empresarial lucrativa e atraente.

Em povoamentos de Acácia mangium, a exploração melífera é muito lucrativa por ser uma espécie florestal de rápido crescimento e constituir uma excelente fonte de alimento para as abelhas. Além disso, permite que os apicultores reduzam os custos de produção: por evitar a apicultura itinerante ou migratória e devido ao fato que que não há necessidade de alimentar as abelhas na época seca do ano.

A produção de néctar inicia-se quatro a cinco meses após o plantio das mudas no campo, podendo variar com o clima onde for plantada.

 

Proteína e forragens para animais

Da casca da árvore pode-se explorar o tanino para indústrias de couro, fabricação de colas e adesivos, branqueamento de açúcar e purificação de água (floculante), cujo tanino poderá ser comercializado junto aos curtumes, empresas fabricantes de colas; usinas açucareiras e empresas de tratamento de água e esgoto, resultando em rendas adicionais e benefícios ambientais.

Suas folhas possuem 41% de proteína são muito apreciadas por bovinos, ovinos e caprinos, constituindo excelente fonte forrageira. Razão porque são utilizadas na produção de forragem para alimentação dos animais no período seco do ano. Estas somente poderão ser usadas por ocasião das podas dos galhos; dos desbastes das árvores ou durante o corte final da floresta.

 

Casa e móveis de madeira

O uso de casas de madeira pelos brasileiros data da época imperial. Por serem resistentes, duráveis, confortáveis e principalmente, por serem de baixo custo.

A densidade básica da madeira é considerada elevada, permitindo o perfeito uso na fabricação de móveis. Bem como suas fibras são curtas, o que a qualifica como ótima para produção de celulose e papel.

Atualmente, o plantio de Acácia mangium devidamente planejado. Permite a perfeita  inercalação de culturas agrícolas como o feijão, milho, arroz, soja, amendoim etc., nos dois primeiros anos.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Em síntese, essa espécie florestal  tem um forte viés comercial devido a sua rusticidade, rapidez de crescimento e por ser nitrificadora.

Isso significa que o cultivo da Acácia mangium tem grande importância econômica, social e ambiental para a modernidade. Conforme visto acima, ela pode ser utilizada de diversas formas.

Gostou de saber mais sobre o assunto?  Deixe seu comentário e acompanhe nosso blog e fique por dentro dos próximos artigo sobre o tema!

Escrito por Michelly Moraes.

 

 

Engenharia florestal: conheça mais sobre essa área de atuação!

Engenharia florestal: conheça mais sobre essa área de atuação!

A Engenharia florestal é o ramo da engenharia que visa à produção de bens oriundos da floresta ou de cultivos florestais, através do manejo dessas áreas para suprir a demanda por seus produtos.

Quer saber mais sobre as oportunidades que essa área traz como engenheiro florestal?

Então venha comigo neste post!

 

Engenharia florestal: conheça mais sobre essa área de atuação!

 

Oportunidades de trabalho como engenheiro florestal

Podemos classificar o engenheiro florestal atuante na área de estudo das ciências exatas e também nas ciências agrárias.

Sendo voltada para o uso sustentável dos recursos naturais e para a produção e comercialização de produtos florestais, sempre levando em consideração o respeito e o cuidado com o meio ambiente.

Nas agências governamentais, trabalha para manter as áreas protegidas e fiscalizar o uso das áreas utilizadas pela iniciativa privada.

Nas agências de certificação, cria meios para que os consumidores conheçam o comportamento das empresas florestais em relação ao ambiente.

Como consultor independente, alavanca a formação de culturas florestais em pequenas, médias e grandes propriedades, gerando benefícios para as pequenas comunidades e para a sociedade em geral.

No cargo de engenheiro florestal se inicia ganhando em torno de R$ 3.094,00 de salário e pode vir a ganhar até R$ 6.453,00 ou mais dependo do cargo.

De acordo com o Vagas.com, a média salarial para Engenheiro Florestal no Brasil é de R$ 4.512,00.

A formação mais comum é de graduação em engenharia florestal, porém as áreas de atuação não se limitam a estas, elas continuam crescendo.

.   

 

Objetivos do curso de graduação em engenharia florestal

O curso de engenharia florestal tem como objetivo formar profissionais com conhecimentos teóricos e práticos nas diversas áreas de atuação do engenheiro florestal.

Sendo capazes de proteger, conservar e manejar o meio ambiente, planejando, direcionando e organizando de forma racional e sustentável os recursos florestais em benefício da sociedade.

Tem ainda, como objetivo a formação contínua em prol da pesquisa, para contextualizar o progresso da ciência e da tecnologia, desenvolvendo pensamento estratégico de forma a atender às exigências do mercado.

O curso de engenharia florestal tem a missão de formar profissionais com responsabilidade e ética para com o setor produtivo, a qualidade do ambiente e sua conservação.

Tendo a compreensão da dinâmica dos ecossistemas florestais, seus produtos, bens e serviços, sendo norteada pelo ensino, pesquisa e extensão.

Esses profissionais são capacitados a desenvolver pensamento estratégico, atendendo às exigências do mercado, com sustentabilidade e respeito social.

Ser um engenheiro florestal, é tornar cada vez mais perceptivos à constante evolução dos setores florestal e ambiental, projetando-os com grande solidez para usar conscientemente os recursos de maneira sustentável.

 

Qualidade e Uso da Madeira

 

Perfil profissional do curso de graduação em engenharia florestal

O perfil desse profissional são pessoas com base cientifica, sendo capazes de atuar com visão ética e responsabilidade social, permitindo-lhes as seguintes competências, como:

  • Capacidade de planejar, projetar, especificar e supervisionar estudos de viabilidade técnica e econômica.
  • Realizar vistoria, perícia, avaliação, laudo e pareceres técnicos, bem como prestar assistência e consultoria.
  • Administrar, operar e manter sistemas de produção em florestas naturais e florestas plantadas, além de fiscalizar os serviços técnicos correlatos.
  • Qualificar, quantificar e certificar os recursos naturais madeireiros e não madeireiros.
  • Planejar, elaborar e administrar projetos florestais, observando a legislação.
  • Manejar as bacias hidrográficas.
  • Atuar nas atividades de pesquisa, ensino e extensão.
  • Avaliar o impacto das atividades profissionais nos contextos social, ambiental, econômico e cultural.
  • Executar programas de biotecnologia e melhoramento genético florestal.
  • Desenvolver e executar projetos de sistemas de informações geográficas no setor florestal.
  • Planejar e coordenar sistemas agrossilvipastoris.
  • Implantar e manejar espécies arbóreas.
  • Esboçar e executar projetos de arborização, paisagismo e ecoturismo.
  • Planejar e coordenar o processamento da matéria-prima florestal de forma a abastecer o setor industrial.
  • Estruturar e coordenar projetos de manejo da fauna silvestre e recuperar os ecossistemas florestais degradados.
  • Planejar, mapear, coordenar e executar projetos temáticos, em geral, classificação, espacialização e quantificação de recursos naturais renováveis.

 

Principais áreas da engenharia florestal

Silvicultura: O engenheiro florestal possui a capacidade de gestão da produção florestal através da silvicultura.

Para tanto, conhecimentos profundos nas áreas de engenharia econômica e gestão da produção, bem como em diversas áreas da administração, são necessárias.

Manejo Florestal: Pode ser definido como sendo o gerenciamento dispensado a um povoamento florestal, o qual interfere nas condições ambientais em prol do desenvolvimento das florestas naturais ou plantadas.

O manejo das florestas, deve englobar um conjunto de procedimentos e técnicas que assegurem:

  1. Permanente capacidade das árvores para oferecer produtos e serviços, diretos e indiretos;
  2. Capacidade de regeneração natural;
  3. Capacidade de manutenção da biodiversidade;
  4. Sustentabilidade econômica, sociocultural e ambiental.

Gestão Ambiental: Tem um conceito muito amplo, mas, na área da engenharia florestal, relaciona-se ao desenvolvimento sustentável da produção rural e o meio ambiente.

O objetivo maior da gestão ambiental deve ser a busca permanente de melhoria da qualidade ambiental dos serviços, produtos e ambiente de trabalho de qualquer organização pública ou privada. A engenharia florestal atua nas atividades das unidades de conservação, principalmente em órgãos públicos.

Tecnologia de Produtos Florestais: O engenheiro florestal também atua na interface entre a produção de bens florestais (madeireiros e não madeireiros) e o seu processamento.

Sempre analisando a influência da qualidade da matéria-prima produzida e o seu processamento industrial e sobre a qualidade dos produtos obtidos. Entre os produtos madeiráveis, destacam-se hoje no mercado a madeira para serraria, celulose, madeira tratada.

Entre os não madeireiros, destacam-se óleos essenciais, extrativos químicos, ecoturismo.

 

Plataforma Agropós

 

Habilitações do engenheiro florestal 

O Engenheiro Florestal estará habilitado a atuar em diversas atividades relacionadas com construções de madeira, silvimetria e inventário.

Como também recursos naturais renováveis, propagação de espécies florestais, viveiros florestais, manejo de florestas para produção de madeira e outros produtos.

Estará capacitado, ainda, para atuar na perícia, planejamento, desenvolvimento e administração e programas ou projetos voltados para a produção de florestas com fins comerciais.

Bem como, proteção da biodiversidade, manejo de bacias hidrográficas, recuperação de áreas degradadas, avaliação de impactos ambientais, manejo de fauna silvestre e sistemas agroflorestais.

Estará apto a atuar na pesquisa, na extensão e no ensino e como profissional autônomo na prestação de assessoria, consultoria, elaboração de laudos técnicos e receituários florestais e ambientais.

Vimos neste post as diversas áreas de atuação do profissional formado em engenharia florestal e de como é versátil essa formação.

Espero que tenha ajudado na escolha de uma carreira promissora e de sucesso!

Eucalipto: por que se tornou a árvore mais plantada no Brasil?

Eucalipto: por que se tornou a árvore mais plantada no Brasil?

Quer saber mais sobre o eucalipto? Leia nosso post e tire suas dúvidas desde a implantação da cultura até o momento da colheita.

O eucalipto é a espécie florestal mais plantada no Brasil. Seu cultivo começou nas primeiras décadas do século XIX, tornando-se a espécie florestal mais plantada em todo o mundo no século XX. Quase todas as espécies são nativas da Austrália, onde 77% da área de floresta nativa é coberta por eucalipto.

 

eucalipto

 

Existem mais de 700 espécies conhecidas. As principais espécies de eucalipto cultivadas no mundo são Eucalyptus grandis, E. urophylla, E. globulus, E. camaldulensis e E. tereticornis.

Acredita-se que esta árvore tenha chegado ao Brasil por volta de 1825, sendo que os primeiros exemplares foram plantados como ornamentais no estado do Rio de Janeiro, onde até hoje é possível visitar no jardim botânico do Rio, alguns destes.

Algum tempo depois, em 1868, no estado do Rio Grande do Sul, foram realizados plantios utilizados como quebra-ventos e para gerar lenha. Foi o engenheiro agrônomo Edmundo Navarro de Andrade, que iniciou o estudo e cultivo da espécie em larga escala, no ano de 1909.

 

Eucaliptocultura no Brasil

O Brasil é referência mundial em cultivo de eucalipto, estando entre os principais produtores de celulose, papel e painéis de madeira.

O setor brasileiro apresenta a maior produtividade, medida em volume de madeira produzida por unidade de área ao ano, e a menor rotação do mundo, que equivale ao tempo decorrido entre o plantio e a colheita das árvores.

No Brasil, este tempo é de cerca de 6 a 7 anos, enquanto em países de clima temperado como o Canadá, este tempo de chegar a mais de 30 anos.

A produtividade média, está na casa de 36 m3/ha/ano, mas há situações que pode chegar a 70 m3/ha/ano. As florestas plantadas representam menos de 1% do território nacional, mas são responsáveis por mais de 90% de toda a madeira utilizada para fins produtivos.

Os plantios de eucalipto ocupam 5,7 milhões de hectares e estão localizados principalmente nos Estados de Minas Gerais (24%), de São Paulo (17%) e do Mato Grosso do Sul (16%).

O setor de árvores plantadas no Brasil, liderado pela eucaliptocultura, representa 1,3% do PIB bruto nacional e 6,9% do PIB industrial, gerando mais de 513 mil empregos diretos e cerca de 3,8 milhões indiretos.

Somos o segundo maior produtor mundial de celulose, atrás apenas dos EUA. A maior empresa de celulose de mercado do mundo é brasileira, resultante da fusão das gigantes Fibria e Suzano.

 

As principais doenças bióticas da eucaliptocultura no Brasil

 

Versatilidade do eucalipto

A planta é cultivada para os mais diversos fins, tais como papel, celulose, lenha, carvão, aglomerado, serraria, óleos essenciais para indústrias farmacêuticas, produção de mel, ornamentação e quebra-vento, entre outros.

Para utilização como madeira, seu uso é útil para muitas aplicações. Isso devido à sua resistência, durabilidade, qualidade e variabilidade na cor, densidade, forma, dureza, dentre outros.

A madeira serrada é utilizada para confecção de pisos, fabricação de moveis, dentre outros. Na indústria, é utilizado como fonte de celulose, sendo Brasil, o segundo maior produtor mundial. Além disso, os óleos destilados das folhas de eucalipto são utilizados para aromaterapia e em perfumes.

 

Qual espécie de eucalipto plantar?

A espécie e o manejo adotado dependem da finalidade do plantio e das condições edafoclimáticas da região. Assim, não existe uma única espécie que contemple todas as possibilidades.

Os híbridos de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis (“urograndis”) vem se destacando no cenário silvicultural desde a década de 1980, devido à excelente complementariedade dessas espécies e ao vigor híbrido tanto em aspectos produtivos, quanto na qualidade da matéria prima, principalmente para os setores de celulose e metalurgia.

Mais recentemente, outras espécies como E. dunnii, E. brassiana, E. longirostrata e E. benthamii têm sido incorporadas aos programas de melhoramento genético a fim de aumentar a produção de celulose e a resistência ao frio e à seca, dependendo da região. Para produção de óleo essencial, a espécie recomendada é a Corymbia citriodora, que era anteriormente classificado dentro do gênero Eucalyptus.

 

Qual época plantar o eucalipto?

É recomendado que a implementação da cultura seja realizada nos períodos mais chuvosos do ano, pois as mudas demandam de solo mais úmido para se firmarem e desenvolverem, o que reduz as perdas de árvores por morte da raiz. Assim, os meses de setembro, outubro, dezembro, janeiro e fevereiro são os mais apropriados para o plantio de eucalipto.

As mudas podem ser obtidas por sementes ou por meio de clonagem. Os clones apresentam maior uniformidade nas suas características e rendimento superior. Além disso, possuem características como resistência a pragas e doenças conhecidas, na maioria dos casos.

 

Métodos de plantio de eucalipto

Antes do plantio é necessário escolher o método mais, realizar a limpeza da área e preparo do solo, planejar o tamanho de talhões, espaçamento, distribuição de aceiros, dentre outros. O plantio pode ser mecanizado, manual ou semimecanizado.

Em áreas planas, é possível mecanizar todo o processo, desde o preparo de solo até o plantio, propriamente dito.

No plantio semimecanizado, o preparo do solo é realizado com implementos, enquanto a operação de plantio é manual.

Em áreas declivosas, o plantio é realizado manualmente. A partir daí deve-se conduzir adequadamente os tratos silviculturais, que são as práticas necessárias para favorecer o adequado desenvolvimento e o máximo rendimento das árvores.

Os tratos culturais incluem adubação, desramas, desbates, controle de plantas daninhas, pragas e patógenos, dentre outros, sendo realizados até o momento da colheita e mais críticos quando a planta está na sua fase inicial.

 

Adubação

A adubação de implementação da cultura é realizada de acordo com análise do solo e, geralmente, em duas etapas: antes ou durante o plantio com aplicação de adubação fosfatada e 30 a 40 dias após o plantio com adubação nitrogenada. A adubação de manutenção visa fornecer potássio, cálcio e magnésio e realizado nos plantios quando atingem idade de 3 anos.

 

Desrama e desbaste

Para melhorar a qualidade da madeira é necessário a poda de galhos, conhecida como desrama. Ela é necessária na madeira utilizada para serraria, porém quando produzida para celulose ou pallets, não é necessária. Além da desrama, outra operação fundamental na produção de eucalipto para serraria é o desbaste. O desbaste é a colheita antecipada de árvores, a fim de diminuir a população e obter indivíduos de maior diâmetro.

 

Controle de daninhas, pragas e patógenos

Durante os dois primeiros anos da cultura é de fundamental importância o controle de plantas daninhas, que ao competir por luz, nutrientes e água, comprometem o rendimento da cultura.

Em grandes plantios, o controle de plantas daninhas é realizado por meio da utilização de herbicidas. Também nos anos iniciais, é de fundamental importância o controle de formigas cortadeiras, que são as principais pragas da cultura.

Neste caso, são utilizados formicidas, principalmente formulados como iscas. Além de formigas, cupins, besouros desfolhadoras, coleobrocas e insetos sugadores, como psilídeos tem potencial de causar grandes perdas nos cultivos florestais, se não manejados.

As doenças que ocorrem na cultura podem ser divididas em dois grandes grupos:

 

Doenças que ocorrem durante a produção de mudas

Durante a produção de mudas, preocupa a ocorrência de patógenos que causam tombamento e são favorecidos sob condições de alta umidade. O controle dessas doenças é realizado por meio de manejo adequado de irrigação, espaçamento, eliminação de plantas doentes, dentre outras medidas durante todas as fases de produção.

 

Doenças que ocorrem no campo

Em campo, existem diversas doenças que incidem tantos nos anos iniciais como em fases tardias. A ferrugem, causada pelo fungo Austropucicinia psidii, A murcha de ralstonia e seca-de-ponteiros, causadas pelas bactérias Ralstonia solanacearum e Erwinia psidii, respectivamente, incidem em plantios de até 2 anos de idade. Além desta fase, a ferrugem é crítica quando incide em brotações. A mancha de Mycosphaerella causa desfolha em clones de E. dunni, e ocorre geralmente em regiões mais frias.

Além das doenças citadas, estão entre as principais no país, o cancro (Crysophorte cubensis), o oídio, a mancha de calonectria (Calonectria spp.), dentre outras. O controle das doenças que ocorrem em campo é realizado principalmente por meio da utilização de clones com resistência genética.

 

Controle de daninhas, pragas e patógenos

Doenças que incidem no eucalipto. a: Ferrugem, b: murcha de ralstonia, c: Mancha de calonectria e, d: mancha de micosphaerella. Fonte: Clonar eucalipto.

 

Colheita do eucalipto

A colheita envolve os processos de corte, transporte e armazenamento da madeira até o momento de uso. Quando o plantio se destina à produção de celulose, a colheita é realizada em torno de 7 anos de idade. Porém, em plantios destinados à produção de madeira serrada, a colheita é realizada mais tardiamente, quando as árvores atingem a idade de 13 a 14 anos.

Em plantios menores, pode ser realizada com motosserra, porém, em áreas maiores, de empresas do ramo florestal, a colheita é realizada de forma mecanizada com maquinário especifico. Após o corte, a cepa poderá ser aproveitada pela rebrotação, num sistema de condução conhecido como talhadia. O sistema de talhadia pode ser adotado para clones com alta capacidade de brotação, porém proporciona menor rendimento de madeira no segundo ciclo.

Embora seja um investimento com retorno a médio e longo prazo, o cultivo do eucalipto pode ser interessante tanto para pequenas quanto grandes propriedades rurais devido a características, como múltiplos usos, podendo ser plantado para ser fonte de madeira, celulose, carvão vegetal lenha, dentre outros.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Devido essa diversidade de usos, a espécie/clone escolhido deve ser apropriado à finalidade do cultivo. O plantio pode ser realizado de maneira manual a completamente mecanizado, dependendo da topografia e tamanho da área e recomenda-se que seja realizado durante o período chuvoso.

A cultura exige uma atenção maior no início do seu ciclo quanto à adubação, controle de plantas daninhas, pragas e patógenos, porém estes podem incidir até o momento da colheita.

A colheita, quando para a produção de celulose, é realizada em torno de 7 anos, porém para produção de madeira para serraria, ocorre em torno de 13 a 14 anos.

Quer saber mais sobre o assunto? Acompanhe o nosso blog e mantenha-se atualizado!

 

 

Uma visão geral sobre o Inventário Florestal

Conhecido como uma das áreas de atuação do Engenheiro Florestal, o inventário florestal é uma das principais ferramentas para a quantificação dos recursos presentes em uma floresta. Por meio deste procedimento é possível se realizar a caracterização da área e assim extrair informações quantitativas e qualitativas, fornecendo subsídios para a tomadas de decisão em níveis estratégicos e operacionais, assim como medidas de restauração e conservação.

Além disso, o inventário serve como base para estudos de crescimento e produção, bem como para o conhecimento da estrutura horizontal e vertical da floresta. Assim, a prática do inventário florestal é empregada visando a conservação, controle e administração dos recursos e comercialização dos produtos madeireiros e não madeireiros.

A classificação do inventário florestal é decorrente do objetivo a ser alcançando que pode ser de cunho estratégico ou tático; abrangência, referente à áreas restritas, regional ou nacional; abordagem da população no tempo, sendo temporário ou contínuo; quanto ao detalhamento que pode ser exploratório, de reconhecimento ou detalhados; e por fim, quanto a obtenção dos dados que pode ser por enumeração completa ou amostragem.

 

Papel do Engenheiro Florestal

Cabe ao Engenheiro Florestal, profissional comumente atuante na realização do inventário florestal, o papel de exercer a tarefa de quantificação dos recursos florestais. Além disso, este profissional é capacitado para, de uma forma geral, realizar a gestão das florestas. Assim, suas principais atuações são a capacidade de identificação de espécies e proceder a avaliação do potencial produtivo de uma comunidade vegetal.

Atualmente o crescente aumento populacional e despreocupação com os recursos naturais tem ocasionado em supressão dos ambientes florestais, principalmente pelo emprego de atividades antrópicas, como a agropecuária, abertura de áreas, derrubada de madeira, entre outras.

Estratégias que considerem o bem-estar do homem e dos ecossistemas são necessárias, assim, ao engenheiro florestal é atribuída a tarefa de se realizar vistorias, avaliações e laudos que possam subsidiar ações preventivas para a conservação. Além das atribuições supracitadas, cabe a este engenheiro, realizar operações como a recuperação de áreas degradadas, arborização urbana e paisagismo.

Ademais, o engenheiro florestal é apto para a elaboração de planos de manejo que visam a exploração dos recursos naturais de forma sustentável, isto é, criando alternativas para que se possa produzir e conservar ao mesmo tempo.

Em outras palavras, propiciar a produção e comercialização dos produtos florestais, atentando para a fauna e flora local.  Nesse sentido, a formação de um engenheiro florestal está concentrada em quatro grandes áreas: ecologia florestal, manejo florestal, tecnologia da madeira e silvicultura.

 

Leia também:
-> As maiores inovações do mercado de Inventário Florestal
-> Árvore mais alta da Amazônia é descoberta por pesquisadores
-> Inventário Florestal: do Planejamento a Execução

 

Dificuldades de um trabalho de campo

A otimização das atividades florestais tem se tornado foco de estudos, buscando uma maior produtividade e um menor custo nas operações. Assim, para isso é necessário que se tenha agilidade, conhecimento e estratégias para que se possa contornar as adversidades ocorrentes no campo. Todavia, cabe ressaltar que toda e qualquer atividade está propicia a eventualidades, como mudança nas condições climáticas e possíveis danos aos equipamentos essenciais.

Para elencar as principais dificuldades em campo, temos:

  • Demarcação de parcelas;
  • Localização da área;
  • Deslocamento entre as áreas;
  • Presença de animais peçonhentos;
  • Utilização de equipamentos adequados;
  • Formação da equipe qualificada;
  • Entre outras.

Tipos de inventários florestais

Nas formações nativas, o inventário permite acompanhar a dinâmica da comunidade e assim inferir quanto ao seu desenvolvimento baseado nas principais taxas, como mortalidade e recrutamento.

Para as florestas plantadas, o inventário permite melhor elaborar as estratégias de exploração, sendo uma ferramenta base para um planejamento conciso e preciso.

Dentro da abordagem florestal, o inventário está atrelado com todas as demais áreas de concentração, como a ecologia, manejo, silvicultura, sensoriamento, planejamento, colheita e outros. A depender do objetivo, os procedimentos normalmente empreendidos nos levantamentos são a amostragem e enumeração completa, mais conhecida como censo.

Nesse sentido, ao se optar pelo uso da amostragem, esta deve ser empregada de forma a captar a variabilidade existente na área de interesse. No contexto de amostragem, faz-se importante conceituar parcela.

Conhecida também como unidade amostral, é definida como uma fração da área de interesse na qual se mensura todos os indivíduos de acordo um critério de inclusão pré-estabelecido, permitindo assim posteriormente realizar a extrapolação para a área total.

Nesta abordagem, cabe destacar os tipos de amostragem mais difundidos para a realização do inventário florestal:

  • Amostragem casual simples: Procedimento no qual não há uma ressalva quanto à casualização. Em outras palavras, neste tipo de amostragem, todas as parcelas possuem a mesma probabilidade de serem selecionadas, tal que, esta se dá de forma aleatória. Assim, esta metodologia é indicada para florestas homogêneas.
  • Amostragem sistemática: O principal fator dessa metodologia está associado com a escolha aleatória da primeira parcela, em que esta servirá de base para o lançamento das demais conforme um critério pré-estabelecido. Seguindo tal critério, essa técnica permite uma melhor representatividade da área.
  • Amostragem casual estratificada: Técnica direcionada para áreas em que há uma maior variabilidade, tendo como principal foco as florestas nativas. Realiza-se uma subdivisão da população buscando deixa-la o mais homogênea possível.

 

 

Os desafios relacionados aos cálculos

A manipulação correta dos dados é de suma importância para o êxito do processamento. Assim, é recomendável a avaliação de forma minuciosa dos dados oriundos do campo, procurando evitar, por exemplo, que se tenha espécies duplicadas e valores discrepantes.

A determinação quantitativa dos recursos é dependente de um planejamento que envolve desde a pré-operacionalização até o processamento dos dados. É necessário que se atente para uma boa execução das atividades, evitando os possíveis viés de amostragem.

O processamento dos dados é conforme o tipo de amostragem adotado, contudo, para que se possa obter bons resultados na análise empreendida, cabe a quem irá executar o levantamento, seguir um padrão de atividades:

  • Obtenção de um mapa da área a ser explorada, possibilitando a extrapolação dos dados;
  • Conhecimento da área de forma geral para determinação das estratégias a serem utilizadas;
  • Conhecimento da variabilidade da floresta;
  • Cálculo da intensidade amostral, isto é, quantas parcelas devem ser amostradas para que se tenha uma confiabilidade quanto aos dados amostrados;
  • Seleção das unidades amostrais e locação destas no campo;
  • Demarcação e medição das parcelas de forma mais precisa possível.

Um fator preponderante a ser cautelosamente avaliado está associado ao erro, este que pode ser amostral e não amostral. O erro amostral está atrelado ao tipo de amostragem empreendida, sendo possível quantificar a magnitude e predizer quanto a precisão do inventário.

Já o erro não amostral está relacionado com a medição da floresta em que não há possibilidade de se inferir quanto a magnitude e influência na precisão do inventário florestal.

Neste contexto, o inventário é uma técnica preventiva ao fornecer base para o planejamento e tomadas de decisão. Ademais, a busca atual é intrinsecamente relacionada com alternativas que propiciem um melhor uso, exploração sustentável e que associados a estes fatores seja financeiramente viável.

Para mais, o inventário florestal se torna imprescindível para a gestão de áreas prioritárias, atuando na conservação e preservação dos ambientes.

 

Fonte: Mata Nativa