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Para realizar um inventário florestal preciso e sem prejuízos é necessário escolher o método de amostragem certeiro. Você conhece todos os métodos de amostragem inventário florestal?

 

Métodos de amostragem inventário florestal!

 

Inventário florestal

Antes de entrarmos na questão da amostragem florestal, é importante que esteja bem definido o que é o Inventário. Basicamente, essa atividade permite a determinação de características qualitativas e quantitativas de uma floresta, estando entre elas:

  • Estimativa de área;
  • Descrição da topografia;
  • Mapeamento da propriedade;
  • Descrição de acessos;
  • Facilidade de transporte da madeira;
  • Estimativa da quantidade e qualidade de diferentes recursos florestais;
  • Estimativa de crescimento;

Tais características dizem respeito a um grupo de espécies ou a uma espécie individualmente e servem de base para propostas de planos de política florestal, avaliação da exploração de bacias hidrográficas, da vida silvestre e outras possibilidades de uso do ecossistema da floresta.

E no caso de uma empresa, por que é importante ter esses dados definidos?

Porque é com base neles que são elaborados planos de manejo e da produção e da utilização dos produtos florestais. Esses dados permitem, por exemplo, fazer uma previsão de gastos e lucros.

Além disso, os órgãos de fiscalização só permitem a exploração de uma área a partir da lista e quantificação das espécies ali presentes, através de critérios do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Isso significa que não é possível fazer uma extração sem um inventário florestal.

 

 

Manejo e planejamento

Para que uma empresa empregue ações de manejo e planejamento florestal, é necessário o acompanhamento da dinâmica das florestas. Ao planejar o inventário é importante definir a localização e tamanho da área a ser analisada, bem como as características florestais, só então entram as técnicas de amostragem.

A amostragem permite acompanhar o estado de florestas com grande população de maneira rápida, eficiente e com custos baixos sobre a produção. Portanto, a técnica que fornece resultados mais precisos e com menores amostras, é a mais eficaz.

Fez sentido? Agora você está pronto para irmos ao que interessa!

 

Amostragem florestal

Nem sempre é possível contabilizar e identificar todos os indivíduos de uma floresta, portanto, os dados relacionados a essa floresta são levantados através da teoria estatística da amostragem. Nesse caso, uma amostra da população virá a fornecer estimativas que representam o todo.

A teoria da amostragem aplicada em florestas tropicais foi utilizada pela primeira vez no Sudeste da Ásia, no século XIX. Já no Brasil, estes métodos foram introduzidos a partir da primeira quantificação dos recursos florestais na Amazônia brasileira, em meados de 1960.

Estatisticamente, se um estudo quer conhecer uma característica específica de um conjunto de indivíduos, esse conjunto é denominado população. A partir dessa população, é selecionada apenas uma parcela de indivíduos que serão analisados: essa é a amostra.

Vamos tratar agora de como essas amostras são selecionadas. Dito isso, para continuar essa leitura, tenha em mente os seguintes conceitos:

  • Amostra: uma parte da população de indivíduos com características comuns (que têm relação com variável que a ser medida);
  • Unidade amostral: espaço físico sobre o qual são observadas e medidas as características da população; podem ser constituídas por parcelas de área fixa ou pontos amostrais;
  • Intensidade amostral: razão entre a área amostrada e a área total da população.

 

Diagnose de doenças florestais causadas por fungos

 

Métodos de amostragem florestal

O termo “método de amostragem” diz respeito à abordagem utilizada para escolher a parcela amostral.

Em geral, os inventários florestais utilizam-se de dois principais métodos de amostragem, sendo eles: a amostragem de área fixa e a amostragem de área variável, ambos detalhados a seguir.

 

Amostragem de área fixa

É a abordagem mais utilizada na hora de realizar o inventário florestal por se tratar de um método relativamente simples e prático. Além disso, pode ser aplicada tanto em florestas nativas quanto em florestas plantadas.

Neste método, os indivíduos da amostra são selecionados proporcionalmente à área da unidade de amostra e todos os resultados coletados e calculados dentro dessa amostragem são extrapolados para a unidade de área total (por hectare), segundo um “fator de proporcionalidade”, e depois para a área total do inventário.

O fator de proporcionalidade é fixo e, portanto, garante as relações entre as variáveis de uma unidade florestal e suas representações em um hectare.

Em relação a outros métodos, a amostragem de área fixa requer um grande número de árvores a serem medidas, o que faz com que o custo de instalação e manutenção das unidades amostrais seja mais alto.

 

Amostragem de área variável

Os métodos de realização da amostragem de área variável são muitos, sendo os mais utilizados: método de Bitterlich, método de Strand e o método de Prodan. Essas técnicas são mais utilizadas quando há certa urgência na obtenção dos resultados da análise, como inventários de estoque ou de pré-corte.

 

Método Bitterlich

Aqui a unidade amostral é definida da seguinte forma: é estabelecido um ponto de referência e então, por meio de um giro de 360° o dap de cada árvore é comparado ao ângulo. A partir de então decide-se quais são os indivíduos incluídos na amostra.  É mais indicado para florestas plantadas e proporciona uma rápida obtenção de área basal.

 

Método Strand

Uma linha de comprimento pré-estabelecida dentro da floresta estabelece a unidade amostral. A maior vantagem desse método é a rapidez da estimativa de volume por hectare, pois ele não exige a medição de altura das árvores.

 

Método de Prodan

Dentre os métodos de área variável, esse é o de medição mais rápida, porém, o tamanho da parcela medida é pequeno, já que o método consiste em medir as 5 árvores mais próximas do ponto amostral e a sexta (marginal), e calcular o raio amostral a partir de suas distâncias.

 

Processos de amostragem

Os processos de amostragem dizem respeito ao tratamento estatístico dado à população alvo sobre o conjunto da amostra. Cada um desses processos possui características muito específicas, conforme resumimos a seguir:

 

Amostragem simples ao acaso

O método da amostragem simples ao acaso é o procedimento mais tradicional e é baseado em um processo totalmente aleatório. A ideia é que as unidades amostrais sejam selecionadas com probabilidades iguais e que as unidades sejam sorteadas para compor a amostra.

A partir dessa amostra extraída de forma aleatória são feitas as estimativas sobre a população por parâmetros como número total, a proporção ou a porcentagem de unidades da população que apresenta uma certa característica.

 

Amostragem estratificada

A amostragem estratificada consiste em dividir uma população em subpopulações de mesmo tipo florestal: os estratos. Esse método é recomendado para florestas heterogêneas, pois a estratificação aumenta a precisão do inventário. É possível, por exemplo, subdividir uma população heterogênea em estratos homogêneos, o que aumenta a eficiência do inventário.

Essa amostragem é uma boa opção para áreas extensas e, em alguns casos, só é possível definir os tipos florestais com levantamentos aerofotogramétricos. O custo médio da amostragem depende, portanto, das dificuldades de acesso aos estratos.

 

Amostragem sistemática

Por sua vez, a amostragem sistemática consiste em sortear um indivíduo da população e, a partir dele, selecionar as unidades em posições múltiplas de um valor pré-estabelecido.

Essa amostragem possui algumas vantagens em relação à amostragem simples ao acaso, sendo elas:

  • a seleção é mais fácil e mais rápida;
  • a organização, a supervisão e a checagem das amostras são mais fáceis;
  • o tamanho da população não precisa ser conhecido;
  • as unidades da amostra sistemática se distribuem mais uniformemente

 

Amostragem por conglomerado

A amostragem por conglomerados ou grupos é uma variação das amostragens comentadas anteriormente, porém, ao invés de utilizar indivíduos, usa um conglomerado de unidades secundárias. Esse método ajuda a reduzir o custo do levantamento em áreas de difícil acesso, pois cada amostra de conglomerado é dividida em subparcelas. De acordo com a seleção dessas subparcelas, a amostragem pode ser classificada em:

  • amostragem por conglomerados em estágio único: quando são medidas todas as subparcelas das unidades levantadas;
  • por conglomerados em dois estágios: quando ocorre subamostragem para seleção das subparcelas;
  • amostragem por conglomerados em três estágios: quando ocorre sub amostragem de conglomerados e subamostragem de subparcelas.

Perceba que esta autora não possui a ambição de se demorar em questões estatísticas, mas você, leitor, pode se aprofundar nesses estudos através do livro “Amostragem em Inventário Florestal”, de Waldenei Travassos de Queiroz.

 

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Conclusão

O inventário florestal é o ramo da ciência que permite analisar variáveis florestais qualitativas e quantitativas. A partir dessa atividade é possível formular planos para utilização de produtos, bem como promover um manejo integrado florestal correto.

O desenvolvimento de um bom inventário florestal se dá através da obtenção e tratamento de dados amostrais. Que podem ser reunidos de acordo com as técnicas das quais tratamos neste post.

As especificidades dos processos de amostragem florestal são um assunto bastante extenso que espero ter começado a esclarecer para você, leitor.

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Escrito por Thaís Poubel.