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Pulgão: saiba o que é e como combatê-lo!

Pulgão: saiba o que é e como combatê-lo!

O que é o pulgão? Existe cerca de 1,5 mil espécie de pulgões que atacam as mais diversas espécies de plantas cultivadas. O problema é que, se não for tratada precocemente, pode colocar seriamente em risco a sua produção agrícola. Neste post vamos abordar o que é os pulgões e como combatê-los.

Venha Comigo!

 

Pulgão


 

O que é pulgão?

Pertencentes à família Aphidoidea, popularmente conhecidos como pulgões ou afídeos são pequenos insetos, possuem no máximo 5 mm de comprimento e multiplicam-se com facilidade em condições de temperaturas alta, baixa precipitação.

São principalmente afetados pelas condições nutricionais da planta infestada. Os pulgões em geral acabam prejudicando o desenvolvimento da planta. Isso ocorre devido à sucção de grande quantidade de seiva.

Além do retardamento do crescimento da planta, ao sugar a seiva ocasionam danos como o engruvinhamento das folhas.

Grande parte das espécies de pulgões excretam substância ‘melada’ (açucarada e pegajosa) que favorece o desenvolvimento de fumagina. Entretanto, não podemos esquecer que os pulgões também são vetores de vírus para as culturas.

 

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Pulgões na colheita

Durante a primavera e o verão, os pulgões são geralmente as maiores preocupações dos produtores agrícolasDos danos que esses insetos podem gerar nas plantações, podemos destacar os seguintes:

  • Eles sugam os nutrientes das plantas, então afetam o desenvolvimento delas, o que pode gerar deformações e fazê-las murchar.
  • Eliminam uma secreção grudenta como um subproduto de sua digestão, deixando as folhas e os frutos pegajosos. Como resultado, a sujeira se acumula nas plantas, além de diminuir seu valor comercial.
  • Eles podem eliminar substâncias tóxicas em sua saliva, o que leva à deformações nas folhas.
  • Alguns afídeos são vetores do chamado vírus do mosaico do pepino (CMV).

 

Características morfológicas

Uma característica muito particular desta família é que seus indivíduos podem ser muito diferentes em termos estéticos.  Ou seja, as várias espécies de afídeos apresentam características morfológicas muito variadas.

Em geral, os pulgões são caracterizados por seu tamanho diminuto. Uma vez que atingem apenas alguns milímetros de comprimento na fase adulta.

 

Características morfológicas do pulgão

 

Seu corpo é macio e geralmente tem um formato ovoide, sem distinção visível entre a cabeça, o abdômen e o tórax. Dependendo da espécie, quatro a seis antenas segmentadas e três ocelos podem ser identificados.

Nos indivíduos alados, observamos dois pares de asas membranosas e transparentes. As asas dianteiras são muito maiores que as asas traseiras, apresentam uma borda espessa. E, geralmente, alguma mancha ou estigma.

 

Ciclo biológico desses insetos

Os pulgões e produzem-se por partenogênese telítoca, em que cada fêmea dá origem a 2 – 4 ninfas/dia um total de 46 – 48 ninfas, que se desenvolvem mediante sucessivas mudas.

O ciclo biológico completo do pulgão é o seguinte: o período ninfa varia de 5 a 6 dias, durante o qual são verificados 4 instares. Os períodos reprodutivos e pós-reprodutivos variam respectivamente, de 15 – 23 dias e 3 a 4 dias.

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

Ataque dos pulgões

Os pulgões iniciam seu ataque em reboleiras, a partir da colonização de alados migrantes. E, posteriormente se dispersam por toda lavoura.

As folhas atacadas ficam mais escuras e brilhantes, e adquirem formas arredondadas, com os bordos virados para baixo, em forma de campânulas (encarquilha mento de folhas).

Os ponteiros atrofiam e as plantas apresentam desenvolvimento reduzido e crescimento retardado (enfezamento da cultura).

 

Pulgões: diferentes tipos e forma de controle

Os diversos insetos que englobam a família dos pulgões são divididos de acordo com seu hábito alimentar: os que se alimentam de plantas da mesma família são chamados de monófagos e os que se alimentam de plantas de diferentes famílias são chamados de polífagos.

São classificados por subtipo, sendo que cada um tem certa predileção por determinadas culturas:

 

Pulgão algodoeiro

O pulgão do algodoeiroAphis gossypii, é um inseto de tamanho pequeno, medindo cerca de 1,3 mm de comprimento e de coloração variável do amarelo-claro ao verde escuro. Entre os adultos predomina a cor verde escura. Vivem sob as folhas e brotos novos das plantas sugando a seiva.

A capacidade de reprodução desses insetos é enorme e processa-se por partenogênese, isto é, sem a participação do macho. Nas populações de pulgões ocorrem formas aladas e ápteras.

À medida que a população começa a crescer de maneira muito intensa, levando à falta de alimento, aparecem as formas aladas, que voam para outras plantas, para iniciarem novas colônias.

Os danos ocasionados é o carquilha mento das folhas e deformação dos brotos, prejudicando seriamente o seu desenvolvimento, uma vez que a planta torna-se sensivelmente depauperada. A forma de controle é fazer uso de inseticidas sistêmicos específicos.

 

 

Pulgão do milho

O pulgão do milho ataca as partes jovens da planta, como o cartucho e as gemas florais, mas pode atacar o pendão também.

O principal dano causado por esta praga estão relacionados à transmissão do vírus do mosaico, que pode ocorrer com qualquer densidade de população. Principalmente quando as formas aladas estão presentes, já que transmissão do vírus se dá por via mecânica, através da picada de prova.

Quanto aos danos as populações do inseto ficam sobre as folhas, quando em altas densidades, provocando murchamento das mesmas em época de seca, em virtude da intensa atividade de sucção.

Quando ocorre a infecção da planta pela transmissão do vírus, estas apresentam sintomas no limbo foliar na forma de um mosaico de cor verde claro sobre um fundo verde escuro.

A forma de controle seria tratamentos de sementes, o uso de métodos culturas e a eliminação de hospedeiros nativos do pulgão que sejam compatíveis para o vírus (poáceas de forma geral) são medidas eficientes.

 

Pulgão da espiga

Os pulgões são insetos pequenos (1,5 a 3,0 mm), de corpo mole e piriforme, com antenas longas. O aparelho bucal é do tipo picador-sugador e o desenvolvimento paurometabólico. São altamente prolíficos e reproduzem-se por viviparidade e partenogênese telítoca. Vivem sobre a planta em colônias formadas por adultos (fêmeas) alados e ápteros e por ninfas de diferentes tamanhos.

O pulgão-da-espiga, embora possa ocorrer em baixa densidade no afilamento, aparece em maior número nas folhas, junto com o pulgão-da-folha, preferindo se instalar nas espigas.

Os danos dos pulgões podem ser ocasionados diretamente, através da sucção da seiva e de suas consequências no rendimento de grãos, como diminuição de tamanho, número e peso de grãos.

Um dos principais danos indiretos é a transmissão de um agente fito patogênico que reduz o potencial de produção do trigo, o Vírus do Nanismo Amarelo da Cevada (VNAC). O controle pode ser:

  • Biológico: efetuado por patógenos, como Enthomophthora sp. É recomendada a utilização de técnica que favoreça a ação dos predadores Eriopis connexa Cycloneda sanguinea e também dos parasitóides Aphidius sp, Praon sp e Ephedrus sp;
  • Químico: fazer uso de inseticidas registrado para as culturas, seletivos aos inimigos naturais.

 

Pulgão verde

Pulgão verde (Aphis spiraecola) ocorre, principalmente, no início da fase vegetativa e em plantas jovens. O inseto alimenta-se da seiva e injeta substâncias tóxicas que diminuem o crescimento das árvores.

 

pulgão verde

 

Danos diretos na cultura por se alimentar da seiva, prejudicam o crescimento da planta, deformação de tecidos, necroses principalmente ao longo das nervuras e folhas encarquilhadas.

Danos indiretos podem ocorrer devido à transmissão de viroses. Como por exemplo o mosaico da cenoura (Carrot mosaic virus – CtMV), causando redução da produtividade das plantas infectadas.

Quanto ao controle existem vários inimigos naturais predominando o parasitóide Aphidius sp. e os predadores Cycloneda sanguineaPseudodoros sp. e Alegrapta sp., que proporcionam bom controle deste pulgão.

 

Manejo e controle de pulgões

O desafio do agronegócio brasileiro está na difusão de métodos sustentáveis para o manejo de pragas, trazendo para o dia-a-dia do produtor as inovações tecnológicas. E, assim, manter as cadeias produtivas competitivas no mercado.

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é um conjunto de boas práticas agrícolas que implica no monitoramento da população de insetos e combina métodos e estratégias de controle como cultural, biológico, físico, legislativo, mecânico e químico, visando evitar o dano econômico.

A visita semanal à lavoura para reconhecer e monitorar a quantidade de pragas, em cada parte da planta, permite decidir sobre o controle no momento correto. Evitando danos, perdas e prejuízos na produção.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Neste artigo abordamos sobre o pulgão e os danos que ele pode ocasionar em sua cultura. Além disso, abordamos medidas de manejo que podem te auxiliar no combate ao pulgão na sua cultura.

Pronto para acabar com o pulgão na lavoura? Tente identificar quais são as áreas e os tipos de cultivo afetado. Além de qual subtipo de pulgão está presente na sua plantação. Em caso de dúvidas chame um especialista da área.

Se você gostou desse conteúdo e te ajudou e esclareceu suas dúvidas. Comente e compartilhe em suas redes sociais!

Escrito por Michelly Moraes.

Pós-graduação Fitossanidade

Tratamento de sementes: o que é e por que fazer?

Tratamento de sementes: o que é e por que fazer?

Mas você sabe o que é uma semente de qualidade e como o tratamento de sementes pode melhorar as características desejáveis para o agricultor?

A maioria das culturas agronômicas de grande importância como arroz, soja, milho e feijão, é propagada por sementes.

Portanto, o uso de sementes de qualidade é essencial para o sucesso da agricultura.

Neste artigo, você também aprenderá como essa prática pode ser realizada e as principais doenças e pragas que podem ser evitadas com sua utilização.

 

Tratamento de sementes: o que é e por que fazer?

 

4 aspectos da qualidade da semente

A qualidade da semente engloba quatro componentes ou atributos com importância mais ou menos equivalente: físicos, fisiológicos, genéticos e sanitários.

Em conjunto, esses atributos fazem com que sementes de qualidade apresentem alto poder germinativo associado a alto vigor.

Uma elevada qualidade física significa que as sementes têm estrutura íntegra e são uniformes quanto ao tamanho e forma, têm elevado peso volumétrico, por exemplo.

Essas características permitem maior uniformidade na distribuição das sementes durante a semeadura e maior disponibilidade de reservas para o estabelecimento da plântula.

Já a qualidade fisiológica engloba a viabilidade, representada pela germinação de um lote, e vigor, relacionado à tolerância ao estresse durante a germinação e emergência.

Por sua vez, um lote tem alta qualidade genética se as sementes são realmente da cultivar ou híbrido que se quer cultivar, sem contaminantes. A essa característica dá-se o nome de pureza varietal.

Por fim, temos a qualidade sanitária, que significa que a semente está livre de patógenos e sementes de plantas daninhas que podem prejudicar o cultivo.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Objetivo do tratamento de sementes

O tratamento de sementes objetiva proteger a semente contra patógenos e pragas desde a semeadura à germinação.

Além disso, serve para descontaminá-la de patógenos, evitando introduzi-los em áreas livres. Uma vez que muitas doenças podem ser transmitidas por sementes.

Portanto, é uma prática que visa à qualidade sanitária da semente. Mas que também potencializa a genética da semente, contribuindo para o sucesso do plantio.

 

O que é e para que serve o tratamento de sementes?

O tratamento de sementes consiste em aplicar defensivos químicos e/ou biológicos às sementes para controlar fungos e pragas que atacam sementes, mudas e plantas.

Se feita adequadamente, essa prática protegerá a semente nas fases iniciais da lavoura, desde a semeadura até a emergência da plântula.

Atualmente, o tratamento de sementes pode englobar não apenas os defensivos, mas todas as tecnologias aplicadas à semente, como:

Após a realização do tratamento, as sementes são destinadas exclusivamente ao plantio e não podem ser usadas para alimentação humana ou animal.

 

Importância do tratamento de sementes

Como vimos, o Tratamento de Sementes melhora a qualidade sanitária protegendo contra pragas e doenças nos estágios iniciais da cultura, antes, durante e depois da geminação.

Sementes que poderiam ser ameaçadas por doenças, pragas ou até interferências climáticas, conseguem crescer mais fortes, com germinação mais uniforme e com melhor enraizamento.

Ao melhorar a qualidade sanitária, essa prática previne a entrada de pragas nas áreas de cultivo ao eliminar ou reduzir o inóculo presente na semente.

Além disso, tem grande importância no desenvolvimento de plantas vigorosas e sadias.

Consequentemente, o Tratamento de Sementes terá efeito sobre a produtividade.

 

Nutrição Mineral de Plantas: Macronutrientes.

 

Como é feito o tratamento de sementes?

A qualidade das sementes é o objetivo maior e é preciso enfatizar que nem sempre o tratamento de sementes com defensivos é necessário!

Ele deve ser recomendado com base no teste de sanidade, um dos testes da Análise de Qualidade das Sementes.

O teste de sanidade fornece informações sobre a qualidade sanitária da semente destinada à semeadura.

Ele também pode esclarecer as causas da baixa germinação, comum em amostras com elevados índices de infecção

Se a semente está livre de patógenos e a área em que ela será semeada também, por que aplicar defensivos, aumentando o custo da semente?

A recomendação ideal é feita de acordo a realidade da área em que a semente será cultivada.

Outros componentes do tratamento de sementes, como inoculantes e micronutrientes, nesse caso, talvez já sejam suficientes para o sucesso da cultura nos estágios iniciais.

 

Componentes do tratamento de sementes

Os componentes do tratamento de sementes são os produtos e ingredientes encontrados na calda.

Podem incluir produtos para tratamento de semente (defensivos), corantes, polímeros, água, micronutrientes, inoculantes, revestimentos, reguladores de crescimento, agentes de proteção a herbicidas e outros produtos.

Os produtos destinados ao tratamento de sementes ou defensivos são geralmente fungicidas, inseticidas e nematicidas, mas pode-se incluir ainda bactericidas e outros produtos.

Os defensivos podem ser de contato, quando agem somente na superfície da planta ou da semente, ou sistêmico, quando absorvidos e translocados dentro da planta.

Veja os principais requisitos para um defensivo destinado ao tratamento das sementes são:

  • ser tóxico aos patógenos e às pragas-alvo
  • não ser fitotóxico
  • não ser acumulável no solo
  • ter alta persistência nas sementes
  • ter grande capacidade de aderência e cobertura às sementes (podem ser usados polímeros para promover a adesão e retenção dos ingredientes ativos às sementes)
  • deve ser compatível com outros produtos para tratamento de sementes
  • ser efetivo sob diferentes condições agroclimáticas
  • não deixar resíduos nocivos na planta
  • ser seguro para os operadores durante o manuseio e a semeadura
  • ser economicamente viável

 

Ação dos fungicidas utilizados no tratamento de sementes

A ação dos fungicidas usados no tratamento das sementes pode ser classificada como desinfectante, desinfestante, protetor e erradicante.

Desinfectante – atua no controle dos patógenos localizados dentro das sementes (endosperma e embrião) ou nos tecidos do pericarpo. Geralmente têm ação sistêmica, sendo absorvidos e difundidos dentro das sementes. Ex: thiabendazol

Desinfestante – atua no controle de patógenos localizados na superfície externa das sementes. Ex: captan, thiram, quintozene e tolyfluanid.

Protetor – protege as sementes e as plântulas contra o ataque dos fungos das sementes e do solo.

Erradicante – elimina o patógeno que está associado às sementes, quer seja fungo infectante ou infestante. Fungicidas sistêmicos podem atuar como desinfectantes e erradicantes.

 

2 tipos de tratamento de sementes

Atualmente, são possíveis duas formas de se fazer o tratamento de sementes:

 

Tratamento convencional, na fazenda (on farm)

  • Geralmente é feito na própria fazenda, logo antes da semeadura.
  • Realizado em tambores, betoneiras ou utilizando máquinas específicas para o tratamento de sementes.
  • Esse tipo de tratamento deve ser feito pelo responsável técnico (agrônomo) ou sob sua supervisão.

Os principais cuidados a serem tomados nesta modalidade são:

  • Verificar se o produto utilizado no procedimento seja registrado para as sementes da cultura que se pretende fazer o tratamento.
  • Escolher corretamente o produto químico de acordo com o objetivo do tratamento.
  • Verificar se o equipamento de aplicação esteja calibrado.
  • Seguir as instruções da bula do produto e das Fichas de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ).
  • Preferir os produtos que possuem baixo volume de calda e boa adesão à semente.
  • Não misturar produtos incompatíveis e preferir produtos que combinem, em uma só fórmula, mais de um tipo de defensivo.

As principais vantagens do tratamento convencional são:

  • custo relativamente menor ao TIS
  • recomendação de produtos personalizada de acordo com a necessidade (das sementes e da área de cultivo)

 

Tratamento Industrial de Sementes (TIS)

Pode-se dizer que é a escolha mais prática, uma vez que as sementes são compradas já prontas para a semeadura.

O TIS faz parte das etapas do beneficiamento das sementes em diversas empresas, geralmente realizado no pré-ensaque ou no momento da entrega ao produtor.

É um processo que consiste em aplicações automatizadas por meio de equipamentos de alta tecnologia. Normalmente realizado nas Unidades de Beneficiamento de Sementes (UBS).

Utiliza equipamentos especiais que combinam a aplicação de fungicidas, inseticidas, micronutrientes, nematicidas entre outros.

Para ser considerado TSI, é indispensável a utilização de polímeros para adesão dos produtos às sementes.

A EMBRAPA estima que cerca de 40% das sementes de soja no Brasil são tratadas neste sistema.

É importante ressaltar que o produtor também pode realizar o TSI.

A ABRASEM define TSI como:

“(…) o processo realizado pelo produtor de sementes, reembalador, beneficiador ou por empresa especializada que utiliza técnicas profissionais, produtos, máquinas e equipamentos específicos para o tratamento de sementes e que garante a taxa de aplicação recomendada pelo fabricante (dose e qualidade do recobrimento).  (…) realizado por profissionais especializados, sob normas de segurança e visando preservar a qualidade física e fisiológica das sementes, bem como assegurar a saúde dos operadores e a preservação do meio ambiente.

As principais vantagens do TSI em relação ao tratamento on farm são:

  • menor risco de intoxicação dos operadores
  • maior precisão no volume de calda utilizado para o tratamento das sementes.
  • melhor cobertura da semente com o produto químico
  • maior rendimento por hora

As principais desvantagens do TSI são:

  • maior custo de aquisição das sementes
  • utilização padronizada de produtos, às vezes desnecessários.

Essa desvantagem que pode ser corrigida se o produtor (ou seu responsável técnico) tiver liberdade de escolher com quais produtos sua semente deveria ser tratada.

 

Benefícios do tratamento de sementes

Independentemente se feito on farm ou industrialmente. Os benefícios do tratamento de sementes serão vistos do plantio à colheita:

  • Estabelecimento da população de plantas por controlar patógenos e pragas importantes transmitidos pelas sementes, diminuindo a chance de sua introdução em novas áreas.
  • Proteção do potencial genético da variedade que o produtor escolheu para plantar.
  • Estabelecimento do estande desejável da lavoura (número adequado de plantas para determinada área).
  • Pode ter influência positiva na fisiologia da planta (melhor enraizamento, germinação mais uniforme e maior resistência a nematoides);
  • É um investimento relativamente baixo que ajuda a melhorar a produtividade da lavoura.

 

Pragas e doenças controladas com o tratamento de sementes

O tratamento de sementes evita a transmissão e danos diretos causados por patógenos e pragas em sementes, raízes e plântulas na fase inicial das culturas. Já as sementes mais tratadas no Brasil são as de milho e de soja.

As principais pragas e doenças de soja, milho e algodão que são controladas com o tratamento de sementes são:

  • As lagartas Helicoverpa (Helicoverpa spp), Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis), Lagarta-do-cartucho (Spodoperta frugiperda), Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus), que se alimentam do colo da planta, logo após a germinação.
  • Os corós (Coleoptera: Scarabaeoidea) que vivem no solo e se alimentam exclusiva ou facultativamente de raízes, causando danos a diversas culturas. Entre as pragas-de-solo, os corós rizófagos têm se constituído em um dos grupos mais importantes em diversas culturas de alto valor econômico.
  • Nematoides
  • Fungos fitopatogênicos transmitidos por sementes como Phomopsis , Cercospora spp., Fusarium spp. e Colletotrichum spp.
  • Fungos de grãos armazenados como Penicillium e Aspergillus spp.
  • Patógenos presentes no solo como Rhizoctonia, Pythium spp. e Stenocarpella sp. podem causar danos na fase de muda, causar tombamento e redução do estande.

 

Tratamento de sementes de soja

Após a semeadura, as sementes podem encontrar condições desfavoráveis à germinação da semente e a emergência da plântula, que tornam o processo mais demorado.

Assim, a semente estará mais tempo exposta a patógenos presentes no solo (Rhizoctonia, Pythium) que podem deteriorar ou causar a morte da plântula.

Para patógenos transmitidos pela semente de soja, o controle mais eficaz é realizado com fungicidas do grupo dos benzimidazois. Isso é válido para Cercospora kikuchii, Fusarium pallidoroseum (=F. semitectum), Phomopsis spp. e Colletotrichum truncatum.

Para esses patógenos, os produtos mais indicados para tratamento de sementes são carbendazin, tiofanato metílico e thiabendazole. Esses produtos também são eficientes para o controle de  Sclerotinia sclerotiorum quando presente na semente, na forma de micélio interno, dormente.

Fungicidas de contato como Captan, Thiram e Tolylfluanid, que têm bom desempenho no campo quanto à emergência, não controlam, totalmente esses fungos, principalmente Phomopsis spp. e F. pallidoroseum nas sementes que apresentam índices maiores que 40% desses patógenos.

 

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Tratamento de sementes de milho

A aplicação de produtos fitossanitários via sementes de milho é uma prática comum e estima-se que 85% das sementes no Brasil sejam tratadas.

As sementes de milho híbrido carregam um dos mais modernos pacotes tecnológicos da agricultura moderna e é comum o uso do TIS.

E a pesquisa tem se intensificado nos últimos anos para melhorar essa tecnologia. Isso porque os tratamentos químicos aplicados tendem, com o aumento das dosagens, a gerar efeitos latentes, desfavoráveis ao desempenho das sementes, intensificados com o prolongamento do período de armazenamento.

Os principais defensivos utilizados são fungicidas e inseticidas.

No Brasil, há vários produtos formulados disponíveis para o tratamento de sementes de milho.

Os princípios ativos e combinações registradas no Ministério da Agricultura para tratamento de sementes são os seguintes:

  • carbendazim (benzimidazol) + tiram (dimetilditiocarbamato)
  • piraclostrobina (estrobilurina) + tiofanato-metílico (benzimidazol)
  • fipronil (pirazol) + piraclostrobina (estrobilurina) + tiofanato-metílico (benzimidazol)
  • fluazinam (fenilpiridinilamina) + tiofanato-metílico (benzimidazol),
  • piraclostrobina (estrobilurina) + tiofanato-metílico (benzimidazol)
  • ipconazol (triazol)
  • fipronil (pirazol) + piraclostrobina (estrobilurina) + tiofanato-metílico (benzimidazol)
  • tiametoxam (neonicotinoide)
  • abamectina (avermectina)
  • ciantraniliprole (antranilamida)
  • carbossulfano (metilcarbamato de benzofuranila)
  • tiodicarbe (metilcarbamato de oxina)

 

Conclusão

Semente de alta qualidade em termos de pureza, genética, vigor e germinação é um dos insumos mais importantes para o sucesso do cultivo.

O tratamento de sementes é uma das práticas que pode assegurar estande adequado, plantas vigorosas, atraso no início de epidemias e aumento do rendimento.

Além disso, pode prevenir a entrada de pragas e patógenos veiculados pelas sementes em áreas livres.

Vimos que o tratamento de sementes pode ser feito tanto da forma convencional (on farm) quanto industrial (TIS).

De um jeito ou de outro, ele melhora a qualidade das sementes e traz muitos benefícios ao produtor, vistos desde a semeadura até a colheita.

Escrito por Debora Cerviere.

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Conheça as 7 principais pragas da cana-de-açúcar!

As pragas da cana-de-açúcar podem causar sérios prejuízos, ocasionando até mesmo a perda da lavoura, por isso é de extrema importância realizar o monitoramento e controle dessas pragas. Neste artigo vamos discutir sobre as principais pragas e as diferentes formas de controle.

Não fique de fora, acompanhe!

Conheça as 7 principais pragas da cana-de-açúcar!

 

A cana-de-açúcar é conhecida como cultura que utiliza baixos níveis de defensivos, porém ela sofre com incidência de algumas pragas que se não forem corretamente manejadas podem ocasionar prejuízos econômicos a produção canavieira.

A cana-de-açúcar é um dos principais cultivos do Brasil, e a presença de pragas é uma realidade nos canaviais. Conhecer as pragas e o momento de sua ocorrência é essencial para o sucesso do controle e ganho de produtividade.

Os danos causados pelas pragas reduzem a produção agrícola e afeta a qualidade da matéria-prima a ser industrializada, reduzindo, também, o rendimento dos processos de produção de açúcar e álcool.

Neste artigo vamos citar as principais pragas dos canaviais e os danos causados, além de mostrar os tipos de controle e como realizá-los.

 

As principais pragas da cana-de-açúcar

As principais pragas da cana-de-açúcar são;

1. Broca da cana-de-açúcar – (Diatraea saccharalis)
2. Broca gigante (Castnia licus)
3. Cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata)
4. Cupim da cana-de-açucar
5. Formigas saúva (Atta capiguara)
6. Besouros (Migdolus fryanus)
7. Bicudo da cana-de-açúcar (Sphenophorus levis)

Abaixo destacamos mais informações como identificação, cuidados e manejo:

 

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Broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis)

É a principal praga da cana-de-açúcar as brocas, cientificamente chamadas de Diatraea saccharalis, são larvas de mariposa, e a mais conhecida entre os produtores.

Pode ocorrer em todo o estádio de desenvolvimento e causa prejuízos em seu estágio de larva (lagarta), que se alimenta inicialmente das folhas.

Em estágio mais avançado de desenvolvimento, o inseto penetra no colmo da planta pelas partes mais moles e faz galerias.

Devido a decorrência de sua ampla distribuição pelo país, atingindo as principais regiões produtoras: São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Goiás.

E também pela gravidade de seus danos: para uma produtividade de 80 toneladas por hectare, as perdas ocasionadas pela broca para cada 1% de intensidade de infestação são de 616 quilos de cana, 28 quilos de açúcar e 16 litros de álcool, aproximadamente.

 

Tecnologias que agregam qualidade à pulverização

 

Principais danos

  • Perda do peso do material;
  • Tombamento devido ao broqueamento transversal do colmo;
  • Coração morto, sintoma observado em plantas jovens, levando ao secamento dos ponteiros; enraizamento aéreo e formação de brotação lateral.

Além destes, o orifício deixado pela broca é porta de entrada para fungos patogênicos (Colletotrichum falcatum e Fusarium moniliforme) que causam a podridão vermelha, doença que afeta diretamente a produção de açúcar e etanol.

 

Manejo da broca da cana-de-açúcar

Para o manejo da broca, é recomendado o controle químico e biológico. A Cotesia flavipes (uma pequena vespa) é o principal agente de controle biológico utilizado para o controle da broca.

Em relação ao manejo químico, o inseticida Ampligo é comprovadamente um produto seletivo, ou seja, não tem impacto significativo no número e na diversidade das populações de inimigos naturais da broca, como a Cotesia flavipes.

 

Broca gigante (Castnia licus)

Os insetos adultos possuem uma coloração escura, quase preta. Apresentam manchas brancas na região apical, acompanhadas de uma faixa transversal branca na asa anterior. A asa posterior apresenta manchas avermelhadas e uma faixa transversal mais larga.

A oviposição ocorre em touceiras velhas, preferencialmente no meio de detritos e caules cortados. Os ovos inicialmente apresentam coloração rosada, passando a verde-azeitona e alaranjada.

Após a eclosão surgem lagartas apresentando coloração branca, com pintas pardas no pronoto. O período larval varia de 2 a 10 meses, com 5 ínstares.

 

Principais danos

As lagartas abrem galerias verticais no colmo, algumas vezes chegam a destruí-lo completamente, acarretando sérios prejuízos.

Além das galerias, causam o conhecido “coração morto” devido aos danos causados na brotação, comprometendo o poder germinativo e permitindo o aparecimento de podridões.

 

Manejo da broca gigante

Para o manejo da broca-gigante utilizam-se inimigos naturais, manejo cultural e semioquímicos. Essa combinação de métodos, quando bem aplicados, é eficiente, duradoura e seletiva. Mesmo assim, o método mecânico catação manual de lagartas e pupas ainda é utilizado.

 

Cigarrinha-das-raízes (Mahanarva fimbriolata)

Atualmente, a cigarrinha das raízes está presente em diversas regiões, com elevadas populações no Centro-Sul e em alguns Estados do Nordeste do País, causando danos severos à produtividade e à qualidade da matéria-prima.

O nome da praga está ligado ao seu hábito alimentar: quando jovens, se alimentam das raízes e radicelas das plantas de cana; entretanto, os danos são causados tanto pelas ninfas quanto pelas formas adultas.

O clima apresenta grande influência na dinâmica populacional dessa praga, pois com o início da estação chuvosa ocorre a eclosão dos ovos, aumentando o número de indivíduos.

O ciclo biológico da cigarrinha das raízes apresenta duração média de 60 dias, o que possibilita a presença de cerca de três gerações da praga a cada safra.

A espécie é encontrada com mais facilidade na cana soca, porém, em regiões com alta pressão populacional ou em áreas próximas às pastagens, pode-se encontrar a espécie até mesmo em cana planta.

 

Principais danos

  • Redução de fotossíntese e produtividade;
  • Deterioração do colmo pela perfuração das cigarrinhas; morte dos perfilhos, murchamento do colmo e morte da planta;
  • A Redução da qualidade do açúcar;
  • Redução da pureza do caldo e aumento dos contaminantes.

 

Manejo da cigarrinha-das-raízes

A estratégia de controle da cigarrinha-da-raiz inicia-se com o monitoramento da praga que deverá ser realizado no início do período chuvoso e durante todo o período de infestação, para que se possa acompanhar a evolução ou o controle da praga.

É recomendado o uso de controle biológico através do fungo Metarhizium anisoplie, que irá controlar as ninfas e adultos.

A aplicação deve ser realizada quando forem encontradas populações acima de 3 ninfas por metro linear. Por isso, o monitoramento deve ser constante na lavoura.

 

Cupim da cana-de-açúcar

São insetos sociais que vivem em colônias organizadas. Perdas ocorrem com falhas na brotação das soqueiras e redução da longevidade do canavial.

A maioria das espécies de cupins não é agressiva à cultura, ao contrário é benéfica. Podem reduzir em até 10 t de cana/ha/ano, além de ocasionarem redução da longevidade do canavial.

 

Principais danos

Os principais danos ocorrem na fase inicial da cultura, eles atacam os toletes recém-plantados, danificando as gemas e trazendo, como consequência, falhas na germinação.

 

Manejo dos cupins

A recomendação é que, no momento de implantação da cultura, o produtor utilize inseticidas adequados no sulco de plantio, evitando que os cupins ataquem os toletes recém-plantados, danificando as gemas e trazendo falhas na germinação.

Aconselha-se que, antes de entrar com ferramentas de controle do cupim, deve-se, primeiramente, verificar a necessidade das mesmas, considerando e analisando diversos fatores, como a porcentagem de touceiras atacadas.

É recomendável aplicar o controle químico em locais em que ocorre 40% ou mais de infestação em touceiras quando presentes espécies mais agressivas.

 

Formigas saúva Atta capiguara

As formigas causam desfolhamento, reduzindo a área foliar das plantas por longos períodos e causando atraso e definhamento da cultura. Tem ocorrência praticamente o ano todo.

Saúva Atta capiguara constitui uma séria praga em sistemas agrosilvopastoris. Os ninhos são grandes e formados por várias câmaras. São insetos sociais, com várias castas.

 

Principais danos

Os prejuízos causados pelas formigas cortadeiras são consideráveis. Atacam quase todas as culturas, cortando folhas e ramos tenros, podendo destruir completamente as plantas.

As formigas operárias causam grande desfolha principalmente em plantas jovens, sendo consideradas pragas secundárias em culturas estabelecidas.

 

Manejo das formigas

O controle das formigas deve ser realizado assim que forem detectadas no canavial. Para isso, utilizam-se inseticidas em formulação com pó seco, iscas tóxicas, ou inseticidas aplicadas via termonebulização.

 

Besouros Migdolus fryanus

No estágio de larva, o besouro Migdolus fryanus ataca o sistema radicular da cana causando falhas na brotação das soqueiras, morte em reboleiras e necessidade de reforma precoce do canavial.

Esta fase dura no mínimo dois anos, podendo chegar a três anos e as larvas são encontradas até a profundidade de cinco metros no solo. Todo ciclo é subterrâneo. Os adultos vêm à superfície apenas por ocasião das “revoadas”.

 

Manejo do besouro- Migdolus fryanus

Os melhores resultados de controle são obtidos com a aplicação de inseticidas por ocasião do preparo do solo, em operação conjunta com a subsolagem (subsolador-aplicador) ou aração (arado de aiveca, com aplicador de inseticida), na época seca, quando se observa maior ocorrência de larvas nas camadas superficiais do solo.

 

Bicudo da cana-de-açúcar

O bicudo do da cana, Sphenophorus levis, é um besouro que na fase larval causa danos nos colmos em desenvolvimento escavando galerias, afetando o stand da cultura e a produtividade.

Reduzem a longevidade dos canaviais, que muitas vezes não passam do segundo corte. A disseminação pelo trânsito de mudas é a hipótese mais provável para explicar a rápida expansão da área infestada, visto que o inseto praticamente não voa e seu caminhamento é lento.

 

Manejo do besouro – Sphenophorus levis

Para o controle da praga é o cultural, que consiste na destruição antecipada das soqueiras com o erradicador de soqueiras.

A seguir a área deverá ser mantida livre de plantas hospedeiras da praga e o próximo plantio deverá ser realizado o mais tarde possível.

As mudas a serem utilizadas no plantio deverão estar isentas da praga, sendo originárias de áreas não infestadas.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Em meio a todo o esforço para manter os canaviais saudável e produtivo, as pragas da Cana-de-açúcar surgem como um pesadelo na rotina dos agricultores.

Silenciosas no começo, chegam sem despertar suspeita, e quando o produtor nota a presença, muitas vezes, já se espalharam pela plantação.

As principais pragas da cana-de-açúcar listadas acima são altamente adaptadas ao sistema agrícola, e de extrema importância econômica e quase sempre de difícil controle.

No caso de ataque dessas pragas em sua lavoura é importante que faça o monitoramento constante e o manejo ideal, em caso de dúvidas é importante que procure um especialista da área.

Escrito por Michelly Moraes.

 

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Formigas cortadeiras: aprenda a controlar!

Formigas cortadeiras: aprenda a controlar!

Formigas cortadeiras: descubra as principais características e os diferentes tipos, além de conhecer os métodos de controle para evitar danos em sua cultura.

 

Formigas cortadeiras: aprenda a controlar!

 

As formigas cortadeiras, Attaspp. (saúvas) e Acromyrmexspp. (quenquéns), possuem ampla distribuição geográfica e são consideradas as principais pragas dos reflorestamentos no Brasil. Devido ao elevado número de colônias por área, ao grande número de indivíduos por colônia, a grande voracidade e a sua presença constante nos plantios florestais.

Tanto as saúvas (Atta spp.) quanto as quenquéns (Acromyrmex spp.) causam sérios danos às plantas devido ao corte de folhas, brotos e cachos.

A atividade das formigas é prejudicial em qualquer fase do ciclo das plantas, porém o dano é maior na fase de formação, quando paralisa temporariamente seu crescimento. E, por isso, temos de fazer controle das formigas. Para ajudar o agricultor neste controle.

 

Características das formigas cortadeiras

  • Sua coloração é castanha, mas pode variar mesmo sendo pertencente a mesma espécie e colônia;
  • São polimórficas;
  • Não possuem soldados;
  • Apresentam de quatro a cinco espinhos no mesossoma;
  • Os ninhos são feitos no solo, sendo alguns difíceis de serem observados, principalmente se não houver acúmulo de palha ao redor do orifício de saída das operárias;
  • Coletam folhas e outras partes vegetais, transportam para o interior do ninho para cultivar um fungo que servirá de alimento.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Formigueiro das cortadeiras

Em um formigueiro adulto, ou seja, quando as saúvas que nele habitam estão com três anos de idade. Inicia-se o processo de multiplicação e seu primeiro sinal, visível aos olhos, é a revoada ou voo nupcial.

Mas, afinal, o que é a revoada? “Uma vez ao ano, geralmente, no início do período das chuvas, o formigueiro passa a produzir zangões e tanajuras.

Geralmente, após as primeiras chuvas, quando o sol volta, ocorre a revoada essas revoadas, normalmente, acontecem no período da tarde, com exceção das quem-quens, em que esse voo ocorre pela manhã.

 

Checklist agrícola

 

Tipos de operárias nos formigueiros das cortadeiras:

As soldadas, que acompanham as outras no trabalho e são as mais fortes para defender o formigueiro. Soldadas de saúvas são conhecidas como “cabeçudas”, que saem em grande número quando perturbamos um formigueiro forte.

As cortadeiras ou carregadeiras, que são as mais numerosas nos carreiros, responsáveis por cortar, carregar, limpar, abrir caminhos, escavar e ajudar na defesa da colônia, entre outras funções.

Já as jardineiras, que são as menores dentre as operárias. Têm a função principal de cultivar o alimento sobre as folhas trazidas pelas cortadeiras. Têm este nome porque trabalham nos “jardins de fungo”, realizando um trabalho muito delicado e importante para a colônia de cortadeiras.

 

Conhecendo diferentes formigas cortadeiras

Quanto a organização social de um formigueiro temos;

 

 A saúva

A rainha é uma tanajura que foi fecundada em vôo, pousou no solo, perdeu as asas, escavou a primeira panela e, assim fazendo, fundou um novo formigueiro.

O seu papel é o mais fundamental na colônia: somente ela põe os ovos dos quais nascem todas as outras, isto é, ela é a “mãe” do formigueiro.

Desta maneira a rainha controla o número de soldados, cortadeiras e jardineiras de cada estação. A rainha escolhe o local para a nova colônia e, sozinha inicia a escavação da primeira panela do formigueiro. A seta indica que a rainha perde definitivamente as asas.

 Além disso, a rainha que parece comandar todas as atividades do formigueiro, liberando diferentes hormônios que ajudam a organizar as tarefas principais.

 

Quenquéns

Quanto às quenquéns, levando em conta que a colônia é bem menor e menos populosa, a sua organização é basicamente a mesma que a das saúvas.

Dependendo da espécie, todas as operárias podem ser iguais ou então de vários tamanhos ou cores na mesma colônia, os reprodutores também são bem menores que nas saúvas.

As operárias colônia está pronta para iniciar as atividades fora do formigueiro inicia-se os cortes de plantas pelas operárias.

Um aspecto importante para o reconhecimento de algumas dessas quenquéns é a enorme quantidade de ciscos e palhas sobre as entradas dos formigueiros. Além disso, as quenquéns apresentam quatro ou mais espinhos nas “costas” (tórax).

 

Controle da formiga cortadeira                           

Acredita-se que alguns dos princípios da filosofia do manejo integrado de pragas não se aplicam para formigas cortadeiras de modo geral, pelas particularidades ecofisiológicas, comportamentais e reprodutivas destes insetos eusociais.

Um dos princípios básicos do MIP é a determinação da menor densidade populacional que causa prejuízo econômico, o nível de dano econômico, necessário para a tomada de decisão para adoção ou não de medidas de controle.

 

Controle de cultura

A utilização de culturas armadilhas, como gergelim, capim braquiarão, mamona ou batata-doce podem apresentar efeitos tóxicos ou repelirem as formigas cortadeiras é considerado um método cultural.

Essas culturas podem ser plantadas na borda das culturas principais, podendo servir também como alimento alternativo. A aração e gradagem do solo são considerados métodos de controle cultural por alguns autores.

 

Controle mecânico

Em sauveiros jovens (até 4 meses de idade), onde a rainha ainda está a poucos centímetros da superfície, um método simples e eficiente de se acabar com o sauveiro é a escavação e morte da rainha.

A aração do terreno antes do plantio funciona da mesma maneira, podendo matar a rainha. Porém, essas táticas não funcionam em sauveiros mais velhos.

Outro método, bastante antigo, utilizado é o de proteção das copas das árvores, que consiste em utilizar tiras cobertas de graxa ou vaselina amarradas no tronco das árvores.

Pode-se também utilizar gel adesivo ao redor do tronco ou anéis com água. Esses métodos visam evitar o acesso das formigas as folhas e são praticamente inviáveis em plantações extensas.

 

Controle químico

O uso de produtos químicos é o método mais eficaz para eliminar as formigas cortadeiras. Somente as colônias das saúvas muito jovens podem ser destruídas mecanicamente, por meio de escavação.

Entre as quenquéns, porém, o desafio está na descoberta do local dos ninhos. Se não encontrados, distribua a cada 6 metros, no máximo, iscas granuladas no ambiente.

A época mais adequada de controle de formigas é após a colheita de milho ou de soja, quando falta alimento e os ninhos de formigas são localizados com maior facilidade.

O intervalo entre a dessecação e o início de semeadura é também adequado para controle intensivo de formigas.

 

Isca granuladas

É muito importante usar iscas nos dias com maior atividade externa das formigas. As formigas desenvolvem intensa atividade de transporte e armazenagem de folhas e outras partes de plantas. Para alimentar os fungos no período até três dias antes de chuvas ou entrada de frentes frias.

  • O método possui alta eficiência, alto rendimento operacional.
  • Pode ser aplicado de forma sistemática.
  • São de baixa toxicidade, causando menor dano ao meio ambiente.
  • Agem exclusivamente por ingestão.
  • A distribuição do formicida dentro da colônia é feita pelas próprias formigas
  • Após 48 horas do carregamento da isca: 50% da população da colônia estará contaminada.
  • As iscas granuladas contêm um princípio ativo (clorpirifós, sulfluramida, fipronil, deltametrina, fenthium, fenitrothion e bifentrin).
  • E um produto atrativo: mistura de polpa cítrica, óleo de soja e inseticida.  São altamente atrativas para as formigas cortadeiras.

 

Aplicação

Para maior eficácia no controle de formigas a isca deve ser colocada após a dessecação, quando falta alimento e antes da emergência das plantas cultivadas. Por isso, deve-se concentrar o uso de formicidas granulados nos períodos entre safras.

As iscas devem ser colocadas na borda das trilhas de transporte de folhas e próximo aos “olheiros” de entrada do formigueiro. Nunca dentro ou sobre o olheiro de entrada do formigueiro. Deve-se tomar cuidado com o manuseio da iscas para evitar odores que as formigas poderiam rejeitar.

 

Pó seco

Os formicidas em pó são indicados para espécies de formigas cortadeiras que constroem seus ninhos mais rasos no solo, como são as quenquéns.

Isso porque ao aplicar o pó não se consegue atingir o interior das colônias muito profundas, o que torna o controle ineficaz.

  • Aplicados com o uso de polvilhadeiras manuais e motorizados.
  • Usar com clima seco e com baixa umidade relativa do ar.
  • Recomenda-se seu uso somente em sauveiros jovens e em quenquenzeiros de monte.
  • Principal limitação: pouca eficiência do uso de bombas manuais e a profundidade que funciona: até 2,5 m.
  • Os formicidas em pó devem ser bombeados de 5-10 x em cada olheiro
  • Podem causar problemas de refluxo pela “bucha de formigas” que entopem os canais
  • Mata as formigas por contato.

 

Líquido nebulizado

A termonebulização é eficiente no controle de formigueiros, inclusive aqueles de maior tamanho, quando feito nos momentos de intensa atividade das formigas e aplicado em diferentes pontos do ninho.

O uso de inseticidas nebulizados é antigo e foi adotado com substratos queimados em fumigadores e bombeado para dentro dos formigueiros com fole manual.

  • Bastante sucesso em locais com muita saúva
  • Sua ação é imediata, paralisando o formigueiro
  • Os custos, rendimento e eficiência do controle são variáveis
  • Deve-se observar: o grau de infestação; o sistema operacional; os produtos utilizados
  • Usa-se uma máquina motorizada
  • Transforma-se o produto inseticida em fumaça
  • A aplicação ocorre através de uma corrente de ar produzida também pela máquina, até a saturação do formigueiro.
  • Mata a formiga por contato.
  • É viável somente para saúva.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Neste artigo vimos os diferentes tipos de formiga cortadeira e o quanto que elas podem prejudicar as culturas.

Com isso é de extrema importância que o agricultor faça monitoramento correto pois quanto mais cedo identificar melhor para realizar o diagnóstico correto, e assim realizar medidas de manejo para o controle em sua lavoura, onde poderá opinar para o melhor tipo de controle.

É importante ressaltar que em caso de dúvidas o ideal é procurar um o profissional da área para realizar a identificação correta.

Escrito por Michelly Moraes.

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Ferrugem da soja: aprenda a controlar!

Ferrugem da soja: aprenda a controlar!

Existem várias pragas e doenças de importância econômica que ocorrem na soja como nematoides, lagartas, no entanto a ferrugem ainda é a mais temida devido à sua agressividade e potencial destrutivo.

A doença pode causar danos de até 90% na produção e possui um custo médio de US$ 2,8 bilhões por safra no Brasil

Neste texto iremos discutir sobre ferrugem asiática da soja, o panorama da doença nesta safra, os principais locais de ocorrência e medidas de manejo integrado dessa doença.

Confira!

 

Ferrugem da soja: aprenda a controlar!

 

Ferrugem da soja na safra 2020/2021

A ferrugem asiática no Brasil teve as suas primeiras ocorrências registradas na safra 2001/2002. Na Safra 2020/2021 o primeiro registro da doença ocorreu na cidade de Ubiratã – Paraná no fim de 2020.

O Brasil registrou 212 casos de ferrugem asiática em lavouras de soja comerciais nesta safra (2020/2021), número menor do que registrado na safra anterior.

O atraso das chuvas e, por conseguinte, da semeadura da soja, prolongou o período de vazio sanitário, o que contribuiu positivamente para a diminuição do inóculo da doença.

Portanto, não houve a combinação de longo período de molhamento foliar e quantidade suficiente de inoculo que causasse uma forte pressão da doença.

No entanto, as chuvas do início de 2020 podem proporcionar as condições favoráveis da doença nas próximas safras, por isso, o produtor deve cuidar do monitoramento e aplicar corretamente as medidas de manejo.

 

 

Ciclo da ferrugem da soja

A ferrugem da soja é causada pelo fungo biotrófico Phakopsora pachyrhizi, que sobrevive e se reproduz somente em plantas vivas.

P. pachyrhizi possui uma ampla gama de espécies hospedeiras, incluindo plantas de cobertura e plantas daninhas, onde o fungo também pode sobreviver e se multiplicar.

Os esporos do fungo, chamados de urediniósporos, são disseminados facilmente pelo vento de um local para outro podendo atingir longas distâncias.

Uma vez depositados nas folhas de soja, os esporos necessitam de molhamento foliar de no mínimo 6 horas e temperatura entre 15 e 25°C para que a infecção ocorra.

Portanto, chuvas abundantes e frequentes são associadas com epidemias mais severas da doença.

Pra infectar a planta o fungo penetra de forma direta, através da cutícula da folha de soja, e após alguns dias, podem ser observados os primeiros sintomas.

Após a colonização do fungo no interior dos tecidos da planta ocorre a formação das urédias onde são formados esporos (uredósporos).

Quando essas urédias se rompem são liberados os esporos que irão reiniciar o ciclo. Sob condições favoráveis, o fungo completa o seu ciclo de vida de 6 a 9 dias.

 

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Sintomas da ferrugem da soja

Os sintomas da ferrugem asiática podem manifestar em todos os estágios de desenvolvimento da cultura da soja, no entanto são mais frequentes a partir do fechamento do dossel, devido a formação de um microclima favorável.

Inicialmente, as lesões podem apresentar uma coloração verde-acinzentada, que evoluindo para uma coloração marrom-escura ou marrom-avermelhada.

A coloração das lesões pode variar de acordo interação entre o genótipo da soja e a raça do patógeno.

As lesões da ferrugem são angulares, delimitadas pelas nervuras, e podem ocorrem nas mais diferentes partes da planta sendo que mais comum nas folhas.

As plantas infectadas apresentam desfolha precoce, o que comprometendo a formação e o enchimento de vagens e consequentemente menor peso final dos grãos.

 

Manejo da ferrugem da soja

As estratégias de manejo da ferrugem asiática incluem, vazio sanitário, rotação de culturas, a utilização de cultivares de ciclo precoce e época correta de semeadura; utilização de cultivares resistentes; e o controle químico.

 

Vazio sanitário

O vazio sanitário é considerado uma das principais estratégias para o manejo da ferrugem asiática da soja.

Trata-se de um período de 60 a 90 dias em que não se pode semear ou manter plantas vivas de soja no campo.

Essa medida tem como objetivo reduzir a sobrevivência do fungo P. pachyrhizi durante a entressafra e assim, atrasar a ocorrência da doença.

 

Rotação de cultura

Assim como o vazio sanitário, a rotação da soja com culturas não hospedeiras do patógeno reduz as chances de sobrevivência do fungo entre as safras.

Recomenda- se a rotação principalmente com gramíneas, como por exemplo o milho.

 

Utilização de cultivares de ciclo precoce e época correta de semeadura

Variedades de ciclo precoce permanecem menos tempo no campo, diminuindo o período de exposição da planta à doença.

Realizar o plantio de acordo com o calendário de semeadura também ajuda a escapar da doença, pois quanto mais tarde sua lavoura se desenvolver maior a possibilidade da doença comprometendo sua produtividade.

Com essas medidas, provavelmente ocorrera uma redução no número de aplicação de fungicidas com isso, diminuir a pressão de seleção de resistência do fungo aos fungicidas.

 

Melhoramento Genetico de Plantas

 

Utilização de cultivares resistentes

Devido à alta variabilidade do fungo P. pachyrhizi, a obtenção de cultivares resistentes é um processo bem trabalhoso, pois a resistência pode ser facilmente suplantada.

No entanto, já têm no mercado cultivares tolerantes e várias pesquisas para desenvolver variedades resistentes.

Como por exemplo a variedade BRS 511, da Embrapa, que foi lançada em fevereiro de 2018 e que promete retardar o avanço da ferrugem na soja.

 

Controle químico

O controle químico é a medida mais utilizada para o controle da ferrugem asiática na soja e vários produtos são registrados no Ministério da Agricultura para controle dessa doença.

Devido à queda de sensibilidade do fungo aos fungicidas algumas recomendações importantes são feitas:

  • Use de forma rotacionada fungicidas com diferentes mecanismos de ação,
  • Associe fungicidas sítio específicos sempre os fungicidas multissítios,
  • Siga o intervalo entre as aplicações e as doses recomendadas na Bula do produto e
  • Evite aplicar o mesmo produto mais do que duas vezes seguidamente.

 

Monitoramento da doença nas lavouras de soja

O monitoramento é extremamente importante para determinar quando e quais medidas de controle devem ser adotadas.

Para monitoramento da doença é necessário que esteja atento aos primeiros sinais do patógeno. Na parte inferior das folhas observe se há urédias, pois são onde os esporos estão armazenados.

Assim, caso a lavoura tenha sido infestada pela ferrugem, medidas precoces que irão reduzir o impacto na produtividade podem ser adotadas.

Outra maneira de monitorar a doença é através do portal Consórcio Antiferrugem. Ele exibe um mapa indicando as ocorrências da ferrugem da soja em todo o Brasil.

Assim, é possível verificar se há casos na região ou em locais próximos da lavoura.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Sem dúvidas, a ferrugem da soja é uma das maiores ameaças às lavouras de soja no Brasil, devido aos grandes riscos que ela traz à safra.

Com as informações contidas neste artigo monitore periodicamente a sua lavoura, associe várias medidas de manejo para reduzir perdas com a ferrugem asiática na sua lavoura!

Pós-graduação Fitossanidade