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As 9 principais doenças do feijão!

As 9 principais doenças do feijão!

Saber diagnosticar as principais doenças do feijão é indispensável para um manejo integrado de doenças efetivo. Em 2020/21, a produção desse grão atingiu pouco mais de 3 mil toneladas.

Essa produção pode ser menos expressiva em quantidadese comparado com as demais produções de grãos no Brasil, mas isso não a faz menosimportante.

Hoje, o feijãoé um alimento fundamental na composição da dieta de praticamente todos os brasileiros. Além de serum aliado muito importante em questões relacionas àsegurança alimentar no Brasil.

Isso devido também a outros fatores positivos como a sua composição nutricional e a possibilidade de ser cultivado durante o ano todo nas mais diversas regiões do país.

 

As 9 principais doenças do feijão!

 

Dentro desse contexto, as doenças que afetam o feijoeiro podem apresentar um papel de destaque, pois podem fazer toda a produção, em quantidade e qualidade, ir por água abaixo.

Tais doenças podem ser causas por agentes fitopatogênicos de diferentes naturezas como fungos, bactérias e vírus.

Assim, confira a lista de 9 doenças do feijão que será abordada nesse artigo:

  1. Podridão radicular de Rhizoctonia;
  2. Murcha de fusarium;
  3. Mancha angular;
  4. Ferrugem;
  5. Oídio;
  6. Mofo-branco;
  7. Antracnose;
  8. Crestamento bacteriano comum;
  9. Mosaico dourado do feijoeiro.

 

É importante se atentar

Como se pode imaginar, cada um desses patossistemas vai apresentar suas particularidades, assim como pontos em comum.

Relembrar, saber e refletir sobre tais características é fundamental na realização um bom planejamento de manejo integrado de doenças do feijão.

Se você deseja saber ou revisaros aspectos básicos da produção de feijão. Como seus estádios fenológicos, as diferentes épocas e safras de plantio. Recomendo a leitura do seguinte texto: Plantação de Feijão: Cuidados na hora de Semear!

Podendo se tornar mais fácil de relacionar informações como:em qual safra o feijão tem mais chances de ser afetado por uma doença. Ou em qual estádio fenológico se observamais sintomas dessa doença.

Mas para saber um pouco mais sobre as principais doenças do feijão, o que é a ferrugem feijão, como manejar a antracnose no feijão, junto as outras doenças listadas, não deixe de conferir esse artigo.

 

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Podridão radicular de Rhizoctonia (Rhizoctonia solani)

A podridão radicular de Rhizoctonia é uma doença que pode causar severos danos a cultura do feijão, afetando principalmente os estádios fenológicos inicias do feijoeiro (V0 a V4).

O agente causal dessa doença é o fungo de solo Rhizoctonia solani. Causando o típico sintoma de damping-off” devido ao estrangulamento do colo de plantas jovens de feijão. Resultando no tombamento do ápice da planta.

Outro sintoma característico é a ocorrência de lesões arredondadas, irregulares, deprimidas, apresentando tons amarronzados a avermelhados.

Esse fungo pode sobreviver em restos de culturas e no solo, com a formação de estruturas conhecidas como escleródios.

Sua dispersão pode ocorrer através da água da chuva ou irrigação, implementos de máquinas com solo contaminado ou até mesmo sementescontaminadas.

Os danos causados nos estágios inicias levam a má formação de estande e perda de produtividade. Contudo também pode afetar as vagens que tiverem contanto com o solo. Causando danos qualitativos aos grãos de feijão.

A presença desse fungo em uma área de feijão pode ser tão problemática. Que até mesmo sua fase perfeita (Thanatephorus cucumeris) pode causar danos, doença conhecida como Mela.

 

Cultura do Feijão: importância, tipos, fenologia e seus principais manejos.

 

Murcha de fusarium (Fusarium oxysporum f. sp. phaseoli)

A murcha de fusarium também é uma doença fúngica veiculada pelo solo de grande importância para a cultura do feijão.

Apesar de também poder ocorre nas fases inicias do feijoeiro, sua incidência mais preocupante ocorre nos estádios de pré-floração, florescimento e enchimento das vagens.

A severidade dessa doença está fortemente atrelada a fatores como o grau de resistência da cultivar utilizada junto as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo.

Seu agente causal é fungo de nome cinéticoFusarium oxysporum f. sp. phaseoli, onde abreviatura (f. sp.) significa forma specialis, indicando ser um tipo de fusarium que ataca o feijão.

Os sintomas causados por essa doença são característicos por amarelecimentos e murcha generalizada ou parcial da parte área do feijão.

Sendo isso devido ao fato desse fungo colonizar os vasos do xilema da planta. O que irá por sua vez impedir a passagem adequada de água.

Assim as plantas acabam apresentam sintomas de murcha nos períodos mais quentes do dia. Retornando turgidez ao entardecer, quando a murcha é irreversível ocorre a desfolha da planta com posterior morte.

Sobreviver também em restos culturais e no solo, com a formação de estruturas de resistência chamadas de clamidósporos (enovelamento de hifas). Sua dispersão ocorrer da mesma forma que a doença anterior.

 

Mancha angular (Phaeoisariopsis griseola)

Já a doença do feijão popularmente conhecida como mancha angular pode causar lesões em todos os órgãos da planta, mas principalmente nas folhas.

O fungo que causa essa doença é oPhaeoisariopsis griseolaapresentando ocorrência global em mais de 60 países com mais de 29 raças.

Nas folhas pode se observar na parte inferior dos folíolos pequenas lesões angulares. De coloração marrom acinzentada e delimitadas pelas nervuras.

Evoluindo para uma coloração marrom escuracomcoalescimento das lesões, posterior amarelecimento e queda, resultando em desfolhamento precoce da planta de feijão.

 

Ferrugem (Uromyces appendiculatus)

Doenças comumente chamada de ferrugem afetam uma série de outras culturas, como a sojaou o café.

Porém são causadas por patógenos fúngicos específicos que no caso do feijão e de outras plantas do gênero Phaseolus spp. é o fungoUromyces appendiculatus.

O qual, diferente das demais doenças comentadas até aqui, apresenta natureza biotrófica.

O que faz necessário a presença de um hospedeiro vivo para se manter presente e reproduzindo, o que também garante para essa doença uma grande variabilidade.

Esses fatoresse agravam em regiões do Brasil onde se é possível o cultivar feijão durante o ano todo.

O sintoma típico dessa doença caracteriza-se pela presença de estruturas nas folhas chamadas de pústulas.

Onde na ocorrência de muitas pústulas faz com que a folha apresenta clorose generalizado, secando e caindo prematuramente.

Porém, inicialmente ocorre em pequenas manchas amareloesbranquiçadas na parte de baixo da folha, evoluindo para ambos lados com manchas de cor marromalaranjadas e geralmente com halo clorótico.

As pústulas são as estruturas repoisáveis por produzidos os esporosos quais são disseminados principalmente pelo vento.

 

Oídio (Erysiphe polygoni)

A doença de oídiona cultura do feijão apresenta caráter secundário ocorremsob condições de temperatura moderada e baixa umidade, o que é comum em cultivos tardios.

O agente causa dessa doençaé o fungo Erysiphe polygoni,o qual pode ocorre em toda a parte área da planta sendo as folhaso órgão mais afetado.

Seus sintomas típicos se caracterizem pela ocorrência de pequenas manchas verde-escuras na parte inferior da folha ese desenvolvem parapequenas massas brancas acinzentadas com aparecia de pó.

Em situações de infecções de maioresseveridade, a folha pode ficar inteiras com aspecto pulverulento, evoluindo para amarelecimento e desfolha prematura.

O patógeno dessa doença apresenta diversas raças fisiológicas e grande número de hospedeiros.

Fatores que se tornam essências para a garantia da manutenção do fungo mesmo na ausência do feijoeiro, podendo seus esporos ser disseminados pelo vento, chuva ou insetos.

 

Mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum)

O mofo-branco é uma das principais doenças fúngicas do feijoeiro e ocorrenos cultivos de feijão do mundo todo.

É uma doença que ocorre principalmente a partir do florescimento, além de ser importante em áreas de cultivo inverno.

Que somado a prática de irrigação por aspersão, podendo chegar acusar perdas de até 100% da produção do feijão.

Essa doença é causada pelo fungode solo Sclerotinia sclerotiorum o qual é um patógenocom mais de 300 espécies de plantas hospedeiras, muitas delas de interesse agrícola como a soja.

Os sintomas típicos dessa doença são o apodrecimento de hastes, folhas e vagens junto ao crescimento de uma massa micélio branco, o mofo.

As lesões que se desenvolvem secam, apresentando cor de palha e a formação de estruturas de resistência (escleródios).

Os escleródios são essenciais pois garante a manutenção da viabilidade do fungo, por mais de oito anos. Até que se tenha plantas hospedeiras e condições climáticasfavoráveis para o desenvolvimento do fungo e da doença.

 

Antracnose (Colletotrichum lindemuthianum)

A antracnoseé uma doença que ocorre nos principais estados produtores de feijão, assim como é considerada uma das doenças mais importantes da cultura.

Isso devido a capacidade de causar a perda total da produção, ocorrendocom maior frequência em regiões de temperatura baixa a moderada e umidade relativa alta.

O fungo responsável por causar essa doença o Colletotrichum lindemuthianum, o qual apresenta alta variabilidade genética, com mais de 32 raças patogênicas identificadas.

Os sintomas típicos dessa doença são nervuras da superfície inferior dos folíolos com lesões alongadas, inicialmente de cor avermelhada e posteriornecrose.

Já os sintomas apresentados em vagens infectadas serão delesões circulares e deprimidasde tamanho variável, coloração marrom, com bordos escuros e salientes com um halo pardoavermelhado.

As lesões podem coalescer e cobrir parcialmente as vagens e sob condições favoráveis vão apresentar o centro das lesões de coloração mais clara ou rosada indicando aesporulação do fungo.

O qual pode sobrevive e ser disseminado através de restos de cultura,sementes, respingos de chuva, irrigação e insetos.

 

Crestamento bacteriano comum (Xanthomonas axonopodis pv.phaseoli)

O crestamento bacteriano comum,diferente de todas doenças que vimos até aqui, é causado por patógeno bacteriano.

Doença de importância considerável na cultura do feijoeiro em função da redução significativa da produção e das dificuldades de controlar essa doença.

Além de ser uma doença amplamente disseminada e comum em todas as regiões produtoras de feijão do mundo. Principalmente em regiões com climasquentes e úmidos.

O que tem relação direta com os maiores danos causados no feijão quando semeado na época das águas.

Os sintomas dessa doença são característicos por pequenas manchas verdeescuras, encharcadas e oleosas.

Com o decorrer do progresso da doença as lesões ficam maiores de coloração marrom a necróticas e junto a um halo clorótico.

Em desenvolvimentos mais severos da doença, as lesões coalescem, com consequente desfolha do feijão.

O crestamento bacteriano comum do feijoeiro tem como agente causal a bactéria Xanthomonas axonopodis pv phaseoli.

Pode sobreviver na semente, em restos de cultura, no solo e em plantas hospedeiras alternativas.

A exemplos de plantas daninha do gênero Amaranthus spp.e a famosa tiririca (Cyperus rotundus). Assim como em outras fabaceae podem servir de hospedeiras para a bactéria.

A qual é tem sua disseminação, no campo, através de sementes contaminadas,insetos,água da chuvae de irrigação por aspersão.

 

Mosaico dourado do feijoeiro (BGMV)

O mosaico dourado do feijão é considerado a virose mais importante da cultura do feijoeiro e se encontra presente na maioria das regiões produtoras do Brasil.

Essa doença gerar danos que pode comprometer 100% da produção da planta. Em função do cultivar e do estádio da planta de feijão.

O organismo que causa essa doença é o vírus chamadoBean golden mosaic virus (BGMV).

E que da mesma forma que outras doenças causadas por vírus o BGMV precisa de um vetor para ser introduzido e disseminado pela lavourade feijão.

No caso dessa doença a mosca branca (Bemisia tabaci) é quem desempenha a função de vetor.

Assimaspopulações do vetor e hospedeiros alternativos do vírusjunto as condições climáticas favoráveis também são elementos fundamentais para a severidade da doença.

Lembrando que temperaturas elevadas e baixa umidade são condições favoráveis à maior incidência dessa doença. Justamente dado o aumento da população da mosca branca.

Plantas jovens de feijão tem como sintomas folíolos com aspecto de encarquilhados ou curvados para baixo. Com posterior clareamento e clorose levenas nervuras.

O aspecto de mosaico ocorre após o desenvolvimento das folhas com o aumento dos espaços entre as clorosespróximas a nervura.

Outros sintomas que se tem para essa doença são de vagens deformadas, plantas com nanismo, perda da dominância apical, brotamento das gemas axilares e retardamento da senescência foliar.

Isso tudo em decorrência da bagunça metabólica e hormonal. Causada pelo vírus durante seus processos de multiplicação dentro da planta de feijão.

 

Manejo integrado das doenças do feijão

O manejo integrado de doenças (MID) faz uso de diversas ferramentas de controle visando a forma mais racional possível.

Essa integração junta os mais diversos tipos de controle como físico, cultural, genético, biológico e químico.

Sendo o primeiro passo para isso, justamente a diagnose dos sintomas das doenças. Sendo algumas doenças mais facilmente identificadas. Em função da experiência de quem realiza a diagnose ou por alguma características bem definidas da doença.

De toda forma é muito importante a inspeção rotineira das áreas de cultivo de feijão. A qual pode ser auxiliada por sistemas de previsão e aviso de doenças.

 

E o que fica de mais importante?

Como você pode perceber muitas das doenças aqui abordadas podem sobreviver e serem transmitida via a semente de feijão.

Assim, uma medida de manejo essencial para se evitar e introdução de doenças na área é a utilização de sementes de boa qualidade fisiológica e sanitária.

Pois uma boa taxa de germinação, junto a uma profundidade adequada de semeadura evita com que a plântula de feijão permaneça muito tempo exporta a infecção de patógenos que sobrevivem no solo.

Outra técnica de manejo recomentada para diminuir a fonte de inóculo de doenças que sobrevivem no solo. Ou em restos de culturais ou que precisam de um hospedeiro vivo é a rotação de cultura.

Sendo importante também o manejo de espécies espontâneas que possam estar presentes nas áreas de cultivo de feijão.

 

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Assim como a presença de palha no sistema de cultivo, pode evitar a disseminação de doenças ou infecção das vagens por não estarem em contato direto com o solo.

Outro fator muito importante e essencial para o manejo de doenças é a escolha adequada do material genético de feijão.

Assim você pode adquirir uma cultiva de feijão resistente a uma doença que está impossibilitando o cultivo. Além de poder manejar época de semeadura que será mais desfavorável para o desenvolvimento da doença.

Por fim, a ideia aqui é mostrar que quanto mais pontos relacionados ao manejo do feijão forem pensados previamente maior será a efetividade do seu plano de manejo integrado de doenças.

 

Conclusão

Espero que esse artigo tenha ajudado você a saber um pouco mais sobre algumas das principais doenças que afetam a cultura do feijão.

Assim como entendido a importância de se realizar uma boa diagnose de doenças nas áreas de cultivo de feijão. E sua relação com um bom manejo integrado de doenças.

Se quiser ler mais artigos como esse e de outros assuntos de seu interesse continue navegando no blog da AgroPós.

E para os que desejam se aprofundar um pouco mais na cultura do feijão. Garanta o Ebook gratuito: Cultura do Feijão: importância, tipos, fenologia e seus principais manejos.

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Escrito por João Verzutti.

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Antracnose: como identificar e combater a doença!

Antracnose: como identificar e combater a doença!

A antracnose é uma doença causada por fungos do gênero Colletotrichum, que causa danos não só as folhas. Mas em diferentes partes de várias espécies de plantas. Ela ainda causa danos expressivos e irreversíveis a diversas culturas, como a soja a, feijão, milho e sorgo.

As doenças são um dos fatores que podem limitar a produção e causar muitos prejuízos.

A seguir aprenderemos como identificar a doença nessas culturas, assim como as medidas de controle mais eficazes. Confira!

 

Antracnose: como identificar e combater a doença!

 

Importância da antracnose

A antracnose é uma doença causada por fungos do gênero Colletotrichum, que causa danos não só as folhas, mas em diferentes partes de várias espécies de plantas.

A antracnose é de grande importância para as culturas de grãos, por causar perdas quantitativas (diminuição da produção) e qualitativas. Como manchas nos grãos ou sementes, o que diminui o valor de comercialização do produto.

Nos últimos anos, essa doença vem ganhando força em culturas em que ela era considerada segundaria, como na soja, onde hoje é considerada em algumas regiões a segunda doença mais importante.

Em plantios de soja essa doença pode causar perdas que variam entre 10% e 20% da produtividade.

Em casos mais severos da antracnose, essa doença pode causar perdas maiores que 50% na produção de grãos de sorgo. E pode também causar perdas significantes para o sorgo cultivado para pastagem e silagem.

Já na cultura do feijão essa doença pode causar perdas muito maiores, podendo comprometer até 100% da produção.

 

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Desenvolvimento da doença

Para que a doença ocorra é necessário que seja formado o triângulo da doença. Ou seja, é necessário a presença do patógeno, um hospedeiro suscetível e o ambiente favorável.

As condições favoráveis para o desenvolvimento da doença são alta umidade e temperatura moderada a alta.

Essas condições podem ser favorecidas com altas populações de plantas, uma vez que plantios muito adensados proporciona alta umidade.

O inóculo inicial pode ser oriundo da semente ou restos culturais contaminados. A chuva e o vento ajudam na disseminação de esporos presentes em tecidos já infectados.

O patógeno pode sobreviver em sementes, restos culturais e hospedeiros alternativos (outras plantas que são hospedeiras do fungo e estão presentes na lavoura).

 

Desenvolvimento da antracnose

 

Antracnose na soja

A antracnose da soja, umas das principais doenças da cultura, é causada principalmente pelo fungo Colletotrichum dematium.

A doença afeta todas as fases de desenvolvimento da soja, desde o estabelecimento da lavoura até o enchimento de grãos.

A antracnose causa desfolha, abortamento de vargens e morte prematura de plântulas, reduzindo o potencial produtivo.

Além disso, a antracnose causa manchas castanho-escuros em folhas, pecíolos hastes, vargens e grãos.

 

Antracnose no milho

A antracnose no milho é causada pelo fungo Colletotrichum graminicola, que pode atacar folhas e os colmos.

Essa doença é favorecida pela falta de rotação de culturas, ou seja, plantio de milho após milho.

A doença pode causar acamamento e quebramento de plantas, baixo rendimento operacional da colheita e redução do potencial produtivo e qualidade dos grãos.

Os sintomas observados no colmo são manchas escuras ao longo da parte externa do colmo e descoloração interne dos nós.

Já nas folhas, os sintomas da antracnose são lesões necróticas de coloração castanha, que acompanham as estrias foliares.

 

Antracnose no feijão

A antracnose do feijoeiro é causada pelo fungo Colletotrichum lindemuthianum e apresenta extensa distribuição no Brasil.

Como mencionado anteriormente, é uma das principais doenças da cultura, por causar enormes perdas na produção, além de comprometer a qualidade dos grãos.

Os sintomas típicos da doença nas folhas são lesões necróticas de coloração marrom escura nas nervuras na face abaxial (face inferior das folhas).

Lesões alongadas e escuras, às vezes apresentando depressões, podem ser observadas no caule e nos pecíolos.

Já nas vagens, os sintomas encontrados são lesões circulares, de coloração marrom, que dependendo do grau da infecção podem apresentar depressões no seu centro.

 

Antracnose no sorgo

Uma das mais importantes doenças da cultura do sorgo é a antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum graminicola.

Essa doença está presente em todas as áreas de plantios de sorgo no Brasil causando grandes danos à cultura.

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

A antracnose pode afetar folhas, colmo, pedúnculo, panícula e grãos do sorgo, sendo a fase foliar da doença é a mais comum.

Os sintomas típicos da antracnose nas folhas são lesões elípticas a circulares, com pequenos centros circulares de coloração palha a cinza.

A infecção da panícula e dos grãos, auxilia na disseminação da doença para novas áreas, devido ao transporte do grão contaminados.

 

Medidas de manejo

O primeiro passo para o controle da antracnose é evitar a entrada do patógeno na área de plantio. Essa medida pode ser realizada utilizando sementes sadias e o tratamento de sementes com fungicidas.

Uma vez que a doença já está estabelecida na área a melhor alternativa para minimizar os danos causados pela antracnose é o manejo integrado da doença, ou seja, utilizar mais de uma medida de controle.

 

 

Como aprendemos ao longo do texto, o Colletotrichum spp. é capaz de sobreviver em restos de cultura, por tanto uma medida de controle efetiva, quando o patógeno já está instalado na área, é a rotação de culturas.

Mas lembre-se de utilizar espécies de plantas não hospedeiras da espécie de Colletotrichum que você deseja controlar. Caso não realize esta prática corretamente, a população do patógeno pode aumentar.

Outra medida de controle recomendada para manter a taxa de inoculo baixa é a adequação da população das plantas, ou seja, utilizar o espaçamento indicado para a cultura. Já que altas populações de plantas favorecem a alta umidade e consequentemente a proliferação do patógeno.

Existem no mercado algumas cultivares resistentes a antracnose, portanto, é indicado o uso dessas cultivares, como medida de controle genético.

O controle químico além de ser utilizado no tratamento de sementes, também pode ser utilizado em pulverizações da parte aérea das plantas. Mas lembre-se de utilizar somente produtos registrados para a cultura.

O produto indicado para cara cultura e a época adequada para aplicação você encontra no Agrofit. Procure sempre um Engenheiro agrônomo pra te orientar na aplicação desses produtos.

E lembre-se, o controle químico não é único tipo de manejo, você deve utilizar outras técnicas para obter um controle mais efetivo da doença.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Como vimos a antracnose pode causar grandes perdas na produção de grãos, portanto é essencial conhecer o patógeno e as condições favoráveis para o desenvolvimento da doença, para que medidas de controle eficientes sejam adotadas, reduzindo as perdas provocadas por esta doença.

Escrito por Pollyane Hermenegildo.

 

Fitossanidade

Fungicida é registrado para ferrugem asiática

Fungicida é registrado para ferrugem asiática

O fungicida cúprico Reconil recebeu registro dos órgãos reguladores para a inclusão em bula do alvo biológico Phakopsora pachyrhizi. Com isso, o produto poderá ser empregado pelos agricultores no manejo da doença ferrugem asiática da soja já na safra em andamento.

De acordo com a fabricante, a empresa de origem norte-americana Albaugh, na ocasião do lançamento do Reconil para a cultura da soja, em 2018, o fungicida recebeu registro inicial para 17 culturas e controle de mais de 30 doenças. A partir daí, passou a ser objeto de ensaios específicos a campo, com vistas à ampliação de seu espectro de doenças-alvo, incluindo a ferrugem da soja.

“Testes e pesquisas na fronteira agrícola demonstraram que a integração do cobre ao manejo da ferrugem asiática transfere resultados relevantes ao sojicultor. Quando associado ao sistema de manejo, Reconil leva mais sustentabilidade à lavoura, por mitigar o processo de resistência de fungicidas específicos. Sua aplicação também melhora resultados na produção da soja”, comenta  Reginaldo Sene, diretor de marketing da Albaugh.

O executivo reforça que, comparado a outros fungicidas de contato, o produto agrega ainda ganhos representativos à relação custo-benefício do manejo de resistência de produtos sistêmicos ao fungo Phakopsora pachyrhizi, patógeno causador da ferrugem asiática. “Além do controle da ferrugem e das principais doenças da soja, Reconil apresenta efeito bactericida e conta uma avançada tecnologia de formulação que não provoca o entupimento dos bicos de aplicação”, complementa Sene.

Leia também:
-> Pesquisadores mapeiam genoma do fungo causador da ferrugem da soja

Sene adianta ainda que a planta industrial da Albaugh situada na cidade fluminense de Resende (RJ) detém a maior capacidade instalada da América Latina para produzir fungicidas à base de cobre. “A Albaugh está plenamente apta a atender à demanda por Reconil para ações de manejo da ferrugem já na safra em andamento”, conclui.

Para o presidente da Albaugh Brasil, Cesar Rojas, a extensão de bula de Reconil é mais uma demonstração da vocação da empresa para aprimorar a utilização de insumos pós-patentes na agricultura. A estratégia da companhia, diz Rojas, está ancorada principalmente em investimentos na inovação atrelada a produtos pós-patentes.

Fonte: Agrolink

Compactação do solo durante a semeadura aumenta as chances de doença

Compactação do solo durante a semeadura aumenta as chances de doença

A expectativa de normalização das chuvas no Centro-Oeste anima e relembra que ainda temos muita lavoura a semear e, portanto, um prazo a cumprir.  Mas, cuidado, a pressa para recuperar o tempo perdido na implantação das lavouras pode gerar problemas. Frequentemente agricultores e consultores procuram os laboratórios e instituições de pesquisa após a semeadura trazendo algumas plantas com sintomas de murcha, tombamento ou mal desenvolvidas, tentando compreender porque as plantas não se desenvolvem normalmente. E muitas vezes a resposta é que as doenças são apenas oportunistas. As enfermidades em plantas logo após a semeadura, em geral, revelam problemas de manejo do solo, principalmente relacionados à compactação, dificultando o desenvolvimento normal do sistema radicular e predispondo as plantas a toda sorte de doenças.

Evitar as doenças custa muito menos e é muito mais eficaz do que tentar controlar depois que elas ocorrem. E pensando em doenças de solo, que são causadas por microrganismos habitantes naturais do solo, pouco ou nada podemos fazer depois de constatada a doença. Por isso, nesta fase de semeadura, a principal atitude para evitar doenças consiste em evitar a compactação do solo.

Leia também:
-> Microrganismos compõem o sistema imunológico do solo e impactam a saúde das plantas
-> Conservação do solo e o papel das florestas
-> Planeta perde 24 bilhões de toneladas de solo fértil por ano, alerta ONU

E como evitar a compactação do solo? Durante a semeadura, é importante evitar a operação e o trânsito de máquinas na lavoura com solo muito úmido, principalmente em solos argilosos. O produtor sabe, mas não custa lembrar: operações agrícolas com solo muito úmido promovem a compactação do solo, o processo de descompactação é difícil, e solo compactado predispõe as plantas a doenças. A compactação pode ocorrer tanto pela pressão dos pneus do maquinário agrícola sobre o solo, como também nos sulcos de semeadura, pela ação do facão de distribuição do adubo e/ou pelos discos de semeadura, promovendo o espelhamento das paredes do sulco e facilitando assim o acúmulo de água, o que favorece a ocorrência de doenças.

Algumas doenças de solo favorecidas pela compactação são: podridão da raiz e da haste da soja causada por Phytophthora sojae, que causa o escurecimento ascendente, a partir da base da haste, subindo homogeneamente na planta até as ramificações da haste principal. O tombamento de pré e pós emergência causado por Rhizoctonia solani, que causa o estrangulamento do colo da planta, com lesões circulares a elípticas marrom-avermelhadas, que se tornam alongadas e deprimidas. E a podridão cinza da haste e da raiz causada por Macrophomina phaseolina. Esta doença é observada mais no final do ciclo, devido a antecipação da maturação (maturação forçada) nas reboleiras com a doença.

Além dessas, solos mal conservados em geral predispõem as plantas a diversas outras doenças, como as doenças-de-final-de-ciclo, o mofo-branco, e as nematoses. O cuidado com a estrutura e conservação do solo pode fazer com que muitas doenças não ocorram ou não atinjam o limiar de dano. Essas informações reforçam que muito do êxito nas lavouras, está relacionado ao nosso cuidado com o solo.

 

Fonte: Embrapa

Fungos podem reduzir dependência de fertilizantes

Fungos podem reduzir dependência de fertilizantes

A introdução de fungos no trigo aumentou sua absorção de nutrientes essenciais e poderia levar a novas variedades de culturas ‘inteligentes para o clima’, de acordo com um novo estudo. Pesquisadores da Universidade de Leeds, no Reino Unido, mostraram uma associação entre trigo e fungos do solo que poderia ser usada para desenvolver novas culturas alimentares e sistemas agrícolas que dependem menos de fertilizantes, reduzindo sua contribuição para a crescente crise climática.

É a primeira vez que se mostra que os fungos, que formam associações com as raízes das plantas, fornecem quantidades significativas de fósforo e nitrogênio a uma colheita de cereais. Os fungos continuaram a fornecer nutrientes sob níveis mais altos de dióxido de carbono (CO2) previstos em 2100, o que tem implicações importantes para a segurança alimentar futura.

A pesquisadora principal, Katie Field, da Escola de Biologia da Universidade de Leeds e do Instituto Global de Alimentos e Meio Ambiente, disse que “os fungos podem ser uma nova ferramenta valiosa para ajudar a garantir a segurança alimentar futura contra as crises climáticas e ecológicas. Esses fungos não são uma bala de prata para melhorar a produtividade das culturas alimentares, mas têm o potencial de ajudar a reduzir nossa dependência atual de fertilizantes agrícolas”.

Leia também:
-> Novas tecnologias para controle da mancha amarela em trigo
-> Tecnologias são necessárias para atender demanda do trigo

A agricultura é um dos principais contribuintes para as emissões globais de carbono, em parte devido a importantes contribuições como fertilizantes. Enquanto a produção de carne contribui muito mais para o aquecimento global do que o cultivo, a redução do uso de fertilizantes pode ajudar a reduzir a contribuição geral da agricultura para as mudanças climáticas.

 

 

Fonte: Agrolink