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Importância do potássio nas plantas!

Importância do potássio nas plantas!

O potássio é um macronutriente que está associado a múltiplas funções nas plantas. Que vão desde processos metabólicos à melhoria de resistência a estresses bióticos e abióticos.  Com isso, preparamos esse artigo para abordar tudo que precisa saber sobre esse assunto.

 

Importância do potássio nas plantas!

 

O potássio nas plantas é considerado um nutriente essencial para o crescimento. É classificado como macronutriente porque as plantas, durante todo o seu ciclo de vida. Absorvem grandes quantidades desse nutriente.

A deficiência de potássio deixa a planta mais suscetível a diferentes tipos de estresses (como o déficit hídrico por exemplo) e ao ataque de pragas e doenças. Portanto, o manejo de adubação potássica deve ser eficiente para que o cultivo atinja o seu máximo produtivo.

Nos acompanhe nessa leitura e conheça um pouco mais sobre esse nutriente tão essencial a todos os cultivos.

 

 

Principais funções do potássio para as plantas

O potássio (K) é um macronutriente primário, ou seja, além de ser demandado em altas quantidades pelas plantas. Ele está entre os três nutrientes mais requeridos, juntamente com o nitrogênio e o fósforo.

A alta demanda do potássio não está relacionada com a síntese direta de moléculas orgânicas nas plantas. Mas sim com a sua participação em diversas funções essenciais para o desenvolvimento e produtividade das culturas.

 

Mas, quais são as principais funções do potássio nas plantas?

 

1. Participa da ativação de diversas enzimas

As enzimas são moléculas orgânicas de natureza proteica presentes em todos os sistemas biológicos. Elas atuam controlando a velocidade e regulando as reações bioquímicas que acontecem nos organismos vivos.

Nas plantas, essas enzimas são necessárias em várias reações envolvidas na:

  • Utilização de energia;
  • Síntese de amido;
  • Metabolismo do nitrogênio;
  • Respiração.

Para que elas desempenhem seu papel como catalisadores biológicos, as enzimas precisam encontrar condições ideais para se ligarem a uma ou mais moléculas reagentes. Conhecidas como os substratos das enzimas. E é nesse ponto que o potássio entra em ação.

Apesar da ativação enzimática pelo potássio ainda não estar bem estabelecida, pesquisadores sugerem que o potássio atua como uma ponte entre a enzima e seu substrato. E, assim, as duas moléculas podem ser alinhadas apropriadamente para a reação.

Já a teoria mais aceita sugere que o íon de potássio hidratado facilita a atividade das enzimas, se combinando com as enzimas e alterando as suas conformações químicas.

Estimativas da Embrapa, sugerem que o potássio está envolvido com a ativação de mais de 50 enzimas.

 

2. Favorece a síntese proteica nas diferentes culturas

O nitrato (NO3–) é uma das formas de nitrogênio absorvidas pelas plantas e que participa diretamente da síntese proteica. Para isso, ele é reduzido primeiramente para amina e depois incorporado como aminoácido para formar as proteínas.

Entretanto, ele depende do potássio para ser transportado até as folhas e frutos, onde será convertido em proteínas.

O potássio é um macronutriente muito móvel nas plantas, por não formar nenhum tipo de composto orgânico. E possui carga iônica (K+) oposta ao nitrato, o que favorece a ligação entre os dois elementos.

Segundo a publicação Potássio, o Elemento da Qualidade na Produção Agrícola, do International Potash Institute, um baixo suprimento de potássio restringe o transporte adequado de nitratos e inibe a formação das proteínas, levando ao acúmulo de nitrato-N e amino-N solúvel.

Dessa forma, o potássio promove a ciclagem de nitrato e favorece a síntese proteica nas diferentes culturas.

 

Nutrição Mineral de Plantas Macronutrientes.

 

3. Influencia a síntese da enzima RuBisCO, estando ligado à fotossíntese

A enzima ribulose-1,5-bisfosfato carboxilase/oxigenase, mais comumente conhecida por RuBisCO. É a enzima mais abundante nas plantas e, provavelmente, a proteína mais abundante do planeta.

O artigo Percent of Rubisco out of total soluble leaf protein aponta que a RuBisCO é a proteína mais predominante nas folhas de plantas C3, contribuindo com mais de 50% das proteínas solúveis totais das folhas.

Ela é a principal enzima responsável pela fixação de carbono orgânico e tem sua síntese influenciada pela presença de potássio.

Ou seja, o potássio está diretamente ligado a fotossíntese, processo pelo qual as plantas convertem a luz solar e os nutrientes absorvidos em energia necessária para a produção de flores, frutos e grãos.

 

4. Regula o potencial hídrico das células

O potássio também é importante para regulação do potencial hídrico das células, uma vez que a absorção de água pela célula e pelos tecidos é frequentemente consequência da absorção ativa do potássio. Além disso, os íons de potássio atuam diretamente na abertura e fechamento dos estômatos, que são uma das principais estruturas das plantas que podem levar a perda excessiva de água.

Os estômatos são aberturas microscópicas encontradas principalmente nas folhas, responsáveis por realizar as trocas gasosas que incluem vapores d’água, dióxido de carbono (CO2) e oxigênio (O2).

Segundo a Embrapa, o mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos depende inteiramente do fluxo de potássio sobre a taxa de assimilação de CO2, não por uma influência direta nos fotossistemas I ou II, mas sim por promover a síntese da enzima RuBisCO.

 

5. Promove a ciclagem de compostos no floema

O floema é um tecido vascular responsável por conduzir substâncias orgânicas pelo interior da planta, especialmente de açúcares e outros fotossintatos produzidos nas folhas por meio da fotossíntese.

Para isso, esse tecido vascular conta com o auxílio de nutrientes como o potássio, para transportar grande parte destes açúcares e outros produtos das folhas para órgãos de reservas como os grãos, frutos e raízes.

No artigo Effect of K on N utilization by spring wheat during grain protein formation, os pesquisadores Konrad Mengel e Karl Koch ainda destacaram que o potássio não promove somente a translocação de fotossintatos recém-produzidos, mas também tem um efeito benéfico na mobilização de material estocado nas plantas.

 

6. Está envolvido com crescimento meristemático

Os meristemas são regiões das raízes e dos caules das plantas nas quais as células se dividem continuamente. Eles são divididos em dois tipos principais:

Meristemas apicais: são responsáveis pelo crescimento longitudinal da planta, por estarem posicionados na região do ápice da raiz, do caule e de suas ramificações;

Meristemas laterais: são responsáveis pelo crescimento da planta em espessura, como o câmbio vascular, que origina o xilema e o floema secundário.

A divisão e o crescimento celular desses meristemas são controlados por hormônios vegetais, também conhecidos como fitohormônios, que por sua vez são postos em ação pela presença de potássio.

 

7. Confere maior resistência aos tecidos das plantas

A presença de potássio em níveis adequados confere maior resistência aos tecidos. Por aumentar a espessura da cutícula e da parede celular das plantas. Dessa forma, ele é responsável por amenizar os efeitos dos estresses abióticos, que são aqueles causados por organismos vivos, como pragas e doenças.

O aumento da espessura da cutícula e da parede celular, dificultam a penetração dos fitopatógenos e o progresso da infecção. E o potássio também está relacionado com o acúmulo de substâncias que apresentam ação fungistática.

Nos ensaios conduzidos no estudo Efeito do nitrogênio e do potássio na intensidade da Antracnose Foliar (Colletotrichum graminicola) e na nutrição mineral do milho. Diego de Oliveira Carvalho concluiu que a adubação potássica influenciou significativamente o período de latência do fungo em até 21,7%.

Outro efeito positivo que o potássio promove é redução do ponto de congelamento da seiva de culturas como o café e a soja, mitigando os efeitos negativos da geada nos tecidos, como:

  • Desidratação das células;
  • Perda do potencial de turgescência;
  • Redução do volume celular;
  • Ruptura da membrana plasmática.

 

Sintomas de deficiência de potássio na soja

A cultura da soja é altamente sensível à deficiência de potássio impactando fortemente no acúmulo de biomassa, rendimento e qualidade dos grãos.

Durante o ciclo do cultivo, a deficiência pode ser notada nas fases de crescimento e desenvolvimento das plantas.

O surgimento de clorose e necrose nas pontas e margens das folhas velhas, são os sintomas iniciais de baixos níveis do nutriente na planta, seguido de queda das mesmas caso não seja realizado o manejo adequado.

Há também o comprometimento do sistema radicular e redução do desenvolvimento das plantas na lavoura. Plantas com deficiência de potássio produzem grãos pequenos, enrugados, deformados comprometendo a qualidade final.

 

Quando fazer adubação potássica?

O ideal é que a aplicação de potássio na soja seja feita antes do surgimento de sintomas visuais na planta. É importante garantir aplicação de doses suficientes para absorção durante todo o ciclo da cultura. E quanto maior a diversidade de culturas nos ciclos, maior será a necessidade de nutrição.

Investir no solo e em análises, tanto foliares quanto do próprio solo. É uma excelente maneira de garantir as melhores soluções para a lavoura. Escolhendo insumos mais eficientes e que vão garantir mais bem resultados para sua plantação. Busque utilizar fontes mais solúveis nos momentos de maior exigência nutricional para atingir uma aplicação equilibrada.

 

Sintomas de deficiência no milho

 Na cultura do milho, a clorose nas bordas das folhas mais velhas, evoluem para um secamento em direção à nervura central.

Dois grandes impactos da deficiência de potássio acometem a cultura do milho: primeiro, atraso no desenvolvimento e redução do crescimento da planta (colmos e entrenós menores). E o segundo, os grãos e espigas produzidos de menor qualidade quando comparados aos de uma planta com nível adequado de potássio.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

O potássio é um dos nutrientes mais requeridos pelas plantas. Por isso, neste artigo vimos algumas estratégias para melhorar seu manejo, aumentando a eficiência produtiva de sua lavoura.

Comentamos também sobre as  possibilidades de fertilizantes que podem ser utilizados para suprir a demanda da sua cultura.

Gerir bem como essa adubação será feita pode garantir resultados melhores e, consequentemente, mais lucro em sua produção!

Escrito por Michelly Moraes.

 

Boro: função, deficiência e o seu manejo de adubação!

Boro: função, deficiência e o seu manejo de adubação!

O boro é um micronutriente de comum deficiência nas mais diversas culturas agrícolas. Assim não deixe de conferir os fatores envolvidos em seu manejo para evitar tal situação.

O boro quimicamente falando é o quinto elemento da tabela periódica que anteriormente era classificado como semimetal, devido a sua condutividade elétrica e térmica relativa.

Essa e outras propriedades faz do boro um mineral com diversas aplicações na indústria assim como na agricultura sendo algo essencial para as funções biológicas tanto dos vegetais e animais.

Contudo ele pode ser considerado um elemento relativamente raro representando somente 0,001% da crosta terrestre. E encontrado comumente associado outros elementos como o cálcio, sódio e o magnésio.

Onde suas mais maiores reservar se encontram na Turquia que junto aos Estados Unidos são os maiores produtores de boro. Mesmo assim a Turquia fornece praticamente metade da demanda de boro pelo mundo.

E do ponto de vista agronômico o boro é um dos micronutrientes considerados essências para as plantas pois se faz necessário para completar adequadamente seu ciclo de vida.

Onde a deficiência de boro atinge comumente no culturas anuais como: algodão, girassol, tomate e couve-flor.

Assim como, culturas perenes como café, mamão, citrus, eucalipto e videira, mas antes de comentarmos o que ocorre com a deficiência de boro, falaremos de sua função nas plantas.

 

Boro: função, deficiência e o seu manejo de adubação!

 

Qual a função do boro nas plantas?

O boro está no solo geralmente na forma de ácido bórico e é absorvido pelas plantas de forma passiva (sem gasto energético) através do mecanismo de fluxo de massa.

Como também pode ser absorvido pelas plantas via foliar, o qual é rapidamente assimilado e se aplicado em excesso pode atingir níveis tóxicos.

Apesar disso, tem se questionado se os níveis desse elemento recomendados para a maioria das culturas seriam capazes de intoxicar as plantas.

Desempenha papel estrutural ao interligar moléculas polissacarídicas a pectina da parede celular, de modo semelhante ao macronutriente cálcio (Ca).

Participando também de processos relacionados ao crescimento meristemático. Pois ele é necessário para síntese de bases nitrogenadas como a uracila, essencial para a formação de moléculas de RNA.

Outros fatores relacionados ao boro são o aumento da porcentagem de germinação e o comprimento do tubo polínico, o que pode causar má formação de grão como no caso do milho.

Assim como quando se tem plantas sob condições de deficiência de boro pode se observar o acúmulo de metabólitos secundários que tornasse prejudiciais as plantas.

Compostos como fenóis que apresentam ação de inibição da enzima AIA oxidase, o que por sua vez, causa o acúmulo do hormônico vegetal ácido indolacético (AIA) resultando na alteração da rota da lignina refletindo em deformações visíveis.

A falta de boro pode afetar diretamente os ganhos produtivos de plantas visadas para a produção de sacarose, pois a uracila é um precursor de enzimas relacionados a síntese dessa forma de açúcar.

 

 

Quais são os sintomas da falta de boro nas plantas?

O sintoma da deficiência desse elemento pode ter como aspecto geral folhas de menor tamanho com clorose irregular e deformadas.

Pode apresentar um espessamento da folha junto a um aspecto quebradiço, devido ao acúmulo de carboidratos no floema.

As nervuras da folha podem ficar suberificadas (aspecto de cortiça), em alguns casos associadas regiões com tons vermelhos ou roxos.

Os efeitos a longo prazo causados pela deficiência de boro podem ser o mal desenvolvimento até a morte dos meristemas apical e radicular.

Em culturas como tomate e eucalipto pode desenvolver sintomas de rachaduras no caule.

Assim como, comprometer por completo o florescimento da planta ou causar má formação de frutos junto ao desenvolvimento de cortiça na casca.

 

Manejo nutricional do boro

Para realizar um bom manejo nutricional, ainda mais em casos mais pontuais como o do boro, é necessário possuir o máximo de informações relevantes para a cultura em questão.

Além de lembrar de aspectos mais gerais como o fato dele ser móvel no solo e facilmente lixiviado em solos com textura arenosa.

Ou como o maior acúmulo de boro em plantas da classe das dicotiledôneas do que plantas classificadas como gramíneas.

Assim como a presença de hidróxidos de ferro e alumínio pode diminuir a absorção de boro pela planta, sendo essa situação mais provável em condições de pH ácidos.

Relembrando a necessidade básica de se realizar um bom manejo de acidez do solo através da prática de calagem, e manejo do alumínio (Al) com técnicas de gessagem.

Tomando cuidado para não elevar de mais o pH do solo, pois quando for maior que sete temos a disponibilidade de boro no solo diminuída.

Junto ao excesso de cálcio no solo que irá favorecer a formação de borato de cálcio, o qual é pouco solúvel.

Até mesmo a falta de água em secas prolongadas pode afetar a absorção de boro (fluxo de massa) causando deficiência mesmo com o boro presente no solo

De modo geral os teores de boro nas folhas apresentam uma faixa média entre 20 a 50 mg kg-1 de massa seca.

Mas tais intervalos médios vão variar bastante conforme a cultura, como por exemplo o citro que fica entre 36 a 100 mg kg-1 de boro, em contra partida do milho com 15 a 20 mg kg-1 de boro.

 

Nutrição Mineral de Plantas: Macronutrientes.

 

O bórax

O bórax ou também borato de sódio é um mineral alcalino resultante de reação de um sal hidratado de sódio com o ácido bórico. Sendo uma fonte de boro passível de ser fornecida as plantas.

Assim como outras formas mais ou menos hidratada de borato, o próprio ácido bórico e a ulexita mineral de borato hidratado de sódio e cálcio podem ser utilizando também.

Aos que buscam uma fonte orgânica, tem como opção a torta de mamona a qual a apresenta bons teores de boro, manganês e zinco.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Espero que esse artigo tenha contribuído para ampliar o seu entendimento sobre esse micronutriente tão importante.

Assim como pode aprender ou relembrar algum dos fatores que podem influenciar os manejos de adubação relacionados a esse elemento.

Se quiser ler mais artigos como esse e de outros assuntos de seu interesse continue navegando no blog da Agropós.

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Fósforo para plantas: conheça esse macronutriente!

Fósforo para plantas: conheça esse macronutriente!

O fósforo para plantas é um dos nutrientes cruciais para que elas completem seu ciclo de vida. E isso fica mais evidente quando entendemos seus processos desde o solo até a planta.

 

Fósforo para plantas: conheça esse macronutriente!

 

O fósforo é um dos macronutriente primário mais requerido pelas plantas, não é à toa que ele está presente em formulações de adubo NPK.

Sendo os fertilizantes fosfatados o segundo tipo de adubo mais utilizado no Brasil. Porém, não é única maneira que pode ser fornecido as plantas como você verá nesse artigo.

Sua deficiência compromete por completo o desenvolvimento e produção de uma planta. Não sendo algo raro devido a sua dinâmica no solo e por ser bastante exportados pelas culturas.

Assim nesse artigo você vai conferir e recordar os processos que envolvem o fósforo. Desde o solo até sua utilização e importância para as plantas.

 

Fósforo no solo

O fósforo no solo apresenta uma dinâmica com diversos detalhes importantes. Que fazem a diferença quando o assunto é otimizar seu manejo de adubação.

O teor de fósforo nos solos, que de modo geral é limitado. Vai variar de acordo com o material de origem desse solo.

Como exemplos temos rochas matriz de arenito, como teores menores de fósforo, a rochas diabásio apresentando teores maiores.

 

 

Originando assim o fósforo em sua forma inorgânica contido em minerais primários como flurapatita, oxi e hidroxi-apatita.

Ou também nos minerais secundários como a vivianita e variscita, em solos ácidos. E os fosfatos mono, bi e tricálcico em solos alcalinos.

O fósforo também pode estar presente no solo em sua forma orgânica. Que nada mais é aquele o fósforo contido na matéria orgânica e que abordaremos mais detalhes nos próximos tópicos desse artigo.

 

Absorção pelas plantas

Mas agora vamos falar um pouco sobre as formas que o fósforo pode estar contido no solo. E como cada umas delas influencia na absorção pelas plantas.

A maior proporção de fósforo no solo vai estar no que se entende por P não lábil. Em outras palavras vai ser o fósforo que ficou absorvido a superfície de um mineral por mais tempo. Seja por um processo de troca de ligantes ou de esfera interna.

Por causa disso o P não lábil acaba sendo um fósforo indisponível para as plantas.

Outra forma de fósforo no solo e de proporções consideráveis é o P lábil, sendo um fósforo de adsorção recente. O que é algo positivo pois quanto mais recente mais fácil de ser retirado para a solução do solo e assim ser utilizado pela planta.

E por fim, vamos ter o fósforo presente na solução do solo. O qual vai estar prontamente disponível para as plantas após a adição de um adubo mineral ou orgânico, por exemplo.

Sendo essa forma de fósforo em solução altamente influenciada pelas condições de pH do solo.

 

Fatores que afetam a disponibilidade de fósforo no solo

Agora que você já sabe quais as formas de fósforo no solo. Vamos entender quais são os fatores que vão afetar a disponibilidade de fósforo para as plantas.

Uma vez tendo esses fatores em mente torna se mais fácil a escolha por manejos mais adequados para a sua situação.

O primeiro fator é a relação de equilíbrio entre o P lábil e o fósforo na solução. Onde quando mais a proporção de P lábil maior a possibilidade desse fósforo se tornar disponível.

Porém o contrário também é valido, caso seja favorecido o fósforo em solução. Após uma adubação muito carregada de P, a situação tendera para a fixação do mesmo no solo.

O segundo fator vai estar ligado com a quantidade e natureza dos coloides do solo, uma vez que maior a porcentagem de partículas de argila ou da concentração de óxidos se tem o aumento do fósforo fixado.

 

Nutrição Mineral de Plantas: Macronutrientes.

 

Outro fator como mencionado anteriormente é o pH do solo, que com seu aumento, através de manejos de calagem por exemplo. Vai promover a dessorção do fósforo ao ser trocado com agrupamentos de hidroxilas.

Além disso vai influenciar também na disponibilidade para a planta o tipo de adubo fosfatado utilizado e o teor de água no solo.

Mas para que você entenda melhor esses dois últimos fatores citados precisaremos relembrar as interações e funções que esse macronutriente tem com as plantas.

 

Interações do fósforo com as plantas

Para que o fósforo seja absorvido por uma planta, primeiramente é necessário que o mineral entre em contato com as raízes dessa planta.

Depois desse encontro a planta realiza a absorção do fósforo de forma ativa (com gasto energético) por difusão. Já que o teor de fósforo nas raízes é muito maior do que no solo.

Isso faz com que o teor de água seja muito importante para a disponibilidade de fósforo para a planta. Pois sem água não ocorre a difusão.

Essa necessidade de contato do fósforo com a raiz é facilmente observada quando temos plantas crescendo em solo ou substrato com ausência ou pouco fósforo.

Onde a planta vai emitir mais raízes secundárias para aumentar mais sua área de contato. Aumento que também ocorre em planta que apresentam associação com micorrizas do solo.

Além disso é importante lembrar que o fósforo apresenta interações com outros minerais do solo. A exemplo do sinergismo com o magnésio e molibdênio e inibição com o zinco e alumínio.

Já no que se trata da absorção de fósforo via foliar temos que 50% do for aplicado vai ser incorporado entre o primeiro e decimo quinto dia.

E depois disso, aproximadamente 60% do fósforo que foi absorvido pela folha será translocado até a raiz.

 

Função e deficiência de fósforo em plantas

Dentro da classificação de nutrientes o fósforo é entendido como um macronutriente primário. Pois é essencial para as plantas complete seu ciclo de vida.

Participando de uma série de processos metabólicos, por ser constituinte estrutural de moléculas chaves, como:

  • Monofosfato de adenosina (AMP), adenosina difosfato (ADP) e Adenosina trifosfato (ATP);
  • Nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato (NADP);
  • Ésteres de carboidratos (frutose-6- fosfato, gliceraldeído-3-fosfato, ribulose-1,5 fosfato, etc.);
  • Fosfolipídios constituintes de membrana;
  • Pentoses fosfato dos ácidos nucleicos que compõem o DNA e RNA.

Analisando esses exemplos sem tem uma dimensão ainda maior da importância do fósforo para que a planta tenha energia e se desenvolva bem.

Assim quando uma planta estiver deficiente em fósforo apresentara sintomas, nas folhas mais velhas, de coloração verde azulada com tons arroxeados ou amareladas e menor área foliar.

Sua falta na planta também pode causar atraso no florescimento e uma maturação de grãos desuniforme que somados refletem na redução da produtividade da planta e afeta a próxima geração.

Pois o fósforo na forma de fitato é necessário nas reservas iniciais de sementes para a formação inicial do sistema radicular.

Outra particularidade da função do fósforo nas plantas é quando temos ele na forma de fosfito. Que não servir para a nutrição da planta, mas sim como um indutor de resistência.

Ativando as defesas da planta contra doenças causadas por o omicetos (Phytophtora, Plasmopara, Pythium, etc.) ao potencializar a produção de metabólitos secundários antimicrobianos.

 

Fertilizantes fosfatados para plantas

Uma das maneiras mais fácies de encontrar e fornecer fósforo para as plantas é através de fertilizantes minerais fosfatados.

Porém, devemos nos atentar as características de solubilidade do fertilizante escolhido pois isso vai influenciar em toda a sua dinâmica de disponibilidade como comentamos inicialmente.

Para os fertilizantes com fosfatos solúveis em água. Como por exemplo, o superfosfato simples e triplo, MAP e DAP na forma granulada geralmente é adicionado no sulco de plantio após a calagem.

Já os fosfatos que são insolúveis em água, como os fosfatos naturais e termofosfato. Devem ser aplicados na forma de pó a lanço e incorporados ao solo, antes da calagem.

 

O fósforo da matéria orgânica para as plantas

Outra maneira de fornecer fósforo para as plantas e aproveitando a forma em que ele é encontrado na natureza, na matéria orgânica.

Sendo essa manteria orgânica um adubo rico em fósforo e que apresenta algumas vantagens em relação ao fósforo proveniente dos fertilizantes minerais.

Pois, o fósforo orgânico depois que passa pelo processo de mineralização. Através da ação de microrganismos, torna-se lábil.

Devido a formação de um revestimento húmico que vai dificultar a reação desse fósforo com os hidróxidos e assim diminui sua fixação no solo.

Além disso, a formação desses complexos fosfo-húmicos faz com que o fósforo seja mais facilmente liberado em relação aos fosfatos minerais.

Uma vez que os ânions orgânicos liberados na decomposição da matéria orgânica. Formam complexos estáveis com outros cátions e assim diminui a formação de fosfatos insolúveis.

Assim como, moléculas acidas como CO2 liberado na decomposição da matéria orgânica. Gerando o ácido carbônico, que é capaz de dissolver fosfatos insolúveis em H2O.

Como também, H2SO4 e HNO3 provenientes da oxidação do enxofre e do nitrogênio orgânico também vão facilitar a solubilização do fosfato.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Espero que depois da leitura desse artigo você tenha refrescado seus conhecimentos dos tópicos mais importante relacionados ao fósforo para as plantas.

Desde sua dinâmica no solo, interação e função nas plantas até as principais fontes de adubo.

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Escrito por João Verzutti.

Fertilizantes para plantas: sua contribuição na agricultura!

Fertilizantes para plantas: sua contribuição na agricultura!

Neste artigo vamos abordar a contribuição dos fertilizante para plantas na agricultura e seus benefícios, além de mostrar os diferentes tipos de fertilizantes. Venha conhecer a fundo sobre esse assunto, não fique de fora.

Acompanhe!

 

Fertilizantes para plantas: sua contribuição na agricultura!

 

Agricultura é uma atividade essencial para a produção de alimentos no mundo. Diante desse cenário, o Brasil busca se posicionar de forma estratégica, otimizando a exploração das terras e fazendo uso de tecnologias cada vez mais desenvolvidas para garantir o aumento da produtividade nas lavouras.

É aí que entra a necessidade do fertilizante na agricultura. Os fertilizantes estão inseridos como insumos essenciais utilizados no processo produtivo, pois verifica-se que o aumento na produtividade está diretamente relacionado ao desenvolvimento das plantas.

 

O que são fertilizantes?

Por definição fertilizante é um produto mineral ou orgânico, natural ou sintético fornecedor de um ou mais nutrientes para as plantas.

O uso de fertilizantes é essencial para a melhoria e manutenção da fertilidade do solo, podendo levar ao aumento expressivo da produtividade das culturas, qualidade de alimentos e para sustentabilidade econômica e ambiental.

São compostos químicos utilizados na agricultura convencional para aumentar a quantidade de nutrientes do solo e, consequentemente, conseguir um ganho de produtividade.

Sendo substâncias minerais ou orgânicas, naturais ou sintéticas, fornecedoras de um ou mais nutrientes vegetais responsáveis pelo bom crescimento e desenvolvimento das plantas.

 

 

Macro e micronutrientes: a base de todos os fertilizantes

Para um desenvolvimento mais vigoroso e saudável, as plantas necessitam de diversos elementos químicos que são absorvidos de acordo com a demanda exigida em cada etapa do desenvolvimento vegetal. Eles são divididos em macro e micronutrientes;

 

Elementos Químicos

Macro e micronutrientes

(Fonte: Agropós, 2020)

 

Onde os macronutrientes fazem parte das moléculas essenciais para a vida da planta, possuem função estrutural e são necessários em grandes quantidades no metabolismo do vegetal, já os micronutrientes em menores quantidades, têm função reguladora e fazem parte das enzimas.

Esses elementos são absorvidos em quantidades diferentes, dependendo da necessidade da planta e de quanto o solo pode ofertar.

Dessa forma, quando estes nutrientes não estão em quantidade suficiente no solo, utiliza-se algum tipo de fertilizante que irá suprir a necessidade.

 

4 Tipos de fertilizante para plantas

A agricultura tem a sua disposição uma variedade bem grande de fertilizantes para plantas, cada um com suas especificidades e características próprias. Mas, todo fertilizante pode ser dividido em alguns grupos. Veja os principais grupos a seguir:

 

1 – Fertilizante mineral

Este grupo, também conhecido como inorgânicos ou sintéticos, são os mais comuns e são caracterizados por serem preparados de forma sintética pelos processos industriais, sendo posteriormente aplicados no solo ou nos próprios tecidos da planta.

O fertilizante mineral é dividido em:

  • Simples: produto formado por um composto químico, contendo um ou mais nutrientes de plantas;
  • Misto: produto resultante da mistura física de dois ou mais fertilizantes minerais;
  • Complexo: formado por dois ou mais compostos químicos, resultante da reação química de seus componentes, contendo dois ou mais nutrientes de plantas.

 

2 – Fertilizante orgânico

Podem ser provenientes de diversos materiais orgânicos. Os mais comuns são os estercos e dejetos de animais, resíduos de culturas, pós-colheita e adubo verde.

Além destas, lodo de esgoto, compostos de lixo urbano e resíduos agroindustriais podem ser utilizados, desde que sigam leis sanitárias e de preservação ambiental, visando a preservação da qualidade do solo e mananciais hídricos, podem ser como fertilizantes orgânicos.

Os fertilizantes orgânicos são divididos em:

  • Simples: produto natural de origem vegetal ou animal, contendo um ou mais nutriente de plantas, exemplo: adubação verde;
  • Misto: produto de natureza orgânica, resultante da mistura de dois ou mais fertilizantes orgânicos simples, contendo um ou mais nutriente de plantas;
  • Composto: produto obtido por processo físico, químico, físico-químico ou bioquímico, natural ou controlado, a partir de matéria-prima de origem industrial, urbana ou rural, vegetal ou animal, isoladas ou misturadas, podendo ser enriquecido de nutrientes minerais, princípio ativo ou agente capaz de melhorar suas características físicas, químicas ou biológicas.

 

3 – Fertilizante organomineral

São aqueles constituídos por material orgânico enriquecidos com minerais, que são nutrientes em sua forma inorgânica para serem absorvidos de forma rápida.

Essa combinação visa, simultaneamente, o melhoramento do solo e de suas propriedades físicas, e o fornecimento de matéria-prima bruta para que a planta possa crescer de forma saudável e rápida.

Esse tipo de fertilizante age como um excelente corretivo, equilibrando o pH do solo e mantendo sua porosidade de forma ideal.

 A matéria orgânica inteiriça funciona ainda como um quelante, absorvendo micronutrientes para que eles possam ser aproveitados aos poucos.

 

4 – Biofertilizantes

São produzidos a partir da fermentação anaeróbica de compostos como esterco e vegetais. São amplamente utilizados na agricultura como adubo orgânico foliar, além de serem importantes defensivos naturais.

Por possuírem uma consistência líquida, os biofertilizantes costumam ser pulverizados diretamente nos tecidos da planta, principalmente nas folhas.

 

Como fazer fertilizante para plantas caseiro?

Os fertilizantes naturais ou orgânicos são compostos obtidos de restos vegetais ou animais, tais como os lixos biodegradáveis que geramos nas nossas casas. Reaproveitando estes resíduos, podemos beneficiar as plantas e o jardim e ainda poupar dinheiro.

A obtenção de fertilizantes orgânicos para a utilização nas plantas do nosso jardim pode ser realizada com facilidade a partir de matéria biodegradável, tal como as cascas de fruta e legumes, casca de ovos, entre outras.

  • Borras de café: Após deixar secar, aplicar em volta do tronco de plantas amantes de solo ácido, tais como as Azáleas, Rosas, Begonias, Cyclamen, Gardenia, Impatiens, Hortênsias, entre outras. Não aplicar constantemente para não acidificar demasiado o solo.
  • Cascas de ovo: Depois de secas ao ar, triture para formar um pó e espalhe pelo seu jardim para aumentar o pH do solo, adicionar cálcio e magnésio e melhorar a infiltração de água no solo.
  • Cinzas da madeira: Espalhe as cinzas no solo e revolva para inseri-las no solo. Não coloque se o seu solo é alcalino. Fornece potássio e carbonato de cálcio às plantas.
  • Fezes de animais: Utilize as provenientes de vacas, cavalos e galinhas. Fornece nitrogénio ao solo e plantas. Para conservar e utilizar, misture com o solo para não perder as propriedades e nutrientes.
  • Aparas de relva: Fornece nitrogénio ao solo. Não utilize se estiverem molhadas ou muito verdes, porque tornam o solo ácido pela adição de amónia.
  • Vinagre: Adicione 4 litros de água a 1 colher de sopa de vinagre e regue as suas plantas de 3 em 3 meses para melhorar a acidez do solo. O ácido acético do vinagre irá alegrar as suas plantas amantes de acidez.

 

Quanto ao uso e aplicação

Existem diferentes técnicas que podem ser escolhidas pelo produtor, dependendo do maquinário disponível, do tipo de fertilizante a ser utilizado e do momento em que será feita a adubação.

 

Semeadura

O fertilizante aplicado na semeadura, como o nome sugere, é aplicado em conjunto com a operação de plantio, sendo depositado no solo pouco abaixo das sementes.

Nessa técnica, você tem a vantagem de que, quando a semente é aplicada no solo, ele já tem disponível os nutrientes necessários, o que permite um desenvolvimento mais rápido na fase inicial.

 

Adubação a lanço

É possível parcelar as doses de fertilizantes para plantas que são aplicadas na cultura ao longo do seu ciclo de vida. Isso pode ser realizado antes da germinação das sementes ou em cobertura, que é quando a planta já está em estágios mais avançados de desenvolvimento.

Nessa técnica, o fertilizante é depositado em discos giratórios com pás, que espalham o produto na lavoura em uma faixa predeterminada.

 

Nutrição Mineral de Plantas: Macronutrientes.

 

Aplicação pneumática

Nessa técnica o fertilizante é conduzido para as linhas individuais de plantio, por meio de tubulações e assistência de ar.

Utilizado para culturas que apresentam espaçamento entre linhas de plantio mais elevado (como a cana-de-açúcar), nas quais a aplicação na linha se torna mais eficiente e sem desperdício para as áreas em que as raízes não alcançariam o fertilizante absorvido pelo solo.

 

Irrigação

Aplicação por irrigação: essa técnica também é conhecida como fertirrigação. Consiste em aplicar os fertilizantes de forma líquida, por meio de pivôs centrais ou por mangueiras de gotejamento.

 

Pulverização

Ainda pouco difundida no Brasil. Aqui, você faz uma diluição do fertilizante em água e aplica sobre a lavoura por meio do pulverizador, como se fosse uma cauda calda de defensivo químico. A absorção desse tipo de adubo se dá por meio das folhas.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Assim os fertilizantes para plantas, sejam minerais ou orgânicos, são compostos que desempenham função primordial no desenvolvimento, fornecendo ao solo os nutrientes que elas necessitam para germinar e produzir folhas, sementes e frutos.

Portanto, o uso consciente e o emprego de técnicas agrícolas adequadas são a chave para o aumento da produtividade agrícola e, consequentemente, a redução do custo dos alimentos.

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Micronutrientes para plantas: quais suas funções!

Micronutrientes para plantas: quais suas funções!

É nos detalhes que se faz a diferença. E isso não é diferente com a nutrição de plantas quando falamos de micronutrientes buscando a melhor saúde para as plantas.

 

Micronutrientes para plantas: quais suas funções!

 

Você sabia que além das famosas formulações de NPK comumente usadas nos cultivos existem muito mais nutrientes que são importantes para as plantas?

Sim pois é, muito desses outros nutrientes acabam sendo esquecidos ou deixados de lado por estarem em outros manejos do solo.

Como é o caso do cálcio e magnésio que são aplicados junto a operações de calagem ou o enxofre com a gessagem.

Alguns outros não são percebidos de pendendo das necessidades da cultura e dos altos teores no solo. Mas sem sombra de dúvidas todos serão lembrados quando estiverem deficientes.

E um grupo de nutrientes que é campeão nesse tipo de situação são os micronutrientes. Assim para não cair no mesmo esquecimento entenda o conceito e qual a importância de cada um deles.

 

 

O que são micronutrientes?

No estudo da nutrição de plantas, micronutrientes é uma das classificações dos elementos minerais essências presentes no solo. E são requeridos pelas plantas em menores quantidades.

Esses elementos minerais essências são os conhecidos nutrientes. Sem os quais a planta é incapaz de completar seu ciclo de vida.

São exemplos de micronutrientes os elementos boro (B), cloro (Cl), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo), níquel (Ni) e zinco (Zn).

Oposto a essa classificação, como você já deve imaginar. Temos os macronutrientes chamados assim por serem requeridos pelas plantas em maiores quantidades.

Esses nutrientes são famosos por formulações de adubo NPK que basicamente apresenta em sua formulação o nitrogênio, fósforo, potássio. E também são exemplos de macronutrientes o cálcio, magnésio e enxofre.

Independente de classificação qualquer um desses nutrientes pode merecer a sua atenção. Dependo da cultura em questão, da situação nutricional do solo e da planta.

Sendo que cada planta vai necessitar de um balanço nutricional distinto e cada solo uma situação nutricional. Que pode ser aferida através de uma análise de solo.

Dito isso, nesse artigo vamos dar uma atenção especial ao micronutrientes os quais podem acabar sendo esquecidos na hora de montar um plano de adubação ou confundidos com outras deficiências.

Confira a seguir um pouco mais sobre cada um dos micronutrientes necessários as plantas.

 

Nutrição Mineral de Plantas: Macronutrientes.

 

Quais são os micronutrientes?

 

Boro

O boro (B) é um micronutriente de função estrutural na planta. Por interligar moléculas de polissacarídeos como a pectina da parede celular.

Relacionado também com a síntese de bases nitrogenadas (Ex. uracila) e na germinação do tubo polínico.

Em situações típicas de deficiência tem como sintomas folhas pouco desenvolvidas com cloroses irregulares deformadas. Deixando as folhas geralmente mais grossas e quebradiças.

Tendo por efeito a morte do meristema apical do caule e da raiz. Aparecimento de rachaduras no caule (tomateiro e eucalipto) e raízes com aspecto escurecido e com as pontas grossas.

Pode não ocorre florescimento e caso ocorra, em condição deficiente. Frutos acabam se desenvolvendo com aspecto deformado e com lesões internas e externas.

Assim como alguns outros micronutrientes o boro apresenta uma absorção rápida quando aplicado via foliar.

Sendo manejo com adubos líquidos uma ótima alternativa para correções pontuais de desnutrição. Tomando cuidado com aplicações excessivas por acarretar em níveis tóxicos para as plantas.

 

Cloro

O cloro (Cl) é um micronutriente que desempenha a função de cofator enzimático, em outras palavra. Ele vai auxiliar no funcionamento da enzima que catalisa a fotólise da água no fotossistema II. Resultando na liberação de oxigênio.

Também age na ativação enzimática (ATPase) importantes na abertura e no fechamento dos estômatos sendo o íon contrário do potássio nesse processo.

Os sintomas visíveis típicos causados pela falta desse micronutriente vão ser diminuição no tamanho da folha. Com aspecto clorótico a bronzeado e posterior necrose.

Podendo estar também relacionado a interrupção da frutificação e com raízes curtas não ramificadas.

Sua absorção via foliar apresenta eficiência relativa e pode acabar competindo com íons de nitrato e sulfato. Sendo sua toxidade relativa à cultura em questão.

 

Cobre

O cobre (Cu) é um micronutriente que desempenha função constituinte, de ativador e catalisador de proteínas ligadas a processos de fotossíntese, lignificação e de redutase do nitrito.

Como sintoma geral da falta de cobre tem se as folhas com suas pontas cloróticas seguidas de necrose.

Em culturas cítricas, deficientes desse micronutriente. As folhas apresentam inicialmente coloração verde escura e posteriormente clorótica.

Assim como, rachaduras nos caules com exsudação de goma podem ser caracterizados como sintomas típicos de deficiência de cobre.

Como também folhas encurvas com as nervuras salientes em culturas como a do cafeeiro, e falta de perfilhamento da cana-de-açúcar.

Em algumas culturas a deficiência do micronutriente cobre pode ser rara devido a manejos que utilizam caldas cúpricas (calda bordalesa) para o controle de doenças fúngicas.

Contudo a deficiência desse micronutriente pode acarretar em perdas mais significativa no processo de formação da semente e do fruto do que em etapas vegetativas.

Sendo importante relembrar que o cobre sofre um processo de inibição quanto há elevada concentração de zinco e vice-versa.

 

Ferro

Já o ferro (Fe) é um micronutriente que constitui enzimas chaves como a ferridoxina, nitrogenase, redutase do nitrito e redutase do nitrato

Além disso, o ferro tem atuação no processo de respiração das plantas com o transporte de elétrons relacionado as mitocôndrias.

Contudo 75% do ferro da folha encontrasse nos cloroplastos ao contribuir também com o processo da fotossíntese.

Sendo os sintomas visuais típicos de sua deficiência a clorose nas folhas novas seguido de branqueamento e diminuição no crescimento e na frutificação.

Sua eficiência via aplicação foliar é considera relativamente baixa. Sendo as formas de sulfato de ferro hidratado e ferro quelatizado preferíveis pra esse tipo de manejo com esse micronutriente.

 

Manganês

Similar ao cobre o manganês (Mn) tem papel estrutural, ativador enzimático, atuação na fotossíntese com a fotólise da água e como catalizador da redutase do nitrito.

Esse micronutriente também pode estar relacionado com a proteção a patógenos na otimização da síntese de lignina servindo de barreira física no momento da infecção de um fungo.

Também está relacionado com síntese de fenóis solúveis de potencial microbiano e na presença desse micronutriente pode haver a inibição de enzimas importantes aos patógenos em geral.

São sintomas visuais típicos a clorose internerval nas folhas novas, seguido de branqueamento em manchas pequenas e necróticas e apresentando deformações.

 

Molibdênio

O molibdênio (Mo) constitui o centro ativo da redutase do nitrato, assim imagine a importância desse micronutriente no metabolismo do nitrogênio para a planta especialmente as que produzem nódulos de fixação.

Dessa forma, a deficiência desse micronutriente vai causar o excesso de nitrato, forma a qual o nitrogênio não pode ser incorporado.

Participa também do complexo da nitrogenase, na síntese do ácido ascórbico e na síntese de açucares.

Clorose malhada generalizada na planta, murcha das margens e encurvamento da folha para cima ou para baixo e floração suprimida são características de sintomas típicos de deficiência.

Em leguminosas os sintomas podem ser similares a da falta de nitrogênio, enquanto nas brássicas as folhas apresentam somente a nervura principal sem o desenvolvimento do limbo foliar.

 

Níquel

O níquel é um constituinte da urease a enzima que atua na quebra da ureia, como também é exigido pela hidrogenase do processo de fixação biológica de nitrogênio

Plantas as quais apresentarem deficiência por níquel terão necrose característica nas pontas das folhas novas assim como um baixo aproveitamento do nitrogênio proveniente da ureia.

A aplicação foliar desse micronutriente em diversas culturas otimiza o aproveitamento da ureia, mas em culturas como a mangueira além disso tem atuação hormonal inibindo a produção de etileno causando diminuição no número de flores mal formadas.

 

Zinco

E por fim o zinco (Zn) um micronutriente constituinte de enzimas importantíssimas como a RNA polimerase o que vai interferir nos processos de síntese proteica.

Assim como desempenha papel de ativador de enzimático e atuação na síntese do triptofano que é percursor da auxina, um hormônio vegetal.

Esse micronutriente também auxilia na proteção contra patógenos. Pois ajuda a manter a integridade da membrana e no controle da permeabilidade celular.

Seus sintomas são a diminuição no comprimento dos internódios, folhas novas menores, estreitas e lanceoladas e diminuição da produção de sementes.

Assim como os demais micronutrientes antes de se aplicar o zinco deve se atentar para as interações com outros.

Sendo o zinco um exemplo bem didático desse fenômeno. Onde micronutrientes como o cobre e ferro inibem sua absorção ao passo que o boro pode estimular a absorção de zinco.

 

Quais são os dois tipos de micronutrientes?

Agora que você já sabe um pouco mais sobre a importância de cada um dos micronutrientes. Vale se ressaltar uma classificação que pode ser adotado tanto para os macros quanto para os micronutrientes.

Essa classificação em dois tipos leva em conta a carga que apresenta o íon de um micronutriente. Ou seja, se essa carga é negativa (aniônico) ou positiva (catiônico). Essa diferença vai influenciar em processo de interação no solo e de absorção da planta.

Confira a seguir onde se enquadra cada um dos micronutrientes:

Aniônicos: Boro, Cloro e Molibdênio.

Catiônicos: Cobre, Ferro, Manganês, Níquel e Zinco.

 

Plataforma Agropós

 

Qual a importância desses micronutrientes para o nosso organismo?

Acredito que nesse momento não restam dúvidas de como tais minerais mesmo que exigido em poucas quantidades são importantíssimos para as plantas.

Mas e para nós humanos e outros animais que irão consumir essas plantas é importante também?

A resposta é sim. O ferro por exemplo está presente nas proteínas de hemoglobina das hemácias do nosso sangue.

Mas o ponto importante aqui é de que sem plantas saudável, não há organismos saudáveis. E para uma planta saudável é necessário um solo saudável até nos mínimos detalhes.

 

Conclusão

Espero que a leitura desse artigo tenha ajudado a você compreender um pouco mais da importância que tem os micronutrientes para o desenvolvimento das plantas.

Além de relembrar suas funções individual e até mesmo junta e de como isso está relacionado em importantes processos para as plantas.

Para ler mais artigos como esse e de outros assuntos de seu interesse continue navegando em nosso blog.

Escrito por João Verzutti.