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O uso de inseticida para mosca branca!

O uso de inseticida para mosca branca!

A mosca branca é encontrada nas principais regiões agrícolas do mundo. E é de grande importância por causar grandes perdas na produtividade em diversas culturas. Com isso preparamos esse artigo onde iremos abordar o uso de inseticida para mosca branca.

Acompanhe!

 

O uso de inseticida para mosca branca!

 

O que é mosca branca?

A mosca branca pode ser definida como um inseto sugador comum em diversas culturas. Acredita-se que atualmente ela possui um complexo de espécies com cerca de 20 biótipos.

Na prática, os ataques desse inseto são capazes de afetar o desenvolvimento das plantas, reduzir a produtividade e a qualidade da produção. Sendo que, a gravidade dos danos pode variar de acordo com a cultura.

Contudo, a melhor forma de eliminar essa praga é conhecer de perto como ela age na lavoura e as técnicas de combate mais eficazes.

 

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Como identificar o inseto?

A mosca-branca possui uma coloração amarelada e, nas asas, apresenta um tipo de “pó branco”. Característico dessa espécie, que define o seu nome.

Os insetos possuem um aparelho bucal sugador, usado visando inserir no tecido das plantas e ao mesmo tempo se alimentar da seiva. O que também prejudica as plantas. O ciclo de vida desse inseto é de 15 a 21 dias, desde a fase de ovo até adulto.

Quando se alimenta, a mosca-branca introduz toxinas na planta, o que altera o desenvolvimento reprodutivo e vegetativo da cultura. Dessa forma, a praga reduz a produtividade e a qualidade da produção das lavouras.

 

Qual é a sua origem?

Sabe-se que a mosca branca se disseminou pelo planeta por meio da comercialização e do transporte de plantas ornamentais realizada entre os países da Europa, Bacia do Mediterrâneo, Ásia e Américas.

Assim, devido à facilidade de adequação a regiões de climas tropical, subtropical e temperado. A mosca branca se transformou também no vetor de mais de uma centena de viroses descritas em diferentes partes do mundo.

No Brasil, esse inseto é conhecido desde 1923 e ressurgiu nos anos 90 com índice populacional elevado.

Dessa forma, apareceu primeiramente na região Sudeste e em seguida nas regiões Centro-Oeste, Sul e Nordeste provocando grandes perdas à agricultura brasileira, atacando, inicialmente, plantas ornamentais e logo depois as demais culturas.

 

Ciclo

O ciclo de vida da B. tabaci pode durar entre 25 e 50 dias, dependendo das condições ambientais, sendo a temperatura e a umidade os fatores determinantes.

O ciclo biológico da mosca branca é dividido nas fases adulto, ovo, 3 instar da ninfa e pulpa.

Ciclo

Ciclo de vida da Mosca Branca (Bemisia tabacci)

 

Os adultos possuem de 1 a 2 mm de comprimento, sendo a fêmea um pouco maior que o macho. Apresentam coloração amarelo-pálido, aparelho bucal tipo sugador e dois pares de asas membranosas que são recobertas por uma substância pulverulenta de cor branca.

 

Danos

Devido à sua característica polífaga, alta capacidade reprodutiva e desenvolvimento de resistência a alguns inseticidas, este inseto tem causado danos altamente significativos à agricultura.

Os danos causados pela mosca branca podem ser classificados como diretos ou indiretos. Os danos diretos da mosca branca são causados pelas ninfas e adultos, através da sucção de seiva e injeção de toxinas, quando se alimentam.

Esses danos podem causar alterações no desenvolvimento vegetativo e reprodutivos da planta, diminuindo à produção.

Como dano indireto, pode-se ocorrer a formação de fumagina sobre as folhas. B. tabacci secreta um líquido açucarado que favorece o crescimento de fungos formadores de fumagina, o que acarreta a perda de área fotossintética das folhas, prejudicando a produção.

No entanto, o dano indireto mais preocupante causado por essa praga é a transmissão de várias viroses. Sabe- se que cerca de 120 espécies de vírus podem ser transmitidas por B. tabaci, representando um grave problema fitossanitário em várias culturas agrícolas.

Entre estes estão o vírus do mosaico dourado do feijoeiro, o vírus do mosaico anão e o vírus do mosaico crespo em soja, o vírus do mosaico comum do algodoeiro e geminivírus em tomateiro, pimentão e batata.

 

Tudo o que você precisa saber sobre a mosca branca (Bemisia tabaci)

 

O uso de inseticidas ao combate a Mosca Branca

O controle químico com uso de inseticidas para mosca-branca registrados deve ser realizado considerando a rotação de modos de ação diferentes.

Alguns desses conhecidos venenos para mosca-branca, devido ao uso contínuo, perderam a eficiência devido ao desenvolvimento da resistência.

Segundo o Agrofit, os seguintes grupos químicos e ingredientes ativos registrados podem ser utilizados em rotação para o controle da mosca-branca:

Piretroides como o lambda-cialotrina, o alfa-cipermetrina. No entanto, este grupo é de amplo espectro de ação;

  • Tiadiazinona como buprofezina;
  • Neonicotinoide como acetamiprido, acetamiprido, dinotefuram, tiametoxam;
  • Sulfoxaflor como sulfoxaminas.

Sempre verifique se o produto tem registro para a cultura em que você queira controlar a mosca-branca. Para a cultura da soja, os inseticidas de maior eficiência nas últimas safras foram os à base de:

  • Imidacloprido + piriproxifem;
  • Diafentiurom + bifentrina;
  • Acetamiprido + piriproxifem;
  • Ciantranliprole,
  • Sulfoxaflor (dose de 144 gramas de ingrediente ativo por hectare);
  • Acetamiprido + piriproxifem e;
  • Abamectina + ciantraniliprole.

Antes de fazer o controle químico, fique de olho nos seguintes detalhes: não utilize controle preventivo, sem a presença de insetos na lavoura. Essa prática reduz a população de inimigos naturais e causa o desperdício de produto.

Além disso, a rotação de ingredientes ativos e o uso da dose recomendada é indispensável para um manejo eficiente.

A observação da fase predominante do inseto também é fundamental. Pois alguns inseticidas possuem controle efetivo de uma fase e da outra não. Você pode precisar fazer a associação de ingredientes ativos. A observação das condições climáticas no momento da aplicação também é necessária (vide recomendações da bula).

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

A mosca branca, Bemisia tabaci é uma praga que tem causado perdas cada vez maiores em diversas culturas de interesse econômico. Além de causar danos diretos, também é vetor de vários vírus causadores de doenças em plantas.

O uso dos inseticidas ao controle dessa praga é indispensável, mas, vale ressaltar que a utilização é precisa seguir as orientações, em caso de dúvidas procure um profissional da área.

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Escrito por Michelly Moraes.

 

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Inseticida piretróide: saiba tudo sobre o assunto!

Inseticida piretróide: saiba tudo sobre o assunto!

Os inseticidas são os defensivos agrícolas, que atuam na prevenção e controle de insetos e pragas, responsáveis por grande perda nas lavouras. Eles classificados de acordo com sua composição química. Neste post vamos falar tudo que você precisa saber sobre a classe do inseticida Piretróide.

Venha Comigo!

                              

Inseticida piretróide: saiba tudo sobre o assunto!

 

Os inseticidas são os defensivos agrícolas, que atuam na prevenção e controle de insetos e pragas. Responsáveis por grande perda nas lavouras.

Além de reduzir na produtividade, dependendo da intensidade da infestação e danos causados, os insetos podem matar a lavoura.

Os inseticidas são substâncias químicas ou biológicas e são usados para controlar doenças e plantas daninhas que afetam as culturas. Neste post vamos abordar sobre a classe piretroide, sendo o inseticida mais utilizado na agricultura.

 

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O que é inseticida piretróide?

O inseticida piretróide é um éster do ácido crisantêmico produzido pelas plantas do gênero Chrysanthemum.

Durante muito tempo, a piretrina foi utilizada no combate de insetos, primeiro por ser eficaz nessa função e agir sobre uma grande diversidade de espécies. E depois por ser pouco tóxica ao indivíduos expostos.

No entanto, ela detém propriedades que muito prejudicam sua ação. Como por exemplo, o fato de ser facilmente decomposta pela luz solar e ser instável ao ar.

É eficaz contra pulgões, lagartas, cochonilhas, moscas brancas e formigas. De acordo com estudos, os piretroides possuem uma toxicidade muito baixa para os mamíferos. Sendo extremamente seguros para utilização doméstica.

 

Origem e evolução do inseticida piretróide

Os primeiros usos destes inseticidas datam por volta de 1840 na região de Dalmácia (atualmente abrange territórios da Croácia, Bósnia e Herzegovina e Montenegro), onde um preparado de flores secas de Chrysanthemum cinerariifolium e Chrysanthemum coccineum, originárias desta região, foi utilizado no combate de mosquitos.

Hermann Staudinger e Lavoslav Ružicka em 1924 descreveram as primeiras estruturas químicas envolvidas na ação inseticida dos extratos dessas flores, estruturas nomeadas de piretrinas.

Porém, estes extratos oxidavam-se rapidamente tornando-se inativos e perdiam atividade quando expostos a luz e ao calor. Desta forma, seu uso se dava quase que, exclusivamente, no interior das residências.

 

Tecnologias que agregam qualidade à pulverização

 

O descobrimento das estruturas das piretrinas abriu espaço para o desenvolvimento de Piretróides 30. Equivalentes sintéticos, nomeados de algumas piretrinas naturais.

 

Utilização do inseticida piretróide

Os piretróides são utilizados em ambientes domésticos, comerciais, industriais, agrícolas, veterinário, área médica e saúde pública.

Na área agrícola, sua utilização se dá, principalmente, no controle de insetos (principalmente pulgões e carunchos) em plantações plantações e no armazenamento de grãos. No uso doméstico, o combate visa eliminar as baratas, mosquitos e formigas.

Na veterinária, se utiliza no controle de ectoparasitas, como por exemplo, carrapatos e pulgas, na medicina humana no controle de ectoparasitas como os piolhos, e na malária na saúde pública

Porém, cabe salientar que alguns piretróides como a bifentrina, cialotrina e deltametrina apresentam isômeros específicos mais potentes. Como a cis-bifentrina, a cialotrina e a cis- deltametrina. Nestes casos, as formulações comerciais são enriquecidas com estes isômeros.

 

Mecanismo de ação dos inseticidas

Existem várias formas do inseticida afetar a praga. Os principais modos de ação, são por contato direto do produto no alvo ou a ingestão de folhas que contenham o princípio ativo.

 

Modo de ação dos inseticidas

 

  • Ingestão: É absorvido pelo intestino médio, circula na hemolinfa e atinge o sistema nervoso. Inseticidas mais antigos possuíam este tipo de ação;
  • Contato: Sua ação se dá pelo contato com o corpo do inseto, penetrando na epicutícula e sendo conduzido através do tegumento, onde irá atuar sobre as terminações nervosas. Pode matar insetos-praga pelo simples contato com superfícies atingidas pelo inseticida;
  • Fumigação: O inseticida age pelas vias respiratórias, devendo ser inalado na forma de gás pelo inseto. O gás penetra através dos espiráculos e age sobre o sistema nervoso.
  • Profundidade: Inseticida capaz de atingir insetos através do tecido vegetal (ação translaminar), como sob uma folha ou dentro de um fruto;
  • Sistêmico :É aquele inseticida que, aplicado sobre folhas, troncos, ramos, raízes e sementes é capaz de ser absorvido e circular com a seiva para todas as partes da planta.

 

Diretrizes de uso do inseticida piretróide

A crescente popularidade dos inseticidas piretróides levou a um aumento do risco de transferência dos resíduos para o ecossistema, através da cadeia alimentar e via resíduos na água, frutas e vegetais.

Consequentemente, para proteger a saúde dos consumidores, foram estabelecidos limites máximos de resíduos (LMRs), que significa a quantidade máxima de resíduo de agrotóxico/medicamento veterinário que pode estar presente naquele alimento veterinários40.

Seguindo as boas práticas agrícolas/boas práticas de uso de medicamentos Os LMRs estão definidos para uma ampla gama de produtos alimentares de origem vegetal e animal e geralmente, se aplicam ao produto in natura.

 

Efeitos adversos

A utilização de pesticidas causa efeitos tóxicos nos sistemas ecológicos.

 

Efeitos adversos no meio ambiente

O inseticida piretróide podem passar para a cadeia alimentar e, por fim atingir os seres humanos. Podem-se considerar três fontes: a contaminação do solo e da água; o processo de fabricação e os produtos aplicados em vegetais e animais.

De uma maneira geral, a circulação dos tóxicos, é feita entre o ar, a água e o solo. Os piretróides são disseminados no meio ambiente, por exemplo por pulverização na agricultura e concentrados em tecidos adiposos por serem lipofílicos.

 

Efeitos adversos em animais

O inseticida piretróide ao entrarem em circulação nos sistemas ecológicos atingem organismos não-alvo. Os estudos toxicológicos confirmaram que a toxicidade para mamíferos é baixa.

Como já referido, a toxicidade para mamíferos é baixa. Indicam um baixo potencial de bioacumulação e desintoxicação.

 

Efeitos adversos em humanos

Os sinais e sintomas de envenenamento podem ocorrer em diversas formas. E os sintomas da exposição aguda aos inseticidas piretróides podem durar até dois dias.

Os inseticidas piretróides podem agir como alergenos respiratórios e da pele, provocando reacções asmáticas e de dermatite de contacto.

Outros sintomas de toxicidade aguda por inalação incluem espirros, dor de cabeça, náuseas, descoordenação, tremores, convulsões, rubor e inchaço facial, sensação de ardor e comichão. Os sintomas mais severos estão descritos em crianças e em idosos.

 

Como evitar danos à saúde e ao meio ambiente

Para tomarmos esses cuidados, devemos ficar atentos às seguintes recomendações antes, durante a após o manuseio e utilização desses produtos:

  • A aquisição de um produto deve ser feita via obtenção de um receituário agronômico, prescrito por um profissional habilitado (engenheiro agrônomo);
  • Seguir todas as recomendações sobre transporte e armazenamento dos produtos, em conformidade com a legislação e com as recomendações do fabricante/distribuidor;
  • Não colocar os produtos químicos junto a sacos de alimentos ou adubos;
  • Impedir o acesso de pessoas não autorizadas, crianças e animais ao depósito são medidas para evitar problemas antes mesmo da aplicação;
  • Realizar a leitura do rótulo e da bula antes da utilização do produto;
  • Utilizar Equipamento de Proteção Individual (EPI) durante todo o processo de manuseio, incluindo preparo da calda e aplicação;

 

Aplicação dos inseticidas

Na prática, antes de se tomar qualquer decisão, deve-se ter em mente três questões relativas à tecnologia de aplicação: o que aplicar (qualidade do produto), como aplicar (qualidade da aplicação) e quando aplicar (momento da aplicação).

Para se definir o que aplicar, antes se tem que fazer uma análise correta do problema a controlar e qual impacto econômico e ambiental que esse problema poderá causar, se não for devidamente controlado.

Uma vez definido que é necessário fazer uma intervenção, qual o melhor produto a ser aplicado e onde esse produto deve ser depositado, ou seja, qual alvo deverá ser atingido.

É necessário bom planejamento antes do plantio, para que tudo possa ser executado no momento necessário e de forma correta.

O sucesso de uma aplicação depende da capacidade operacional da fazenda. Ou seja os equipamentos disponíveis devem permitir aplicar os defensivos de forma correta e no momento necessário.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Portanto, os inseticidas piretróides são os grandes responsáveis pelo controle de pragas nas lavouras e até mesmo doméstica. Porém, deve haver muito cuidado na hora de se utilizar esses recursos na aplicação.

Isso porque, se forem usados de forma inadequada, podem gerar consequências para os trabalhadores, para a lavoura, para o consumidor e até mesmo para o meio ambiente.

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Escrito por Michelly Moraes.

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Conheça 9 pragas da soja e como combatê-las!

Conheça 9 pragas da soja e como combatê-las!

As pragas da soja são organismos que reduzem a produção das culturas, seja por atacá-las, por serem transmissores de doenças ou por reduzirem a qualidade dos produtos agrícolas. Neste post vamos abordar as principais pragas e como combatê-las em sua cultura.

Acompanhe, e não fique de fora!

 

Conheça 9 pragas da soja e como combatê-las!

 

A cultura da soja no Brasil é atacada por inúmeros insetos todos os anos, causando muitos prejuízos ao setor produtivo. O controle tardio e uso incorreto de produtos são a combinação perfeita para causar perdas ao bolso do produtor.

Durante o ciclo de cultivo da soja, muitas plantas daninhas, pragas e doenças podem afetar a produtividade das lavouras.

Mesmo no estádio reprodutivo de desenvolvimento, é preciso estar atento para a manutenção do potencial produtivo que foi obtido pela cultura desde sua emergência. Neste artigo vamos abordar as principais pragas da cultura da soja e como manejá-las.

 

As 9 principais pragas da soja

São inúmeras as pragas da soja que podem atacar as plantações que, se não forem controladas, podem resultar na perda total das lavouras. Saiba um pouco mais sobre as principais pragas que ocorrem com maior incidência:

  1. A lagarta da soja (Anticarsia gemmatallis)
  2. A lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda)
  3. Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)
  4. Lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens)
  5. Mosca branca (Bemisia sp.)
  6. Percevejo castanho (Scaptocoris spp.)
  7. Bicudo-da-soja (Sternechus subsignatus)
  8. Ácaros verde (Mononychellus planki)
  9. Corós (Phyllophaga cuyabana)

 

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Lagarta da soja (Anticarsia gemmatallis)

A lagarta-da-soja é uma das pragas da soja de hábitos noturnos que, quando dia, fica em áreas sombreadas. Inicialmente as lagartas são de coloração verde-clara e possuem quatro pares de pernas no abdômen, sendo duas vestigiais.

Sua identificação é mais simples que a lagarta Helicoverpa. Conta com três linhas longitudinais claras no dorso. Em condições de pouco alimento ou altas infestações, torna-se de coloração mais escura. Fases em que ocorre o ataque a incidência é no início da cultura e floração

 

Danos

Os danos causados por essa praga são raspagens inicialmente em pequenas áreas das folhas. Quando as lagartas são maiores, alimentam-se da folha deixando grandes “buracos” ou mesmo se alimentando da folha inteira.

A desfolha pode chegar a 100% se a lagarta-da-soja não for monitorada e controlada corretamente. 

 

Controle

É importante monitorar constantemente. O controle deve ser feito quando houver, em média, 40 lagartas grandes por pano-de-batida.

Quando a desfolha atingir 30%, antes da floração, e 15%, assim que surgirem as primeiras flores, é preciso agir.

 

Lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda)

A lagarta-do-cartucho é uma espécie canibal e, por isso, geralmente são encontradas poucas lagartas por planta.

Sua coloração varia entre marrom, verde ou preta. Tem, na cabeça, uma listra que se inicia em Y invertido, que facilita muito a sua identificação.

Com um ciclo de vida completado em 30 dias e o número de ovos podendo variar de 100 a 200 por postura/fêmea (totalizando uma média de 1.500 a 2.000 ovos colocados por uma única fêmea).

 

Danos

Essa espécie penetra no colmo, criando galerias, e causa danos consumindo as folhas. Depois do segundo ou terceiro ínstar, começam a fazer buracos nas folhas, alimentando-se do cartucho e deixando uma grande quantidade de excrementos na planta.

 

Controle

O manejo da lagarta-do-cartucho deve iniciar com a dessecação da cultura de cobertura para a produção de palha no Sistema Plantio Direto (SPD). Se, durante o plantio for observada a presença de lagartas, deve ser realizada a aplicação de inseticidas para evitar redução do stand de plantas.

 

Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)

A lagarta-elasmo geralmente é cíclica, mas os surtos em soja têm sido frequentes, principalmente em solos arenosos e em anos com estiagem prolongada, na fase inicial das lavouras. O período de ataque começa logo após a germinação da soja, podendo estender-se por 30 a 40 dias.

Muitas vezes o inseto já está presente na área antes da instalação da cultura, sendo necessário ter conhecimento de possíveis infestações em lavouras vizinhas e levar em conta a ocorrência de período de estiagem prolongada.

 

Danos

Quando pequenas, as lagartas alimentam-se raspando o parênquima foliar. À medida que crescem, perfuram um orifício na planta ao nível do solo construindo aí uma galeria ascendente que vai aumentando de comprimento e largura com o crescimento da lagarta e o consumo de alimento.

 

Controle

 Os solos sob sistema de semeadura direta, por geralmente reter mais umidade, têm menores problemas com a praga. Áreas sem coberturas e que sofreram com fogo na entressafra tendem a apresentar maiores danos por favorecer o desenvolvimento das lagartas.

 

Lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includens)

No Brasil, a espécie tem se tornado um sério problema fitossanitário na cultura da soja, com vários surtos ocorrendo isolados ou associados à lagarta-da-soja.

Seus ovos são globulares, medem cerca de 0,5 mm de diâmetro e apresentam coloração creme-clara logo após a oviposição e marrom-clara próximo à eclosão. O desenvolvimento embrionário se completa em torno de 2,5 dias.

 

Danos

As lagartas atacam as folhas, raspando-as enquanto são pequenas, ocasionando pequenas manchas claras; à medida que crescem, ficam vorazes e destroem completamente as folhas, podendo danificar até as hastes mais finas.

 

Controle

O controle químico desta lagarta quando ocorrendo só ou associada à lagarta-da-soja, deve ser feito quando forem encontradas, em média 40 lagartas grandes por pano de batida, ou se a desfolha atingir 30% até o final do florescimento, ou 15%, tão logo apareçam as primeiras flores. Recomenda-se o uso de produtos registrados para a cultura.

 

Mosca branca (Bemisia sp.)

mosca branca, Bemisia tabaci, apesar do nome comum de mosca, trata-se de um inseto sugador comum em diversas culturas.

Os adultos medem 0,8mm de comprimento e, aparentemente, são de coloração geral branca, mas apresentam asas brancas e corpo amarelo.

Sob condições climáticas favoráveis, seu ciclo de vida pode ser de duas a quatro semanas, podendo produzir até 15 gerações por ano.

 

Danos

Os insetos têm ação toxicogênica, sendo que os maiores prejuízos são devidos a transmissão de viroses. Para o feijoeiro é transmissor do vírus do mosaico dourado e do mosaico anão. São mais prejudiciais no período do florescimento.

 

Controle

Tratamento de sementes com inseticidas carbamatos sistêmicos ou sistêmico granulado no sulco de plantio ou, ainda, pulverizar com fosforados sistêmicos. Uso de armadilhas de cor amarela ajudam a diminuir número de adultos na área.

 

Tudo o que você precisa saber sobre a mosca branca (Bemisia tabaci)

 

Percevejo castanho (Scaptocoris spp.)

Percevejo-castanho-da-raiz (Scaptocoris castanea) é um inseto que apesar de ter ocorrência em todo Brasil, no entanto, tem causado frequentes danos a lavoura da região dos cerrados. Essa praga aparece devido ao período chuvoso.

Muitos produtores tem dificuldades de identificá-lo, pois o inseto se aprofunda no solo e no momento do plantio pode estar em profundidades superiores a 30cm.

É uma praga polífaga, isto é, pode atacar diversas culturas como sorgo, milho, soja, algodão e pastagens.

 

Danos

Seus danos são provocados por ninfas e adultos, que possuem hábito subterrâneo e fazem a sucção da seiva das raízes, causando atrofiamento das raízes e subdesenvolvimento das plantas.

 

Controle

O controle biológico com o fungo Metarhizium anisopliae apresenta bons resultados. O método cultural pode ser empregado para o manejo desse inseto, já que a aração e a gradagem pode expor os insetos aos predadores e causam o esmagamento das ninfas e adultos, sendo que a aração com arado de aiveca é o que apresenta maior eficiência no controle do percevejo castanho.

 

Bicudo-da-soja (Sternechus subsignatus)

O tamanduá ou bicudo da soja é considerado um inseto de difícil controle e vem ganhando importância pelos danos que tem causado às lavouras de vários municípios do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.

Tem ocorrido com maior intensidade, desde 1984, principalmente, onde é realizado o cultivo mínimo e a semeadura direta.

 

Danos

O adulto raspa o caule e desfia os tecidos no local do ataque. Quando a população é alta e ocorre na fase inicial da cultura, o dano é irreversível e as plantas morrem podendo haver perda total de parte da lavoura.

Quando o ataque acontece mais tarde e as larvas se desenvolvem na haste principal, formando galhas, a planta pode quebrar pela ação do vento e das chuvas.

 

Controle

A rotação de culturas é a técnica mais eficiente para o seu manejo, mas sempre associada a outras estratégias, como plantas-iscas e controle químico na bordadura da lavoura.

Resultados recentes de pesquisas têm mostrado reduzido percentual de plantas mortas e danificadas e maior produtividade, no final do período de rotação soja-milho-soja, quando comparado ao monocultivo de soja.

 

Ácaros verde (Mononychellus planki)

Os ácaros são importantes pragas em algodão, citros, feijão, hortaliças. Em soja ocorre, esporadicamente, em populações elevadas, causando danos a cultura da soja.

A disseminação do ácaro ocorre pelo vento. Sob da face inferior da condições adversas de alimentação e de ambiente, os ácaros se penduram por fios de teia e são levados pelas correntes de ar até outras plantas hospedeiras.

 

Danos

Esses insetos são encontrados na face inferior das folhas removendo o conteúdo citoplasmático das células através de seu estilete, comprometendo o desenvolvimento normal da planta.

 

Controle

Devem ser realizadas amostragens nos talhões em que, na safra anterior, foram observados ataques severos da praga e na entressafra.

A rotação de cultura (com por exemplo, milheto, Crotalaria juncea ou mucuna-preta), é uma boa opção de controle.

 

Corós (Phyllophaga cuyabana)

Os corós são larvas escarabeiformes (corpo recurvado em forma da letra “C”), de coloração geral branca, com cabeça e pernas (três pares) marrons.

As espécies rizófagas que ocorrem em milho podem atingir de 4 a 5 cm de comprimento quando em seu tamanho máximo.

Para a safrinha, em lavouras instalada em semeadura direta sobre a resteva da soja, os danos são mais acentuados. Em áreas anteriormente cultivadas com poáceas (gramíneas), a população do inseto geralmente é elevada.

 

Danos

Seus danos são decorrentes da destruição de plântulas, as quais são puxadas para dentro do solo ou secam e morrem pela falta de raízes, ou ainda originam plantas adultas pouco produtivas. O nível de dano para esse inseto ocorre a partir de 5 larvas.m-2.

 

Controle

Controle biológico através do uso de Beauveria bassiana Metarhizium anisopliae e parasitóides da ordem Diptera.

O preparo de solo com implementos de disco é uma alternativa de controle cultural da larva. Com essa prática, ocorre o efeito mecânico do implemento sobre as larvas que possuem corpo mole e são expostas a radiação solar e aos inimigos naturais, especialmente pássaros.

O controle químico pode ser utilizado via tratamento de sementes ou pela pulverização de inseticidas que sejam registrados para a cultura, no sulco de semeadura.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Vimos neste artigo as quatro principais pragas da soja que podem causar danos no momento do plantio como; corós, percevejos-castanhos-da-raiz, lagarta-elasmo entre outros.

Para todas elas é muito importante fazer o Manejo Integrado de Pragas (MIP). Fazer o monitoramento vai evitar gastos desnecessários com insumos.

Cada praga tem sua peculiaridade, mas, caso necessário, o tratamento de sementes vai contribuir muito para seus controles. Em caso de dificuldade no controle o recomendado é chamar um especialista da área.

Escrito por Michelly Moraes.

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Mosca branca: conhecendo o inimigo!

Mosca branca: conhecendo o inimigo!

A mosca branca é encontrada nas principais regiões agrícolas do mundo e é de grande importância por causar grandes perdas na produtividade em diversas culturas.

Esse inseto é altamente polífago e pode causar danos diretos às plantas, através da sucção de seiva, ou indiretos pela transmissão de viroses.

Neste artigo vamos aprender um pouco mais a respeito dessa importante praga.

Vem Comigo!

 

Mosca branca: conhecendo o inimigo!

 

O panorama da mosca branca

A mosca branca são insetos sugadores de seiva e têm como principal gênero Bemisia, e desse gênero Bemisia tabacci é a espécie mais importante e mais dispersa pelo mundo.

São descritos mais de 40 biótipos de B. tabaci, sendo, no Brasil, predominante o biótipo B.

A mosca branca, é um inseto polífago que tem causado perdas severas aos produtores de diversas culturas.

 

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Esse inseto possui mais de 750 plantas hospedeiros, como como feijão, soja, algodão, tomate, pimentão, batata e plantas ornamentais.

O plantio sucessivo de culturas hospedeiras e plantas daninhas presentes na área de cultivo tem facilitado a expansão dessa praga, principalmente nas regiões mais produtivas do Brasil.

Nos últimos anos foi registrado surtos dessa praga em praticamente todo o território nacional, tornando a praga de maior crescimento no Brasil.

A incidência da mosca branca é bem elevada no centro oeste, devido as condições climáticas adequadas ao desenvolvimento da praga e por ter uma agricultura com cultivos hospedeiros de forma contínua.

As principais culturas atacadas entre os anos de 2012 a 2016 foram a cultura da  soja, do algodão, do feijão, do tomate e da batata.

A mosca branca pode chegar a gerar perdas superiores a 50% em plantios de tomate. Já na cultura do algodão, esse inseto prejudica a comercialização da fibra, pois ao ingerir a seiva a mosca secreta uma substância que altera a composição dela.

 

Ciclo de vida

O ciclo de vida da B. tabaci pode durar entre 25 e 50 dias, dependendo das condições ambientais, sendo a temperatura e a umidade os fatores determinantes.

O ciclo biológico da mosca branca é dividido nas fases adulto, ovo, 3 instar da ninfa e pulpa.

Os adultos possuem de 1 a 2 mm de comprimento, sendo a fêmea um pouco maior que o macho. Apresentam coloração amarelo-pálido, aparelho bucal tipo sugador e dois pares de asas membranosas que são recobertas por uma substância pulverulenta de cor branca.

 

Tudo o que você precisa saber sobre a mosca branca (Bemisia tabaci)

 

Cada fêmea tem capacidade de fazer a postura de 100 a 300 ovos, durante todo seu ciclo de vida. Esses ovos são colocados na face abaxial das folhas jovens.

Os ovos apresentam aproximadamente 0,2 mm e um formato de periforme. A fase de ovo pode durar de 5 a 7 dias, quando começa a eclosão das ninfas.

A ninfa de 1º instar se locomove, por alguns minutos, até se fixarem nas folhas para succionar a seiva da planta.

Posteriormente, as ninfas passam por 3 instares imóveis. Sendo o último instar chamado de pulpa e, enfim, os adultos.

 

Danos

Devido à sua característica polífaga, alta capacidade reprodutiva e desenvolvimento de resistência a alguns inseticidas. Este inseto tem causado danos altamente significativos à agricultura.

Os danos causados pela mosca branca podem ser classificados como diretos ou indiretos.

Os danos diretos da mosca branca são causados pelas ninfas e adultos. Através da sucção de seiva e injeção de toxinas, quando se alimentam.

Esses danos podem causar alterações no desenvolvimento vegetativo e reprodutivos da planta, diminuindo à produção.

Como dano indireto, pode-se ocorrer a formação de fumagina sobre as folhas. B. tabacci secreta um líquido açucarado que favorece o crescimento de fungos formadores de fumagina. O que acarreta a perda de área fotossintética das folhas, prejudicando a produção.

No entanto, o dano indireto mais preocupante causado por essa praga é a transmissão de várias viroses.

Sabe- se que cerca de 120 espécies de vírus podem ser transmitidos por B. tabaci. Representando um grave problema fitossanitário em várias culturas agrícolas.

Entre estes estão o vírus do mosaico dourado do feijoeiro, o vírus do mosaico anão e o vírus do mosaico crespo em soja, o vírus do mosaico comum do algodoeiro e geminivírus em tomateiro, pimentão e batata.

 

Como controlar a mosca branca

Para o eficiente controle da mosca branca, diferentes práticas e estratégias podem ser adotadas pelo produtor.

Portanto, para o sucesso no manejo da mosca branca, é necessário o reconhecimento da praga associado à adoção do manejo integrado de pragas (MIP). E algumas práticas importantes do manejo integrado de mosca branca são:

 

Monitoramento da mosca branca

O monitoramento das lavouras é essencial para tomada de decisão de controle. Pois o controle pode ser mais eficaz quando feito no início da infestação.

Como a mosca branca pode ocorrer durante todo o ciclo da cultura. O monitoramento deve ser feito desde a emergência até o final do ciclo.

Esse monitoramento pode ser realizado por meio de inspeções e/ou o uso de armadilhas adesivas de coloração amarela.

 

Controle cultural

Medidas de controle cultural podem ser adotadas. Desde a escolha da área para plantio, como durante a condução da cultura.

Algumas dessas medidas são:

  • Evitar o plantio em locais com culturas vizinhas hospedeiras e com infestação da praga.
  • Destruição de plantas daninhas e restos culturais,
  • Rotação de culturas com o cultivo de espécies não hospedeiras da praga,
  • Uso de variedades resistentes, à mosca branca e/ou vírus que a ela é capaz de transmitir.

 

Controle biológico

Bem como para outras pragas o controle biológico tem evoluído para mosca branca. Há uma grande variedade de inimigos naturais da B. tabacci, como predadores, parasitoides e entomopatógenos.

Como exemplo de inimigos naturais importantes no controle da mosca branca podemos citar o parasitoide de ninfas Encarsia formosa, o ácaro predador Ambliseius tamatavensis e fungos entomopatogênicos do gênero Lecanicillium.

No entanto, na prática, o mais utilizado no controle biológico da mosca branca é o fungo entomopatogênico Beauveria bassiana.

Ministério da Agricultura e Abastecimento estão registrados cerca de 20 produtos comerciais a base desse entomopatógeno para o controle de B. tabaci.

 

Controle químico

O controle químico tem sido o método de controle mais utilizado. No entanto, seu uso necessita de cuidados para prevenir riscos com resistência.

A rotação de produtos de grupos químicos e modo de ação diferentes deve ser adotado para evitar a evolução da resistência.

Para o controle da mosca branca existem 11 grupos químicos de modo de ação diferentes que podem ser utilizados na rotação de produtos e misturas.

Outras práticas como, momento de aplicação, doses, misturas e número de aplicações também são importantes para evitar a evolução da resistência.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

A mosca branca, Bemisia tabaci é uma praga que tem causado perdas cada vez maiores em diversas culturas de interesse econômico.

Além de causar danos diretos, também é vetor de vários vírus causadores de doenças em plantas.

O uso do manejo integrado de pragas, MIP, para o controle da mosca branca é de extrema importância como forma de integração e para evitar resistência à inseticidas.

Escrito por Pollyane Hermenegildo.

Pós-graduação Fitossanidade