A mosca branca é encontrada nas principais regiões agrícolas do mundo. E é de grande importância por causar grandes perdas na produtividade em diversas culturas. Com isso preparamos esse artigo onde iremos abordar o uso de inseticida para mosca branca.
Acompanhe!
O que é mosca branca?
A mosca branca pode ser definida como um inseto sugador comum em diversas culturas. Acredita-se que atualmente ela possui um complexo de espécies com cerca de 20 biótipos.
Na prática, os ataques desse inseto são capazes de afetar o desenvolvimento das plantas, reduzir a produtividade e a qualidade da produção. Sendo que, a gravidade dos danos pode variar de acordo com a cultura.
Contudo, a melhor forma de eliminar essa praga é conhecer de perto como ela age na lavoura e as técnicas de combate mais eficazes.
Como identificar o inseto?
A mosca-branca possui uma coloração amarelada e, nas asas, apresenta um tipo de “pó branco”. Característico dessa espécie, que define o seu nome.
Os insetos possuem um aparelho bucal sugador, usado visando inserir no tecido das plantas e ao mesmo tempo se alimentar da seiva. O que também prejudica as plantas. O ciclo de vida desse inseto é de 15 a 21 dias, desde a fase de ovo até adulto.
Quando se alimenta, a mosca-branca introduz toxinas na planta, o que altera o desenvolvimento reprodutivo e vegetativo da cultura. Dessa forma, a praga reduz a produtividade e a qualidade da produção das lavouras.
Qual é a sua origem?
Sabe-se que a mosca branca se disseminou pelo planeta por meio da comercialização e do transporte de plantas ornamentais realizada entre os países da Europa, Bacia do Mediterrâneo, Ásia e Américas.
Assim, devido à facilidade de adequação a regiões de climas tropical, subtropical e temperado. A mosca branca se transformou também no vetor de mais de uma centena de viroses descritas em diferentes partes do mundo.
No Brasil, esse inseto é conhecido desde 1923 e ressurgiu nos anos 90 com índice populacional elevado.
Dessa forma, apareceu primeiramente na região Sudeste e em seguida nas regiões Centro-Oeste, Sul e Nordeste provocando grandes perdas à agricultura brasileira, atacando, inicialmente, plantas ornamentais e logo depois as demais culturas.
Ciclo
O ciclo de vida da B. tabaci pode durar entre 25 e 50 dias, dependendo das condições ambientais, sendo a temperatura e a umidade os fatores determinantes.
O ciclo biológico da mosca branca é dividido nas fases adulto, ovo, 3 instar da ninfa e pulpa.
Ciclo de vida da Mosca Branca (Bemisia tabacci)
Os adultos possuem de 1 a 2 mm de comprimento, sendo a fêmea um pouco maior que o macho. Apresentam coloração amarelo-pálido, aparelho bucal tipo sugador e dois pares de asas membranosas que são recobertas por uma substância pulverulenta de cor branca.
Danos
Devido à sua característica polífaga, aliada à alta capacidade reprodutiva e ao desenvolvimento de resistência a diversos inseticidas, a mosca-branca tem causado, cada vez mais, danos altamente significativos à agricultura. Além disso, sua rápida adaptação aos diferentes cultivos dificulta o controle eficaz da praga, o que, por sua vez, agrava ainda mais os prejuízos.
Os danos causados pela mosca-branca podem ser classificados, de forma geral, como diretos ou indiretos. Em primeiro lugar, os danos diretos ocorrem quando ninfas e adultos se alimentam das plantas por meio da sucção de seiva e da injeção de toxinas. Essa ação, além de enfraquecer as plantas, provoca alterações tanto no desenvolvimento vegetativo quanto no reprodutivo, o que, consequentemente, reduz significativamente a produtividade.
Além disso, como dano indireto, destaca-se a formação de fumagina sobre as folhas. Isso ocorre porque Bemisia tabaci secreta um líquido açucarado, o qual favorece o crescimento de fungos formadores de fumagina. Assim, esse fungo cobre a superfície foliar, causando a perda da área fotossintética e, portanto, prejudicando o crescimento e a produção da planta.
Dessa forma, torna-se essencial adotar estratégias integradas de manejo, que envolvam, entre outros fatores, o monitoramento constante, o uso racional de inseticidas e a alternância de ingredientes ativos, visando minimizar os impactos causados por essa praga.
No entanto, o dano indireto mais preocupante causado por essa praga é a transmissão de várias viroses. Sabe- se que cerca de 120 espécies de vírus podem ser transmitidas por B. tabaci, representando um grave problema fitossanitário em várias culturas agrícolas.
Entre estes estão o vírus do mosaico dourado do feijoeiro, o vírus do mosaico anão e o vírus do mosaico crespo em soja, o vírus do mosaico comum do algodoeiro e geminivírus em tomateiro, pimentão e batata.
O uso de inseticidas ao combate a Mosca Branca
Para controlar a mosca-branca de forma eficaz, os produtores devem aplicar inseticidas registrados, sempre considerando a rotação entre diferentes modos de ação.
O uso contínuo de alguns venenos para mosca-branca reduziu sua eficiência, pois a praga desenvolveu resistência aos ingredientes ativos mais utilizados.
De acordo com o Agrofit, os produtores podem utilizar, em rotação, os seguintes grupos químicos e ingredientes ativos registrados para garantir um controle mais eficiente da mosca-branca.
Piretroides como o lambda-cialotrina, o alfa-cipermetrina. No entanto, este grupo é de amplo espectro de ação;
- Tiadiazinona como buprofezina;
- Neonicotinoide como acetamiprido, acetamiprido, dinotefuram, tiametoxam;
- Sulfoxaflor como sulfoxaminas.
Sempre verifique se o produto tem registro para a cultura em que você queira controlar a mosca-branca. Para a cultura da soja, os inseticidas de maior eficiência nas últimas safras foram os à base de:
- Imidacloprido + piriproxifem;
- Diafentiurom + bifentrina;
- Acetamiprido + piriproxifem;
- Ciantranliprole,
- Sulfoxaflor (dose de 144 gramas de ingrediente ativo por hectare);
- Acetamiprido + piriproxifem e;
- Abamectina + ciantraniliprole.
Antes de fazer o controle químico, fique de olho nos seguintes detalhes: não utilize controle preventivo, sem a presença de insetos na lavoura. Essa prática reduz a população de inimigos naturais e causa o desperdício de produto.
Além disso, a rotação de ingredientes ativos e o uso da dose recomendada é indispensável para um manejo eficiente.
A observação da fase predominante do inseto também é fundamental. Pois alguns inseticidas possuem controle efetivo de uma fase e da outra não. Você pode precisar fazer a associação de ingredientes ativos. A observação das condições climáticas no momento da aplicação também é necessária (vide recomendações da bula).
Conclusão
A mosca branca, Bemisia tabaci é uma praga que tem causado perdas cada vez maiores em diversas culturas de interesse econômico. Além de causar danos diretos, também é vetor de vários vírus causadores de doenças em plantas.
O uso dos inseticidas ao controle dessa praga é indispensável, mas, vale ressaltar que a utilização é precisa seguir as orientações, em caso de dúvidas procure um profissional da área.
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Escrito por Michelly Moraes.