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Principais doenças do café: diagnose e controle!

Principais doenças do café: diagnose e controle!

O café possui uma grande importância para o Brasil. Pois, além de sermos o maior produtor mundial, somos também o maior exportador e o segundo maior consumidor de café. No entanto, varias doenças do café podem acometer a cultura durante o seu ciclo de vida.

As principais doenças do café são:

  1. Ferrugem do cafeeiro (Hemileia vastatrix)
  2. Cercosporiose (Cercospora coffeicola)
  3. Manchas de phoma (Phoma spp.)
  4. Mancha aureolada (Pseudomonas syringae garcae)
  5. Nematoide das galhas (Meloidogyne)
  6. Mancha de Ascochyta (Ascochyta spp)
  7. Mancha anular do cafeeiro (Coffee ringspot virus – CoRSV)

Essas podem ser causadas por fungos, bactérias, nematoides e vírus.

As doenças do café podem reduzir em até 20 % a produção e serem limitantes para o cultivo da cultura. Por tanto, é necessária uma correta diagnose, para que um controle eficiente seja realizado.

A seguir, veremos como identificar e controlar as principais doenças do cafeeiro. Confira!

 

Principais doenças do café: diagnose e controle!

 

Ferrugem do cafeeiro (Hemileia vastatrix)

Causada pelo fungo Hemileia vastatrix, a ferrugem é considerada a doença do café mais importante do cafeeiro, no Brasil.

A doença está amplamente distribuída em todas as regiões produtoras de café no Brasil e pode comprometer até 35% da produção nacional.

O sinal característico do fungo é a presença de uma massa pulverulenta de esporos de cor amarela ou laranja, na face abaxial da folha. À qual corresponde uma mancha clorótica na face adaxial.

E a disseminação desses esporos ocorre principalmente pelo vento e respingos da água de chuva

A doença inicialmente ataca as folhas da saia do cafeeiro, evoluindo para o ápice da planta, causando desfolha.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Os prejuízos além de ocorrem na produção atual, afeta também a produção do ano seguinte, pois prejudica o crescimento dos ramos.

O desenvolvimento da doença é favorecido por alta umidade, baixa luminosidade (condição típica de plantios adensados) e temperaturas amenas.

Devido ao alto potencial de dano causado pela doença. É aconselhável que sejam adotadas medidas preventivas de controle.

Uma das alternativas é a utilização de cultivares resistentes ou tolerantes, no momento da implementação do cafezal.

Como medidas de controle cultural podem ser adotados maiores espaçamentos, realização de podas e desbrotas, visando o maior arejamento da lavoura.

Já o controle químico deve ser adotado quando a ferrugem no cafezal atingir um nível de 5% de incidência. Para isso, é importante a realização do monitoramento da doença do café no campo.

 

Cercosporiose (Cercospora coffeicola)

Essa doença, dependendo da região, também é conhecida como olho pardo, mancha parda, mancha circular ou olho de pombo.

O seu agente causal é o fungo Cercospora coffeicola, que está presente em mudas nos viveiros e plantas no campo, atacando folhas e frutos.

Os sintomas nas folhas são manchas circulares de coloração castanha clara a escura, com o centro branco. Envolvido na maior parte das vezes por um halo amarelado, gerando um aspecto de olho.

Já nos frutos, os sintomas são lesões deprimidas e de cor escura que pode levar a maturação precoce dos grãos verdes.

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

A cercosporiose gera a deterioração da bebida do café, por causar processos fermentativos indesejáveis devido a presença do fungo.

O desenvolvimento da doença é favorecido por alta umidade e luminosidade, nutrição desequilibrada (principalmente desequilíbrio nitrogênio/potássio), má formação do sistema radicular.

O controle da cercosporiose pode ser cultural ou químico ou, uma associação de ambos.

Já o controle cultural pode ser bastante eficiente, no entanto, deve ser adotado desde a fase de viveiro até o campo.

E pode ser realizado com a instalação do viveiro em local arejado e bem drenado, controle da irrigação, preparo do substrato com o teor de nutrientes bem equilibrados e controlar a insolação.

Já no campo as medidas envolvem fazer as correções de solo necessárias, utilização do espaçamento adequado (para evitar o excesso de insolação), evitar irrigação excessiva e manter a adubação equilibrada.

O controle químico pode ser realizado através de fungicidas sistêmicos ou protetores aplicados via foliar. Tanto nos viveiros como no campo.

 

Manchas de phoma (Phoma spp.)

Causada pelo fungo Phoma spp. essa doença do café ataca folhas, flores, frutos novos e ramos do cafeeiro.

Os sintomas são manchas escuras causando deformações nas bordas do limbo foliar. E nos ramos é possível observar lesões deprimidas e escuras, que levam a seca dos ramos produtivos, gerando o abortamento dos frutos novos.

Essa doença é de rápida disseminação e sua ocorrência se dá tanto em viveiros como no campo.

As condições favoráveis para o desenvolvimento da doença são longos períodos chuvosos, temperaturas amenas, altitude superior a 900 m e excesso de adubação nitrogenada,

Para o controle da Mancha de phoma recomenda-se, a implantação de quebra ventos na lavoura. Evitar o excesso de adubação nitrogenada. Controlar irrigação e espaçamento adequado.

Além das práticas culturais, o controle químico também pode ser realizado de forma curativa ou preventiva. Principalmente durante a formação dos frutos.

 

Mancha aureolada (Pseudomonas syringae pv. garcae)

A mancha aureolada ou crestamento bacteriano do cafeeiro, é causada pela fitobactéria Pseudomonas syringae pv. garcae, e sua ocorrência se dá tanto em viveiros quanto no campo.

Os sintomas típicos da bacteriose são lesões de coloração parda, circundada por um halo amarelado. Ocorre, ainda, a queima e morte dos ramos de cafeeiros jovens.

As condições que favorecem o aparecimento da mancha aureolada são, clima frio e úmido, ventos constantes e danos mecânicos que podem ser causados pela colheita, chuva de granizo e pelo ataque de insetos.

A infecção da bactéria causadora da mancha aureolada na planta ocorre por meio de aberturas naturais ou causadas por ferimentos.

As medidas de controle devem ter caráter preventivo, devido a inexistência de produtos químicos eficientes no controle de bacterioses de plantas.

Portanto, as medidas de controle mais indicadas são, aquisição de mudas sadias, instalação de quebra ventos e maior espaçamento entre as plantas, para se evitar acumulo de umidade por longos períodos.

 

Nematoide das galhas (Meloidogyne spp.)

O gênero de nematoides de maior importância para a cafeicultura é o Meloidogyne spp., atualmente 17 espécies de Meloidogyne já foram descritas infectando cafeeiro.

A espécie Meloidogyne exigua, não é a mais agressiva, no entanto é a responsável pelos maiores prejuízos aos cafezais brasileiros, devido a sua grande disseminação.

Por outo lado, as espécies M. incognita e M. paranaensis, apesar de ocorrem com menor frequência, são mais agressivas.

A reprodução dos fitonematoides no cafeeiro pode ocorrer durante todo o período da lavoura no campo, no entanto, no período de chuvas, a taxa de reprodução do nematoide é maior.

Meloidogyne spp. são conhecidos pela formação de galhas nas raízes. O que causa deficiência na absorção e translocação de nutrientes para o resto da planta. Provocando sintomas como amarelecimento e nanismo das plantas.

Uma vez instalada em uma área, a erradicação do nematoide é praticamente impossível. Portanto, o ideal é evitar a sua entrada na área de cultivo.

Para isso medidas como, obtenção de mudas sadias, limpeza de máquinas e implementos, controle de plantas invasoras e utilização de cultivares resistes, deve ser adotadas.

 

Mancha de ascochyta (Ascochyta spp)

A mancha de Ascochyta é causada pelo o fungo Phoma tarda e apresenta como sintomas manchas de cor marrom com anéis concêntricos nas folhas.

Temperaturas amenas (entre 15 a 25° C) são ideias para o desenvolvimento da doença.

As formas de controle recomendadas para a mancha de Ascochyta são as mesmas utilizadas para o controle da mancha de phoma.

 

Mancha anular do cafeeiro (Coffee ringspot virus – CoRSV)

A mancha anular do cafeeiro é uma das doenças do café causada pelo vírus Coffee ringspot vírus (CoRSV) que tem como vetor o ácaro Brevipalpus phoenicus.

Essa doença já foi relatada nas principais regiões produtoras de café no Brasil e pode ocorrer tanto em folhas como em frutos do cafeeiro.

Os sintomas típicos da doença são manchas cloróticas nas folhas, em forma de anéis concêntricos. E nos frutos, principalmente no estagio de cereja, ocorrem manchas cloróticas, salientes e irregulares.

Os fatores responsáveis pelo aumento desta virose no campo. São períodos prologados de estiagem e aumento da população do ácaro vetor.

Por tanto, o manejo integrado da mancha anular baseia-se principalmente no monitoramento e controle do ácaro B. phoenicus.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Neste artigo conhecemos as principais doenças do café, os sintomas e formas de controle.

No entanto, dependendo da região de cultivo, outras doenças do café podem ser consideradas como principais, devido a frequência em que ocorrem.

Por tanto, é fundamental realizar o monitoramento constante da lavoura. E consultar um profissional qualificado para identificar corretamente a doença.

Escrito por Pollyane Hermenegildo.

Pós-graduação Fitossanidade

Secagem do café: importância e cuidados!

Secagem do café: importância e cuidados!

A secagem do café compreende uma das fases mais críticas da pós-colheita.

Os frutos do café, muitas vezes, apresentam diferentes estágios de maturação, teores de umidade, composição química e anatomia distintas. Dificultando uma secagem homogênea e com isso, influenciando na qualidade final ao consumidor.

Para sucesso nessa etapa é importante, o planejamento e conhecimento sobre recursos disponíveis para o alcance de bons resultados.

Te convido a conhecer um pouco mais sobre essa fase da produção do café, que impacta na sua qualidade.

 

Secagem de café

 

Importância da secagem do café

A secagem do café inclui preparo (secar os grãos propriamente dito) e armazenamento. No Brasil, atualmente, existem basicamente utilização de dois métodos para secagem do café. Em terreiros ou secadores mecânicos e podem levar de 8 até 30 dias de acordo com o tipo de café, terreiro e condições climáticas.

O cuidado com cada uma dessas fases é de fundamental importância para o resultado na qualidade do produto final ao consumidor. E também está diretamente ligada ao custo da produção.

Uma vez que, o elevado teor de umidade inicial dos grãos, em torno de 60%. Torna a secagem do café comparativamente mais difícil de ser executada se comparada com outros produtos agrícolas.

 

 

Além do mais, a importância do processo se torna ainda maior pela representatividade do café no agronegócio nacional.

Segundo o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), a cafeicultura é uma das atividades com maior relevância do ponto de vista social e econômico nas regiões.

Contudo, o processo de secagem é uma das operações mais importantes para a melhoria da qualidade do café. Que deve ser executada em menor tempo possível, tomando sempre o cuidado se evitar a fermentação dos grãos.

Esse processo, uma vez mal conduzido, poderá acarretar grandes prejuízos ao cafeicultor.

 

Métodos de secagem do café

Aqui no Brasil, atualmente, existem basicamente utilização de dois métodos para secagem do café, em terreiros ou secadores mecânicos.

Pode ser utilizado esses métodos separadamente. Como também, a combinação destes dois tipos de secagem.

Na combinação, utilizando-se um período de pré-secagem em terreiros, quando o café ainda possui elevado teor de água. E logo após a complementação da secagem em secadores mecânicos.

Dessa forma, a escolha do método de secagem é muito importante. E essa escolha vai depender de fatores como o nível tecnológico do produtor, a possibilidade de investimento, o volume de produção, as condições climáticas da região, a disponibilidade de espaços físicos livres e mão de obra.

 

Checklist agrícola

 

Uma boa secagem preserva a aparência, como também, a qualidade e nutritiva do grão, agregando valor no produto final.

Sendo que, um ponto importante a ser empregado para uma melhor secagem é a separação de lotes a partir da época de colheita, umidade e homogeneidade dos frutos.

Vejamos a seguir cada um dos métodos de secagem do café separadamente.

 

Secagem convencional ou secagem em terreiro

A secagem do café de forma convencional é bastante utilizada, ela é feita em terreiros de chão batido ou mesmo de cimento, tijolo ou asfalto. Além de poderem ser em terreiros cobertos ou terreiros suspensos.

Entretanto, esse método pode causar baixa taxa de secagem, devido a exposição à condições climáticas desfavoráveis.

No terreiro, as condições para o desenvolvimento de microrganismos na superfície dos frutos são mais favorecidas.

Como também, o aumento da respiração e da temperatura, são fatores que aceleram o processo de fermentação dos grãos, alterando a qualidade final.

O café é sensível a temperaturas excessivamente altas, tolerando 40 °C durante um ou dois dias, 50 °C durante poucas horas e 60 °C se o intervalo de tempo for inferior a uma hora, sem se danificar o grão.

 

Secagem de café

 

Secadores mecânicos

Secadores mecânicos realizam a secagem artificial dos grãos, podendo ser rotativos, verticais ou horizontais.

Os secadores mecânicos usam ar forçado aquecido a diferentes temperaturas, onde, o ar aquecido passa através dos grãos.

Podendo ser executado o processo com movimento ou não dos grãos.

Além desses métodos de secagem do café, deve ser definido se a secagem do grão será com preparo seco ou úmido.

 

Preparo por via seca

Primeiro passo após a colheita, o café é espalhado para secar no terreiro, como já abordado, o terreiro pode ser de cimento, chão batido ou mesmo suspenso.

O café não deve ficar amontoado, para que não ocorra fermentações indesejáveis, que acarretam em danos à qualidade dos grãos.

À tarde, o café deve ser amontoado em pequenos montes e abertos na manhã do dia seguinte, para prosseguimento no processo de secagem do café.

Importante a agilidade nessa operação para boa qualidade dos grãos, evitando sua deterioração.

 

Preparo por via úmida

Esse processo consiste na retirada da casca do fruto maduro, para posterior fermentação da mucilagem e lavagem dos grãos.

Essa fermentação ocorre por meio de microrganismos presentes no ambiente. Esse processo deve ser conduzido com muita cautela, pois a qualidade do café pode ser prejudicada, afetando sua aceitação no mercado.

O preparo por via úmida, é mais comumente utilizado na América central e na África. Gerando cafés mais suaves e geralmente com boas cotações no mercado, de alto valor comercial.

 

Plataforma Agropós

 

Custos da secagem do café X geração de renda

A colheita e a pós-colheita são fases que representam a maior parte do custo de produção da lavoura cafeeira.

E como a secagem do café pode variar de 8 até 30 dias, isso dependendo do terreiro e condições climáticas, gera um gasto grande no seu manejo.

Esta etapa é conhecida como uma das mais importantes na obtenção de cafés de alta qualidade e por isso. Deve ser conduzida cuidadosamente para a obtenção de bons resultados e agregar valor ao seu produto.

A geração e a distribuição de renda na época atingem não só os envolvidos na cadeia produtiva do café. Mas também toda a economia dos municípios onde a cultura está instalada.

Desse modo, o cafeicultor considerando a importância da etapa de secagem do café, deve realizar um planejamento prévio. Mensurando a produção esperada, o dimensionamento dos equipamentos e a estrutura de pós-colheita necessária para o processamento da safra.

 

Conclusão

Para evitar gastos desnecessários e garantir uma boa qualidade ao seu produto, a secagem do café, deve ser realizada com um bom planejamento desde a colheita.

É necessário fazer um levantamento da estrutura de pós-colheita disponível na propriedade, do volume de grãos de café a ser colhido. Além do número de dias que serão gastos para sua realização, da mão de obra disponível e do número de horas de máquina necessário, entre outros.

Vimos nesse artigo que o bom conhecimento e a condução correta e consciente da secagem do café agrega valor no produto que chega ao consumidor e consequentemente aumentando o valor de mercado.

Escrito por Juliana Medina.

Broca do café: aprenda como controlar para aumentar a produtividade!

Broca do café: aprenda como controlar para aumentar a produtividade!

A broca do café é considerada uma das pragas de maior impacto econômico para cafeicultura brasileira.

Algumas medidas simples podem ser adotadas pelo produtor para evitar prejuízos e impactos negativos na qualidade do café.

Vamos agora conhecer melhor essa praga e quais medidas podem ser tomadas para seu controle, evitando a queda da produtividade da sua lavoura.

 

Broca do café: aprenda como controlar para aumentar a produtividade!

 

O que é a broca do café?

A broca do café (Hypothenemus hampei) é um besouro, as fêmeas adultas medem aproximadamente 1,7mm de comprimento e 0,7mm de largura, são elas que atacam a coroa do fruto, perfuram os grãos e ali depositam seus ovos.

As larvas que nascem desses ovos se alimentam dos grãos do café, o que os danifica ou destrói completamente.

Essa praga tem sua origem na África, assim como o cultivo do café, sendo observada aqui no Brasil pela primeira vez em 1913 no estado de São Paulo.

Sua disseminação pela regiões cafeeiras do país se deu de maneira bem acelerada se tornando uma das principais pragas que acomete o lavoura de café.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Broca do café: prejuízos na produção

De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), as perdas em peso podem chegar a 20% em momentos de alta infestação.

Assim como, havendo também, perda na qualidade devido ao aumento do número de grãos brocados, o que deprecia o produto durante a classificação física.

Essa praga é considerada importante, uma vez que ela ataca os frutos em qualquer estágio de maturação, inclusive grão já seco, causando grandes prejuízos na produtividade da lavoura.

 

Comportamento da broca do café

Primeiramente, a broca sobrevive e se multiplica entre uma safra para outra, nos frutos que ficam na planta ou no solo.

Os machos da broca sobrevivem dentro dos frutos, tendo a função de apenas de fecundar as fêmeas. As fêmeas vivem em torno de 156 dias e ao serem fecundadas saem em busca dos frutos para colocar seus ovos.

 Porém, os frutos na fase que apresentam em torno de 86% de umidade não apresentam condições favoráveis para o desenvolvimento de suas larvas, pois as sementes encontram-se com elevada umidade.

Dessa forma, a fêmea apenas realiza uma marcação nos frutos e após 50 dias quando as condições já estão favoráveis para o desenvolvimento das larvas, as brocas voltam nesse mesmo fruto e realizam a postura.

 

Como monitorar broca do café

Para que o controle da broca seja eficiente, ele deve ser iniciado na época correta, devem ser efetuadas amostragens periódicas dos frutos, nos diversos talhões da lavoura, começando pelas partes mais baixas e úmidas.

Nesse sentido, é recomendável que o monitoramento da broca seja iniciado entre novembro a janeiro, aproximadamente três meses após a grande florada (outubro), quando forem observados nas rosetas os primeiros frutos broqueados.

Esse acompanhamento deve ser realizado até o mês de abril.

O monitoramento da broca pode ser feito por meio da contagem de frutos ou utilizando armadilhas.

É realizada a contagem dos frutos pela avaliação de 20 plantas/hectare, em “zigue-zague”, como demonstrado na figura abaixo.

 

Como monitorar broca-do-café

Fonte: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)

 

Ao avaliar as plantas, deve-se coletar uma amostra de 100 frutos/planta e realizar a contagem dos grãos brocados e não brocados.

Já no monitoramento por armadilha, deve-se utilizar 1 armadilha/hectare com cairomônio (semioquímicos envolvidos nas interações interespecíficas dos insetos).

O controle será adotado se caso o percentual de frutos brocados exceda a 3%, para o método de contagem.

Já para o método de amostragem por armadilha, ele será feito caso seja verificada uma média de insetos adultos/armadilha superior a 100.

 

Condições que favorecem a praga

A ocorrência de chuva no inverno, os cultivos adensados, baixa incidência de luz e pouco arejamento são condições que favorecem o desenvolvimento dessa praga.

Qualquer manejo que visa à alteração dessas condições será benéfico no controle da broca do café.

Por isso que é de suma importância o conhecimento de um controle eficiente da praga. Agora veremos como realizar esse controle na sua lavoura de café.

 

Controle da broca do café

Atualmente, para o controle da broca do café, o mais utilizado é o controle químico, porém não tem apresentado boa eficiência e vem causando problemas de resistência e desequilíbrio do meio ambiente.

Por isso, a utilização do manejo integrado de pragas (MIP) se torna mais eficiente. Essa é uma estratégia de controle múltiplo que se fundamenta no monitoramento das populações para tomada de decisão adequada.

Dessa forma, a utilização do controle biológico, cultural e químico torna-se uma ferramenta eficaz no controle de pragas nas lavouras cafeeiras.

Vejamos cada uma das maneiras de controle da broca do café separadamente.

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

Controle biológico

O controle biológico é um método de combater pragas agrícolas através da utilização de seus inimigos naturais, que podem ser insetos predadores, parasitoides e microrganismos (fungos, bactérias ou vírus).

Os fungos entomopatogênicos são agentes de controle de inúmeras pragas, como a broca do café.

Dentre os diferentes agentes de controle natural da broca está o fungo Beauveria bassiana, existem vários estudos descrevendo a eficiência desse fungo no combate da broca em campo.

Logo, uma imagem demonstra como o fungo infecta a broca do café.

 

Controle químico convencional

Como o ataque da broca não se distribui uniformemente, recomenda-se o controle apenas para os talhões em que a infestação da praga já tenha atingido 3 a 5%.

Agindo dessa forma, evitam-se gastos desnecessários com mão de obra e inseticida, como também, tem-se uma diminuição dos problemas relacionados ao uso do produto.

Mesmo após a aplicação do inseticida, o monitoramento deve continuar, e quando a infestação alcançar o nível de controle, pulverizar novamente, respeitando o período de carência do produto usado.

Para a execução do controle químico se deve obedecer alguns cuidados, são eles:

  • Usar equipamento de proteção individual (EPI);
  • Utilizar produtos registrados no MAPA;
  • Fazer rotação de princípio ativo;
  • Respeitar a dose recomendada e período de carência.

 

Controle cultural

Considerado o mais eficiente método de controle da broca do café, o controle cultural realizado de forma adequada, consegue alcançar resultado bastante positivo no controle da praga.

Onde podemos destacar as seguintes formas de manejo:

  1. Plantio do cafeeiro em espaçamentos que permitam maior arejamento e penetração de luz, condições essas que são desfavoráveis à praga, além de permitir a circulação de pulverizadores acoplados a tratores.
  2. Eliminação de cafezais velhos e abandonados, nos quais a broca encontra abrigo e se multiplica livremente.
  3. A colheita deve ser sempre iniciada nos talhões que apresentem os cafeeiros mais infestados, a fim de que sejam evitados maiores prejuízos.
  4. Por fim, deve ser realizada de uma colheita bem feita, evitando que fiquem frutos nas plantas e no chão, em que a broca poderá sobreviver na entressafra.

Contudo, deve ser realizado um repasse na lavoura, se necessário, para evitar a sobrevivência dessa praga e que passe para os frutos novos da próxima safra.

 

Controle comportamental

Esse controle se dá por meio de armadilhas alternativas, podendo ser construídas com garrafas pet.

A substância que atrai os insetos pode ser feita com a mistura de 1:3 de etanol e metanol, acrescida de 1% de ácido benzoico.

Para o controle eficiente recomenda-se a utilização de 30 armadilhas por hectare. A substância atraente deve ser substituída a cada duas semanas.

Portanto, esse tipo de controle é mais eficaz a sua utilização em propriedades menores.

 

Plataforma Agropós

 

Importância do controle da broca do café

Nós vimos nesse artigo que a broca do café é considerada uma das pragas de maior impacto econômico para cafeicultura brasileira e de como é importante o manejo adequado da lavoura.

Atualmente, estudos relatam que a maneira mais eficaz de manter a praga da broca do café sob baixa incidência é a utilização de manejo integrado de pragas (MIP), ou seja, estratégia de controle múltiplo que se fundamenta no monitoramento das populações para tomada de decisão adequada.

Dessa forma, espero ter contribuído para aprimorar os resultados no manejo do sua lavoura, assim, conquistando resultados incríveis de produtividade e de qualidade do seu café.

Deixo abaixo um vídeo produzido pelo Sistema FAEMG com as principais informações sobre a broca do café que provoca perdas na produção cafeeira. Assista!

Escrito por Juliana Martins Medina.

Pós-graduação Fitossanidade

Café: como essa cultura ganhou o mundo?

Café: como essa cultura ganhou o mundo?

O café (Coffea sp.) é uma planta originária do continente Africano, das regiões altas da Etiópia (Cafa e Enária), podendo ser a região de Cafa responsável pela origem do nome café. É uma planta de sub-bosque, no qual o nome também é dado ao fruto, à semente, à bebida e aos estabelecimentos que a comercializam.

Da Etiópia, o café foi levado para a Arábia por mercadores, onde a planta e o produto foram grandemente difundidos.

Logo depois passou a ser consumido outros países europeus e posteriormente todo o continente. Com a colonização, o grão chegou às Américas e assim em todo mundo.

 

café

 

História do café no Brasil

Após se difundir pela Europa, o café chegou em território brasileiro pelo estado do  Pará. Em Belém do Pará, a cultura não foi muito difundida, foi levada para o Maranhão e Bahia, posteriormente chegou ao Rio de Janeiro, espalhando-se pela Serra do Mar e Vale do Paraíba. De São Paulo, foi para Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná.

No Brasil, o desenvolvimento da cultura confunde-se com a própria história do País devido a sua grande importância econômica e social.

No Brasil, até a política se rendeu ao café, com a chamada “política do café com leite”, onde, os estados mais poderosos política e economicamente eram São Paulo e Minas Gerais.

Esse fenômeno de alternância no poder logo recebeu a denominação de “política do café com leite”, exatamente porque o café representava a oligarquia paulista, e o leite, a mineira.

A partir do Século XIX, o Brasil passou a ser considerado exportador de café com exportações contínuas do produto, provenientes do Vale do Paraíba-SP, Araxá-MG e Goiás, o país chegou a ser responsável pela metade do abastecimento mundial.

 

 

Produção no Brasil

No Brasil, existem duas espécies de café que são comumente cultivadas, Arábica (Coffea arabica) e Robusta (Coffea canephora). Ambos apresentam inúmeras variações, todos com aromas e sabores especiais.

 

Café arábica

É a espécie mais difundida no Brasil, principalmente no que diz respeito às variedades de café especial, com maior sabor e qualidade.

É uma planta de altitude e, por isso, a maior parte do Café Arábica produzido no país se concentra nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Bahia e parte do Espírito Santo.

 

Café robusta

Cultivado principalmente no Espírito Santo e em Rondônia. É também mais resistente à pragas e doenças. Ele é muito utilizado para fabricar o café liofizado, o famoso café solúvel.

 

Estados produtores de café

Fonte: Agrobrasil Cofee

 

No Brasil a produtividade média fica em torno de 25 sacas/ha, sendo que o Brasil responsável por cerca de 30% do total da exportação mundial de café, ocupando o 1º lugar.

 

Pragas e doenças no café

O café fica sob risco de danos e perdas de produtividade devido ao grande número de pragas e doenças. O café arábica é particularmente suscetível comparado com espécies mais vigorosas de café robusta.

As folhas, troncos e galhos são atacadas por larvas minadoras, cochonilhas e ácaros. Brocas atacam troncos e também bagas, sendo que os nematoides danificam raízes. Outras doenças que causam perdas de produtividade incluem.

  • Hemileia vastatrix, ferrugem foliar, que leva a queda prematura de folhas, reduzindo significativamente a produtividade do ano seguinte.
  • Cercospora coffeicola, mancha de olho pardo (ou cercosporiose) que também ataca bagas, tornando-as não comercializáveis.
  • Outra importante doença fúngica no café é Mycena Citricolor (Olho de Galo), que é caracterizada pelo aparecimento nas folhas lesões circulares esbranquiçadas.

 

Nutrição do café

As maiores produtividades de café são obtidas em solos bem drenados, sem limitação hídrica, ricos em nutrientes e matéria orgânica. A adubação do solo é essencial para manter altos níveis de produtividade.

As necessidades de fertilizantes são menores durante a fase de crescimento, normalmente nos primeiros dois anos. Nesse estágio é importante evitar uso excessivo de N, pois pode haver um desequilíbrio entre o desenvolvimento da parte aérea e o radicular.

As taxas de aplicação de nutrientes são maiores durante o pico de produtividade dos frutos do café, normalmente do terceiro ano em diante. Nesse estágio, a exportação de nutrientes pela produtividade é maior.

Com muitas plantações sendo cultivadas em áreas montanhosas e sujeitas a alta precipitação, a erosão superficial e perdas de nutrientes podem se tornar grandes desafios.

O uso de resíduos vegetais, retornando a polpa e restos de poda, ajuda a reciclar nutrientes, porém a aplicação de fertilizantes ainda é necessária para suprir a exigência das plantas do café. Uma prática comum é o uso de aplicações frequentes de fertilizantes, principalmente nitrogênio e potássio, ao longo da safra, para manutenção do crescimento.

 

Produtividade

Algumas práticas simples aliadas com controle de pragas e doenças, juntamente com o solo equilibrado, são essências para uma maior produtividade do cafeeiro, podendo destacar também algumas práticas no manejo:

  • O retorno da palha do café ou composto produzido a partir da polpa e resíduos ao campo serve como cobertura para conservar a umidade do solo e também para fornecer matéria orgânica e ciclar nutrientes.
  • A manutenção de raízes fortes e crescimento vigoroso por meio de um bom manejo fitossanitário, garante também o máximo enchimento dos grãos e produtividade.
  • A poda regular é essencial para modelar a estrutura das plantas e promover o crescimento de novos ramos com grande número de frutos. Ao mesmo tempo, um barrado aberto é essencial para assegurar uma maturação homogênea.

 

Nutrição Mineral de Plantas Macronutrientes.

 

Cultivo

No Brasil, a principal modalidade de cultivo do café é a pleno sol. Porém, em algumas regiões o cultivo em Sistemas Agroflorestais (SAFs) vem tornando uma alternativa para aumentar a diversidade vegetal junto aos cafeeiros.

No SAFs, as espécies arbóreas promovem alterações no microclima que podem favorecer a produção do cafeeiro.

Em terrenos ou solos acidentados, é aconselhável fazer o plantio em curvas de nível, pelas vantagens que essa técnica apresenta. Quando for necessária a renovação da lavoura, podemos fazer a poda ou o seu arrancamento e substituição por mudas selecionadas e, quando possível, diminuindo o espaçamento entre as plantas.

Os espaçamentos entre as linhas de plantio de cafeeiros a pleno sol influenciam no seu crescimento quanto a altura e diâmetro da copa. O mesmo pode aplicar quando se tem uma lavoura cafeeira sombreada, causando os efeitos próximos ao adensamento das plantas em um cultivo “solteiro”.

Isso pode influenciar também na altura dos ramos, estes ficando maiores e o diâmetro da copa e número de nós dos ramos plagiotrópicos menores.

 

 

Conclusão

A cultura do café veio para o Brasil e sua adaptabilidade ao nosso clima garantiu que seu cultivo se tornasse um dos impulsionadores da exportação Brasileira e alavancando o agronegócio, assumindo o primeiro lugar.

O café é uma bebida é extremamente apreciada por todo mundo. Adentrando em casas de todas as classes sociais, gostos e formas de preparo.

O cultivo do café exige preparo do solo, controle de pragas e doenças e boas práticas no manejo para que a lavoura atinja todo o seu potencial produtivo.

Há dois principais sistemas de cultivos do café, podendo dentro deles ter outras variações, são eles a pleno sol (solteiro) ou consorciado com outras espécies vegetais, como árvores, formando o SAF, com principal objetivo de aumentar a diversidade vegetal dos sistemas e a renda do produtor.  Não existe a forma correta ou errada, mas sim um entendimento do que se busca com a produção da lavoura.

 

Como corrigir a deficiência de zinco na lavoura de café

Como corrigir a deficiência de zinco na lavoura de café

O encurtamento dos internódios é um dos sintomas de deficiência de zinco no cafezal (Foto: Reprodução/TV Globo)

Como corrigir a deficiência de zinco no cafezal? Um telespectador do programa Globo Rural, da TV Globo, pediu ajuda para resolver o problema. Segundo o agrônomo Leonardo Oliveira, plantas com desequilíbrio de zinco, tanto falta quanto excesso do nutriente, apresentam sintomas que são fáceis de reconhecer como o encurtamento dos internódios da planta e a redução do tamanho das folhas. O especialista em café recomenda fazer uma análise foliar para confirmar o diagnóstico. No caso de falta de zinco, a correção pode ser feita com a aplicação de adubo no solo ou nas folhas. Para o agrônomo, a pulverização permite uma distribuição melhor do zinco e também melhora o custo para o produtor. Caso haja excesso de zinco, deixe de aplicar o nutriente e espere que a planta cresça para entrar novamente em equilíbrio. Confira a reportagem no link abaixo: Aderval mudanças

Reportagem produzida e exibida pelo programa Globo Rural, da TV Globo, no dia 01 de julho de 2018.

 

Por Globo Rural.