Pragas agrícolas que mais afetam a agricultura!

Pragas agrícolas que mais afetam a agricultura!

As pragas agrícolas são organismos que reduzem a produção das culturas, seja por atacá-las, por serem transmissores de doenças ou por reduzirem a qualidade dos produtos agrícolas. Neste post você irá conhecer as principais pragas agrícolas e diferentes métodos para seu controle.

Acompanhe, e não fique de fora!

 

Pragas agrícolas que mais afetam a agricultura!

 

Em meio a todo o esforço para manter a plantação saudável e produtiva, as pragas agrícolas surgem como um pesadelo na rotina dos agricultores. Silenciosas no começo, chegam sem despertar suspeita, e quando o produtor nota a presença, muitas vezes, já se espalharam pela plantação.

Conceitualmente, podemos dizer que um inseto se torna uma praga quando ele aumenta em população, ao ponto de ocasionar perturbações no desenvolvimento da lavoura, além de, prejuízos econômicos.

Impulsionados pelo cultivo de monoculturas em grandes extensões, os surtos de ataque de pragas estão cada vez mais frequentes, o que, consequentemente, exige a adoção de estratégias para o controle.

 

Fatores que favorecem o ataque de pragas

Veja os principais fatores que influencia no aparecimento de pragas nas diferentes culturas agrícolas

  • Descaso pelas medidas de controle.
  • Plantio de variedades suscetíveis ao ataque das pragas;
  • Falta de rotação de culturas nos agro ecossistemas;
  • Plantio em regiões ou estações favoráveis ao ataque de pragas;
  • Adoção de plantio direto (geralmente há um aumento de insetos que atacam o sistema radicular das plantas);
  • Adubação desequilibrada (as plantas mal nutridas são mais susceptíveis ao ataque de pragas);
  • Uso inadequado de praguicidas (uso de dosagem, produto, época de aplicação e metodologia inadequados).

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Métodos de controle de pragas

Os métodos devem ser selecionados com base em parâmetros técnicos (eficácia), econômicos, que preservam o ambiente. Os principais métodos usados no controle de pragas são:

  • Métodos culturais: emprego de práticas agrícolas normalmente utilizadas no cultivo das plantas objetivando o controle de pragas.
  • O controle biológico: ação de inimigos naturais na manutenção da densidade das pragas em nível inferior àquele que ocorreria na ausência desses inimigos naturais.
  • O controle químico: aplicação de substâncias químicas que causam mortalidade no controle de pragas.
  • Além do controle mecânico: uso de técnicas que possibilitem a eliminação direta das pragas.
  • E o controle físico: consiste no uso de métodos como fogo, drenagem, inundação, temperatura e radiação eletromagnética no controle de pragas.

 

Principais pragas agrícolas

O primeiro passo para proteger sua lavoura do ataque de pragas é conhecer esses agentes. Listamos a seguir os principais inimigos dos agricultores.

 

Lagarta helicoverpa (Helicoverpa armigera)

A lagarta helicoverpa é uma praga emergente, gerando um problema iminente no Brasil desde 2013, quando foram relatados ataques expressivos em soja e algodão.

Atualmente, está presente em todas regiões de cultivos e com potencial de danos em diversas culturas, como soja, algodão, feijão e até mesmo milho.

A identificação da lagarta no campo é dificultada devido à similaridade com outras espécies como Helicoverpa Zea e Heliothis Virescens.

 

Lagarta helicoverpa (Helicoverpa armigera)

 

Danos na cultura

As vias de ingresso da Helicoverpa armigera nas plantas são a parte aérea (flor, folha, gemas, fruto/vagem, estruturas reprodutivas e pontos de crescimento).

Os estágios imaturos alimentam-se em todos os estágios de desenvolvimento da planta, danificando todas as estruturas. As larvas atacam ramos, flores e cápsulas da semente.

 

Controle da praga

Realizar Manejo Integrado de Pragas, utilizar cultivares geneticamente modificadas expressando a toxina Bt, utilizar inseticidas biológicos e químicos, seletivos aos inimigos naturais.

 

Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda)

É considerado a principal praga da cultura do milho no Brasil, ocorrendo em todas as regiões produtoras, tanto nos cultivos de verão como nos de segunda safra (“safrinha”). O inseto está sempre presente a cada ano de cultivo e ataca a planta desde sua emergência até a formação de espigas.

 

Lagarta do cartucho: como essa praga acomete a cultura do milho?

 

Danos na cultura

Folhas raspadas e perfuradas, cartucho destruído e espigas danificadas. Observam-se excreções das lagartas nas plantas, reduzindo a área foliar das plantas. Favorece o ataque de patógenos.

As lagartas perfuram a base da planta, causando o sintoma de “coração morto”. A lagarta ataca preferencialmente o cartucho, destruindo-o, principalmente na fase próxima do florescimento podem causar danos expressivos que se acentuam em períodos de seca.

Os danos são maiores quando o ataque ocorre em plantas com 8 a 10 folhas. As plantas são cortadas rente ao solo, causando falhas.

 

Controle da praga

O controle da lagarta-do-cartucho, quando o ataque é verificado na região da espiga, é difícil pela falta de equipamentos adequados.

Muitas vezes o agricultor é obrigado a utilizar a aplicação aérea ou a aplicação via água de irrigação. Mesmo através dessas modalidades a eficiência é baixa, com a praga instalada na espiga.

 

Pulgões ou afídeos (Hemiptera, Aphididae)

Os pulgões são insetos pequenos (1,5 a 3,0 mm), de corpo mole e piriforme, com antenas longas. O aparelho bucal é do tipo picador-sugador e o desenvolvimento paurometabólico. São altamente prolíficos e reproduzem-se por viviparidade e partenogênese telítoca.

Vivem sobre a planta em colônias formadas por adultos (fêmeas) alados e ápteros e por ninfas de diferentes tamanhos. As formas de disseminação podem voar centenas de quilômetros com auxílio do vento.

 

Pulgão branco: saiba tudo sobre essa praga!

 

Danos na cultura                                                                         

Os pulgões causam declínio rápido da planta, seca dos galhos a partir das extremidades e folhas amareladas. As radicelas apodrecem, folhas e frutos ficam menores e surgem sintomas de deficiência nutricional.

A extensão dos prejuízos causados pelo pulgão às plantas depende da densidade populacional e do estágio de desenvolvimento, vigor e suprimento de água das plantas.

O inseto infesta a face inferior das folhas, mas também causa manchas necrosadas na face superior. Devido à intensa sucção de seiva, eles produzem um volume significativo de excrementos que cobrem as folhas inferiores, deixando-as pegajosas ou cobertas com fumagina.

 

Controle da praga

Os pulgões são naturalmente controlados pela ação das chuvas e do inimigos naturais. Na ausência desses agentes, a população pode aumentar em até 10 vezes a cada semana.

Preventivamente, a infestação pode ser evitada por meio da aplicação de inseticidas sistêmicos via tronco ou drench (deve-se dar preferência a esta modalidade de aplicação, que é mais seletiva aos inimigos naturais).

 A pulverização só é recomendada quando ocorrer ataque muito intenso e não houver a presença de inimigos naturais.

 

Tudo o que você precisa saber sobre a mosca branca (Bemisia tabaci)

 

Mosca-branca (Aleyrodidae)

Antes de tudo, é importante destacar que esse inseto está presente nas principais regiões agrícolas do mundo. Além disso, ele se adapta especialmente a áreas de clima quente e umidade elevada, o que favorece seu desenvolvimento e dispersão.

Da mesma forma, a mosca-branca é um inseto polífago, ou seja, tem uma ampla gama de hospedeiros. Entre eles, destacam-se, sobretudo, culturas como algodão, brócolis, couve-flor, repolho, abobrinha, melão, chuchu, melancia, pepino, berinjela, fumo, pimenta, tomate, pimentão, soja e uva.

Além disso, o inseto também ataca algumas plantas ornamentais, como o bico-de-papagaio, tornando-se, assim, um problema ainda maior para diversas culturas.

Mosca branca: conhecendo o inimigo!

 

Danos na cultura

Os danos causados pela mosca-branca podem ser diretos ou indiretos. O processo alimentar do inseto começa com a penetração intercelular dos estiletes nos tecidos foliares do mesofilo até atingir o floema, onde ocorre a sucção de seiva elaborada, caracterizando um dano direto à planta.

Além disso, o inseto pode causar fitotoxemias devido ao seu processo alimentar, resultando em alterações fisiológicas na planta.

 

Controle da praga

Tratamento de sementes com inseticidas carbamatos sistêmicos ou sistêmico granulado no sulco de plantio ou, ainda, pulverizar com fosforados sistêmicos. Uso de armadilhas de cor amarela ajudam a diminuir número de adultos na área.

 

Córos (larvas de besouro)

Corós são larvas de besouros de diversas espécies que, antes de tudo, atacam gramados e outras culturas em determinadas fases de desenvolvimento.

Por outro lado, o padrão de elos na ponta do abdômen dessas larvas pode ajudar na identificação. No entanto, para que haja uma determinação exata das espécies, é essencial realizar a análise dos adultos.

Além disso, a irrigação noturna, especialmente durante a época dos voos dos adultos, pode atrair as fêmeas. Isso ocorre, sobretudo, quando as áreas circunvizinhas estão secas, criando um ambiente mais favorável para a oviposição.

Da mesma forma, as luzes atraem fortemente os adultos à noite. Por essa razão, frequentemente ocorrem altos níveis de ataque em locais próximos a postes de iluminação ou luminárias de jardins, o que aumenta os danos nessas áreas.

 

Córos (larvas de besouro)

 

Danos na cultura

Quando os corós se alimentam das raízes de gramíneas, estas gradualmente ficam mais fracas, amareladas, podendo até morrer, pois a lesão na raiz reduz a capacidade da grama de absorver água, nutrientes e resistir ao stress hídrico.

Na sequência aparecem manchas mais escuras, espalhadas e irregulares no gramado, que aumentam de tamanho ao longo do tempo. Quando o gramado está sofrendo com uma alta infestação ele solta-se facilmente do solo.

A intensidade dos danos depende da espécie e da saúde do gramado. Portanto, um bom programa de irrigação e de fertilidade do solo, entre outras operações de manutenção, ajudam a tolerar ou superar infestações moderadas.

 

Controle da praga

Devido às restrições no uso de inseticidas em áreas urbanas, o controle biológico passa se torna uma ótima opção. Com a utilização de nematoides, bactérias, fungos e parasitoides da ordem Díptera.

 

Percevejo marrom (Euschistus heros)

Os percevejos são uma praga‑chave da cultura de soja vem várias regiões do Brasil, principalmente nas de clima quente.

Predominante nas lavouras de soja no Estado de Mato Grosso, esse inseto pode ocasionar danos irreversíveis à cultura. Pois, para se alimentar, suga diretamente os grãos de soja, o que acarreta redução na produção e na qualidade das sementes.

Os prejuízos resultam da sucção de seiva dos ramos ou hastes e de vagens. Podendo causar prejuízos de até 30% do potencial produtivo. Também injetam toxinas, provocando a “retenção foliar”.

 

Percevejo Marrom

 

Danos na cultura

Esses insetos atingem as sementes ao introduzirem o aparelho bucal nos legumes, tornando-os chochos e enrugados, o que afeta a produção e a qualidade dos grãos.

Eles também podem abrir caminho para doenças fúngicas e causar distúrbios fisiológicos, como a retenção foliar da soja.

Os principais sintomas incluem a produção limitada devido à sucção de seiva dos ramos, hastes e vagens, provavelmente causada pelas toxinas que injetam. Além disso, provocam o escurecimento e murcha das vagens, bem como a queda e o apodrecimento das estruturas florais e dos frutos.

 

Controle da praga

A aplicação de produtos em pulverização deve ser utilizada para controlar esses insetos. É importante escolher os mais seletivos aos inimigos naturais e menos tóxicos ao homem. Recomenda-se o uso de produtos de carência curta, especialmente quando a produção for destinada ao consumo verde.

 

Manejo integrado de pragas (MIP)

O desafio do agronegócio brasileiro está na difusão de métodos sustentáveis para o manejo de pragas. Trazendo para o dia-a-dia do produtor as inovações tecnológicas e, assim, manter as cadeias produtivas competitivas no mercado.

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é um conjunto de boas práticas agrícolas que implica no monitoramento da população de insetos e combina métodos e estratégias de controle como cultural, biológico, físico, legislativo, mecânico e químico, visando evitar o dano econômico.

Reconhecer cada tipo de inseto é muito importante, uma vez que permite proteger aqueles que são úteis e, ao mesmo tempo, controlar apenas os que são pragas, quando necessário.

Por esse motivo, a visita semanal à lavoura é essencial, visto que possibilita identificar e monitorar a quantidade de pragas agrícolas. Além disso, observar cada parte da planta permite decidir sobre o controle no momento correto e, dessa maneira, evita danos, perdas e prejuízos na produção.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

As pragas listadas aqui, além disso, são altamente adaptadas ao sistema agrícola. Por esse motivo, possuem extrema importância econômica e, além do mais, são quase sempre de difícil controle. Dessa forma, é essencial planejarmos e, consequentemente, utilizarmos corretamente as ferramentas de MIP disponíveis.

Além disso, é fundamental lembrar que você deve realizar o MIP na sua lavoura para que, assim, evite problemas relacionados ao abuso no uso de inseticidas. Para que isso ocorra, é importante começar esse manejo conhecendo o histórico da área e, posteriormente, realizando monitoramentos semanais.

Escrito por Michelly Moraes.

Pós-graduação Fitossanidade

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