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Eucalipto: por que se tornou a árvore mais plantada no Brasil?

Eucalipto: por que se tornou a árvore mais plantada no Brasil?

Quer saber mais sobre o eucalipto? Leia nosso post e tire suas dúvidas desde a implantação da cultura até o momento da colheita.

O eucalipto é a espécie florestal mais plantada no Brasil. Seu cultivo começou nas primeiras décadas do século XIX, tornando-se a espécie florestal mais plantada em todo o mundo no século XX. Quase todas as espécies são nativas da Austrália, onde 77% da área de floresta nativa é coberta por eucalipto.

 

eucalipto

 

Existem mais de 700 espécies conhecidas. As principais espécies de eucalipto cultivadas no mundo são Eucalyptus grandis, E. urophylla, E. globulus, E. camaldulensis e E. tereticornis.

Acredita-se que esta árvore tenha chegado ao Brasil por volta de 1825, sendo que os primeiros exemplares foram plantados como ornamentais no estado do Rio de Janeiro, onde até hoje é possível visitar no jardim botânico do Rio, alguns destes.

Algum tempo depois, em 1868, no estado do Rio Grande do Sul, foram realizados plantios utilizados como quebra-ventos e para gerar lenha. Foi o engenheiro agrônomo Edmundo Navarro de Andrade, que iniciou o estudo e cultivo da espécie em larga escala, no ano de 1909.

 

Eucaliptocultura no Brasil

O Brasil é referência mundial em cultivo de eucalipto, estando entre os principais produtores de celulose, papel e painéis de madeira.

O setor brasileiro apresenta a maior produtividade, medida em volume de madeira produzida por unidade de área ao ano, e a menor rotação do mundo, que equivale ao tempo decorrido entre o plantio e a colheita das árvores.

No Brasil, este tempo é de cerca de 6 a 7 anos, enquanto em países de clima temperado como o Canadá, este tempo de chegar a mais de 30 anos.

A produtividade média, está na casa de 36 m3/ha/ano, mas há situações que pode chegar a 70 m3/ha/ano. As florestas plantadas representam menos de 1% do território nacional, mas são responsáveis por mais de 90% de toda a madeira utilizada para fins produtivos.

Os plantios de eucalipto ocupam 5,7 milhões de hectares e estão localizados principalmente nos Estados de Minas Gerais (24%), de São Paulo (17%) e do Mato Grosso do Sul (16%).

O setor de árvores plantadas no Brasil, liderado pela eucaliptocultura, representa 1,3% do PIB bruto nacional e 6,9% do PIB industrial, gerando mais de 513 mil empregos diretos e cerca de 3,8 milhões indiretos.

Somos o segundo maior produtor mundial de celulose, atrás apenas dos EUA. A maior empresa de celulose de mercado do mundo é brasileira, resultante da fusão das gigantes Fibria e Suzano.

 

As principais doenças bióticas da eucaliptocultura no Brasil

 

Versatilidade do eucalipto

A planta é cultivada para os mais diversos fins, tais como papel, celulose, lenha, carvão, aglomerado, serraria, óleos essenciais para indústrias farmacêuticas, produção de mel, ornamentação e quebra-vento, entre outros.

Para utilização como madeira, seu uso é útil para muitas aplicações. Isso devido à sua resistência, durabilidade, qualidade e variabilidade na cor, densidade, forma, dureza, dentre outros.

A madeira serrada é utilizada para confecção de pisos, fabricação de moveis, dentre outros. Na indústria, é utilizado como fonte de celulose, sendo Brasil, o segundo maior produtor mundial. Além disso, os óleos destilados das folhas de eucalipto são utilizados para aromaterapia e em perfumes.

 

Qual espécie de eucalipto plantar?

A espécie e o manejo adotado dependem da finalidade do plantio e das condições edafoclimáticas da região. Assim, não existe uma única espécie que contemple todas as possibilidades.

Os híbridos de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis (“urograndis”) vem se destacando no cenário silvicultural desde a década de 1980, devido à excelente complementariedade dessas espécies e ao vigor híbrido tanto em aspectos produtivos, quanto na qualidade da matéria prima, principalmente para os setores de celulose e metalurgia.

Mais recentemente, outras espécies como E. dunnii, E. brassiana, E. longirostrata e E. benthamii têm sido incorporadas aos programas de melhoramento genético a fim de aumentar a produção de celulose e a resistência ao frio e à seca, dependendo da região. Para produção de óleo essencial, a espécie recomendada é a Corymbia citriodora, que era anteriormente classificado dentro do gênero Eucalyptus.

 

Qual época plantar o eucalipto?

É recomendado que a implementação da cultura seja realizada nos períodos mais chuvosos do ano, pois as mudas demandam de solo mais úmido para se firmarem e desenvolverem, o que reduz as perdas de árvores por morte da raiz. Assim, os meses de setembro, outubro, dezembro, janeiro e fevereiro são os mais apropriados para o plantio de eucalipto.

As mudas podem ser obtidas por sementes ou por meio de clonagem. Os clones apresentam maior uniformidade nas suas características e rendimento superior. Além disso, possuem características como resistência a pragas e doenças conhecidas, na maioria dos casos.

 

Métodos de plantio de eucalipto

Antes do plantio é necessário escolher o método mais, realizar a limpeza da área e preparo do solo, planejar o tamanho de talhões, espaçamento, distribuição de aceiros, dentre outros. O plantio pode ser mecanizado, manual ou semimecanizado.

Em áreas planas, é possível mecanizar todo o processo, desde o preparo de solo até o plantio, propriamente dito.

No plantio semimecanizado, o preparo do solo é realizado com implementos, enquanto a operação de plantio é manual.

Em áreas declivosas, o plantio é realizado manualmente. A partir daí deve-se conduzir adequadamente os tratos silviculturais, que são as práticas necessárias para favorecer o adequado desenvolvimento e o máximo rendimento das árvores.

Os tratos culturais incluem adubação, desramas, desbates, controle de plantas daninhas, pragas e patógenos, dentre outros, sendo realizados até o momento da colheita e mais críticos quando a planta está na sua fase inicial.

 

Adubação

A adubação de implementação da cultura é realizada de acordo com análise do solo e, geralmente, em duas etapas: antes ou durante o plantio com aplicação de adubação fosfatada e 30 a 40 dias após o plantio com adubação nitrogenada. A adubação de manutenção visa fornecer potássio, cálcio e magnésio e realizado nos plantios quando atingem idade de 3 anos.

 

Desrama e desbaste

Para melhorar a qualidade da madeira é necessário a poda de galhos, conhecida como desrama. Ela é necessária na madeira utilizada para serraria, porém quando produzida para celulose ou pallets, não é necessária. Além da desrama, outra operação fundamental na produção de eucalipto para serraria é o desbaste. O desbaste é a colheita antecipada de árvores, a fim de diminuir a população e obter indivíduos de maior diâmetro.

 

Controle de daninhas, pragas e patógenos

Durante os dois primeiros anos da cultura é de fundamental importância o controle de plantas daninhas, que ao competir por luz, nutrientes e água, comprometem o rendimento da cultura.

Em grandes plantios, o controle de plantas daninhas é realizado por meio da utilização de herbicidas. Também nos anos iniciais, é de fundamental importância o controle de formigas cortadeiras, que são as principais pragas da cultura.

Neste caso, são utilizados formicidas, principalmente formulados como iscas. Além de formigas, cupins, besouros desfolhadoras, coleobrocas e insetos sugadores, como psilídeos tem potencial de causar grandes perdas nos cultivos florestais, se não manejados.

As doenças que ocorrem na cultura podem ser divididas em dois grandes grupos:

 

Doenças que ocorrem durante a produção de mudas

Durante a produção de mudas, preocupa a ocorrência de patógenos que causam tombamento e são favorecidos sob condições de alta umidade. O controle dessas doenças é realizado por meio de manejo adequado de irrigação, espaçamento, eliminação de plantas doentes, dentre outras medidas durante todas as fases de produção.

 

Doenças que ocorrem no campo

Em campo, existem diversas doenças que incidem tantos nos anos iniciais como em fases tardias. A ferrugem, causada pelo fungo Austropucicinia psidii, A murcha de ralstonia e seca-de-ponteiros, causadas pelas bactérias Ralstonia solanacearum e Erwinia psidii, respectivamente, incidem em plantios de até 2 anos de idade. Além desta fase, a ferrugem é crítica quando incide em brotações. A mancha de Mycosphaerella causa desfolha em clones de E. dunni, e ocorre geralmente em regiões mais frias.

Além das doenças citadas, estão entre as principais no país, o cancro (Crysophorte cubensis), o oídio, a mancha de calonectria (Calonectria spp.), dentre outras. O controle das doenças que ocorrem em campo é realizado principalmente por meio da utilização de clones com resistência genética.

 

Controle de daninhas, pragas e patógenos

Doenças que incidem no eucalipto. a: Ferrugem, b: murcha de ralstonia, c: Mancha de calonectria e, d: mancha de micosphaerella. Fonte: Clonar eucalipto.

 

Colheita do eucalipto

A colheita envolve os processos de corte, transporte e armazenamento da madeira até o momento de uso. Quando o plantio se destina à produção de celulose, a colheita é realizada em torno de 7 anos de idade. Porém, em plantios destinados à produção de madeira serrada, a colheita é realizada mais tardiamente, quando as árvores atingem a idade de 13 a 14 anos.

Em plantios menores, pode ser realizada com motosserra, porém, em áreas maiores, de empresas do ramo florestal, a colheita é realizada de forma mecanizada com maquinário especifico. Após o corte, a cepa poderá ser aproveitada pela rebrotação, num sistema de condução conhecido como talhadia. O sistema de talhadia pode ser adotado para clones com alta capacidade de brotação, porém proporciona menor rendimento de madeira no segundo ciclo.

Embora seja um investimento com retorno a médio e longo prazo, o cultivo do eucalipto pode ser interessante tanto para pequenas quanto grandes propriedades rurais devido a características, como múltiplos usos, podendo ser plantado para ser fonte de madeira, celulose, carvão vegetal lenha, dentre outros.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Devido essa diversidade de usos, a espécie/clone escolhido deve ser apropriado à finalidade do cultivo. O plantio pode ser realizado de maneira manual a completamente mecanizado, dependendo da topografia e tamanho da área e recomenda-se que seja realizado durante o período chuvoso.

A cultura exige uma atenção maior no início do seu ciclo quanto à adubação, controle de plantas daninhas, pragas e patógenos, porém estes podem incidir até o momento da colheita.

A colheita, quando para a produção de celulose, é realizada em torno de 7 anos, porém para produção de madeira para serraria, ocorre em torno de 13 a 14 anos.

Quer saber mais sobre o assunto? Acompanhe o nosso blog e mantenha-se atualizado!

 

 

Silvicultura: descubra a sua importância!

Silvicultura: descubra a sua importância!

A Silvicultura é o cultivo de florestas através do manejo agrícola, é a ciência dedicada ao estudo dos métodos naturais e artificiais de regenerar e melhorar os povoamentos florestais com vistas a satisfazer as necessidades do mercado. E, ao mesmo tempo, é aplicação desse estudo para a manutenção, o aproveitamento e o uso racional das florestas.

Em primeiro lugar a silvicultura se ocupa das atividades ligadas ao cultivo das árvores.

 

Silvicultura

 

Ela tem sido tradicionalmente aplicada como um dos mais importantes instrumentos para a obtenção de matéria-prima destinada ao atendimento de diversas demandas como produzir madeiras. Que vão do pequeno agricultor à grande indústria de base florestal, estando relacionada à cultura madeireira.

E tem se tornado também importante instrumento a contemplar as práticas de reflorestamento destinadas ao atendimento de diversas demandas ecológicas e ambientais.

A princípio, a silvicultura brasileira vem ao longo dos anos batendo sucessivos recordes de produção. Favorecendo efetivamente a geração de produtos, tributos, empregos e renda, o que é extremamente importante para os mais diversos segmentos da sociedade, notadamente para a economia brasileira.

Com tudo vale ressaltar que a silvicultura presa pela estabilidade do meio ambiente. Onde esse tipo de ação tem como principal objetivo promover a manutenção dos biomas locais e assim ajudar a recuperar recursos naturais que se perderam devido a degradação do meio ambiente.

 

 

O que é silvicultura?

Silvicultura é a ciência dedicada ao estudo dos métodos naturais e artificiais de regenerar e melhorar os povoamentos florestais com vistas a satisfazer as necessidades do mercado. E, ao mesmo tempo, é aplicação desse estudo para a manutenção, o aproveitamento e o uso racional das florestas. Os principais tipos de silvicultura se dividem entre dois modelos: o clássico e o moderno.

Clássico: O método clássico leva em consideração a própria força produtiva das florestas naturais e o processo orgânico de regeneração em busca do equilíbrio do ecossistema.

Moderno: O estilo moderno é baseado na plantação das florestas, principalmente as do modelo silvicultura de eucalipto. E é provocado por ação do homem ou de forma orientada e artificial.

 

Silvicultura de precisão

Mas se você está em busca de um manejo mais especializado do solo. A silvicultura de precisão é destaque de investimento nesse cenário. Proporcionando maior controle da produção, otimização de mão de obra e melhor aproveitamento de recursos.

A silvicultura de precisão é um modelo de cultivo florestal que se baseia na obtenção e análise de dados específicos de uma produção. Diferente do modelo tradicional de manejo florestal. Neste tipo de técnica, a ideia é levar em consideração cada microambiente de uma área geográfica. Dessa forma, faz com que as intervenções preventivas ou corretivas sejam localizadas, aumentando o grau de eficiência e reduzindo gastos.

Portanto, a principal recomendação para adoção da silvicultura de precisão são para áreas nas quais exista grande variação dos fatores que interferem diretamente na produção no talhão florestal.

Primeiramente, identificada essas áreas, com ajuda da silvicultura de precisão. Devem ser aplicados manejos diferenciados em termos de mudas, preparo do solo, controle da adubação, controle de plantas daninhas, pragas e doenças, em cada microambiente ao invés de um único manejo para toda a área.

Também auxilia na otimização e uso racional dos recursos disponíveis, auxilia no processo de gestão de pessoas e na maximização do potencial de cada clone. Já que a seleção e implantação de melhores materiais genéticos é direcionada para cada ambiente específico. Mais do que isso, a adoção da silvicultura de precisão determina os melhores sítios e ambientes mais adequados para que a cultura expresse o máximo potencial do material genético. E seja mais rentável.

De uma forma geral, a silvicultura de precisão é uma ferramenta capaz de auxiliar na obtenção de melhores ganhos. Isso significa ter produção de madeira obtida por árvore maximizada já que permite que sejam feitas intervenções em todas as etapas do manejo. E exatamente onde é mais preciso.

 

Qualidade e Uso da Madeira

 

Silvicultura urbana

A silvicultura também pode ser explorada em ambientes urbanos a partir de espaços que possuam vegetação arbórea.

Aqui, vale locais privados ou públicos que tenham a intenção do cultivo para fins ecológicos, econômicos ou sociais. Afinal, possuir mata verde perto da sua residência na cidade oferece maior bem-estar no dia a dia. Como formas de monitoramento estão recursos tecnológicos que levam em consideração o posicionamento geográfico.

A exploração florestal, reflorestamento e gestão econômica buscam uma combinação adequada entre a preservação ecológica. E o aproveitamento da floresta com fins sociais. Sendo fundamental a preservação florestal para o aproveitamento industrial, porém não sendo o único fim dessa atividade.

 

Qual principal objetivo da silvicultura?

Antes de mais nada, o seu principal objetivo é cultivar povoamentos  de florestas através das necessidades do mercado e produzam riqueza.

Garantidas a continuidade e a boa qualidade da produção. De um ponto de vista mais geral, é a produção de madeira abundante e barata. De fácil aproveitamento, que deve ser assegurada no futuro.

O campo de estudo da silvicultura é multidisciplinar e interessa a várias áreas científicas. Como a botânica, a ecologia, a fitopatologia, a edafologia, a fitogeografia e a economia.

Portanto, quais são os pontos que influenciam o sucesso de um projeto de silvicultura? O sucesso de um projeto de silvicultura depende do planejamento e implantação adequada nas várias fases do processo.

As fases podem ser compreendidas em

  • Estudo do clima
  • Determinação da espécie
  • Definição do material genético
  • Produção de mudas, preparo
  • Preparo do solo
  • Controle de formigas e outros invasores
  • Tratos culturais
  • Tratos silviculturas e colheita planejada.

Como a prática da silvicultura, consiste além da extração de madeira e outros produtos de interesse comercial. As técnicas próprias da silvicultura têm como função a preservação da floresta contra a erosão, a desertificação e a depauperação do solo, além de proteger a flora e a fauna de uma região.

 

Silvicultura no Brasil

O Brasil tem despontado como a maior potência mundial no fornecimento de produtos florestais não madeireiros (PFNM) e madeireiros (PFM) e ainda referência como fornecedor de serviços ambientais. Graças às funções ecossistêmicas de suas florestas.

Enquanto o país possuía mais de 500 milhões de hectares de floresta nativas e apenas 6 milhões de plantações. É possível afirmar que quase toda a riqueza socioeconômica do setor florestal brasileiro vem da silvicultura. Ou seja, das plantações florestais. Em que pese o contexto histórico de meio século da Engenharia Florestal, o seu avanço tecnológico tem sido significativo.

Como diante das vantagens da silvicultura, há ainda muito espaço para o seu crescimento no Brasil. Se for comparada à de países tradicionalmente florestais.

O setor ainda tem muito a expandir em termos sociais, econômicos e ambientais. Dentre as atividades econômicas, a silvicultura é talvez a que apresente maior potencial de contribuição para a construção de uma Economia Verde. Visto que é realizada dentro dos conceitos desta, e produz insumos às outras atividades alcançarem o caminho da sustentabilidade.

O Setor Florestal Brasileiro (SFB) é marcado por uma amplitude de indústrias e de produtos. Sendo composto, basicamente, por três cadeias produtivas: da madeira industrial (celulose e papel e painéis de madeira reconstituída), do processamento mecânico da madeira (serrados e compensados) e da madeira para energia (lenha, cavaco e carvão vegetal).

Utilização de madeira

 

A importância das florestas no meio ambiente

O Brasil vivenciou, nas últimas décadas, uma transformação na produção madeireira. As grandes indústrias de papel, celulose; exemplo Suzano, móveis e siderurgia; exemplo  Gerdau e Duratex, dentre outras, têm utilizado técnicas de silvicultura para viabilizar a sua própria produção e contribuir com a preservação do meio ambiente.

Mas a silvicultura tem um indispensável papel no processo de reflorestamento, atuando contra a erosão, a desertificação e o enfraquecimento do solo. Tem como função cuidar da exploração e da manutenção racional das florestas, desde o pequeno agricultor às grandes indústrias madeireiras.

De acordo com o Sistema Nacional de Informações Florestais (SNIF) o Brasil detém hoje as melhores tecnologias na silvicultura do eucalipto, atingindo cerca de 60m³/ha de produtividade, em rotações de sete anos.

Dentre os benefícios da técnica, estão:

  • Diminuição da pressão sobre florestas nativas;
  • Reaproveitamento de terras degradadas pela agricultura;
  • Sequestro de carbono;
  • Proteção do solo e da água;
  • Ciclos de rotação mais curtos em relação aos países com clima temperado;
  • Maior homogeneidade dos produtos, facilitando a adequação de máquinas na indústria.

 

Além disso, a silvicultura atua no combate às pragas e no controle de incêndio para evitar a alteração do equilíbrio natural da floresta; fiscaliza a contaminação humana (uso de agrotóxicos); auxilia no corte adequado de árvores (frequência e intensidade) e na recuperação das florestas nativas, cujo objetivo é ampliar as possibilidades de manutenção dos biomas locais.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Portanto, silvicultura é a ciência que se dedica efetivamente ao estudo dos métodos naturais e artificiais de regenerar e melhorar os povoamentos florestais com vistas a satisfazer as necessidades do mercado.

E, ao mesmo tempo, aplica esse estudo para a manutenção, o aproveitamento e o uso racional das florestas.

Portanto, pode-se entender por silvicultura, o ato de criar e desenvolver povoamentos florestais, satisfazendo as necessidades de mercado e se preocupando com o meio ambiente.

Escrito por Michelly Moraes.

O cenário atual das Florestas plantadas no Brasil

O cenário atual das Florestas plantadas no BrasilAs Florestas Plantadas no Brasil começaram há mais de um século, quando em 1903, Navarro de Andrade trouxe mudas de Eucalipto com a finalidade de produzir madeira para dormentes das estradas de ferro. Já em 1947 foi a vez do Pinus.

Essas espécies se desenvolveram bem nas diversas regiões do nosso país, e a partir da década de 70, devido aos incentivos fiscais para o reflorestamento, foi ampliado consideravelmente as áreas de plantios florestais.

Desde então se investe muito em pesquisa sobre a silvicultura, e também na área de sistemas agroflorestais e silvipastoris que têm demonstrado resultados positivos nos aspectos econômicos, ambientais e sociais.

Com o avanço rápido das pesquisas e investimento de tecnologias o cenário de florestas plantadas muda anualmente. Vejamos a seguir qual é o atual cenário, com atenção especial voltada às áreas de plantios, principais espécies e mercado econômico.

Áreas de florestas plantadas em relação às regiões do Brasil

A área total de florestas plantadas no Brasil totalizou 7,83 milhões de hectares em 2018, mantendo-se praticamente estável em relação ao ano de 2017. Deste total, os plantios de eucalipto ocupam 5,7 milhões de hectares, enquanto as áreas com pinus somam 1,6 milhão de hectares. Já as outras espécies cultivadas, entre elas seringueira, acácia, teca e paricá, representam cerca de 590 mil hectares.

Com relação aos plantios de eucalipto estes estão localizados principalmente nos Estados de Minas Gerais (24%), São Paulo (17%) e Mato Grosso do Sul (16%). Nos últimos sete anos, o crescimento médio da área de eucalipto foi de 1,1% ao ano, com o Mato Grosso do Sul liderando, pois apresentou uma taxa média de crescimento de 7,4% ao ano.

Já os plantios de pinus ocupam 1,6 milhão de hectares e concentram-se no Paraná (42%) e em Santa Catarina (34%), seguidos de Rio Grande do Sul (12%) e São Paulo (8%). Nos últimos sete anos, a área plantada manteve-se estável e concentrando-se cada vez mais dentro destes quatro Estados.

Do total de 7,83 milhões de hectares de árvores plantadas no Brasil, 36% pertence às empresas do segmento de celulose e papel; 29% são de proprietários independentes, que investem em plantios florestais para comercialização da madeira em tora; 12% da área plantada pertence ao segmento de siderurgia a carvão vegetal; os investidores financeiros, em geral por meio de empresas de gestão de investimento florestal, chamadas de Timos pela sigla em inglês, detém 10% dos plantios de árvores no Brasil; as empresas de painéis de madeira e pisos laminados possuem 6% das áreas plantadas; os segmentos de produtos sólidos de madeira possuem 4% desta fatia; e outros 3% completam o quadro de proprietários de áreas com árvores plantadas no Brasil.

Florestas Plantadas - Mapa do Brasil com distribuição dos tipos por estado

Área Certificada

A certificação florestal, que atesta se o manejo florestal segue princípios e critérios de responsabilidade social, ambiental e econômica,  vem se consolidando no Brasil por ser um diferencial de sustentabilidade e exigência de alguns mercados consumidores. Em 2018, o Brasil contabilizou 6,3 milhões de hectares certificados na modalidade manejo florestal, incluindo área produtiva, áreas de conservação e áreas destinadas a outros usos existentes nos empreendimentos certificados.

https://agropos.com.br/CURSOS/licenciamento-e-gestao-ambiental-2/

Se consideramos apenas a área de árvores plantadas, o total certificado é de 3,5 milhões de hectares, o que representa aumento de 9,4% na comparação com o total certificado em 2017. Essas certificações são atribuídas por organizações independentes, como o Forest Stewardship Council® (FSC) e o Programme for the Endorsement of Forest Certification Schemes (PEFC), representado no Brasil pelo Programa Nacional de Certificação Florestal (Cerflor).

Referência Mundial em produtividade

Podemos nos orgulhar sim! O Brasil é referência mundial pela tecnologia florestal, tendo a maior produtividade, considerando volume de madeira produzido por área ao ano, e uma das rotações mais curtas, considerando o tempo decorrido entre o plantio e a colheita das árvores do mundo. Em 2018, o Brasil apresentou uma produtividade média de 36,0 m³/ ha.ano para os plantios de eucalipto, e  30,1 m³/ha.ano para os plantios de pinus.

Mesmo com o impacto das alterações climáticas no crescimento das plantações, principalmente o desequilíbrio do regime de chuvas em várias partes do território nacional, a produtividade de eucalipto apresentou um aumento médio de 0,5% ao ano, relacionado com os investimentos em pesquisa e melhoramento genético e a busca pelos melhores métodos silviculturais que as empresas fazem todos os anos. Neste mesmo período, a produtividade média do pinus apresentou um decréscimo de 0,8% ao ano, resultado associado à conversão das áreas de pinus de grandes empresas para plantios de eucalipto.

Novos investimentos e Geração de Empregos

Em 2018, as empresas investiram R$ 6,3 bilhões em pesquisa e inovação, em florestas e na indústria. Com a perspectiva de contínuo crescimento, mais recursos estão previstos. Até 2022, o setor investirá mais R$ 22,2 bilhões, inclusive em novos projetos de empresas como Bracell, Duratex e Klabin.

Além disso,ocorreram importantes consolidações do setor, como a fusão da Suzano com a Fibria, criando a maior empresa de celulose de mercado do mundo; a nova etapa da RGE, Bahia Specialty Cellulose (BSC), com a Lwarcel; a Ahlstrom-Munksjö adquirindo a unidade MD Papéis Especiais; e a movimentação da Eldorado e Paper Excellence. Essas importantes mudanças fortalecem ainda mais a posição do Brasil no mercado global de florestas plantadas.

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O segmento de florestas plantadas tem ainda o importante papel de gerar oportunidades e transformar vidas ao abranger uma região de influência de cerca de 1000 municípios em 23 Estados. A geração de empregos diretos em 2018 cresceu quase 1%, para 513 mil, impactando 3,8 milhões pessoas direta e indiretamente, assim o setor de árvores plantadas contribui para o desenvolvimento socioeconômico e a dinamização de economias locais.

O setor de florestas plantadas e sua contribuição para a economia

Comparando com o desempenho de grandes setores, como a indústria e a agropecuária, o segmento de árvores cultivadas para fins industriais cresceu muito mais. O setor impulsiona a economia nacional com um Produto Interno Bruto (PIB) setorial de R$ 86,6 bilhões, representando 1,3% do PIB brasileiro e 6,9% do PIB industrial. Este resultado foi 13,1% maior em relação ao ano de 2017.

O saldo da balança comercial foi recorde de US$ 11,4 bilhões. As exportações continuam impulsionando o crescimento do setor, com vendas de US$ 12,5 bilhões, aumento de 24,1% em comparação ao ano de 2017. Isso porque nunca antes vendeu-se tanta celulose no mercado mundial, com o Brasil conquistando a liderança na exportação desse produto. O bom momento vivenciado pelas indústrias do setor de celulose e papel foi impulsionado pela forte demanda no mercado externo, o que possibilitou o aumento nos níveis de produção e do preço de venda em real e em dólar.

FONTE: Mata Nativa

Silvicultura de espécies nativas traz retornos econômicos e ambientais

Silvicultura de espécies nativas traz retornos econômicos e ambientais

O Brasil precisa investir em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) das suas espécies de árvores nativas para alavancar a restauração florestal e conseguir criar um novo modelo de desenvolvimento que proteja as florestas, em especial a Amazônia, além de gerar emprego e renda aos produtores. A conclusão é de um estudo publicado na última sexta-feira (4) pelo WRI Brasil.

O estudo, chamado “Research gaps and priorities in silviculture with native species in Brazil”, parte da necessidade do país em alavancar a restauração florestal – o Brasil se comprometeu a restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030 – e busca entender quais são os gargalos que precisam ser superados para que a silvicultura com espécies nativas possa ser um caminho para dar escala aos projetos de restauração.

O estudo identificou que ainda há muitas lacunas de conhecimento técnico e científico para o plantio de árvores nativas, como por exemplo em sementes e mudas, melhoramento genético ou manejo. A partir dessas lacunas, os autores estimam, em uma análise de custo-benefício, quais seriam os benefícios econômicos se o Brasil investisse em P&D.

Os resultados são promissores. O investimento necessário para que a silvicultura de nativas decole é relativamente baixo – cerca de 0,04% do investimento total brasileiro em pesquisa. Com esses recursos, e uma escala de plantio de 10 mil hectares (uma quantidade pequena, ao considerar o território brasileiro), o estudo revela que a silvicultura de nativas traz retorno econômico. A análise de custo-benefício aponta que o retorno de investimento pode ser de US$ 2,36 para cada dólar investido, em um período de 20 anos.

“O estudo mostra que há demanda por madeira tropical, e que a silvicultura com espécies nativas pode atender essa demanda com lucratividade, impulsionando a restauração. Mas para isso é necessário investir em P&D para desenvolver essas espécies”, diz Alan Batista, especialista de investimentos do WRI Brasil e um dos autores do estudo.

Leia também:
-> Silvicultura de Precisão: saiba como essa técnica pode aumentar a produtividade!
-> Inventário Florestal: do Planejamento a Execução

Proteger as florestas naturais

Além de ser uma atividade com potencial de retorno financeiro, a silvicultura de nativas traz benefícios ambientais claros, que vão desde a restauração de áreas degradadas até a captura de carbono da atmosfera nas árvores, ajudando a controlar as mudanças climáticas. “Plantar árvores em áreas hoje degradadas, com o manejo adequado, vai permitir ao produtor rural produzir madeira de alta qualidade e valor econômico ao mesmo tempo que gera serviços ambientais, como proteção do solo e preservação das nascentes”, diz Miguel Calmon, diretor de Florestas do WRI Brasil e um dos autores do estudo.

Outra grande vantagem da silvicultura de nativas é a de aliviar a pressão sobre as florestas tropicais. Atualmente, estima-se que 50% da madeira comercializada no mundo e 70% na Amazônia são produzidas de forma ilegal, muitas vezes destruindo a floresta. Ao produzir madeira por meio do plantio de árvores nativas e do manejo florestal, o produtor estará colocando madeira legal e de qualidade no mercado, tirando um dos incentivos para se desmatar florestas naturais.

Plataforma de pesquisa e espécies prioritárias

O investimento em pesquisa e desenvolvimento de nativas não seria algo fora do comum – ele já existiu para as espécies exóticas. Nos últimos quarenta anos, as indústrias do pinus e eucalipto investem em melhorias de espécies para sua produção, gerando grandes resultados.

https://agropos.com.br/pos-graduacao-em-silvicultura-avancada/

Os autores do estudo sugerem que o mesmo pode ser feito para as nativas. Como a produção de madeira a partir de espécies nativas plantadas ainda tem dificuldade de competir no mercado, principalmente por conta da competição com a madeira ilegal tirada de florestas primárias, o estudo propõe a criação de uma Plataforma de Pesquisa & Desenvolvimento.

A ideia é que essa plataforma, que está sendo desenvolvida pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura e facilitada pelo WRI Brasil, possa captar recursos público ou privados, seja de governos, empresas ou doadores, para destiná-los a uma pesquisa ainda em fase pré-competitiva, suprindo lacunas de conhecimento no desenvolvimento das espécies.

O trabalho propõe que esses recursos sejam direcionados para as espécies nativas mais promissoras para a produção de madeira ou produtos não-madeireiros, e identificou 15 espécies da Amazônia e 15 da Mata Atlântica – sendo que algumas delas também ocorrem no Cerrado. São árvores como a araucária ou vinhático, na Mata Atlântica, e o paricá ou andiroba na Amazônia.

A pesquisa permitirá desenvolver melhor o conhecimento científico dessas espécies, permitindo uma melhor seleção de mudas e sementes, realizando técnicas de melhoramento genético ou desenvolvendo princípios de manejo ainda inexistentes para essas árvores brasileiras. Uma vez que esses gargalos sejam resolvidos e a produção de nativas esteja em condições de competir no mercado, a pesquisa passaria a ser desenvolvida pelas empresas do setor.

O estudo “Research gaps and priorities in silviculture with native species in Brazil” está disponível na íntegra, em inglês.

Fonte: Ciclo Vivo