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Secagem: entenda tudo sobre o assunto!

Secagem: entenda tudo sobre o assunto!

A secagem é um processo fundamental em várias indústrias e aplicações domésticas para a remoção de umidade de materiais sólidos, líquidos ou gases.

A água é um componente onipresente, e sua remoção é essencial para melhorar a qualidade, a durabilidade e a estabilidade de muitos produtos.

Os secadores desempenham um papel crucial nesse contexto, sendo dispositivos projetados para acelerar o processo de secagem.

 

Secagem: entenda tudo sobre!

 

O que é secagem e sua importância?

A secagem de grãos é um processo essencial na produção agrícola que envolve a remoção de umidade dos grãos colhidos, como milho, trigo, arroz, soja e muitos outros. Para preservar sua qualidade, reduzir o risco de deterioração e armazená-los de forma adequada.

Este processo desempenha um papel crítico na cadeia de suprimentos de alimentos e na agricultura por várias razões:

  • Prevenção de deterioração: os grãos colhidos geralmente contêm um teor de umidade elevado, o que os torna suscetíveis à deterioração por fungos, bactérias e insetos. A secagem reduz o teor de umidade para níveis seguros, minimizando o risco de deterioração.
  • Preservação da qualidade: a secagem adequada ajuda a preservar a qualidade dos grãos, mantendo seu valor nutricional, textura e sabor. Isso é importante para a produção de alimentos de alta qualidade.
  • Aumento do prazo de armazenamento: a remoção da umidade prolonga a vida útil dos grãos. Permitindo que sejam armazenados por períodos mais longos. Isso é crucial para a estabilidade do suprimento de alimentos e para evitar perdas após a colheita.
  • Melhor eficiência no processamento: grãos secos são mais fáceis de manusear e processar. O que pode melhorar a eficiência nas etapas subsequentes da cadeia de produção de alimentos.
  • Redução de perdas: quando a secagem é feita corretamente, as perdas de grãos devido à deterioração são minimizadas. O que é fundamental para a segurança alimentar e a economia.
  • Padronização da qualidade: a secagem permite a padronização da umidade dos grãos. O que é importante para atender a requisitos de qualidade e regulamentos de mercado.

Existem várias técnicas de secagem disponíveis, incluindo a secagem ao sol, secagem ao ar, secagem por aquecimento artificial (usando secadores de grãos), entre outras. A escolha da técnica depende do tipo de grão, do ambiente e dos recursos disponíveis.

 

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Processo da secagem:

O processo de secagem envolve a remoção da umidade presente nos grãos colhidos e é importante  para preservar a qualidade e evitar a deterioração. Veja o processo:

  • Colheita: os grãos são colhidos no campo quando atingem o estágio de maturação adequado. Normalmente, eles contêm um teor de umidade relativamente alto, o que varia com o tipo de grão.
  • Pré-limpeza: antes da secagem, os grãos são submetidos a uma etapa de pré-limpeza para remover impurezas como pedras, detritos, galhos e grãos defeituosos. Isso ajuda a evitar danos ao equipamento de secagem.
  • Transferência para o secador: os grãos pré-limpos são então transferidos para o equipamento de secagem, que pode ser um secador de grãos, um secador solar ou outros tipos de sistemas de secagem. O objetivo é expor os grãos ao calor para evaporar a umidade.
  • Secagem: durante a secagem, o ar quente é introduzido no sistema de secagem e passa pelos grãos. À medida que o ar quente circula, ele absorve a umidade dos grãos, causando a evaporação da água presente nos grãos.
  • Monitoramento e controle: é fundamental monitorar constantemente fatores como a temperatura do ar, a umidade relativa do ar e o teor de umidade dos grãos durante o processo. Isso ajuda a evitar problemas como supersecagem ou subsecagem.
  • Tempo de secagem: o tempo necessário para secar os grãos depende de diversos fatores, incluindo o tipo de grão, a umidade inicial, a temperatura e a taxa de fluxo de ar.
  • Resfriamento: após atingir o teor de umidade desejado, os grãos geralmente passam por uma etapa de resfriamento. Isso ajuda a evitar o superaquecimento dos grãos e preserva sua qualidade.
  • Armazenamento: uma vez que os grãos tenham sido secos e resfriados, eles são armazenados em locais secos e adequados, protegidos contra a umidade para evitar a absorção de umidade novamente.

 

Tipos de secadores

Existem vários tipos de secadores de grãos disponíveis, cada um com suas próprias características e vantagens. Aqui estão alguns dos tipos mais comuns de secadores de grãos:

 

Tipos de secadores

 

Secadores de ar quente direto (leito fixo ou leito fluidizado)

Esses secadores usam ar aquecido diretamente em contato com os grãos. Os grãos são dispostos em uma camada fixa ou em um leito fluidizado e o ar quente passa por eles. Esses secadores são eficazes e adequados para grãos com alto teor de umidade.

 

Secadores de leito móvel

Nesses secadores, os grãos se movem em uma esteira ou em um sistema de leito móvel enquanto o ar quente é insuflado. Isso ajuda a garantir uma secagem mais uniforme dos grãos.

 

Secadores de forno rotativo

 São secadores em que os grãos são colocados em um tambor rotativo. O tambor gira, expondo os grãos ao ar quente, e a ação de mistura ajuda a secagem. São comuns em secagem de sementes oleaginosas.

 

Checklist agrícola

 

Secadores de cama móvel (Batch Dryers)

Nesses secadores, uma quantidade fixa de grãos é colocada em uma câmara de secagem e o ar quente é soprado através dos grãos.

Uma vez que os grãos atingem o teor de umidade desejado, eles são removidos e substituídos por uma nova carga. Esses secadores são adequados para operações menores.

 

Secadores de coluna vertical

Grãos úmidos são adicionados ao topo de uma coluna vertical, e o ar aquecido é introduzido na parte inferior.

À medida que os grãos descem pela coluna, são secos pelo ar aquecido. Este é um tipo de secador de leito fixo.

 

Secadores de convecção natural

 Esses secadores aproveitam a circulação natural do ar e não requerem energia externa para gerar o fluxo de ar. São comuns em regiões com muita exposição solar e baixa umidade.

 

Secadores de recirculação de lotes (Batch-Recirculating Dryers)

Nesse sistema, o ar quente é recirculado através do lote de grãos em um ciclo contínuo até que o teor de umidade desejado seja atingido. São eficientes em termos de energia, mas podem levar mais tempo.

 

Secadores de leito fluidizado

 Nesse tipo de secador, os grãos são suspensos em um fluxo de ar, criando um leito fluidizado. Isso permite uma secagem mais rápida e uniforme.

 

Secadores de micro-ondas

Alguns sistemas usam micro-ondas para aquecer e secar grãos de forma rápida e eficaz. Esse método é relativamente rápido, mas pode ser mais caro de implementar.

A escolha do tipo de secador depende do tipo de grão, das condições climáticas, da disponibilidade de recursos e da escala de produção.

Cada tipo de secador tem suas próprias vantagens e desvantagens, e é importante selecionar o mais apropriado para atender às necessidades específicas da operação de secagem de grãos.

 

Cuidados com a secagem e manejos em secadores

Em secadores verticais não é interessante colocar lotes de cafés úmidos, pois a água em excesso prejudica a secagem. Além disso, ele deve ser coberto com café até a rosca transportadora para obter maior eficiência no processo.

No secador rotativo a carga de café não deve preencher totalmente o cilindro, deixando uma folga de 15 cm na parte superior, após o carregamento para permitir a movimentação do café.

Também, neste secador, inicialmente recomenda-se que o mesmo opere com ar natural por cerca de 1 a 2 horas, visando homogeneizar o café e retirar parte da água. Após isso, o ar poderá ser aquecido.

Já no secador estático, deve-se ter atenção com a altura da massa de grãos. Uma vez que as temperaturas vão variar ao longo das camadas, pois o ar esfria e fica mais úmido até alcançar as partes superiores. Assim, pode haver uma diferença de 1° C a cada 40 cm de camada.

Dessa forma, para evitar problemas e perda de qualidade da faixa superior. É recomendado movimentar o café pelo menos 4 vezes ao dia, com auxílio de rosca sem fim, enxadas, pás ou outros.

As fornalhas devem ser de fogo indireto para não passar fumaça para o café, o aquecimento das mesmas, geralmente, é feito com lenha ou palha de café.

A palha possibilita maior controle da temperatura. Caso seja utilizada lenha no processo, ela deve estar seca para evitar gosto de fumaça ou cinzas na bebida.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Em resumo, o processo de secagem de grãos é crucial para preservar a qualidade e evitar a deterioração dos produtos colhidos.

Cuidados essenciais incluem monitoramento constante, manutenção regular dos equipamentos, controle da umidade relativa do ar, registro detalhado do processo e práticas de segurança.

Ao seguir essas diretrizes, é possível garantir um processo eficiente e seguro que preserva a qualidade dos grãos. Isso contribui para a segurança alimentar e a redução de perdas na agricultura.

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Escrito por Michelly Moraes.

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Sementes de feijão: uma tecnologia promissora!

Sementes de feijão: uma tecnologia promissora!

O feijão é um alimento tradicionalmente consumido no Brasil, compõe a dieta da maioria das famílias. Essa cultura contribui significativamente para o agronegócio do país, isto pois seu cultivo tornou-se mais tecnificado e competitivo. No entanto, um dos grandes entraves ao cultivo do feijoeiro e a conscientização e adoção de sementes de feijão de qualidade pelos pequenos e grandes produtores.

Para tal, preparamos este artigo para abordar esse assunto, bem como discutir a aplicabilidade e a maneira correta de produzir sementes certificadas.

Vamos lá!

 

Sementes de feijão: uma tecnologia promissora!

 

O feijão comum, também conhecido como Phaseolus vulgares L. é uma espécie cultivada e consumida em todo mundo. É um alimento rico em carboidratos (60%), proteínas (22%), aminoácidos, lipídios e sais minerais. O que demonstra sua importância nutricional e seu papel para a segurança alimentar em muitos países em desenvolvimento.

O Brasil é um dos países que mais produz feijão, segundo a CONAB este ano a produção alcançará cerca de 2,5 milhões de toneladas por hectare. Que certamente será voltada para suprir a demanda do mercado interno, que se encontra em torno de 2.9 milhões de toneladas por hectare.

Sendo assim, faz se necessário a importação de feijão de países como a Argentina, para suprir a demanda do mercado interno, e por isso é um produto ainda carente em exportações.

Tradicionalmente o feijão comum é cultivado por pequenos produtores, com contribuição de cerca de 70% da agricultura familiar, na sua grande maioria para a subsistência. No entanto, segundo a EMBRAPA arroz e feijão este cenário está dando lugar a cultivos irrigados, com controle fitossanitário, colheita mecanizada e maior aporte de insumos. Ou seja, muitos produtores estão investindo em grandes áreas de produção.

Contudo, práticas agrícolas outrora adotadas por muitos produtores de feijão, como a produção das próprias sementes, estão sendo substituídas pela compra de sementes de qualidade. Livre de contaminação fitossanitárias, fisiologicamente viáveis e que contribuía para a uniformidade de cultivo.

 

 

Sementes de feijão x Grãos de feijão

Quando o grão atinge a sua maturidade fisiológica, é recomendado a colheita independentemente da sua finalidade.

Isto pois, a grande diferença entre os grãos destinados a alimentação ou a semente está no processo de cultivo. Visto que, apenas sistemas de cultivos criteriosos podem assegurar ao agricultor sementes com vigor, sanidade e características agronômicas. Que permitem melhor planejamento de tratos culturais, estimativas de produção e qualidade no pós-colheita.

No entanto, um levantamento realizado pela EMBRAPA arroz e feijão demonstra que o percentual de produtores que utilizam sementes certificadas de feijão comum não ultrapassa 28%. Mesmo se observado nos estados mais produtivos como Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e São Paulo.

Sendo assim, a maioria dos produtores optam por utilizar materiais retirados de campos de produção de grãos, sementes que podem estar contaminadas por pragas, doenças e sementes de ervas daninhas. Podem ter baixo vigor, podem apresentar características que dificultam os tratos culturais como porte da planta, ciclo ou susceptibilidade a doenças.

Contudo, a adoção de sementes certificadas traz ao agricultor o conforto de conhecer o material de trabalho, a segurança de utilizar cultivares melhoradas, com características que pode facilitar tratos culturais.

Além disso, podem utilizar materiais resistentes a doenças comum em feijão como Mosaico comum, ferrugem, Antracnose e outras. Por fim, livre de contaminantes que podem comprometer o campo de produção ou até mesmo a qualidade final dos grãos.

Contudo apesar dos benefícios da utilização sementes de feijão comum, o número de produtores que aderem essa tecnologia é muito baixa e pode estar associado:

  • Falta de informação
  • Baixa oferta de sementes no mercado

 

Características necessárias para a certificação de sementes de feijão

 

Pureza genética

As sementes certificadas devem apresentar procedência conhecida, o que permite ao agricultor conhecer as características da planta como ciclo, hábito de crescimento, arquitetura, resistência e/ou tolerância a pragas e doenças, cor e brilho do tegumento bem como o potencial produtivo da cultura. Tornando os sistemas de cultivo mais previsíveis, permitindo a organização dos tratos culturais, contribuindo para a uniformidade de plantio e produtividade.

 

Pureza física

Os lotes de sementes devem estar livres de impurezas como partículas de solo, restos vegetais, pedras, sementes danificadas, sementes de plantas invasoras ou de outras espécies. Que podem ser condutoras de pragas e doenças ou trazer gastos adicionais ao produtor. Por exemplo Rhizoctonia Solani, Sclerotium Rolfsii e Sclerotinia sclerotiorum são patógenos que podem sobreviver por muitos anos em partículas do solo ou Colletotrichum Lindemuthianum que podem permanecer em restos culturais.

 

Cultura do Feijão: importância, tipos, fenologia e seus principais manejos.

 

Qualidade fisiológica

As sementes também devem apresentar capacidade potencial de gerar plantas saudáveis e vigorosas. Para conhecer está características são necessários testes de germinação e determinação do vigor da semente. Este último, trata-se da soma de características de germinação e emergência de plântulas.

 

Qualidade fitossanitária

A semente é considerada um forte aliado a disseminação dos principais patógenos do feijoeiro, como fungos, bactérias e vírus, alguns deles podem se instalar por anos nas sementes e inviabilizar áreas para as próximas safras. Os esporos de fungos como Colletotrichum Lindemuthianum podem sobreviver por até 15 anos nas sementes e o vírus do mosaico comum e da bactéria X Axonopholis pv. Phaseolis podem sobreviver por até 30 anos.

O processo de contaminação das sementes pode acontecer no campo ou no pós-colheita, pois alguns patógenos infectam a semente é outros liberam estruturas de propagação como esporos. Sendo assim, os patógenos podem inviabilizar as sementes, contaminar as plântulas e contaminar as plantas de forma sistêmica ou tornar-se fonte de inoculo para a área de cultivo (não sistêmica).

Sendo assim, nas sementes os patógenos podem infectar (contaminar o tegumento) ou infestar o lote de sementes ou ainda causar a perda de vigor das sementes. Uma vez instalados no lote de sementes. Em condições favoráveis se desenvolve e infectam as plantas de forma sistêmica (mosaico comum e X Axonopholis pv. Phaseolis) ou não sistêmica (Colletotrichum Lindemuthianum) e pode causar epidemias graves e reduzir drasticamente a produtividade.

Segundo um informe da EMBRAPA as principais doenças transmitidas pelas sementes são: antracnose, crestamento-bacteriano-comum, mancha-angular, mofo-branco, mancha de Ascochyta, mancha de Alternaria, mosaico-comum, mela, murcha de Curtobacterium, podridão do colo, murcha de Fusarium, podridão cinzenta do caule ou macrofomina, podridão-radicular-seca e podridão-radicular/tombamento.

 

Como tornar-se produtor de sementes de feijão comum?

Para que o agricultor se torne um produtor de sementes certificadas de feijão comum inicialmente é preciso que o produtor entenda a importância da sua atividade na cadeia produtiva do feijoeiro. Além da necessidade de controle e manutenção da qualidade das sementes, garantindo ao produtor/consumidor um produto de procedência conhecida e livre de contaminantes.

 

Como tornar-se produtor de sementes de feijão comum?

 

Para tal, é necessário que o agricultor faça um cadastro no RENASEM (Registro Nacional de Sementes e Mudas), órgão que fica sob a competência do MAPA (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento).

Sendo assim, esses órgãos tornam-se responsáveis pelas inspeções e fiscalização do material comercializado, para garantir ao consumidor um produto de qualidade. No entanto, apenas agricultores familiares, assentados de reforma agrária, indígenas e produtores de sementes de cultivar local, tradicional e crioula.

Suas normativas contam com instruções para produção, comercialização e utilização de sementes; garantem ao consumidor/produtor padrões mínimos de qualidade das sementes. Sendo assim, as sementes certificadas pelo MAPA, podem ser sementes básica ou sementes certificadas de primeira (C1) ou segunda (C2) geração.

 

Etapas para obtenção de sementes de feijão certificadas

  • Deve-se escolher áreas de cultivo deve ser criteriosa evitando-se áreas que já foram utilizadas para cultivar feijão ou com muita incidência das principais pragas e doenças da cultura. O cultivo pode ser direto ou convencional, no entanto o importante é evitar fontes de contaminação de patógenos que podem permanecer na pal
  • Assim como o cultivo do feijão comum para grãos, o cultivo para sementes pode ser realizado no período das águas (agosto a março), seca (janeiro a julho) e safrinha (maio a outubro).
  • Para a certificação no RENASEM o produtor deve utilizar sementes de origem conhecida (Figura 1) com qualidade fisiológica e sanitária. Com preferência para as sementes genética, básica e por fim C1.

 

Tabela 1

Tabela 1: Controle de gerações das categorias de semente. Sendo C1 semente certificada de primeira geração, C2 semente certificada de segunda geração, S1 não certificada de primeira geração e S2 não certificada de segunda geração.

Origem das sementes

Categoria dos possíveis sementes geradas

Genética Básica, C1, C2, S1e S2
Básica C1, C2, S1e S2
C1 C2, S1e S2
C2 S1e S2
S1 S2

Fonte: Informe IMCAPER.

 

  • Todos os equipamentos utilizados no plantio, tratamento de sementes, colheita e trilha devem ser limpos para a remoção de restos culturais. Como sementes de feijão e de plantas daninhas, solo e qualquer outro contaminante, para evitar a contaminação das sementes e do campo de cultivo.
  • As sementes podem ser tratadas com fungicidas (protetores e sistêmicos) e inseticidas para garantir o controle das pragas e doenças, principalmente na fase inicial.
  • O espaçamento entre plantas e número final de plantas deve favorecer as vistorias de campo, realização de roguing (elimina plantas doentes) e o controle de doenças.
  • As vistorias no campo são realizadas ao longo de todo ciclo da cultura, normalmente são realizadas na floração e na pré colheita. Essas vistorias são necessárias para verificar se o campo atende aos padrões mínimos pré-estabelecidos pelo MAPA.

 

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Mais alguns pontos:

  • No stand de cultivo deve-se evitar a presença de plantas atípicas, outras espécies de plantas e doenças. São consideradas plantas atípicas, plantas com características diferentes da esperada para a cultivar. Por exemplo cor do hipocótilo durante a fase de emergência, a cor da flor na fase de floração e a cor, forma e tamanho das vagens na fase de pré colheita.
  • A amostragem dá área de cultivo deve ser realizada dividindo o campo para a obtenção de subamostras. Sendo assim, a incidência de doenças e plantas atípicas devem estar no intervalo aceito pelo MAPA. Se necessário, pode ser realizado o roquing, sendo necessária uma nova amostrag As recomendações serão apresentadas na Tabela 2.
  • Adubação, controle de invasoras, manejo de pragas e doenças e irrigação são prática que devem ser realizadas assim como nos campos de produção de grãos.
  • Para manter a qualidade das sementes a colheita deve ser realizada quando as sementes atingir a maturação fisiológica e maturação de colheita. Ou seja, teor de água recomendado para a cultura. A secagem deve ser realizada para garantir a qualidade das sementes.
  • Para a trilha, as sementes devem estar com teor de água entre 15% e 17%, isto porque a umidade acima ou abaixo do recomendado pode causar danificação das sementes. Além disso, deve-se realizar a trilha preferencialmente de manhã. Entre 9h e 12h ou à tarde entre 15h e 19h para evitar danos a semente.
  • O processamento da semente após a colheita envolve a secagem, o beneficiamento, o tratamento e a embalagem. Para tal todos os equipamentos devem ser limpos para evitar contaminação.

 

Tabela 2

A Tabela 2 mostra os critérios avaliados a campo e em laboratório para a certificação das sementes. Segundo os critérios avaliados é possível observar que a aquisição de plantas certificadas garante aos produtores de feijão sementes de variedades mais produtivas. Com pureza genética, vigorosa, livre de sementes de plantas daninhas e com baixo risco de introdução de patógenos na área de cultivo. Mas vale lembrar que ainda é preciso avaliações mais fitossanitárias mais criteriosas para garantir a completa pureza fitossanitária.

Tabela 2Padrões para a produção de sementes de feijão (Phaseolus vulgaris L.), conforme Instrução Normativa Nº 45 de 17 de setembro de 2013/MAPA, cedidas pelo site da EMBRAPA.

Critérios de campo
  Básicas C1 C2 S1 e S2
Vistorias Área máxima da gleba (ha) 50 50 50 100
Número mínimo de vistorias 2 2 2 2
Número mínimo de subamostras 6 6 6 6
Número de plantas por subamostra 1000 500 375 250
População de amostra 6000 3000 2250 1500
Rotação(ciclo agrícola)
Isolamento ou bordadura (mínimo em metros) 3 3 3 3
Plantas atípicas/fora de tipo (n° máximo) 3/6000 3/3000 3/25000 3/1500
Outras espécies de plantas
Pragas Antracnose (Colletotrichum lindemuthianum) (nº máximo de vagem contaminada/ população de amostra de vagem 3/600 3/300 3/300 3/100
Crestamento Bacteriano (Xanthomonas axonopodis pv.phaseoli)(nº máximo de plantas/população de amostra) 3/600 3/300 3/300 3/100
Mofo Branco (Sclerotinia sclerotiorum) (nº máximo de plantas/população de amostra 0 0 0 0
Critérios das sementes
Pureza Semente pura (% mínima) 0,98 0,98 0,98 0,98
Material inerte (%)
Outras sementes (% máxima) 0,0 0,1 0,1 0,1
Determinação de outras sementes por número (nº máximo) Semente de outra espécie cultivada 0 0 1 1
Semente silvestre 0 1 1 1
Semente nociva tolerada 0 1 1 1
Semente nociva proibida 0 0 0 0
Sementes infestadas (% máxima) 3 3 3 3
Sementes de outra cultivar de grupo de cores diferentes 2 4 6 8
Germinação (% mínima) 70 80 80 80
Validade do teste de germinação (máxima em meses) 6 6 6 6
Validade de reanálise do teste de germinação (máxima em meses) 4 4 4 4

Fonte: Embrapa.

 

Conclusão

Por fim, certamente a utilização de sementes certificadas é uma tecnologia que contribuirá para o planejamento e aumento da produção nacional. Trazendo para o grande e pequeno agricultor cultivares melhoradas e livre de contaminantes.

No entanto, existe um baixo interesse dos agricultores em adquirir sementes certificadas ou produzi-las, em parte pela falta de conhecimento, sendo esse artigo um veículo de propagação desssa tecnologia.

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Escrito por Dinorah Moraes.

As principais fontes de potássio!

As principais fontes de potássio!

O potássio é um macronutriente que está associado a múltiplas funções nas plantas. Que vão desde processos metabólicos à melhoria de resistência a estresses bióticos e abióticos.  Com isso, preparamos esse artigo para abordar as fontes de potássio disponível para aplicação.

Vamos lá? 

 

As principais fontes de potássio!

 

Você já se perguntou qual a função do potássio para as plantas? O potássio desempenha múltiplas funções, que vão desde a ativação enzimática ao transporte de compostos nos tecidos vasculares das plantas.

Mas, quais são os principais fertilizantes capazes de fornecer esse nutriente tão essencial para a qualidade, desenvolvimento e produtividade das culturas? É possível utilizar outras fontes de potássio na lavoura?

 

 

Potássio nas plantas: o que este macronutriente faz?

O potássio (K) é um dos três nutrientes, juntamente com nitrogênio e fósforo. Considerados como macronutrientes, ele é o segundo nutriente mais requerido pelas plantas, ficando atrás somente do nitrogênio.

Sua importância está relacionada à participação em diversas funções dentro do vegetal. Por isso, ele é o cátion mais abundante dentro das plantas, apresentando alta mobilidade solo-planta.

 

Veja abaixo as principais funções deste macronutriente:

O potássio está diretamente ligado à regulação de água. A absorção ativa deste elemento influencia na absorção de água das células e tecidos.

Além disso, os íons de potássio atuam na abertura e fechamento dos estômatos, que são estruturas presentes nas folhas que regulam as trocas gasosas como o vapor d’água. O que influencia a absorção de água das plantas.

Seu papel na fotossíntese não é direto como no caso no nitrogênio. Para ocorrer a fotossíntese é necessário a presença de uma enzima, a rubisco. Para que ocorra síntese desta enzima é necessário a presença de K. Mais de 60 enzimas são ativadas pela presença de potássio. Devido a isso sua quantidade dentro das plantas é elevada.

Outra atuação indireta, mas de grande importância do K dentro das plantas é o crescimento meristemático. Onde este nutriente faz com que os fitormônios que atuam no crescimento da raiz e parte área sejam ativados.

O K também atua no aumento da espessura da cutícula das folhas e da parede celular. Com isso plantas nutridas adequadamente com este macronutriente apresentam maior resistência a pragas e doenças. Devido à dificuldade de passar pela barreira formada nas folhas.

Em épocas de geadas, principalmente produtores de café, costumam realizar aplicação de potássio nas plantas. Pois este reduz o ponto de congelamento da seiva, minimizando os efeitos da geada nas plantas.

Na qualidade do produto final, seja grãos, frutas ou verduras, o K, por ser móvel, ajuda na translocação de produtos sintetizados nas plantas, como açúcares, proteína, amido, vitamina C. Que fazem com que aumente o teor destes produtos nas frutas, verduras ou grãos.

 

As fontes de potássio para as plantas

As principais fontes de potássio para as plantas utilizadas na agricultura são o Cloreto de Potássio (KCl), sulfato de potássio (K2SO4) e nitrato de potássio (KNO3). Apesar de todas serem fontes de potássio para as plantas. Esses três fertilizantes potássicos apresentam diferentes aspectos, vantagens e desvantagens em um sistema produtivo. Veja a seguir quais são eles:

 

Cloreto de Potássio (KCl)

O Cloreto de Potássio (KCl), é um haleto metálico salino composto por aproximadamente 47 % de cloro e 53% de potássio. Muito usado na agricultura como fonte de potássio. Ele é extraído de minerais como a silvita e a carnalita, mas também pode ser obtido através de outros processos.

Quase a totalidade do KCl usado no Brasil tem sua origem no exterior. Dados do Ministério da Agricultura mostram que 96,5% de todo KCl é importado de países que compõem o oligopólio de produção do fertilizante no mundo: Rússia, Bielorrússia e Canadá.

As principais vantagens do Cloreto de Potássio como fertilizante são o seu alto teor de potássio e a sua rápida disponibilização para as plantas. Em determinados contextos, isso é vantajoso para o agricultor que precisa atender a demanda nutricional imediata da lavoura.

Entretanto, essas mesmas características, quando somadas ao elevado índice salino (116%) e de cloro do Cloreto de Potássio. Também trazem diversas limitações do seu uso excessivo como fonte de potássio, como:

  • Redução da produtividade e de rendimento das culturas;
  • Necessidade de parcelar a aplicação;
  • Prejuízo às populações de microrganismos do solo;
  • Redução da qualidade dos produtos agrícolas;
  • Comprometimento da qualidade do solo.

 

Solos no Brasil

 

Sulfato de potássio (K2SO4)

O sulfato de potássio (K2SO4) pode ser produzido de diferentes formas. Que envolvem reações químicas com o ácido sulfúrico (H2SO4), resinas de troca iônica, decomposições minerais e até pela evaporação solar de lagoas salinas que contenham os íons potássio e sulfato.

Ele é muito utilizado como fonte de potássio e enxofre para as plantas. Isso por causa da sua alta concentração desses nutrientes:  ele contém cerca de 50% de potássio sob a forma de K2O e 17% de enxofre sob a forma SO42-.

A principal diferença entre o KCl e o sulfato de potássio, é que o sulfato de potássio é uma das fontes de potássio livre de cloro.

Isso evita o surgimento de problemas relacionados ao excesso de absorção de cloro pelas plantas e seus efeitos negativos na qualidade dos produtos agrícolas e do solo. Entretanto, assim como o KCl, o sulfato de potássio é bem solúvel e possui um elevado índice salino, de 46%.

Enquanto a alta solubilidade pode trazer problemas para a lavoura como a perda de nutrientes para as camadas mais profundas do solo. O elevado índice salino pode limitar o desenvolvimento das plantas e dos microrganismos e levar a salinização do solo.

 

Nitrato de potássio (KNO3)

Também conhecido como Salitre, o nitrato de potássio (KNO3) é um dos fertilizantes utilizados para suprir as demandas de nitrogênio e potássio das plantas. Dois dos três macronutrientes mais exigidos pelas culturas.

De acordo com a Embrapa, ao final do processo de purificação o nitrato de potássio apresenta em sua composição 13% de nitrogênio e 44% de potássio. Com pequenas variações entre os fabricantes.

A presença de nitrogênio, combinada a elevada solubilidade do nitrato de potássio, faz com que ele seja um dos fertilizantes potássicos mais versáteis. Já que a aplicação poder ser feita em diferentes momentos do ciclo produtivo.

Além dos benefícios do nitrato de potássio para nutrição vegetal. Ele também tem um papel importante em sistemas sob estresse salino, reduzindo a absorção de sódio e aumentando a absorção de outros cátions, como cálcio e potássio.

Já quando pensamos em desvantagens, o nitrato de potássio apresenta o mesmo problema com a lixiviação de nutrientes e elevado índice salino. Também presentes no cloreto e no sulfato de potássio.

A dependência dessas três fontes de potássio do mercado externo também é outro problema latente. No caso dos dois macronutrientes que compõem o nitrato de potássio. A importação de fontes de nitrogênio chega a representar mais de 80% e de fontes de potássio a mais de 95% do consumo brasileiro.

Isso faz com que se crie um cenário de insegurança entre os agricultores brasileiros. Uma vez que vão existir momentos de instabilidade socioeconômicas internacionais que podem influenciar no preço das principais fontes de potássio importadas.

 

Modo e época de aplicação do potássio nas lavouras

Há dois modos de aplicação de potássio para as culturas, junto com a operação de semeadura e em cobertura. O potássio utilizado nas formulações com NPK é aplicado principalmente durante a operação de semeadura, logo abaixo das sementes.

Outra forma de disponibilizar o K é pelos fertilizantes de potássio. No Brasil, os principais são: cloreto de potássio, sulfato de potássio e nitrato de potássio.

O cloreto de potássio (KCl) é o mais utilizado devido ao seu custo-benefício, pois é o fertilizante que apresenta a maior quantidade de K2O na sua formulação. E geralmente é utilizado a lanço, antes ou durante a cultura. Entretanto, é importante lembrar que devido a presença do cloro, este adubo apresenta alto índice salino.

Desse modo, é recomendado parcelar a aplicação de KCl caso seja necessário aplicar acima de 60 kg/ha de K2O, para evitar a salinização do solo próximos às raízes.

Caso necessite parcelar, é recomendado realizar a aplicação de 1/3 no momento da semeadura, e o restante em cobertura em no máximo 30 dias após a semeadura.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Todos os nutrientes têm um papel importante a desempenhar dentro das plantas. Alguns destes nutrientes necessitam de pequenas quantidades para que façam sua função. Outros são requisitados em maiores quantidades, como no caso do potássio.

Por fim, vale-se ressaltar que é muito importante que o agricultor não invista somente em fertilizantes potássicos de qualidade. Mas também em todos os demais aspectos do seu sistema produtivo para alcançar bons resultados com a adubação potássica na lavoura.

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Escrito por Michelly Moraes.

A importância do manganês e suas fontes!

A importância do manganês e suas fontes!

O Manganês é um micronutriente essencial para as plantas, e faz parte de diversos minerais, ligado principalmente ao oxigênio e silício. Neste artigo vamos abordar tudo que você precisa saber sobre esse assunto.

Venha comigo!

 

A importância do manganês e suas fontes!

 

O Manganês é um micronutriente essencial para as plantas, e faz parte de diversos minerais, ligado principalmente ao oxigênio e silício.

Os óxidos e sulfetos de manganês são as formas mais comuns nos solos. Na planta, atua como ativador enzimático, controlando reações de oxirredução essenciais à fotossíntese.

A disponibilidade do nutriente pode ser bastante variável, implicando em deficiência ou toxicidade às plantas. Dependendo da solubilidade dos compostos de manganês presentes no solo. A forma iônica absorvida pelas plantas é Mn2+, e atua na síntese da clorofila, e participa do metabolismo energético.

 

 

O manganês no solo

O manganês se encontra no solo em diversas formas, porém, a forma disponível que pode ser absorvido pelas plantas, ou lixiviado, é a forma de Mn2+ e complexos orgânicos (LINDSAY, 1972).

 Geralmente seu teor total varia entre 100 e 3000 mg/kg de solo, e o teor de nutriente disponível entre 1 e 50 mg/kg. A disponibilidade de manganês no solo é influenciada por alguns fatores:

 

pH do solo

O manganês tem o seu comportamento bastante influenciado pelo pH do solo. Para cada aumento de uma unidade de pH, a concentração do nutriente diminui cerca de cem vezes. Em pH ácido, o nutriente se encontra em um alto teor disponível para as plantas.

Desta forma, entende-se que práticas como a calagem diminuem o manganês disponível. Sendo uma boa estratégia em situações de toxidez por excesso do nutriente.

Solos com pH de até 8 favorecem a auto oxidação do Manganês, deixando o nutriente em formas indisponíveis para as plantas. Podendo até haver carência deste nutriente e de outros com o mesmo comportamento.

Além disso, conforme Malavolta (1997), a calagem fornece cálcio, que compete pelos mesmos sítios de absorção que o manganês, diminuindo também sua absorção pela planta.

 

Matéria orgânica no solo

Coloides orgânicos possuem sítios absortivos. Essas moléculas são formadas a partir de uma junção de grupos fenólicos e carboxílicos. Que podem apresentar cargas negativas na superfície, adsorvendo manganês e outros nutrientes.

 

Mineralogia

Solos argilosos geralmente adsorvem mais manganês, devido à maior área superficial da argila, que consequentemente propicia mais sítios adsorventes. Argilas 2:1 possuem mais sítios de adsorção, adsorvendo mais manganês (SOBRINHO et al., 2009).

 

Teor de água no solo

Em solos inundados, com condições anaeróbicas, as bactérias utilizam o MnO2 (insolúvel) na sua respiração, reduzindo para Mn2+ (solúvel), aumentando a disponibilidade deste nutriente no solo (comportamento semelhante ao do ferro).

Para identificar o teor de Mn no solo na análise de solo, conforme Shuman et al. (1974), os extratores ácido fosfórico, DTPA e Mehlich-1 são eficientes em separar o efeito das doses de manganês, porém, somente o DTPA identificou com sucesso a diminuição do teor do manganês extraível quando houve aumento de pH do solo.

 

Nutrição Mineral de Plantas Macronutrientes.

 

O manganês na planta

O manganês é um nutriente pouco móvel nas plantas, e é absorvido pelas raízes através de mecanismos de difusão e interceptação radicular, na forma de Mn2+ e complexos orgânicos. Sendo assim, necessário aplicar o nutriente próximo às raízes.

Este nutriente participa de vários processos metabólicos nas plantas. Como por exemplo a ativação e constituição de enzimas, além de participar da fotólise da água. Várias enzimas envolvidas na fotossíntese são ativadas pelo Manganês, tanto nas plantas C3 quanto C4.

Quando ocorre deficiência de manganês, a fotossíntese é afetada, diminuindo o nível de carboidratos solúveis na planta. Prejudicando também outras reações de transporte de elétrons.

O manganês está envolvido na proteção de algumas células contra efeitos deletérios, e a sua carência resulta em diminuição da elongação celular.

 

Os sintomas de deficiência de manganês no milho

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), depois do ferro e do zinco, o manganês é o micronutriente mais extraído pelas plantas de milho.

Além disso, a cultura do milho é considerada uma cultura medianamente sensível à deficiência desse nutriente. Quando plantas de milho não recebem uma adubação adequada com manganês, elas tendem a apresentar alguns sintomas, como colmos mais finos.

Os colmos mais finos e o atraso do crescimento de plantas de milho sob condições de deficiência de manganês normalmente são um reflexo do comprometimento de algumas funções. Que esse micronutriente desempenha nas plantas. Uma dessas funções é a síntese de diversos compostos vegetais, como proteínas, carboidratos, lipídeos, lignina e aminoácidos.

Já o aparecimento de regiões cloróticas e estrias esbranquiçadas é associado, em parte, as funções que o manganês desempenha na fotossíntese.

Isso acontece porque o manganês é um componente estrutural de um complexo responsável por realizar a fotólise da água. Além disso, ele está envolvido com a ativação de diversas enzimas da fase escura da fotossíntese e do sistema antioxidante das plantas.

 

Os sintomas de deficiência de manganês na soja

Quando os teores de manganês do solo estão abaixo do nível considerado adequado para o desenvolvimento dessa cultura. A soja pode apresentar manchas amareladas entre as nervuras das folhas superiores, o que dá a elas um aspecto similar à uma “espinha de peixe”.

Já as folhas mais jovens da soja sob deficiência de manganês adquirem uma coloração que varia de verde-pálida a amarela-pálida.

 

Onde encontrar manganês para plantas?

Dentre as principais fontes de manganês para plantas utilizadas na agricultura, pode-se destacar:

 

Sulfato de manganês

O sulfato de manganês, usualmente representado pela fórmula química MnSO4.3H2O, é a fonte de manganês mais utilizada na agricultura. Posição essa que foi alcançada pela sua alta solubilidade em água e bom conteúdo de manganês, que se situa entre 26 a 28%.

Entretanto, como o manganês é facilmente oxidado no solo quando fornecido através de fontes altamente solúveis em água. Ele pode rapidamente ser precipitado na forma de óxidos e se tornar indisponível para as plantas.

 

Oxissulfato de manganês

Outra fonte de manganês disponível no mercado é o oxissulfato de manganês, usualmente representado pela fórmula química MnO. MnSO4. Esse fertilizante possui uma solubilidade intermediária entre os óxidos e os sulfatos. E teores de manganês que variam de 25 a 70% dependendo do insumo fabricado.

Os resultados desse estudo revelaram que a fontes de micronutrientes óxi-sulfato, que continha um teor de cerca de 10% de manganês. Apresentou eficiência de apenas 20% na disponibilidade desse nutriente na dose de 165 kg/ha.

 

Fertilizantes formulados

Como o manganês é um micronutriente, também é muito comum que ele seja aplicado no solo sob a forma de fertilizantes formulados. Que são aqueles insumos que contêm 2 ou mais nutrientes em sua composição.

Na prática, o uso desses tipos de insumos permite reduzir os custos com as aplicações. Ao mesmo tempo em pode favorecer a disponibilidade de alguns nutrientes. Ao potencializar algumas relações de sinergismo dependendo da sua formulação.

Entretanto, a escolha dessa fonte de manganês pode levar a problemas relacionados à segregação de nutrientes.

 

 K Forte

Diferentemente do sulfato de manganês, do oxissulfato de manganês e dos fertilizantes formulados. Já existem no mercado duas fontes de manganês multinutrientes. E que não apresentam limitações relacionadas à baixa disponibilidade de nutrientes, baixa eficiência e problemas de segregação de nutrientes.

A primeira delas é o K Forte® um fertilizante multinutriente desenvolvido pela Verde Agritech que é fonte de potássio, silício, magnésio e manganês.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Cada nutriente tem um papel essencial no metabolismo e na fisiologia da planta. E a falta de qualquer um deles pode resultar em mudanças na coloração, porte, disponibilidade de vitaminas e minerais e até mesmo na produtividade final da planta. Isso é uma falha muito grave, principalmente quando se fala de produtos voltados para a alimentação.

É importante que o produtor não se limite a adubar apenas com NPK, é necessário conhecer o solo e entender o que ele pede. Com isso podemos analisar a importância do manganês tanto para as plantas quanto para o solo.

Escrito por Michelly Moraes.

Importância do potássio nas plantas!

Importância do potássio nas plantas!

O potássio é um macronutriente que está associado a múltiplas funções nas plantas. Que vão desde processos metabólicos à melhoria de resistência a estresses bióticos e abióticos.  Com isso, preparamos esse artigo para abordar tudo que precisa saber sobre esse assunto.

 

Importância do potássio nas plantas!

 

O potássio nas plantas é considerado um nutriente essencial para o crescimento. É classificado como macronutriente porque as plantas, durante todo o seu ciclo de vida. Absorvem grandes quantidades desse nutriente.

A deficiência de potássio deixa a planta mais suscetível a diferentes tipos de estresses (como o déficit hídrico por exemplo) e ao ataque de pragas e doenças. Portanto, o manejo de adubação potássica deve ser eficiente para que o cultivo atinja o seu máximo produtivo.

Nos acompanhe nessa leitura e conheça um pouco mais sobre esse nutriente tão essencial a todos os cultivos.

 

 

Principais funções do potássio para as plantas

O potássio (K) é um macronutriente primário, ou seja, além de ser demandado em altas quantidades pelas plantas. Ele está entre os três nutrientes mais requeridos, juntamente com o nitrogênio e o fósforo.

A alta demanda do potássio não está relacionada com a síntese direta de moléculas orgânicas nas plantas. Mas sim com a sua participação em diversas funções essenciais para o desenvolvimento e produtividade das culturas.

 

Mas, quais são as principais funções do potássio nas plantas?

 

1. Participa da ativação de diversas enzimas

As enzimas são moléculas orgânicas de natureza proteica presentes em todos os sistemas biológicos. Elas atuam controlando a velocidade e regulando as reações bioquímicas que acontecem nos organismos vivos.

Nas plantas, essas enzimas são necessárias em várias reações envolvidas na:

  • Utilização de energia;
  • Síntese de amido;
  • Metabolismo do nitrogênio;
  • Respiração.

Para que elas desempenhem seu papel como catalisadores biológicos, as enzimas precisam encontrar condições ideais para se ligarem a uma ou mais moléculas reagentes. Conhecidas como os substratos das enzimas. E é nesse ponto que o potássio entra em ação.

Apesar da ativação enzimática pelo potássio ainda não estar bem estabelecida, pesquisadores sugerem que o potássio atua como uma ponte entre a enzima e seu substrato. E, assim, as duas moléculas podem ser alinhadas apropriadamente para a reação.

Já a teoria mais aceita sugere que o íon de potássio hidratado facilita a atividade das enzimas, se combinando com as enzimas e alterando as suas conformações químicas.

Estimativas da Embrapa, sugerem que o potássio está envolvido com a ativação de mais de 50 enzimas.

 

2. Favorece a síntese proteica nas diferentes culturas

O nitrato (NO3–) é uma das formas de nitrogênio absorvidas pelas plantas e que participa diretamente da síntese proteica. Para isso, ele é reduzido primeiramente para amina e depois incorporado como aminoácido para formar as proteínas.

Entretanto, ele depende do potássio para ser transportado até as folhas e frutos, onde será convertido em proteínas.

O potássio é um macronutriente muito móvel nas plantas, por não formar nenhum tipo de composto orgânico. E possui carga iônica (K+) oposta ao nitrato, o que favorece a ligação entre os dois elementos.

Segundo a publicação Potássio, o Elemento da Qualidade na Produção Agrícola, do International Potash Institute, um baixo suprimento de potássio restringe o transporte adequado de nitratos e inibe a formação das proteínas, levando ao acúmulo de nitrato-N e amino-N solúvel.

Dessa forma, o potássio promove a ciclagem de nitrato e favorece a síntese proteica nas diferentes culturas.

 

Nutrição Mineral de Plantas Macronutrientes.

 

3. Influencia a síntese da enzima RuBisCO, estando ligado à fotossíntese

A enzima ribulose-1,5-bisfosfato carboxilase/oxigenase, mais comumente conhecida por RuBisCO. É a enzima mais abundante nas plantas e, provavelmente, a proteína mais abundante do planeta.

O artigo Percent of Rubisco out of total soluble leaf protein aponta que a RuBisCO é a proteína mais predominante nas folhas de plantas C3, contribuindo com mais de 50% das proteínas solúveis totais das folhas.

Ela é a principal enzima responsável pela fixação de carbono orgânico e tem sua síntese influenciada pela presença de potássio.

Ou seja, o potássio está diretamente ligado a fotossíntese, processo pelo qual as plantas convertem a luz solar e os nutrientes absorvidos em energia necessária para a produção de flores, frutos e grãos.

 

4. Regula o potencial hídrico das células

O potássio também é importante para regulação do potencial hídrico das células, uma vez que a absorção de água pela célula e pelos tecidos é frequentemente consequência da absorção ativa do potássio. Além disso, os íons de potássio atuam diretamente na abertura e fechamento dos estômatos, que são uma das principais estruturas das plantas que podem levar a perda excessiva de água.

Os estômatos são aberturas microscópicas encontradas principalmente nas folhas, responsáveis por realizar as trocas gasosas que incluem vapores d’água, dióxido de carbono (CO2) e oxigênio (O2).

Segundo a Embrapa, o mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos depende inteiramente do fluxo de potássio sobre a taxa de assimilação de CO2, não por uma influência direta nos fotossistemas I ou II, mas sim por promover a síntese da enzima RuBisCO.

 

5. Promove a ciclagem de compostos no floema

O floema é um tecido vascular responsável por conduzir substâncias orgânicas pelo interior da planta, especialmente de açúcares e outros fotossintatos produzidos nas folhas por meio da fotossíntese.

Para isso, esse tecido vascular conta com o auxílio de nutrientes como o potássio, para transportar grande parte destes açúcares e outros produtos das folhas para órgãos de reservas como os grãos, frutos e raízes.

No artigo Effect of K on N utilization by spring wheat during grain protein formation, os pesquisadores Konrad Mengel e Karl Koch ainda destacaram que o potássio não promove somente a translocação de fotossintatos recém-produzidos, mas também tem um efeito benéfico na mobilização de material estocado nas plantas.

 

6. Está envolvido com crescimento meristemático

Os meristemas são regiões das raízes e dos caules das plantas nas quais as células se dividem continuamente. Eles são divididos em dois tipos principais:

Meristemas apicais: são responsáveis pelo crescimento longitudinal da planta, por estarem posicionados na região do ápice da raiz, do caule e de suas ramificações;

Meristemas laterais: são responsáveis pelo crescimento da planta em espessura, como o câmbio vascular, que origina o xilema e o floema secundário.

A divisão e o crescimento celular desses meristemas são controlados por hormônios vegetais, também conhecidos como fitohormônios, que por sua vez são postos em ação pela presença de potássio.

 

7. Confere maior resistência aos tecidos das plantas

A presença de potássio em níveis adequados confere maior resistência aos tecidos. Por aumentar a espessura da cutícula e da parede celular das plantas. Dessa forma, ele é responsável por amenizar os efeitos dos estresses abióticos, que são aqueles causados por organismos vivos, como pragas e doenças.

O aumento da espessura da cutícula e da parede celular, dificultam a penetração dos fitopatógenos e o progresso da infecção. E o potássio também está relacionado com o acúmulo de substâncias que apresentam ação fungistática.

Nos ensaios conduzidos no estudo Efeito do nitrogênio e do potássio na intensidade da Antracnose Foliar (Colletotrichum graminicola) e na nutrição mineral do milho. Diego de Oliveira Carvalho concluiu que a adubação potássica influenciou significativamente o período de latência do fungo em até 21,7%.

Outro efeito positivo que o potássio promove é redução do ponto de congelamento da seiva de culturas como o café e a soja, mitigando os efeitos negativos da geada nos tecidos, como:

  • Desidratação das células;
  • Perda do potencial de turgescência;
  • Redução do volume celular;
  • Ruptura da membrana plasmática.

 

Sintomas de deficiência de potássio na soja

A cultura da soja é altamente sensível à deficiência de potássio impactando fortemente no acúmulo de biomassa, rendimento e qualidade dos grãos.

Durante o ciclo do cultivo, a deficiência pode ser notada nas fases de crescimento e desenvolvimento das plantas.

O surgimento de clorose e necrose nas pontas e margens das folhas velhas, são os sintomas iniciais de baixos níveis do nutriente na planta, seguido de queda das mesmas caso não seja realizado o manejo adequado.

Há também o comprometimento do sistema radicular e redução do desenvolvimento das plantas na lavoura. Plantas com deficiência de potássio produzem grãos pequenos, enrugados, deformados comprometendo a qualidade final.

 

Quando fazer adubação potássica?

O ideal é que a aplicação de potássio na soja seja feita antes do surgimento de sintomas visuais na planta. É importante garantir aplicação de doses suficientes para absorção durante todo o ciclo da cultura. E quanto maior a diversidade de culturas nos ciclos, maior será a necessidade de nutrição.

Investir no solo e em análises, tanto foliares quanto do próprio solo. É uma excelente maneira de garantir as melhores soluções para a lavoura. Escolhendo insumos mais eficientes e que vão garantir mais bem resultados para sua plantação. Busque utilizar fontes mais solúveis nos momentos de maior exigência nutricional para atingir uma aplicação equilibrada.

 

Sintomas de deficiência no milho

 Na cultura do milho, a clorose nas bordas das folhas mais velhas, evoluem para um secamento em direção à nervura central.

Dois grandes impactos da deficiência de potássio acometem a cultura do milho: primeiro, atraso no desenvolvimento e redução do crescimento da planta (colmos e entrenós menores). E o segundo, os grãos e espigas produzidos de menor qualidade quando comparados aos de uma planta com nível adequado de potássio.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

O potássio é um dos nutrientes mais requeridos pelas plantas. Por isso, neste artigo vimos algumas estratégias para melhorar seu manejo, aumentando a eficiência produtiva de sua lavoura.

Comentamos também sobre as  possibilidades de fertilizantes que podem ser utilizados para suprir a demanda da sua cultura.

Gerir bem como essa adubação será feita pode garantir resultados melhores e, consequentemente, mais lucro em sua produção!

Escrito por Michelly Moraes.