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Herbicida glifosato: vantagens e desvantagens!

Herbicida glifosato: vantagens e desvantagens!

O herbicida glifosato é o mais utilizado no mundo inteiro, e cumpre um papel indispensável na agricultura. Neste artigo vamos abordar tudo sobre esse herbicida. Como sua importância, vantagens e desvantagens, sua ação no meio ambiente.

Não fique de fora, venha conhecer melhor sobre esse assunto!

 

Herbicida glifosato: vantagens e desvantagens!

 

O que é herbicida glifosato?

O herbicida glifosato trata-se de um princípio ativo. Isto é, uma molécula desenvolvida na fabricação de produtos químicos.

Inicialmente, o glifosato surgiu na indústria farmacêutica e também chegou a ser usado para limpar metais. Porém, se popularizou nos herbicidas da Monsanto, que hoje pertence à Bayer.

O herbicida à base de glifosato é aplicado nas folhas de plantas daninhas. Aquelas que nascem espontaneamente no meio das lavouras e prejudicam a produção agrícola. Ele bloqueia a capacidade da planta de absorver alguns nutrientes.

Neste artigo vamos destaca a importância desse herbicida no setor agrícola e algumas desvantagens do produto, além de conhecer a ação do produto no ambiente.

 

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A importância do herbicida glifosato para agricultura brasileira

A importância do glifosato no campo rural está relacionado com a eficiência e a otimização que o produto proporciona. Além de possibilitar o plantio direto, ele gera economia tanto no tempo para arar o solo como no uso do maquinário para tal atividade.

Outro importante ponto a ser ressaltado, é que o produto não contém concorrentes no mercado. Portanto, caso banido, a sua substituição não é simples.

O uso do herbicida glifosato possibilitou o crescimento econômico rural em vários países no mundo. A tecnologia no campo faz com o que terras muito arenosas desenvolvessem alimentos de qualidade e em grande quantidade

 

Vantagens e desvantagens no uso do glisofato

Abaixo vamos citar as principais vantagens e desvantagens do uso do herbicida glifosato, confira;

Entre as principais vantagens do glifosato

  • Baixo teor em agentes químicos, o que torna seu uso muito mais seguro do que qualquer outro produto do mercado.
  • Inibi diferentes espécies de ervas daninhas em um curto prazo. Portanto, ele se classifica como versátil e de alto rendimento.
  • Em termos ecológicos, o glifosato é considerado uma agricultura sustentável. O produto não é volátil não muda sua forma física quando atinge o solo.
  • Baixo custo, portanto, acessível para muitos tipos de públicos.

Entre as principais desvantagens do glifosato

  • Não ser completamente ecológico;
  • O uso em excesso e de maneira incorreta pode ocasionar danos ao meio ambiente e afetar a safra do produtor.
  • Surgimento de ervas daninhas resistentes ao herbicida

Vale ressaltar que uma vez que os limites permitidos pelos órgãos responsáveis pelo controle do produto são excedidos. Pode provocar danos para a agricultura ao invés de gerar benefícios.

 

Ação do herbicida glifosato na planta

Uma das mais importantes características do glifosato é sua rápida translocação das folhas da planta tratada para as raízes, rizomas e meristemas apicais. Esta propriedade sistêmica resulta na destruição total de plantas invasoras.

Quando o glifosato é aplicado sobre as plantas ocorre, inicialmente, uma rápida penetração. Seguida por uma longa fase de lenta penetração. A duração dessas fases depende de fatores, incluindo espécie, idade, condições ambientais e concentração do glifosato e surfatante.

O glifosato é móvel no floema e é rapidamente translocado por todas as partes da planta, mas tende a se acumular nas regiões meristemáticas

Os sintomas comuns observados após a aplicação de glifosato são clorose foliar seguida de necrose. Outros sintomas foliares são: enrugamento ou malformações (especialmente nas áreas de rebrotamento) e necrose de meristema e também de rizomas e estolões de plantas perenes.

Em contraste com muitos herbicidas de contato, os sintomas fitotóxicos de danos pelo glifosato geralmente desenvolvem-se lentamente. Com a morte ocorrendo após vários dias e mesmo semanas.

 

Plantas tolerantes ao glifosato

Algumas plantas daninhas são tolerantes ao glifosato, ou seja, são de difícil controle. É diferente de resistência, pois a tolerância ao herbicida ocorre sem que a planta nunca tenha entrado em contato com o produto.

Diferente de resistência, na qual biótipos de plantas daninhas resistentes ao herbicida são selecionados.

Lembrando que biótipos são um grupo de indivíduos com genética parecida, mas um pouco diferenciada da maioria dos indivíduos da população de plantas. Ou seja, a tolerância é uma característica natural da espécie.

Alguns exemplos de espécies tolerantes ao glifosato são:

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

O comportamento do herbicida glifosato no meio ambiente

Abaixo vamos brevemente abordar o comportamento do herbicida glifosato quando presente no ambiente, levando em consideração sua presença no solo, água e ar.

 

Presença no solo

O solo é um sistema aberto e de grande complexidade, constituído por minerais, matéria orgânica, microrganismos, água e ar, sendo que a variação de um desses componentes pode provocar alterações nos demais.

A sorção do glifosato no solo ocorre em duas fases, sendo a primeira delas praticamente instantânea, contribuindo com a retenção de mais de 90% do total aplicado, e a segunda um pouco mais lenta.

Todavia, a fase lenta foi quantificada em aproximadamente 10 minutos, tanto no solo sob plantio direto como sob plantio convencional. A adsorção reduz a concentração dos herbicidas na fração solubilizada do solo, removendo parte de sua ação potencial.

O resultado é observado pelo decréscimo da disponibilidade biológica, na aceleração da velocidade de degradação química ou, simplesmente, devido ao retardamento do movimento de lixiviação.

 

Presença na água

Os herbicidas podem causar riscos ao meio ambiente quando são transportados para a superfície das águas, porque são tóxicos a flora e prejudiciais a fauna. Para o glifosato as principais vias de dissipação na água são por degradação microbiológica e a união com sedimentos.

O glifosato não se degrada rapidamente na água, mas em presença da microflora da água o glifosato se decompõem e eventualmente em dióxido de carbono.

A persistência de glifosato em água é mais curta que sua persistência em solo. As formulações de glifosato são completamente solúveis em água por se dispersar rapidamente e não se acumular em altas concentrações no perfil hídrico.

O glifosato se dissipa em águas superficiais rapidamente por ser adsorvido pelos sedimentos e degradado por microrganismos.

 

Presença no ar

A presença de glifosato no ar é pouco provável, já que, os diferentes sais de glifosato não têm pressão de vapor significativa e perdas na superfície tratada para atmosfera são pequenas.

Entretanto, gotículas podem estar presentes no ar e é a razão mais provável de que se detecte glifosato junto com outros agrotóxicos, como na agua da chuva.

 

Efeito sobre organismos terrestres

O glifosato é considerado ligeiramente tóxico, mas não apresenta bioconcentração é considerado um produto de toxicidade menor que o glifosato.

Mesmo em concentrações baixas, podendo matar peixes e causar desenvolvimento retardado em minhocas.

Em outros casos, como mamíferos pequenos e pássaros, o glifosato atua indiretamente reduzindo a vegetação que provê comida e abriga animais.

 

Cuidados na aplicação do herbicida glifosato

Como qualquer outro agrotóxico, o glifosato é um produto químico cuja venda e aplicação são regulamentadas por lei.

Até mesmo os representantes do agronegócio reconhecem que, se aplicados sem os devidos cuidados, os agrotóxicos fazem mal especialmente ao trabalhador agrícola.

As dicas se aplicam não apenas ao glifosato, mas também a outros agroquímicos disponíveis no mercado. Antes do uso, os agricultores devem ler com atenção o rótulo contido nas embalagens dos produtos para conferirem as recomendações do fabricante.

 

Equipamentos de proteção individual

Equipamentos de proteção individual

 

No momento de preparação e aplicação, é indispensável o uso de equipamentos de proteção individual, como óculos de segurança, luvas, máscaras de proteção respiratória, botas de borracha e macacão de algodão. O uso de pulverizadores em boas condições também é recomendado.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Entende-se que o herbicida glifosato é muito importante, senão essencial, para a agricultura atual, especialmente no Brasil devido à importância do plantio direto.

No entanto, é necessário que nós estejamos atentos à sua utilização: usar somente quando necessário, conhecendo a formulação e dose correta e com rotação de outros herbicidas.

É importante ressaltar que a aplicação do glifosato é preciso ter alguns cuidados, pois esse produto é considerado toxico, e para que o agricultor não venha ter problemas de saúde é de extrema importância seguir as recomendações. Em caso de dúvidas o ideal é consultar um profissional da área.

Escrito por Michelly Moraes.

 

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Herbicida: entenda tudo sobre esse assunto!

Herbicida: entenda tudo sobre esse assunto!

O herbicida cumpre um papel indispensável na agricultura, auxiliando os agricultores em suas lavouras. Se você quer entender melhor sobre a ação dos herbicidas e sua classificação, está no lugar certo. Neste artigo vamos discutir tudo que você precisa saber.

 

Herbicida: entenda tudo sobre esse assunto!

 

O que é um herbicida? 

Os herbicidas são agentes biológicos ou substâncias químicas capazes de matar ou suprimir o crescimento de espécies específicas. Entre os agentes biológicos estão os fungos e outros microrganismos.

É muito comum que ervas indesejadas cresçam em meio à plantação e acabem prejudicando o crescimento e o rendimento das culturas, além de também trazerem transtornos na colheita e na venda dos produtos, que podem perder a qualidade ao competir com outras plantas no mesmo território.

Quando o espaço é pequeno, como uma horta, é possível tentar controlar a infestação tirando-as manualmente. Porém, em casos mais graves, apenas os herbicidas podem ser eficazes contra o problema.

 

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Herbicida: aspectos positivos e negativos

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), as perdas estimadas causadas pelas plantas daninhas podem chegar a mais de 90% caso nenhum controle seja realizado. Abaixo vamos citar alguns aspectos positivos e negativos com o uso dos herbicidas;

 

Aspectos positivos

  • Previne a interferência precoce
  • Controle efetivo nas linhas de semeadura
  • Flexibilidade quanto a época de aplicação – áreas extensas
  • Redução do tráfego de máquinas
  • Rendimento operacional elevado
  • Menor necessidade de mão de obra

 

Aspectos negativos

  • Necessidade do uso de equipamentos adequados, o que é um investimento elevado;
  • Mão de obra capacitada, a falta de capacitação de funcionários e produtores induz a uma aplicação inadequada;
  • Todos os herbicidas apresentam algum nível de toxidez para o ser humano e o ambiente, muito embora a tendência futura é ter uma queda cada vez maior;
  • herbicida pode permanecer no ambiente por um longo período, podendo causar prejuízos a espécies cultivadas em rotação;

 

Classificação do herbicida

Os herbicidas são classificados de acordo com características de cada um, permitindo estabelecer grupos afins com base na seletividade, época de aplicação, translocação, estrutura química e o mecanismo de ação.”

 

Quanto a seletividade dos herbicidas

 

Seletivos

Sob algumas condições são mais tolerados por determinadas espécies ou variedades de plantas (culturas) do que por outras. Ex: 2,4-D para a cana-de-açúcar; atrazine para o milho; fomesafen para o feijão; imazethapyr para a soja; etc.

Todavia, a seletividade é sempre relativa, pois depende do estádio de desenvolvimento das plantas, das condições climáticas, do tipo de solo, da dose aplicada, etc.

 

Não-seletivos

Atuam indiscriminadamente sobre todas as espécies de plantas. Ex: diquat, praquat, glyphosate. Normalmente são recomendados para uso como dessecantes ou em aplicações dirigidas. Exemplos: diquat, paraquat, glyphosate, etc.

Todavia, por meio da biotecnologia, é possível tornar um herbicida não-seletivo a seletivo para determinado biótipo de uma espécie; exemplo: a soja transgênica resistente ao glyphosate.

 

Quanto a época de aplicação dos herbicidas

 

Pré-plantio

Pré-plantio, pré-plantio incorporado (PPI). A finalidade é controlar a população inicial de plantas daninhas. A maioria produtos não seletivos para a cultura, produtos voláteis, de curto residual. Muito utilizados como dessecantes.

 

Pós-plantio

Pré-emergência, pós-emergência (cultura e plantas daninhas). Seletivos ou não: Forma de absorção do produto (raiz ou folhas).

 

Quanto a translocação dos herbicidas

 

Herbicida de contato

Os herbicidas podem ser de contato quando atuam próximo ou no local onde eles penetram nas plantas; exemplos: paraquat, diquat, lactofen, etc.

O simples fato de um herbicida entrar em contato com a planta não é suficiente para que ele exerça sua ação tóxica. Ele terá necessariamente que penetrar no tecido da planta, atingir a célula e posteriormente a organela, onde atuará para que seus efeitos possam ser observados.

 

Herbicida sistêmicos

Os herbicidas também podem se movimentar (translocar) nas plantas pelo xilema, pelo floema ou por ambos. Quando o movimento (translocação) do herbicida é via floema ou floema e xilema, ele é considerado sistêmico.

Estes herbicidas sistêmicos são capazes de se translocarem a grandes distâncias na planta, como é o caso de 2,4-D, glyphosate, imazethapyr, flazasulfuron, nicosulfuron, picloram, etc.

 

Quanto o mecanismo de ação dos herbicidas

A primeira lesão bioquímica ou biofísica que resulta na morte ou ação final do produto é considerada “mecanismo de ação”.

É importante lembrar que um mesmo herbicida pode influenciar vários processos metabólicos na planta, entretanto a primeira lesão que ele causa na planta pode caracterizar o seu mecanismo de ação.

 

Herbicidas auxínicos

Os herbicidas auxínicos, quando aplicados em plantas sensíveis, induzem mudanças metabólicas e bioquímicas, podendo levá-las à morte.

Estudos sugerem que o metabolismo de ácidos nucléicos e os aspectos metabólicos da plasticidade da parede celular são seriamente afetados.

Acredita-se que estes produtos interfiram na ação da enzima RNA-polimerase e, consequentemente, na síntese de ácidos nucléicos e proteínas.

 

Herbicidas inibidores do fotossistema I

Estes compostos possuem a capacidade de captar elétrons provenientes da fotossíntese (no fotossistema I) e formarem radicais livres.

Estes radicais são instáveis e rapidamente sofrem a auto oxidação. Durante o processo de auto oxidação são produzidos radicais de superóxidos, os quais sofrem o processo de dismutação, para formarem o peróxido de hidrogênio.

 

Plataforma AgroPós

 

Herbicidas inibidores da fotossistema II       

Estes herbicidas inibidores do fotossistema II (derivados das triazinas, das ureias substituídas, dos fenóis etc.) se ligam à proteína D-1 e impedem o fluxo de elétrons e a transformação da energia luminosa em ATP e NADPH. Estes compostos são necessários para fixação do CO2 e o crescimento das plantas.

 

Herbicidas inibidores da PPO

A atividade destes herbicidas é expressa por necrose foliar da planta tratada em pós-emergência, após 4-6 horas de luz solar.

Os primeiros sintomas são manchas verde-escuras nas folhas, dando a impressão de que estão encharcadas pelo rompimento da membrana celular e derramamento de líquido citoplasmático nos intervalos celulares. A estes sintomas iniciais segue-se a necrose.

 

Herbicidas inibidores do arranjo dos microtúbulos

Estes herbicidas inibem o crescimento da radícula e a formação das raízes secundárias. São eficientes apenas quando usados em pré emergência, porque a sua ação principal se manifesta pelo impedimento da formação do sistema radicular das plantas.

 

Herbicidas inibidores da acetolactato sintase      

As sulfoniluréias e as imidazolinonas inibem a síntese dos chamados aminoácidos ramificados (leucina, isoleucina e valina), através da inibição da enzima Aceto Lactato Sintase (ALS); esta inibição interrompe a síntese protéica, que, por sua vez, interfere na síntese do DNA e no crescimento celular.

 

Herbicidas inibidores da ACCase

Estes herbicidas inibem a ação da enzima Acetil Coenzima-A Carboxilase (ACCase). Esta enzima, encontrada no estroma de plastídios, converte o Acetil Coenzima A (Acetil-CoA) em Malonil Coenzima A (Malonil-CoA) pela adição de uma molécula de CO2 ao Acetil-CoA.

 

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Quais os cuidados que devem ser tomados com os herbicidas?   

Os herbicidas, como qualquer pesticida ou agrotóxico, devem ser usados com todo cuidado para não prejudicar o ambiente nem a saúde de quem os aplica.

A toxicidade pode ser aguda (efeito imediato) ou crônica (em razão da exposição prolongada ou repetida ao tóxico), e para proteger-se dos efeitos desses produtos, que podem ser de elevada toxicidade, recomendam-se as seguintes medidas preventivas:

  • Ler com atenção as instruções do rótulo antes de abrir a embalagem, verificando as particularidades, a classe toxicológica e o antídoto (neutralizante) necessário.
  • Em relação ao uso, devem ser observados os seguintes aspectos:
  • Ler e procurar entender as instruções do rótulo dos produtos: não derramar o produto, nunca comer, beber e nem fumar durante o manuseio dos herbicidas.
  • Aplicar sempre a favor do vento e quando este estiver com baixa velocidade.
  • Sempre usar os equipamentos de proteção (máscaras, luvas, macacão, botas especiais, etc.); usar sempre camisa de manga comprida e não lavar o pulverizador em córregos ou nascentes.
  • Deve-se ter pulverizadores próprios para herbicidas evitando usar os que foram empregados com herbicidas hormonais, como o 2,4,5-T, na cultura do algodão.
  • Deve-se dar destino adequado às embalagens para evitar que sejam usadas pela população para colocar água e alimentos.

 

Conclusão

O uso dos herbicidas é muito comum tendo vantagens e desvantagens para o agricultor. Contudo é necessário ter alguns tipos de conhecimento sobre o herbicida como sua classificação, assim o agricultor poderá escolher o mais adequado para aplicação na cultura de interesse.

Um ponto muito importante são os cuidados necessário na aplicação desses produtos, uma vez que não tomarem os cuidados adequado o ser humano pode ser contaminado e ocasionar sérios problemas de saúde. O ideal é seguir as instruções que vem no produto. Em caso de dúvidas procure um profissional da área.

Escrito por Michelly Moraes.

 

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Plantio Direto é a solução?

Plantio Direto é a solução?

Plantio Direto é a solução? Vem crescendo em todo o mundo os questionamentos sobre a sustentabilidade e viabilidade econômica e ambiental do uso do sistema de plantio direto – largamente empregado no Brasil. Os questionamentos surgiram com o aumento dos casos de plantas daninhas resistentes ao glifosato, bem como as desconfianças de setores de fora da produção agrícola sobre a segurança do herbicida mais usado no mundo.

Um artigo publicado por Graham Brookes, especialista em Economia Agrícola, na revista GMO Crops and Food mostrou que culturas tolerantes a herbicidas não aumentam o uso de defensivos mais do que o usado na agricultura convencional. No entanto, a própria efetividade do glifosato causou uma dependência excessiva desse produto químico, afirmou Charles Benbrook, professor de pesquisa da Universidade Estadual de Washington (EUA) e conhecido promotor de orgânicos. O perigo não é propriamente o glifosato, “um dos herbicidas mais seguros da mercado”, mas as invasoras resistentes ao produto.

De acordo com o artigo de Brookes, a resistência crescente ao glifosato acabou provocando uma conscientização entre agricultores de que eles devem adotar abordagens diversificadas e integradas para o manejo de plantas daninhas – o que é consistente com a orientação dos cientistas. Como resultado, diz ele, os agricultores aumentaram o uso de outros herbicidas tanto em OGM (Organismos Geneticamente Modificados) quanto em culturas convencionais.

Roger Gribble, engenheiro agrônomo do serviço de extensão de Oklahoma (EUA), disse que os agricultores não devem ser dogmáticos quanto ao plantio direto ou não: “Não deixe ninguém definir plantio direto para você. Existem lugares em um sistema de plantio direto onde eu usaria um pouco de plantio convencional”.

A pesquisadora Dwayne Beck, defensora do plantio direto no estado norte-americano de Dakota do Sul, sustenta que, para serem úteis, os herbicidas devem ser usados adequadamente. “É uma ótima tecnologia. Mas pense no Roundup Ready como tomando uma pílula ao invés de fazer seu exercício”, compara ela.

De acordo com artigo do Portal GLP (Genetic Literacy Project), se os agricultores querem usar essa tecnologia, precisam protegê-la: “Não é problema das [empresas] proteger a tecnologia, esse trabalho é dos agricultores. Todo mundo quer apontar a biotecnologia como o problema. Mas é como as armas: não são as armas o problema, e sim os idiotas com as armas. É a maneira como os usamos que importa”.

Garrison Sposito, professora emérita de Ciência de Ecossistemas da Universidade da Califórnia-Berkeley, afirma que “nunca se resolve problemas fazendo alterações. O que se consegue ao fazer mudanças é trocar um conjunto de problemas por outro conjunto de problemas”. Segundo Garrison, que é cientista especialista em Solo, os herbicidas são certamente uma ferramenta, mas na agricultura sempre há trocas”.

 

Fonte: Agrolink

TRF-1 derruba liminar que suspendeu uso do herbicida glisofato no país

TRF-1 derruba liminar que suspendeu uso do herbicida glisofato no país

O desembargador federal Kássio Marques, vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), com sede em Brasília, derrubou a liminar que suspendia o uso do herbicida glisofato no país.

A suspensão havia sido determinada no início de agosto pela juíza federal substituta da 7ª Vara do Distrito Federal, Luciana Raquel Tolentino de Moura. A Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu no TRF-1.

O glifosato é um herbicida utilizado em importantes lavouras brasileiras, especialmente na soja, principal produto de exportação do país. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, se manifestou publicamente nos últimos dias contra a proibição do herbicida.

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Na decisão, o desembargador Kássio Marques disse que a suspensão do glisofato seria prejudicial para a economia do país. Ele acrescentou que o produto já foi aprovado pelos órgãos competentes, que atestaram não haver no glisofato riscos à saúde.

“Nada justifica a suspensão dos registros dos produtos que contenham como ingredientes ativos abamectina, glifosato e tiram de maneira tão abrupta, sem a análise dos graves impactos que tal medida trará à economia do país e à população em geral”, afirmou o desembargador.

“Os produtos que contém os princípios ativos ora questionados, para obterem o registro e serem comercializados, já foram aprovados por todos os órgãos públicos competentes para tanto, com base em estudos que comprovaram não oferecerem eles riscos para a saúde humana e para o meio ambiente, estando em uso há vários anos”, concluiu Marques.

A AGU destacou que, se a decisão não fosse cassada, o Brasil seria o primeiro país a restringir totalmente o uso de glifosato, o que levaria muito provavelmente a maior parte dos produtores a deixar de utilizar a modalidade de plantio direto e voltar a preparar, em alguma medida, o solo, com evidentes perdas para o meio ambiente (erosão, diminuição do teor de matéria orgânica do solo, aumento do consumo de combustível etc.).

Por G1.