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Ano após ano, produtores enfrentam infestação de plantas daninhas em suas culturas. Algumas são mais fáceis de serem removidas, enquanto outras daninhas tem seu combate bem mais complexo. É o caso da corda de viola.  Neste artigo vamos abordar tudo sobre esse assunto, não fique de fora.

Acompanhe!

 

Corda de viola: saiba tudo sobre essa planta!

 

A corda de viola, Ipomoea grandifolia ou Ipomea triloba ou Ipomoea aristolochiaefolia, se destaca como uma das plantas daninhas mais problemáticas em lavouras agrícolas no Brasil. O difícil controle da corda-de-viola nos cultivos é causado por características da própria planta.

A Ipomoea grandifolia apresenta vasta distribuição geográfica, desde o sudeste dos Estados Unidos até a Argentina. No Brasil, sua presença já foi assinalada nas regiões Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste.

Características estas as quais incluem sementes dormentes, que podem permanecer viáveis no solo por vários anos, e hábito de crescimento entrelaçado (volúvel, com hastes flexíveis), o que lhe permite escalar as plantas, diminuindo a disponibilidade de luz e reduzindo a capacidade fotossintética da cultura, bem como a eficiência da colheita mecânica.

Neste artigo, você vai conhecer mais sobre a corda-de-viola e seus potenciais prejuízos, além de aprender também como realizar o seu manejo, evitando que ela se alastre!

 

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Afinal, o que é corda de viola?

Ipomea sp. ou corda-de-viola é uma planta daninha com coloração vistosa. Seus outros nomes populares são corriola, campainha e jetirana.

Por ter diferentes espécies, (estudos indicam que existam mais de 140 tipos de corda-de-viola espalhados por todas as regiões do país) essa erva pode apresentar folhas tanto inteiras quanto recortadas. Sua flor também varia em tonalidades que vão do branco ao roxo.

A corda-de-viola é uma erva trepadeira e invasora anual, com alta adaptabilidade ao solo e que se reproduz por sementes. Em um curto espaço de tempo, ela se enrola nas culturas, podendo atingir até três metros de altura.

 

Características da corda de viola

As inflorescências são axilares, com a formação de uma a oito flores curto-pediceladas. Os frutos são cápsulas septíferas esféricas, possuem de 6-8 mm de diâmetro, de cor castanho-claro na maturação. A altura varia de 1-3 m de altura.

Com caule e ramos finos, fibrosos e longos, a corda-de-viola é muito resistente, se espalha pelo chão, conseguindo subir em obstáculos que encontra pelo caminho. Isso torna a colheita de determinadas culturas muito mais difícil, como é o caso da soja e do milho, já citados.

 

 

Ciclo reprodutivo da corda de viola

Essa espécie tem propagação via sementes, com germinação no fim do inverno e ciclo até a maturação de 150-180 dias, podendo ser reduzido para 120 dias se a germinação ocorrer no verão.

A entrada de sementes da corda-de-viola no solo pode ocorrer de duas formas: pela produção de sementes oriundas das plantas presentes na área ou pela introdução de sementes originárias de outras áreas por agentes de dispersão.

A partir da germinação das sementes há formação de raízes e caules, produção de flores e frutos e, com a produção de sementes, o ciclo se reinicia.

 

Desenvolvimento e condições do ambiente

Popularmente conhecida como corda-de-viola ou corriola, essa planta daninha trepadeira de ciclo anual se reproduz por sementes e se adapta facilmente em qualquer tipo de solo, com ou sem incidência luminosa, podendo atingir até 3 metros de comprimento.

Suas sementes apresentam grande quantidade de reserva e as respectivas plântulas conseguem emergir sob camadas consideráveis de palhada no solo.

Alguns estudos relatam que o microclima induzido pela palhada no solo pode inclusive estimular a germinação e o crescimento da Ipomoea spp., fato bastante relevante no sistema de plantio direto ou no sistema de cana crua.

 

Danos causados pela corda de viola 

A corda-de-viola causa um transtorno no processo de colheita. Quando as colhedoras passam, as daninhas podem bloquear o cilindro, fazendo com que a eficácia na colheita caia consideravelmente.

Já foi identificado em estudos que a corda-de-viola pode ser muito prejudicial, por exemplo, para a soja, a oleaginosas mais cultivadas no Brasil. Além de afetar o bolso do produtor, sua produção, em alguns casos, chega reduzir 45%.

Sem contar que seus ramos, quando se entrelaçam nas plantas, competem por recursos essenciais como água, luz e nutrientes. No período crítico de competição, que se estende, em geral, até 50 dias após a emergência das plantas, a redução da produtividade se torna mais acentuada.

Outro prejuízo causado é a elevação da umidade dos locais onde a corda-de-viola se encontra. Essa umidade é transferida para os grãos, levando a uma depreciação da qualidade da cultura e aumentando os gastos com a secagem.

Ela também favorece o aumento de pragas na armazenagem, o que representa mais uma desvantagem para o produtor na hora de comercialização das sacas, visto que qualidade entregue ao consumidor pode ficar comprometida. Durante esse período, os prejuízos provocados são irreversíveis.

 

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Manejo da corda de viola

A corda-de-viola exige um manejo minucioso e integrado para eliminar os problemas que ela causa.

Quando essa daninha é da espécie de folhas largas, o combate se torna ainda mais difícil.  Veja a seguir alguns controles eficazes.

 

Controle preventivo

Adotar algumas ações podem reduzir o aparecimento de plantas daninhas na lavoura. São medidas que estão ao alcance do produtor, como a limpeza rigorosa de implementos e maquinário e uso de sementes certificadas.

Essas práticas previnem a entrada de sementes de plantas daninhas no campo de cultivo e impedem que se proliferem.

 

Controle cultural

O controle cultural consiste na:

  • Escolha de espécies adaptadas à região de plantio
  • Escolha da época de plantio
  • Densidade e no espaçamento entre as plantas
  • Rotação de cultura.

Dentre essas associações de estratégias, temos plantio direto como base de formação de uma massa de cobertura sobre o solo.

A cobertura inibe a emergência de algumas espécies de plantas daninhas (principalmente gramíneas e espécies de ciclo anual) que necessitam mais luz para germinar.

 

Controle físico

O controle físico pode ser realizado por meio da solarização do solo, com fogo e/ou inundação. Para se fazer a solarização, utiliza-se uma cobertura de polietileno transparente. Com isso, a temperatura do solo aumenta, matando o embrião da planta daninha a plântula.

Quantidade de luz, umidade do solo, tempo de permanência da cobertura são fatores que influenciam no sucesso da prática.

O uso do fogo eleva a temperatura da planta em um curto espaço de tempo, ocasionando a sua morte. Já na inundação são usadas lâminas de água em espaços abertos no terreno, chamados de tabuleiros ou quadros.

 

Controle químico

O controle químico de plantas daninhas é feito com uso de defensivos, mais especificamente de herbicidas. É de fundamental importância o conhecimento sobre a dinâmica dos herbicidas e seus diferentes mecanismos de ação na planta invasora.

É preciso saber a dose correta do produto associada à tecnologia de aplicação. O momento correto de aplicação de acordo com o estádio de desenvolvimento da planta daninha e número de aplicações. Muitas vezes é utilizado como tática uma única aplicação ou aplicações sequenciais.

A tecnologia tem otimizado a aplicação de defensivos químicos no campo. O controle químico, hoje, é feito com o uso de pulverizadores tratorizados e aéreos.

 

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Controle mecânico

O controle mecânico de plantas daninhas é feito por meio do arranquio manual ou uso de equipamentos como a enxada e cultivadores (enxada fixa ou rotativa).

Mesmo após a introdução de herbicidas no mercado, o uso desses equipamentos é muito comum. Principalmente em pequenas propriedades, em que o emprego de outros métodos de controle é limitado devido à falta de equipamentos e à topografia do terreno.

Já em grandes propriedades, o uso do controle mecânico de plantas daninhas é bastante reduzido, em razão da necessidade de maior agilidade.

 

Conclusão

Planta invasora muito comum, infestando principalmente linhas de cercas, terrenos baldios, lavouras perenes como pomares, cafezais entre outras culturas.

A corda-de-viola tem um potencial negativo no crescimento, desenvolvimento e produtividade de diferentes culturas, como mostrado ao longo do artigo.

Por essa razão é tão importante realizar o manejo integrado para evitar que ela traga mais prejuízos à propriedade.    Se você gostou desse conteúdo e te ajudou e esclareceu suas dúvidas. Comente e compartilhe em suas redes sociais!

Escrito por Michelly Moraes.

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