Os fertilizantes NPK, são compostos pelos três nutrientes mais importantes, sendo denominados como os macronutrientesprimários: Nitrogênio (N), Fósforo(P) e Potássio (K).
A indústria agrícola é extremamente depende do uso do fertilizante NPK para atender à demanda por alimentos e garantir cultivos saudáveis.
Geralmente, os solos não possuem esses nutrientes em quantidades ideias para o desenvolvimento da planta. Seja naturalmente ou como resultado do cultivo exaustivo no solo ou de outros fatores ambientais.
Vamos conferir?
Importância dos fertilizantes NPK para agricultura
Segundo dados revelados pela ONU, afirma que a população mundial aumentará 37,3% até 2050, para 9,2 bilhões. Este aumento será absorvido, em sua maioria, pelos países em desenvolvimento, como o Brasil.
E isso significa maior demanda por alimento e maior uso dos nossos solos agrícolas, ocasionando o seu esgotamento nutricional.
Os fertilizantesNPK, compõe os nutrientes primários e é essencial na nutrição das plantas, tendo um papel fundamental no crescimento, desenvolvimento e reprodução da planta.
Nos casos em que haja sua escassez, os nutrientes devem ser devolvidos ao solo para criar o ambiente ideal para o crescimento das plantas. Isso se dá através da adubação.
Para saber melhor as necessidades nutricionais do solo da sua propriedade, faça sempre a análise de solos.
Campo de ação do fertilizante NPK nas plantas
Os fertilizantes NPK, são compostos por três nutrientes distintos, cada um deles atua de forma específica na planta.
Uma vez, que essas funções, torna-se evidente a importância de nutrir as plantas com esses macronutrientes.
Vamos conferir abaixo, o campo de ação desses nutrientes!
Nitrogênio: Grande colaborador no desenvolvimento planta, no surgimento de brotos e folhas. Com sua carência, as folhas velhas costumam ficar com tom amarelado, perdendo aquele tom verde, bem característico da clorofila.
Fósforo: Ele é responsável por estimular a frutificação e floração da planta. A planta quando apresenta deficiência de fósforo atinge o crescimento, causando também uma coloração verde-escura anormal.
Potássio: Esse nutriente, fortalece os tecidos dos vegetais, tornando-os mais resistentes à ação de pragas e outros agentes prejudiciais às plantas. A planta com deficiência em potássio tem um baixo rendimento, uma qualidade inferior dos frutos.
Entretanto, para que a adubação seja efetiva, é importante o cuidado para que seja feita de forma correta, pois o uso desordenado de adubosquímicos, causa alguns efeitos negativos na qualidade do solo e também na saúde da planta e dos seus frutos e grãos, principalmente à longo prazo.
Tipos de formulação de NPK
Você sabia que existem várias formulações de fertilizantes NPK disponíveis no mercado?
Pois é, esse é um detalhe importante e que deve ter grande atenção sobre ele.
Essas formulações, tem que atender as necessidades específicas de cada etapa de desenvolvimento das diversas espécies de plantas.
Os números seguidos à sigla informam o percentual de concentração de cada nutriente, nesta ordem: nitrogênio, fósforo e potássio.
Veja 6 tipos de formulações de NPK, muito usadas:
O NPK 8-8-8: É indicado para plantas mais delicadas, como orquídeas e bromélias, uma vez que apresenta uma formulação mais equilibrada.
O NPK 10-10-10: Esta é uma formulação padrão recomendada para gramas, folhagens e vegetações que não produzem frutos.
NPK 04-14-08: É mais indicada para árvores frutíferas e floríferas, pois estimula a produção de flores e frutos.
O NPK 20-20-20: Pela sua alta concentração é indicada para plantas de grande porte.
O NPK 20-10-10 ou 20-05-20: Usada para adubar gramados.
E o NPK 25-25-25: Formulação essa voltada para espécies hidropônicas.
Atenção! Essa fórmula é sempre informada na embalagem e precisa ser respeitada para que as necessidades da planta sejam devidamente atendidas e que dê resultados positivos no seu plantio.
Produção de fertilizantes NPK
Os fertilizantes NPK podem ser encontrados nas formas líquida, gasosa e granular, uma vez que, o mais comum é a sua disponibilização na forma granular.
Existem muitos métodos para produzir o fertilizante NPK granular. Os componentes individuais podem ser produzidos separadamente e misturados em formulações específicas para criar razões nutricionais alvo, como vimos no tópico anterior.
Alguns dos processos empregados na produção de fertilizantes NPK envolvem a acreção ou aglomeração.
A acreção é aplicação de maneira repetida de fertilizante em uma pequena partícula sólida central, com posterior ressecamento.
Já o processos de aglomeração, as matérias-primas principais são inseridas na forma de sólidos secos e depois interligadas e cimentadas.
No entanto, além dos processos de aglomeração baseados fundamentalmente na granulação por compactação física, também há processos em que os estágios líquidos são atingidos por meio de reações químicas entre amônia e ácido sulfúrico, nítrico ou fosfórico.
Adubos químicos X adubos orgânicos
Mesmo os fertilizantes NPK contendo os três principais macronutrientes necessários para o desenvolvimento das plantas, é necessário também uso dos micronutrientesna adubação.
Além do mais, é fundamental a utilização de outros tipos de insumos, como adubos orgânicos, que podem ser o esterco, húmus ou compostagem.
Uma vez que, os adubos orgânicos são essenciais, para permitir a ação de microorganismos no solo.
Esses microorganismos constroem uma estrutura saudável para o desenvolvimento da planta.
Vamos conferir os 7 principais adubos orgânicos que tanto contribuem para a conservação do solo mais saudável, são eles:
Húmus de minhoca;
Esterco de aves e bovinos;
Torta de algodão;
Cinzas de madeira;
Cascas de ovos trituradas em forma de farinha;
Farinha de osso bovino;
Compostagem.
Quando usar fertilizantes NPK
Um modo simples de determinar o quanto de fertilizante NPK que será necessário utilizar em sua lavouraé através da análise de solo. Ela que determinará as disponibilidades dos nutrientes para a cultura de interesse.
Uma vez com os resultados em mãos, é possível determinar quais os nutrientes necessários para um determinado cultivo.
Uma forma comum de determinar a fertilidade é estabelecer a relação carbono/nitrogênio no solo, esse método determinará as disponibilidades de nitrato disponíveis para as culturas, bem como indica o estado de decomposição de matéria orgânica na terra.
O processo de adubação é um processo muito importante e deve ser feito com responsabilidade para não haver perdas por lixiviação e consequentemente contaminação de rios e cursos d’água.
Uma vez bem conduzido, a fertilização dos solos garante uma planta bem nutrida e ganhos econômicos com sua lavoura.
Por fim, é importante aplicar fertilizantes NPK com o maquinário correto para garantir a eficiência da operação.
Neste artigo você irá encontrar tudo que precisa saber sobre a adubação foliar: como realizar aplicação, formas de absorção, além de descobrir as vantagens e desvantagens dessa forma de aplicação.
Adubação foliar é um tipo de manejo utilizado que fornece nutrientes minerais via foliar das plantas. Assim como todos os seres vivos, as plantas também precisam se alimentar. E, no caso delas, o alimento é ofertado por meio da adubação. Adubar nada mais é do que repor nutrientes minerais que são necessários para o e desenvolvimento e crescimento das plantas.
Assim, a adubação foliar é utilizada como complemento da adubação via solo, de forma rápida e eficiente. Atualmente, a prática está no planejamento e manejo da produção de praticamente todas as espécies cultivadas.
Portanto, a recomendação de fertilizantes foliares deve seguir a necessidade nutricional das plantas na lavoura. Que pode ser verificada com a diagnose foliar. A análise da folha é necessária para identificar de maneira precisa a falta de nutrientes.
Tipos de adubação foliar
Adubação foliar preventiva: mais utilizada e a de resultados menos comprovados. Exemplo: boronas culturas do repolho, couve-flor, brócolis e KCl para prevenir os danos causados pelas geadas
Adubação foliar corretiva: aplicação de nutrientes para corrigir uma ou mais deficiências nutricionais é realizada em determinados momentos da cultura. Exemplo: mais efetiva para culturas perenes
Adubação foliar substitutiva: substitui a adubação via solo. Exemplo: micronutrientes.
Adubação foliar complementar: visando complementar o fornecimento de adubosaplicados via sistema radicular (via solo ou água), empregada quando determinada cultura apresenta exigência elevada de um nutriente específico. Exemplo: boro nas culturas do repolho e mamão.
Adubação foliar suplementar no estádio reprodutivo: aplicação na fase de enchimento de grãos. Exemplo: soja (N, P, K e S).
Categoria de adubos foliares
Adubos químicos: fornecem macro e/ou micronutrientes (mais fornecidos pela adubação foliar, pois são exigidos em pequenas doses pelas plantas);
Adubos orgânico: destaque para os originários de húmus-de-minhoca;
Aminoácidos: grupo de produtos mais modernos e largamente usado em cultivos de hortaliças e flores;
Adubos naturais: geralmente subprodutos de outras plantas, como o subproduto da mandioca, denominado de “manipueira” líquido liberado por ocasião da prensagem da massa da raiz da mandioca.
Absorção de nutrientes por meio da folha
A absorção foliar se dá em três passos sucessivos depois de estabelecido o contato do elemento com a epiderme superior, inferior ou ambas:
Atravessamento da cutícula cerosa e das paredes das células epidérmicas por difusão;
Chegada à superfície externa do plasmalema;
Movimento através de membrana citoplasmática cm a entrada no citoplasma eventualmente no vacúolo depois de atravessar o tonoplasto.
Fonte: Gomes, et al. (2019).
Penetração via cutícula
A penetração via cutícula trata-se da passagem dos nutrientes por esta camada de cera presente na superfície das folhas.
Para que transpassem a cutícula, os nutrientes necessitam estar solúveis em água ou presentes em partículas extremamente pequenas, entre dois e cinco nanômetros (1 nanômetro = 10-9 m ou 0,000000001 metro).
Rachaduras e imperfeições
Outra via de absorção é a passagem dos nutrientes por rachaduras ou imperfeições presentes na superfície da folha.
Tais aberturas são causadas nas folhas por ações físicas. Como por exemplo o esbarrão de um maquinárioagrícola ou ação de pragas e doenças. Nestas condições, a penetração de algumas partículas maiores poderá ocorrer.
Estômatos e tricomas
Conjuntamente, a absorção dos nutrientes pode se dar pelos estômatos e tricomas espalhados na superfície das folhas. Vale relembrar que os estômatos são aberturas presentes nas folhas especializadas na realização de trocas gasosas enquanto os tricomas são os pelos presentes nas folhas.
Além disso para os tricomas, assim como na cutícula, os nutrientes necessitam estar solúveis em água ou em partículas muito pequenas para que ocorra a penetração. Já para os estômatos, partículas maiores podem ser absorvidas, visto que a cavidade em seu interior possui entre 20 e 80 nm.
Fatores que afetam a absorção
Os fatores que influenciam a adubação foliar podem ser divididos em internos e externos. Confira abaixo!
Internos
Dentre os fatores internos que influenciam a absorção foliar da planta pode-se destacar:
Espécies e variedades: espécies diferentes e variedades diferentes dentro da mesma espécie podem apresentar comportamentos diferentes quanto a absorção de nutrientes
Estado nutricional da planta: uma planta já deficiente apresenta menor capacidade de assimilar nutrientes via folha;
Idade da folha: folhas mais novas tem maior facilidade em absorver nutrientes do que folhas velhas. Consequentemente, o estágio fenológico em que a planta se encontra também afeta sua capacidade de absorver nutrientes.
Externos
Como fatores externos, pode-se enfatizar:
Ambiente: fatores ambientais como luminosidade, temperatura e umidade relativa tem influência direta na absorção foliar de nutrientes. Altas luminosidades e temperaturas conjuntamente a baixa umidade relativa influenciam negativamente a absorção foliar uma vez que alteram características tanto nas plantas quanto nos fertilizantes.
Fertilizante: a fonte de nutriente utilizada na formulação juntamente com os aditivos empregados altera as características do fertilizante e consequentemente sua absorção. Como exemplo de características tem-se concentração, solubilidade, carga elétrica, pH, ângulo de repouso e tempo de secagem.
Vantagens e desvantagens da adubação foliar
A adubação foliar pode ser utilizada com sucesso em agriculturas de baixa, média e alta tecnologias. Ela ajuda a estabelecer o equilíbrio nutricional das plantas na lavoura. Ajustando os níveis foliares próximos ao ótimo. No entanto, como toda técnica, a adubação foliar possui vantagens e desvantagens.
Vantagens
Correção das deficiências a curto prazo;
Alto índice de utilização pelas plantas dos nutrientes aplicados;
Contornar restrições de absorção de nutrientes pelo solo;
Doses totais de micronutrientes geralmente são menores que via solo;
Possibilidade de aplicação de micronutrientes com tratamentos químicos.
Desvantagens
Custo dos produtos e custo da aplicação extra pode ser mais elevado;
Idade da folha: vegetações muito novas, que não estão totalmente desenvolvidas, não têm a capacidade de absorção dos nutrientes e podem sofrer danos;
Menor poder residual da disponibilidade de nutrientes;
Podem ocorrer incompatibilidades com outros produtos.
Cuidados a serem tomados na adubação foliar
Para que a adubação foliar seja realmente eficiente, com absorção dos nutrientes, alguns fatores precisam ser atendidos. Eles incluem aspectos internos das plantas e externos a elas.
É importante verificar o PH acidez e alcalinidade da solução aplicada na adubação foliar, pois as espécies vegetais absorvem os nutrientes em uma restrita faixa de PH e essa condição varia de planta para planta;
Não faça a aplicação do adubo foliar nas horas mais quentes do dia, pois o calor pode causar a evaporação da solução e a planta não tenha tempo suficiente de absorver os nutrientes;
Cuidado com a aplicação simultânea de adubo e pesticidas ou fungicidas, pois caso a combinação não for bem feita pode gerar desequilíbrios e até mesmo incompatibilidade no adubo aplicado nas plantas;
Cuidado com os excessos na aplicação dos nutrientes via adubação foliar, pois o que iria fortalecer pode causar doenças nas plantas;
Erros frequentes
O erro mais comum cometido pelos agricultores que optam pela prática da adubação foliar é posicioná-la em substituição a alguma prática de solo. Esta deve ser tratada como uma técnica complementar, e quando ambas são feitas de forma correta o retorno em produtividade é certo.
A escolha por produtos mal formulados ou de baixa tecnologia, adubos sólidos diluídos ou fertilizantes sem respaldo científico e agronômico podem difamar a prática como ineficiente.
Lavouras pulverizadas com bons produtos nutricionais e bem recomendados geralmente apresentam incrementos médios de pelo menos três a quatro sacas de soja por hectare.
Conclusão
O processo de adubação é muito importante no cultivo da terra, pois é ele que permite que as plantas cresçam com saúde e com os nutrientes que precisam. O Adubo Foliar é uma boa alternativa para complementar a adubação feita através do solo
Apenas suprir as necessidades de NPK não é suficiente. Porém, que fique claro que o Adubo Foliar não substitui o Adubo Via Solo apenas o complementa.
O diferencial desse adubo é o fato de ele ser aplicado sobre as folhas e, é mais comum na agricultura em produções de café, arroz, laranja, sojae outros. É importante ressaltar que antes da aplicação é importante que consulte um especialista para ter a certeza da necessidade real desse procedimento.
A fertilidade do solo é a capacidade do solo de fornecer elementos essenciais às plantas, nas proporções adequadas para o seu crescimento e produtividade, ao longo de todo o ciclo.
Sabe-se que um solo fértil não é necessariamente um solo produtivo pois, além de suprir as necessidades nutricionais as plantas necessitam de solos com boas características físicas e biológicas.
Dessa forma, os aspectos nutricionais do solo são extremamente importantes para o crescimento das plantas.
Mas também é necessária uma atenção especial para aspectos biológicos e físicos, porque esses influenciam a disponibilidade nutricional.
Neste post vamos concentrar nos aspectos ligados à fertilidade do solo.
Fertilidade do solo e nutrição das plantas
Os nutrientes essenciais (macro e micronutrientes) devem ser fornecidos de forma adequada para as plantas, levando em consideração as exigências nutricionais de cada cultura.
Para tal, é fundamental avaliar a fertilidade do solo sob uma visão integral e dinâmica. Ou seja, devemos considerar que o processo que levou à formação do solo, gerou uma fertilidade natural.
E que a atuação (humana) gera alterações na fertilidade do solo, colocando-o, no que denominamos, fertilidade atual.
Por fim, em alguns casos a condição nutricional do solo pode não ser evidenciada, em virtude da existência de alguns elementos ou características do solo. Neste contexto dizemos que nesse solo existe uma fertilidade potencial.
Principais nutrientes
Os nutrientes são elementos considerados essenciais. O que significa dizer que fazem parte de pelo menos uma molécula essencial ao metabolismo da planta.
Como por exemplo, o Mg constituinte da clorofila e o N constituinte essencial de compostos proteicos.
Dessa forma existem pelo menos 17 elementos que cumprem essa exigência e devem ser fornecidos às plantas para que estas germinem, cresçam, floresçam e produzam sementes.
Em função da sua essencialidade para as culturas, os nutrientes são subdivididos em Macronutrientes e Micronutrientes.
Os Macronutrientes são nutrientes requeridos em maior quantidade pelas plantas (da ordem de g/kg de matéria seca da planta). E os Micronutrientes são absorvidos pelas plantas em pequenas quantidades (da ordem de mg/kg de matéria seca da planta).
Dessa forma, normalmente os agricultores tendem a aplicar grandes quantidade por hectare de nutrientes como nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S), considerados macronutrientes.
Enquanto, nutrientes como boro (B), ferro (Fe), zinco (Zn), manganês (Mn), cobre (Cu), molibdênio (Mo) e cloro (Cl), são considerados micronutrientes. E, normalmente, são fornecidos em algumas fases do ciclo da planta, principalmente, via adubações foliar.
Tabela 1: Nutrientes e as formas químicas como são absorvidas pelas plantas
Fonte: Apostila de Fertilidade do solo – Agropós, 2019
Para o bom desenvolvimento e crescimento vegetal é necessário que haja disponibilidade e absorção desses nutrientes em proporções adequadas.
Pois, o desequilíbrio em suas proporções pode causar deficiência ou o excesso desses nutrientes. E em ambos casos o erro no fornecimento dos nutrientes (seja para mais ou para menos) pode causar limitações ao crescimento e produtividade das plantas, sintomas de deficiência/fitotoxidez ou mesmo levar a planta à morte.
Amostragem do solo
Para que o agricultor conheça a disponibilidade nutricional do solo é necessário a realização de uma adequada coleta e análise do solo. E com isso propor a recomendação correta de fertilizantese corretivos, que, por sua vez, serão responsáveis por parte considerável da produtividade da cultura de interesse.
Para realização da correta amostragemdo solo, alguns questionamentos frequentes devem ser considerados:
Como retirar as amostras?
Inicialmente, é preciso separar área de cultivo em sub-áreas mais homogêneas, denominadas de glebas, considerando-se a topografia, cobertura vegetal natural ou uso agrícola, textura, cor, condições de drenagem do solo e histórico de manejo.
Isso, porque, dentro das glebas, a variabilidade da distribuição dos nutrientes é menor e, portanto, permite a estimativa da fertilidade média do solo com um menor número de amostras e também menor erro.
Dentro de cada gleba, deve-se realizar a extração de amostras simples, retiradas em pontos representativos da área. Através de um caminhamento em zig-zag.
Ressalta-se que antes da coleta é necessário a retirada da vegetação ou partes mais superficiais do solo. As amostras simples devem ter o mesmo volume de solo e coletadas na mesma profundidade. E posteriormente homogeneizadas para a formação de uma amostra composta da gleba.
Exemplo de separação de glebas e caminhamento em zigue-zague para coleta das amostras simples
Fonte: Apostila Fertilidade do solo – Agropós, 2019
Quais ferramentas utilizar?
A amostra pode ser feita com diversas ferramentas, tais como: enxadeco ou enxadão, pá reta, tubo tipo sonda de amostragem, trados (Holandês, caneco, etc.), pá de jardinagem entre outros.
Em qualquer caso é sempre necessário a sub amostras sejam retiradas de maneiras uniformes em volume e profundidade desejada. Para que não ocorra uma sub ou superestimação dos atributos do solo dentro de um mesmo talhão.
Exemplos de ferramentas utilizadas para amostragem de solo
Fonte: Apostila Fertilidade do solo – Agropós 2019
Na imagem podemos observar tipos de trados da esquerda para direita: tipo rosca, calador, holandês, caneco, sonda. No centro: furadeira adaptada para coleta de solo e a direita: Quadriciclo adaptado para coleta de solo.
Envio de amostra ao laboratório.
Após a homogeneização e formação das amostras compostas, essas devem ser embaladas com sacos plásticos para evitar contaminação. Identificadas corretamente e enviadas ao laboratório de sua confiança.
E extremamente importante que os formulários sejam devidamente preenchidos. Já que servirão para ajudar na interpretação dos resultados da análise e na recomendação de calageme adubação. Além de manter um histórico de uso das áreas.
Avaliação de fertilidade do solo
Os objetivos das avaliações de rotina de solos, para fins de fertilidade, são obter informações para serem utilizadas de várias formas, nos quais se destacam:
Manter o nível de fertilidade ao nível considerado adequado para a cultura que se deseja implementar.
Predizer a probabilidade de se obter respostas lucrativas com o uso adequado de corretivos e fertilizantes.
Servir de base para a recomendação da quantidade de fertilizantes, formulados ou não, e corretivos da acidez do solo (calcárioou escórias) a aplicar.
Avaliar o estado atual de fertilidade de uma propriedade ou talhão de uma localidade. Com o uso de sumários de análises de solo com o objetivo de mapear a área e sua aptidão de uso da terra.
Recomendação de adubação e calagem
Após a coleta e análise do solo, para a recomendação de calcárioe fertilizantesquímicos ou orgânicos é necessário a comparação dos resultados da análise com valores recomendados para a cultura de interesse. De acordo com o tipo de solo, tecnologia que se deseja utilizar e também com a produtividade almejada.
Com a análise química do solo é possível estabelecer correções nutricionais do mesmo. E, com isso, promover a melhoria e manutenção da fertilidade do solo. Levando a um aumento expressivo na produtividade das culturas e qualidade de alimentos.
Além do fornecimento dos nutrientes, a análise do solo, é fundamental para uma correta correção do ph do solo. Permitindo, assim, uma melhor disponibilidade dos nutrientes para as plantas.
Sabe se que o solo é meio no qual as culturas se desenvolvem- se para alimentar e abrigar o mundo.
Entender a fertilidade do solo é compreender a necessidade básica para o desenvolvimento das plantas.
A análise da fertilidade do solo quando feita de maneira correta se torna um método indispensável para que o agricultor conheça a carência nutricional do solo que irá trabalhar.
Onde poderá fazer a recomendação de fertilizante para o sucesso do seu plantio e aumento de produtividade.
A colheita de soja está a todo vapor pelas regiões produtoras do Brasil, algumas mais adiantadas e outras mais atrás em função de chuvas. Com a retirada da oleaginosa os produtores já começaram a plantar a safrinha de milho, cuja janela ideal está acabando.
Em alguns casos, como o Rio Grande do Sul que sofre com a estiagem, produtores ainda estão buscando alternativas rentáveis e que se encaixem no período de plantio indicado.
Já mostramos em outra reportagem que o sorgo pode ser uma boa opção. Para quem opta pelo milho os preços no mercado estão colaborando.
O produtor tem muitos fatores a se preocupar em uma safra e isso não é novidade: adubação, manejo de pragas e doenças, clima. Mas o solo não pode passar despercebido. As condições físicas, químicas e biológicas interferem diretamente, assim como o preparo correto para receber uma nova cultura. Confira a entrevista com o coordenador de agricultura de precisão da Piccin, Paulo Padilha, que traz algumas dicas importantes.
Entrevista sobre – Solo requer cuidado na safrinha
Portal Agrolink: como deve ser este preparo para garantir a produtividade da próxima cultura?
Paulo Padilha: o preparo pode ser feito de forma convencional, com uma grade aradora ou em caso do plantio direto com uma escarificação, com descompactação da camada superficial a 0,26 centímetros. Para o milho safrinha deve ser feita a descompactação, preparando o solo em condições ideais para a próxima safra.
Portal Agrolink: e em relação a nutrientes o que deve ser levado em conta?
Paulo Padilha: inicialmente deve ser feita uma amostragem de solo, analisando os nutrientes, acidez do solo e fazer as correções com calcário ou gesso dependendo da recomendação agronômica. Também pode ser feita adubação a lanço antes ou depois do plantio
Portal Agrolink: como agir em caso de solo muito compactado?
Paulo Padilha: esse fator deve ser muito bem observado, muito bem avaliado porque interfere tanto na produtividade quanto na rentabilidade da lavoura. Existem equipamentos no mercado que trabalham com alto rendimento operacional, baixo custo, o que impacta diretamente nos custos de produção.
O primeiro passo para analisar o solo é identificar se ele é arenoso, por exemplo, no qual seus nutrientes são lavados mais naturalmente, sendo mais adequado o parcelamento das adubações.
Após a descoberta, é preciso coletar amostras do campo para que sejam feitas pesquisas e análises, a fim de:
identificar os nutrientes presentes no solo;
disponibilizar os dados corretos para o uso de fertilizantes;
otimizar o aumento e a rentabilidade da fertilização; e
exemplificar a variabilidade natural da sua lavoura.
Ao ser identificada a variabilidade do solo é possível aplicar práticas individuais em cada parte da propriedade, otimizando o manejo e fazendo um estudo mais profundo. Tais ações irão ajudar a minimizar os gastos ao descobrir o fertilizante e o adubo ideais para o solo.
Além disso, a análise do solo pode ser feita em qualquer época do ano, porém o mais adequado é no período de entressafra, pois assim haverá tempo de preparar o solo e fazer o planejamento agrícola.
Passo 2 – Planejamento de fertilizantes
Esse passo está ligado diretamente à sua plantação, já que as necessidades de nutrientes, cuidados e especificações para um desenvolvimento saudável variam de acordo com cada espécie.
Por isso, para os agricultores que buscam otimizar a produção, um bom começo pode ser a escolha dos fertilizantes, substâncias que, ao serem aplicadas no solo, proporcionam nutrientes fundamentais para a vitalidade das plantas.
Os fertilizantes agrícolas inorgânicos, utilizados principalmente em lavouras de soja, milho, algodão, entre outros, possuem a base química de Nitrogênio, Fósforo e Potássio (NPK), que servem para trazer benefícios específicos para as plantas, como:
nitrogênio: responsável pelo forte crescimento das plantas, as deixando mais saudáveis e verdes, portanto, é ótimo para as folhas e caule;
fósforo: importante para a floração, frutificação e enraizamento, ou seja, esse elemento é essencial para o plantio;
potássio: melhora a qualidade e resistência das plantas, tornando-as mais fortes para resistir ao pisoteio e os danos de pragas e doenças.
Além dos fertilizantes inorgânicos, existem no mercado vários tipos de fertilizantes agrícolas orgânicos. Segue abaixo os principais exemplos:
esterco – os mais utilizados são: de gado, por possuir mais fibras, o que dificulta a compactação do solo e ajuda na retenção de água; e de frango, rico em nutrientes, porém pode causar acidez no solo se utilizado em excesso;
farinha de ossos – rica em fósforo, matéria orgânica, cálcio e no controle da acidez do solo, sendo muito indicada para plantas floríferas e frutíferas;
húmus de minhoca – contém bastante matéria orgânica, que auxilia na fertilização e na recuperação das características físicas, químicas e biológicas do solo, contribuindo para o bom desenvolvimento das plantas;
torta de mamona – tem ação nematicida e é rica em nitrogênio, porém deve haver cuidado com seu uso perto de animais de estimação, pois a mamona contém altas taxas de ricina (veneno) e metais pesados, como cádmio e chumbo.
Como você pôde ver até aqui, há uma vasta variedade de solos, apresentando formas, texturas e cores diferentes. Portanto, é preciso analisar quais são os tratamentos preferenciais para aumentar a produtividade do solo em um curto espaço de tempo.
Passo 3 – Adubação do solo
Adubação é o processo de aplicação de fertilizantes orgânicos ou sintéticos, visando aumentar a quantidade de nutriente das plantas e expandir a produtividade da lavoura. A aplicação é feita diretamente no solo por meio de máquinas pulverizadoras (fertilizantes foliares) ou irrigação.
Adubo orgânico
Derivado de resíduos animais e vegetais (compostagem), quando colocadas no solo, se decompõem e liberam seus nutrientes extraídos das folhas, dos ossos e de fezes de animais, garantindo o desenvolvimento da flora microbiana.
Contudo, esse processo de liberação e absorção é lento. Somado a isso, pelo fato de não ter como controlar a quantidade de nutrientes nem saber se há presença de agentes patogênicos, seu uso pode resultar em acidificação do solo.
Adubo inorgânico
É produzido por meio da extração mineral, baseado em nutrientes necessários para o desenvolvimento da planta. Ao utilizar a quantidade exata, o crescimento torna-se mais eficaz. Porém, é preciso ter cuidado com a porção aplicada para não diminuir a oxigenação das plantas e o seu crescimento.