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Cultivo do Milheto: Qual a sua Importância para o Agronegócio?

O milheto, nos últimos tempos, tem aumentado a área plantada, sobretudo nas regiões de Cerrado, se tornando bastante importante no cenário do agronegócio brasileiro.

Isso devido pelo enorme potencial de cobertura do solo oferecido para a prática do plantio direto, bem como para o uso como forrageira na pecuária de corte ou de leite.

Para ambas as finalidades, há necessidade de um manejo cultural diferenciado e adequado.

Confira mais detalhes sobre o cultivo do milheto neste artigo!

 

milheto

 

Surgimento do cultivo

A planta de milheto (Pennisetum glaucum) surgiu entre 4 mil e 5 mil anos atrás, ao Sul do Deserto do Saara. De onde foi levada para a Índia a partir do ano 2.000 a.C., tendo gerado genótipos distintos dos originais africanos.

Os primeiros relatos da presença da planta de milheto no Brasil vem do Rio Grande do Sul, datados do ano de 1929.

É uma gramínea anual de verão, de crescimento ereto e apresenta excelente produção de perfilhos e forte rebrota, após corte ou pastejo.

A estatura do colmo é capaz de superar 3m, podendo atingir 1,5m entre 50 e 55 dias após a emergência.

Apresenta folhas com lâminas largas e inflorescência na forma de panícula longa e contraída.

Em comparação com o milho, o milheto equivale, em energia, a aproximadamente 95% do valor do milho, mas com teor e qualidade superior de proteína.

Outro fator que os diferencia é que o milheto requer mais calor para germinar e se estabelece de forma mais uniforme e satisfatória do que o milho e o sorgo.

As exigências térmicas e hídricas ideais para a planta de milheto são de temperaturas noturnas médias (15-28°C) e um mínimo de 30mm de água para germinação.

 Desta forma, uma boa opção como planta de cobertura de outono-inverno, embora a época recomendada para o milheto seja mesmo o verão.

Com sua utilização na safrinha, sofre o estímulo do fotoperíodo de outono-inverno, ou seja, o aumento das horas de escuro faz com que floresça precocemente em torno de 50 dias.

À medida em que se adentra no outono, esse intervalo entre o corte e o florescimento diminui.

 

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Plantio do milheto

O plantio do milheto pode ser em linha ou a lanço. Mas em ambos os casos há necessidade da definição ou do estabelecimento da época e densidade de plantio. Além da quantidade de sementes, espaçamento, sistema de semeadura, profundidade de plantio, dentre outros fatores.

Deve se atentar também quanto ao manejo de plantas daninhas, de pragas e doenças, da fertilidade e o manejo de água, como no caso de produção de sementes.

Estas variáveis, quando têm interação, contribuem para o aumento da produção de fitomassa verde para forragem, massa seca para cobertura morta em plantio direto, produção de grãos para ração ou para sementes.

A África Ocidental é responsável pelo cultivo de 50% da área mundial e pela colheita de 60% da produção.

Os híbridos indianos de alta produtividade, com altura média de 1,3 a 1,8m, não são adaptados à colheita mecânica em virtude da sensibilidade ao acamamento.

É uma cultura de baixo uso de insumos, com ampla utilização em diversos sistemas de produção, auxiliando diferentes culturas comerciais e possibilitando a produção de grãos de modo autossustentável.

 

plantio do milheto

 

Utilidades do cereal

O milheto é um cereal muito utilizado na alimentação humana na África e na Índia, por ser um dos grãos mais importantes cultivados nessas regiões.

No Brasil, por enquanto ainda não é usado para o consumo humano, embora a farinha oriunda dos grãos do milheto possa ser utilizada para o preparo de bolos, biscoitos e mingaus.

Uma vez, sendo mais comum aqui no Brasil, a sua utilização em outras formas. Como planta forrageira, pastoreio para o gado especialmente na região Sul. Como produção de semente para fabricação de ração e como planta de cobertura do solo para o sistema de plantio direto.

 

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Esta última prática passou a ter destaque principalmente nos Cerrados no início da década de 90.

Deste período em diante, houve um aumento da expansão da cultura devido ao avanço do plantio direto nas regiões, onde a gramínea se desenvolve bem devido às situações adversas de clima e solo.

O milheto também pode ser utilizado na implantação e na recuperação de pastagens, antecipando o início de pastejo de forrageiras braquiárias.

Outra utilidade do cereal é na produção de silagem em regiões com déficit hídrico. Podendo alcançar produções superiores e de melhor qualidade do que as forragens de milho e sorgo.

Milheto x déficit hídrico

O milheto apresenta um bom controle contra perda d’água, utilizando principalmente duas estratégias para superar o estresse hídrico. Ou seja, durante a fase vegetativa a água é conservada pelo fechamento estomático.

Porém, após o florescimento, a assimilação é maximizada aumentando o consumo de água, em decorrência dos estômatos permanecerem pelo menos parcialmente abertos.

Os valores costumam ser menores de transpiração na face superior das lâminas foliares do que na face inferior.

Dessa forma, esta estratégia implica numa menor resistência à difusão de vapor d’água na face inferior.

 Por esse motivo, há maior transpiração nessa face, característica adaptativa das plantas que evitam a perda excessiva de água.

 

Solos no Brasil

 

A condutância estomática, ao invés do estado hídrico da folha, está positivamente correlacionada com a produção de grãos de milheto, independente da irrigação.

O grande sucesso do milheto como planta de cobertura nos solos do Cerrado brasileiro é devido à sua alta resistência à seca.

Outro fator que chama a atenção é a adaptabilidade a solos de baixo nível de fertilidade e à característica de elevada capacidade de extração de nutrientes.

Isso devido ao sistema radicular profundo e por ser uma planta de boa capacidade de produção de massa verde e seca.

Os nutrientes extraídos pela planta de milheto permanecem na palhada, sendo reciclados ou liberados gradativamente no solo.

 

A importância do milheto para o agronegócio

pastagem com milheto

FONTE: Milkpoint

 

O milheto assume um papel de extrema importância no agronegócio nacional em razão da sua versatilidade, ou seja, pode ser utilizado de inúmeras formas.

 Onde, pode se destaca a produção de grãos, planta de cobertura para o plantio direto, planta forrageira, além de permitir a produção de farinhas para o consumo humano.

Outro destaque da sua importância se dá como planta para produção de biomassa, visando a geração de biocombustível através de reações enzimáticas.

O milheto se mantém como um cultivo de grande importância para a estruturação e a estabilidade dos sistemas de plantio nas regiões tropicais brasileiras, principalmente por sua boa formação de palhada.

A tendência da cultura é crescer cada vez mais para a região dos Cerrados. Por causa do desenvolvimento da atividade pecuária e principalmente em função da expansão do sistema de plantio direto. Que utiliza a gramínea para a cobertura do solo.

 

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Germinação do milho: conheça os processos!

Germinação do milho: conheça os processos!

A germinação do milho é uma etapa crucial para o sucesso na produção da cultura.

O teste de germinação determina o potencial do lote de sementes sobre ótimas condições, que é diferente do seu comportamento no campo.

Mas já pensou como esse teste de germinação é feito?

Quer saber mais sobre a estádio vegetativo do milho e como a sua germinação mais uniforme impacta na produção final da sua lavoura?

Sigamos na leitura desse artigo!

 

Germinação do milho: conheça os processos!

 

O surgimento do cultivo do milho

 A família Poaceae reúne espécies de interesse agrícola de extrema importância para a alimentação humana e produção animal. Tendo como um dos principais representantes dessa família, o milho (Zea mays).

O milho é cultivado há mais de 3.000 anos pelos povos da América Central, principalmente pelos povos Maias e Astecas.

Eles já dominavam as técnicas de cultivo desde a germinação do milho até sua colheita.

Desde então, os métodos de plantio do milho foram aperfeiçoadas. Seja por cultivares com índice de produção maior, seja pela mecanização em todo o processo.

 

 

Técnicas de cultivo do milho

As mudanças que vêm ocorrendo nos sistemas de produção de milho no Brasil comprovam a profissionalização dos produtores.

Além disso, várias tecnologias ligadas à cultura foram implementadas. Ou ainda estão sendo implementadas no setor agrícola brasileiro.

Isso vem garantindo uma boa germinação do milho e produtividades cada vez maiores das lavouras.

Dentre elas, destacam-se:

  • Utilização de cultivares de alto potencial genético (híbridos simples e triplos) e de cultivares não transgênicas e transgênicas com resistência a lagartas e ao uso do herbicida glifosato.
  • Espaçamento reduzido associado à maior densidade de plantio. Permitindo melhor controle de plantas daninhas, controle de erosão, melhor aproveitamento de água, luz e nutrientes, além de permitir uma otimização das máquinas plantadoras.
  • Melhoria na qualidade das sementes associada ao tratamento dos grãos. Especialmente o tratamento industrial, máquinas e equipamentos de melhor qualidade, que garante boa plantabilidade e boa distribuição das plantas emergidas, garantindo assim maior índice de sobrevivência do plantio à colheita.
  • Uso intensivo do manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas (MIP).
  • Correção do solo baseando-se em dados de análise e levando em consideração o sistema, e não a cultura individualmente.

 

Colheita do milho: aprenda a ter o sucesso!

 

Época de plantio do milho

Para garantir uma germinação do milho em níveis satisfatórios, se faz necessários o delineamento da sua época de plantio.

 A produção de milho no Brasil é caracterizada pelo plantio em duas épocas: primeira safra (ou safra de verão) e segunda safra (ou safrinha).

Os plantios de verão são realizados em todos os estados, na época tradicional, durante o período chuvoso, que ocorre no final de agosto.

Na região Sul, até os meses de outubro/novembro, no Sudeste e Centro-Oeste.

Na região Nordeste, esse período ocorre no início do ano.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) classifica como segunda safra, a safrinha propriamente dita, que se refere ao milho de sequeiro. Geralmente de janeiro a março ou até, no máximo, meados de abril.

Apesar das condições desfavoráveis de clima, os sistemas de produção da safrinha têm sido aprimorados e adaptados a essas condições, o que tem contribuído para elevar os rendimentos das lavouras também nessa época.

 

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Exigências climáticas e ambientais para germinação do milho

Para germinação do milho, florescimento e enchimento dos grãos, a cultura tem suas exigências, como, condições de temperatura e umidade do ar adequadas.

A germinação/emergência ocorre 4 a 5 dias após a semeadura. Porém, em condições de temperaturas amenas e umidade limitada, a germinação do milho, pode demorar duas semanas ou até mais.

Isso devido aos seguintes exigências da cultura:

  • O milho é uma cultura de clima tropical.
  • Temperatura diurna – entre 25ºC a 30ºC (ideal).
  • Umidade em torno de 70%.
  • Temperatura menor que 19º C, reduz crescimento planta e sua produção.
  • Consumo de água – 500 a 800 mm/safra (100 dias).

Outro ponto importantíssimo para uma germinação satisfatória do milho em campo, é o teste feito para ver a viabilidade das semente.

Porém, o teste de germinação determina a germinação potencial do lote sobre ótimas condições, e não o desempenho das sementes em diferentes condições no campo.

Ou seja, o resultado de um teste de germinação determina o que o lote pode efetivamente germinar em uma condição ideal e assim ter comparativo para implantação da cultura em campo.

E você já pensou em como esse teste de germinação é feito?

Vamos conferir logo em seguida.

 

Plataforma Agropós

 

Maneiras de fazer o teste de germinação do milho

O teste de germinação do milho é realizado em laboratório, para que assim possa obter todas as condições favoráveis para o desenvolvimento da semente e formar a plântula: temperatura, iluminação e água.

Porcentagem de germinação, corresponde ao número de sementes que produziram plântulas consideradas normais.

No teste de germinação o mais comum é ser utilizados 2 tipos de substratos: areia ou papel (podendo ser toalha, mata-borrão ou de filtro), porém, em laboratório, o mais comum é papel.

O solo também pode ser utilizado como substrato, mas para obter resultados mais precisos não deve ser utilizado, principalmente quando o teste é realizado em laboratório.

 

Teste de germinação em areia

Teste de germinação em areia deve utilizar material com grãos relativamente uniformes, nem partículas muito grandes e nem muito pequenas.

A areia deve estar livre de qualquer contaminação para evitar que o contaminante atrapalhe a germinação da semente, onde, o recomendável que seja autoclavada e o controle o pH entre 6 e 7,5.

É importante colocar a semente enterrada a 1cm. Exercendo uma pequena pressão com água e também manter o fotoperíodo controlado.

Quando é utilizado o teste com papel, o mesmo deve ser envolto com sacos plásticos para protegê-lo de impurezas e danos eventuais.

Primeiramente, é realizada a assepsia das sementes de milho com solução de hipoclorito de sódio a 10% e depois com álcool 70º.

Não se pode esquecer de identificar as amostras, esse fator fará toda a diferença na hora da análise da germinação.

Assim como a assepsia das sementes, faz-se também a assepsia dos materiais utilizados e das mãos.

Assim que é realizada a disposição das sementes no substrato escolhido. O material é levado para uma câmara B.O.D. por seis dias.

Com o término deste tempo é realizada a contagem das sementes que não germinaram e das plântulas normais.

 Esta análise é conhecida como interpretação do teste. Após a contagem é feito o cálculo.

O recomendável para a cultura do milho é de 90% de germinação das sementes.

 

Germinação e emergência do milho

Em condições de campo, depois que a semente de milho é plantada, ela sofre a embebição e absorverá aproximadamente 30 a 35% do seu peso em água.

Para a radícula iniciar o alongamento, as temperaturas do solo devem ser propícias para o processo de germinação.

Logo após o surgimento da radícula, três a quatro raízes adicionais surgem a partir da semente.

Essas radículas formam o sistema radicular seminal, que funciona na captação de água e alguns nutrientes para a plântula.

A planta de milho apresenta emergência “hipógea”, onde, o cotilédone permanece abaixo da superfície.

Abaixo segue a tabela com os estádios vegetativo do milho:

Germinação e emergência do milho

Conhecimento técnico para altas produtividades

Vimos nesse artigo a importância que tem a etapa da germinação do milho e de como ela interfere as etapas seguintes.

O milho é uma planta de ciclo vegetativo variado, evidenciando desde cultivares extremamente precoces, cuja polinização pode ocorrer 30 dias após a emergência, até mesmo aqueles cujo ciclo vital pode alcançar 300 dias.

Entretanto, em nossas condições, a cultura do milho apresenta ciclo variável entre 110 e 180 dias.

Isso acontece devido a caracterização dos cultivares superprecoce, precoce e tardio, período este compreendido entre a semeadura e a colheita.

Desse modo, o conhecimento técnico por parte do produtor fará toda a diferença para alcançar altas produtividades em sua lavoura.

Quer saber mais sobre a cultivo do milho?

Temos vários outros artigos sobre essa cultura tão importante no cenário do agronegócio brasileiro. Boa leitura!

Escrito por Juliana Medina.