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Percevejo vermelho: características e controle!

Percevejo vermelho: características e controle!

Neste post vamos dar um enfoque maior no percevejo vermelho, quer saber mais sobre essa praga?

Existem vários tipos de percevejos, mas em geral, existem algumas espécies mais frequentes nas lavouras.

Alguma delas são, o Percevejo vermelho (Eurydema dominulus), percevejo verde (Nezara viridula), o pequeno (Piezodorus guildinii), marrom (Euschistus heros) e barriga-verde (Dichelopssp).

Atualmente, os percevejos são considerados uma das pragas mais agressivas para as culturas agrícolas.

Então, boa leitura!

Percevejo vermelho: características e controle!

 

O que são os percevejos?

Os percevejos são insetos sugadores que se alimentam por meio da introdução do aparelho bucal na fonte nutricional da planta.

Na agricultura, podemos identificar como pragas, as espécies fitófagas, que se alimentam de plantas.

Em geral, elas consomem sementes, que são fontes de nutrientes com alto teor de nitrogênio.

 

Pós-graduação Fitossanidade

 

Os percevejos possuem uma fase de ovo, e depois 5 estágios de desenvolvimento como ninfas, até se tornarem adultos.

É importante salientar, que mesmo as ninfas podem causar prejuízos para a cultura agrícola, outra dificuldade em relação as ninfas é a sua visualização.

Essas acabam se localizando nas partes inferiores da cultura. Sendo constatado a sua presença e os seus impactos apenas no momento da colheita.

Quer saber mais sobre o percevejo vermelho em específico?

Vejamos no próximo tópico!

 

Percevejo vermelho

O percevejo vermelho é uma espécie de percevejos da família Lygaeidae.

Os insetos desta espécie podem medir entre 11 e 12 milímetros de comprimento e têm asas bem desenvolvidas e patas robustas.

São fáceis de identificar graças ao seu característico padrão preto e vermelho.

Com um aspecto muito semelhante ao da joaninha, esta espécie tem manchas escuras pretas ou verde metálico e apresenta asas membranosas.

Os padrões variam, habitando terrenos abandonados ou cultivados.

Estes pequenos animais desenvolveram um eficaz mecanismo de defesa: ao armazenar os ingredientes tóxicos das plantas das quais se alimentam. Não são os insetos preferidos no menu de potenciais predadores.

Vamos verificar abaixo quais danos o percevejo pode causar na lavoura.

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

Nível de danos causados pelo percevejo vermelho nas culturas

No geral, o percevejo é capaz de sobreviver na palhada por meses sem se alimentar.

Isso é possível, graças aos nutrientes que o inseto suga das plantas durante a safra, esses nutrientes ficam armazenados no organismo por longos períodos.

Esses insetos multiplicam-se por até quatro gerações, sendo que, três se desenvolvem durante o cultivo e a quarta na pós-colheita quando o inseto se alimenta de plantas hospedeiras.

Com isso, causa distúrbios fisiológicos nas plantas, como, redução da massa de grãos, murcha e desequilíbrio na uniformidade de maturação. Ocorrência de plantas verdes com retenção de folhas durante a colheita e redução de produtividade.

Em síntese, os percevejos podem causar danos que podem ser classificados em três níveis:

Leves: as folhas se apresentam com pequenos furos sem implicar em maiores problemas para a planta. Assim sendo, podem causar até 5% de perdas.

Médios: ao sofrer o ataque, as plantas podem apresentar atraso no desenvolvimento. Logo, podem gerar até 22% de perdas.

Severos: podem comprometer até 60% de perdas de produtividade.

 

Métodos de controle

O controle de percevejos deve ser realizado de acordo com as práticas de manejo integrado.

Sendo assim, é fundamental identificar a espécie do inseto bem como o monitoramento das áreas para definição de controle.

Para exemplificar, vamos apresentar os principais métodos de controle de percevejos. Não só do percevejo vermelho, mas de outras espécies também:

 

Controle químico:

O controle químico com a utilização de inseticidas pulverizados na parte aérea é considerado o método com maior nível de eficácia.

Quando empregados conforme a recomendação e aplicados sob condições favoráveis. Apresentam bons resultados de controle.

Assim, o recomendado é que a aplicação seja feita em horas frescas do dia. Onde a movimentação dos percevejos na planta é maior.

Até porque em horas quentes, o comum é que os insetos busquem abrigo no dossel das plantas ou na palhada, dificultando o controle.

 

Controle biológico:

Outra alternativa é utilizar o controle biológico. Para isso, cabe ao agricultor avaliar o método mais viável.

Como medida, pode-se utilizar plantas armadilhas para manejo como a adoção de bordaduras com variedades de ciclo precoce para manejo inicial, reduzindo a pressão para as demais áreas.

Sem dúvidas, o manejo de plantas daninhas hospedeiras antes do período de semeadura é primordial para a redução da pressão de percevejos na cultura.

Assim, as plantas armadilhas serão, portanto, mais uma estratégia importante a ser considerada para o controle desse tipo de praga.

 

Controle alternativo:

Uso de calda à base neem, pulverizada nas folhas da planta são utilizadas para o controle do percevejo.

Dessa maneira, eles devem ser preservados a partir do uso de inseticidas mais seletivos.

Além disso, também podem ser encontrados em empresas especializadas e liberados nas lavouras conforme o monitoramento.

 

Plataforma Agropos

 

Armadilhas luminosas:

A armadilha para se iniciar o controle do inseto, contribuindo na redução de populações de pragas até próximo ao nível de dano econômico, refletindo numa menor utilização de inseticidas.

O funcionamento desta armadilha fundamenta-se nas características da radiação luminosa do espectro eletromagnético.

A radiação ultravioleta é considerada a mais importante em relação à atratividade dos insetos.

O método baseia-se na interrupção do ciclo de vida do inseto no estágio adulto através de seu aprisionamento e morte na armadilha.

Assim, cada fêmea atraída e morta antes da postura representa a eliminação de centenas de ovos que eclodiriam gerando pequenas larvas, caso ocorresse a oviposição.

 

A importância do monitoramento do percevejo vermelho na lavoura

O monitoramento do percevejo em campo é uma análise que deve ser feita constantemente, em locais determinados da lavoura, com o intuito de detectá-los antes que causem prejuízos financeiros.

Através do monitoramento é possível saber qual a direção predominante de entrada de pragas e quais inimigos naturais estão presentes nas áreas.

Desse modo, as informações precisas e adequadas à realidade de cada lavoura, fica mais fácil para o produtor tomar a decisão sobre qual é a melhor solução de controle do percevejo na sua cultura.

E não se esqueça que o ataque das pragas atinge dois níveis: o de controle e o de dano, então fique atento!

Escrito por Juliana Medina.

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Percevejo do milho: quais os danos e como manejar?

Percevejo do milho: quais os danos e como manejar?

O que você entende sobre percevejo do milho? Neste artigo você encontrara informações valiosas, como; principais percevejos do milho; quais os danos causados na cultura do milho, além de mostrar quais os procedimentos para o manejo e controle.

Venha comigo!

 

Percevejo do milho: quais os danos e como manejar?

 

A cultura do milho, durante o seu desenvolvimento, está sujeita ao ataque de pragas como o percevejo do milho. Antes considerada uma praga secundária na cultura do milho, os percevejos hoje podem ser considerados uma praga-chave para o sistema de produção, pois além de possuir várias espécies capazes de causar danos (que podem ser irreversíveis), os percevejos atacam também várias culturas além do milho.

Como o cultivo de milho na maioria das vezes é associado a sucessões e/ou rotações com culturas que também hospedam percevejos, você irá encontrar grande dificuldade em realizar um controle eficaz e até mesmo um controle preventivo.

Por isso, você irá notar que a incidência de percevejos na cultura exige uma atenção especial, pois com o ataque dos percevejos podem causar facilmente um nível de perdas atingindo diretamente o desenvolvimento da cultura

Dentre as espécies, existem os percevejos que atacam as raízes, o colmo e o grão na espiga do milho sendo elas;

 

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Percevejo-castanho (Scaptocoris castanea)

Os adultos têm corpo oval com cerca de 1 cm de comprimento e cor amarelada. As ninfas são mais claras e têm coloração esbranquiçada. Na parte aérea antenas laterais O ciclo biológico dura de 10 a 12 meses.

Vivem no solo, aproximadamente a 30 cm de profundidade, onde obtêm boas condições de umidade e temperatura. Em busca de tais condições, podem se aprofundar a mais de 1 m, o que geralmente ocorre durante a seca.

Deixam o solo apenas por alguns dias na estação chuvosa. Nessa ocasião, são observadas as revoadas de acasalamento dos adultos. A presença deles é facilmente notada pelo cheiro que liberam e o som estridente que produzem quando estão na superfície.

 

Danos causados

Injetam substâncias nocivas, o que prejudica ainda mais a cultura. Nas lavouras, os danos causados observados são reboleiras com plantas pouco desenvolvidas e com sintomas de deficiência nutricional e hídrica. As plantas enfraquecidas podem morrer. 

Os danos nas lavouras são observados em reboleiras. As plantas atacadas apresentam desenvolvimento inferior ao restante da cultura e alguns sintomas de deficiência nutricional e hídrica, que ocorrem em razão da sucção da seiva e da injeção de substâncias tóxicas dessa praga pois, as plantas enfraquecidas podem morrer.

 

Percevejo-barriga-verde (Dichelopsfurcatus e Dichelops melacanthus)

Percevejo com aproximadamente 1 cm de comprimento, coloração marrom no dorso e verde no abdome. Nas laterais do protórax, existe um par de espinhos com a mesma coloração da cabeça e do pronoto.

Seus ovos são verdes e encontrados em grupos no formato de pequenas placas. As ninfas na fase inicial de desenvolvimento, é bastante semelhantes aos adultos, são marrons com o abdome também verde e cabeça pontiaguda. O ciclo biológico, do ovo ao adulto, completa-se em aproximadamente 45 dias.

 

Danos causados

No milho, atacam principalmente a base do colmo, o que causa murcha, seca e perfilhamento. Também pode haver formação de manchas escuras nos locais da picada e as folhas centrais podem ficar enroladas, deformadas e descoloridas.

Era considerada praga apenas para a cultura da soja, no entanto, com o plantio em sucessão e em rotação de culturas, os insetos passaram a prejudicar também o milho, principalmente na safrinha e no plantio direto.

 

Percevejo-marrom (Euschistus heros)

O percevejo marrom, E. heros, espécie rara nos anos 70, é hoje o mais abundante. Tem a soja como seu hospedeiro principal. Adaptando-se às regiões mais quentes, é mais abundante do Norte do Estado do Paraná ao Centro Oeste, norte e nordeste Brasileiro.

O adulto apresenta dois prolongamentos laterais pontiagudos no pronoto (os espinhos). As ninfas têm coloração variada, desde o esverdeado ao marrom-escuro.

Os ovos, de cor amarelada, em pequeno número (5 a 8 por postura), são depositados nas folhas e vagens da planta. Prestes a eclodir, os ovos apresentam uma mancha rósea. A fase de ninfa dura de 15 a 20 dias.

 

Danos causados

Nos últimos anos, a cultura do milho safrinha teve aumento expressivo na área cultivada, sendo que a maioria das lavouras é plantada após a colheita da soja. Neste sistema, algumas pragas que eram consideradas importantes apenas na cultura da soja, hoje, também causam prejuízos significativos nas lavouras de milho

Esses insetos podem ser encontrados sob restos de cultura (palhada) nos horários mais quentes do dia, bem como em grãos após a colheita da soja e em plantas daninhas remanescentes da cultura anterior, preferindo os horários de temperaturas mais amenas para se alimentar.

 

Manejo Integrado de Pragas (MIP)

O eficiente controle de percevejos está diretamente ligado ao programa de Manejo Integrado de Pragas (MIP) em que assistência técnica e produtores devem tomar ações conjuntas, visando reduzir o impacto desta praga dias após a emergência.

A base do MIP consiste em:

  • Identificação das pragas-chave;
  • Identificação dos seus inimigos naturais;
  • Elaboração dos níveis de controle;
  • Monitoramento para tomada de decisão;
  • Integração dos métodos de controle.

 

Essas premissas são indispensáveis para o manejo integrado de pragas sendo assim, alguns passos devem ser seguidos:

1º Passo: O primeiro passo consiste na identificação dos níveis da densidade populacional do inseto-praga, os quais são:

  • Nível de Dano Econômico (NDE): ocorre quando a densidade populacional da praga causa prejuízo econômico equivalente ao custo do controle a ser adotado.
  • Nível de Controle (NC): ocorre quando há necessidade de adotar medidas de controle para que não ocorra dano econômico.
  • Nível de Equilíbrio (NE): ocorre quando a densidade populacional média da praga fique por um longo período de tempo sem afetar a cultura, ou seja, sem a necessidade de tomar medidas de controle.

 

2º Passo: é o monitoramento.

É a partir dele que se toma qualquer atitude. Você deve realizá-lo até mesmo antes da semeadura, o monitoramento consiste em visitas frequentes ao campo para analisar qual o nível populacional da praga-chave na sua área.

O monitoramento dos percevejos no milho é realizado de forma a se contabilizar a quantidade de percevejos vivos por metro linear, metro quadrado, ou a cada 10 plantas em uma mesma linha.

A recomendação para o monitoramento de percevejos no milho é que seja realizado em todo o ciclo da cultura.

 

3º Passo é a tomada de decisão.

Pois é a partir dele que você saberá se há população de percevejos na sua lavoura e se houver, qual o nível dessa população.

É importante lembrar que, para um manejo eficiente dos percevejos, esses passos devem ser seguidos antes mesmo da implantação do milho, ou seja, devem ser iniciados na cultura anterior, se ela também for hospedeira, como ocorre no sistema de sucessão soja-milho.

 

 

Manejo de percevejo na cultura do milho

Existem vários métodos de controle sugeridos pelo Manejo Integrado de Pragas (MIP) como;

 

Tratamento de sementes

O uso de tratamento de sementes com inseticidas neonicotinoides é um eficiente método de proteção e controle de percevejos. Mas, tão importante quanto o produto aplicado, é a maneira que este produto está sendo aplicado.

A distribuição do produto utilizado na semente deve ser muito bem feita, assegurando assim a proteção de cada semente.

O Tratamento de Sementes Industrial é uma das melhores alternativas, uma vez que oferece uma melhor distribuição e garantia de dose de ingrediente ativo por semente, além disso é de maior segurança aos colaboradores na fazenda e meio ambiente.

 

Tudo o que você precisa saber sobre a mosca branca (Bemisia tabaci)

 

Aplicação de inseticidas

Este é um dos métodos mais utilizados no controle de percevejos após o estabelecimento da cultura do milho, quando o nível de controle é encontrado no monitoramento dos percevejos. Costuma ser muito eficiente, se praticado da maneira correta.

É importante salientar que o uso indiscriminado dos inseticidas pode resultar na seleção de percevejos resistentes. Como na maioria das vezes, somente uma aplicação não é o suficiente, é muito importante que você rotacione os princípios ativos dos inseticidas utilizados, utilizando mecanismos de ação diferentes.

Lembrando que, alguns dos grupos químicos de inseticidas recomendados para o controle de percevejos no milho são os piretroidesneonicotinoides e organofosforados.

Em função dos hábitos dos percevejos, que se alojam nos colmos das plantas ou ficam escondidos na palhada, há uma dificuldade em atingir o inseto, que muitas vezes acaba não sendo atingido pela aplicação. Por isso, a tecnologia de aplicação se torna imprescindível.

 

Controle biológico

O Controle Biológico Integrado em termos de sustentabilidade e preservação ambiental, o controle biológico é uma das opções que vem sendo adotadas em algumas regiões, com o uso de agentes biológicos, seja de forma natural ou aplicada.

É um processo coevolutivo com interação entre os percevejos alvos da cultura, organismos entomopatógenos e parasitóides visando equilíbrio do sistema.

Os principais agentes biológicos encontrados em lavouras são os parasitóides que atacam ovos de diversos percevejos. Entre estes agentes, as espécies mais abundantes são a Telenomus podisi (Ahsmead) e Trissolcus basalis (Wollaston).

 

Rotação de culturas

A rotação de culturas é fundamental para a quebra do ciclo dos percevejos. Se você fornece à praga uma planta na qual ela não se alimenta, ela deixará de se reproduzir e quando você voltar a cultivar milho, provavelmente a infestação de percevejos será menor.

Por isso, recomenda-se que a rotação seja realizada com culturas que não sejam hospedeiras dos percevejos. Para conseguir realizar um bom manejo de percevejos no milho, siga os passos propostos pelo MIP e escolha as técnicas de controle que estão à sua disposição.

Estratégias integradas como semeadura na época certa, escolha do híbrido mais adequado para as suas condições, utilização do tratamento de sementes, população de plantas adequada, monitoramento frequente, dentre outras, são fundamentais.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Os percevejos são pragas iniciais em milho. Os principais danos estão relacionados ao retardo no desenvolvimento de plantas, surgimento de plantas dominadas e a redução no número de plantas comprometendo o estande ideal. Esses danos afetam diretamente o estabelecimento da lavoura com reflexos na redução de produtividade e qualidade de grãos.

Para manter a sua cultura saudável, e minimizar as suas perdas por ataque de percevejos, é preciso ter muita atenção e estratégia para o controle da praga. Para um manejo eficiente de percevejos do milho é muito importante identificação correta das espécies e realizar o monitoramento das áreas para, assim, adotar a melhor estratégia para o controle.

Escrito por Michelly Moraes.

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Percevejo: o que você sabe sobre esses insetos?

Percevejo: o que você sabe sobre esses insetos?

Neste artigo entenderá tudo sobre o percevejo na agricultura como: quais hábitos, os danos e como manejar melhor esses insetos em sua propriedade.

Venha comigo!

 

Percevejo: o que você sabe sobre esses insetos?

 

Os percevejos Hemiptera: Heteroptera são insetos sugadores, isto é, alimentam-se introduzindo o aparelho bucal (estiletes) na fonte nutricional.

Existem diversas famílias e espécies desta subordem, as quais variam muito quanto ao hábito alimentar. Podem ser preparadores, hematófago, zoofitófagos ou fitófagos.

Dentre as espécies fitófagas, muitos se alimentam de plantas de importância econômica, tornando-se pragas. Normalmente, esses percevejos fitófagos alimentam-se das sementes, que são verdadeiros “pacotes” de nutrientes, com alto teor de nitrogênio.

 

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Características dos percevejos

As principais características desses insetos são o aparelho bucal, de tipo sugador, e as asas, divididas em duas partes: uma anterior, dura, esclerosada (ou élitro) e uma posterior, membranosa e flexível. Há espécies completamente ápteras sem asas.

A tromba sugadora, recurvada para baixo da cabeça, origina-se num prolongamento desta, na frente dos olhos, e é constituída pelo lábio que envolve, como uma bainha, as mandíbulas e as maxilas, peças perfurantes com a forma de longos estiletes.

Quase todos os hemípteros possuem glândulas odoríferas, cuja secreção tem cheiro nauseabundo. A forma e o tamanho dos hemípteros são variáveis, assim como seus hábitos alimentares. Em sua maioria, são insetos terrestres, mas há espécies aquáticas e semiaquáticas.

As espécies fitófagas transmitem doenças microbianas e viróticas aos vegetais. O rosto é bastante alongado, o que facilita o consumo do conteúdo mais interno da planta.

 

Ciclo biológico hemimetábolo

Os percevejos passam pela fase de ovo, fase de ninfa, composta de cinco estádios (instares) e fase adulta. As ninfas apresentam coloração variada com manchas distribuídas pelo corpo, completando o desenvolvimento em cerca de 25 dias.

 

Ciclo de vida do Heminetábolo

Ciclo de vida do Heminetábolo

Os adultos, iniciam a cópula em 10 dias e as primeiras oviposições ocorrem após 13 dias. Apresentam longevidade média que varia de 50 a 120 dias e número de gerações anuais de 3 a 6 dependendo da região, sendo as fêmeas, em geral, maiores que os machos.

A fecundidade média varia de 120 a 170 ovos/fêmea dependendo da espécie, sendo que o ritmo de postura diminui à medida que as fêmeas envelhecem. Esses parâmetros biológicos são influenciados pela dieta alimentar e pela temperatura.

 

Os percevejos fitófagos na agricultura

Os percevejos fitófagos são atualmente a principal praga da soja, pois conseguem atingir os grãos através da vagem. Atingindo a vagem, ela pode não amadurecer normalmente e ser infectada por algum patógeno, organismo infeccioso que atinge a planta a partir do aparelho bucal de um inseto infectado.

Em relação aos grãos, podem resultar na perda total da semente ou na redução do poder germinativo, afetando de forma significativa a qualidade e rendimento dessas sementes.

Os percevejos que aparecem na sua cultura agrícola, depende da região em que você se encontra, pois esses variam sua abundância de acordo com ano, local e plantas hospedeiras.

As diferentes espécies de percevejos atingem uma grande gama de culturas agrícolas a maioria desses insetos, possui um hábito polífago, ou seja, se alimentam de uma grande variedade de culturas. Inclusive, determinados percevejos migram de uma cultura para outra, atingindo primeiramente a soja, depois o milho, e podendo atingir o trigo.

 

 

 

Principais percevejos

Os percevejos que mais causam danos à cultura são os da família Pentatomidae são os;

 

Percevejo marrom (Euschistus heros

O percevejo marrom é hoje o mais abundante. Tem a soja como seu hospedeiro principal. Adaptando-se às regiões mais quentes, é mais abundante do Norte do Estado do Paraná ao Centro Oeste, norte e nordeste brasileiro.

Heros é encontrado na soja nos meses de novembro a abril, quando produz três gerações. O fato de o percevejo marrom permanecer sob a vegetação por cerca de sete meses, permite escapar do ataque de parasitoides e predadores na maior parte do ano, resultando em maior sobrevivência e favorecendo a sua abundância.

 

Percevejo-asa-preta-da-soja (Edessa meditabunda)

É considerada uma praga secundária da cultura da soja. O pico populacional desta praga ocorre de dezembro a março.

A praga ataca uma gama enorme de hospedeiros, entre eles, abóbora, algodão, arroz, batata, berinjela, beterraba, chuchu, citros, fumo, girassol, mandioca, melão, milho, pepino, pimentão, tomate.

Os danos podem resultar da sucção de seiva dos ramos ou hastes e de vagens. Ao sugarem ramos ou hastes, os percevejos podem ser limitantes para a produção de soja, pois, devido provavelmente a toxinas que injetam, provocam a “retenção foliar” ou soja louca, ou seja, as folhas não caem normalmente e dificultam a colheita mecânica.

No caso de ataque às vagens, os prejuízos podem chegar a 30%, pois com a sucção de seiva as vagens ficam marrons e “chochas”.

 

Percevejo-verde-pequeno (Piezodorus guildinii)

O percevejo-verde, N. viridula, tem distribuição mundial, sendo mais adaptado as regiões mais frias do Brasil (Região Sul), onde é mais abundante.

É extremamente polífago e, ao contrário do percevejo marrom, permanece em atividade o ano todo nas regiões com temperaturas mais amenas, como o Norte do Paraná.

No sul do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, após a colheita da soja, o percevejo entra em hibernação sob casca de árvores ou em abrigos, como fendas em troncos e mesmo em residências. Nesta época, troca de cor, passando de verde para castanho arroxeado.

Quando se reproduz por um período mais longo, podendo completar até seis gerações por ano em hospedeiros alternativos, como desmóido (Desmodium tortuosum), nabo-bravo (Raphanus raphanistrum), feijão, feijão guandu, rubim (Leonurus sibiricus).

Eventualmente é encontrado em carrapicho-de-carneiro e em trigo no período de outono e inverno, sem se reproduzir.

 

Percevejo-barriga-verde (Dichelopsfurcatus e Dichelops melacanthus)

São espécies que ocorrem na soja em número menor. Os adultos medem de 9 a 11 mm e sua coloração varia entre castanho amarelado ao acinzentado, apresentando o abdome verde.

A cabeça é típica, terminando em duas projeções pontiagudas e o pronoto com margens anteriores denteadas e expansões laterais espinhosas.

Esses percevejos têm sido observados em lavouras de milho danificando plantas jovens, causando o amarelecimento e lesões punctiformes nas folhas. Danos semelhantes têm ocorrido também em trigo, mas em menor intensidade.

O grande problema é a migração desses insetos para a cultura. O percevejo-barriga-verde tem causado danos consideráveis e, por isso, deve haver maior atenção.

 

Métodos de controle

Para o eficiente controle dos percevejos, o ideal é manter a população desta praga o mais baixa possível desde o manejo na soja até as fases iniciais do desenvolvimento do milho safrinha. Para que isso ocorra, o monitoramento e controle devem ser realizados da seguinte maneira:

  • Monitorar durante o ciclo da soja, principalmente com o início da fase de enchimento de grãos;
  • Eliminar o abrigo dos percevejos, como a trapoeraba, o capim carrapicho, o capim amargoso, é de extrema importância para o manejo, principalmente na cultura da soja;
  • Fazer monitoramento na dessecação da soja e, se for encontrado acima de 5 percevejos por isca, fazer o controle químico;
  • Uso de tratamento de sementes com neonicotinoide para monitoramento no milho safrinha.

 

Controle biológico

Integrado em termos de sustentabilidade e preservação ambiental, o controle biológico é uma das opções que vem sendo adotadas em algumas regiões, com o uso de agentes biológicos, seja de forma natural ou aplicada.

É um processo coevolutivo com interação entre os percevejos alvos da cultura, organismos entomopatógenos e parasitóides visando equilíbrio do sistema.

Os principais agentes biológicos encontrados em lavouras são os parasitóides que atacam ovos de diversos percevejos. Entre estes agentes, as espécies mais abundantes são a Telenomus podisi (Ahsmead) e Trissolcus basalis (Wollaston).

 

Controle alternativos

Conheça alguns controles alternativos para o percevejo:

 

Manejo das épocas de semeadura

Em geral, cultivares precoces escapam dos danos dos percevejos. Porém, os percevejos se multiplicam nessas cultivares, e dispersam para aquelas mais tardias onde causam os danos maiores.

A época de semeadura influencia a dinâmica populacional dos percevejos, devendo-se evitar os plantios antecipados. Ou os mais tardios, onde ocorrem as maiores concentrações desses insetos.

 

Uso de estacas armadilhas

Estas estacas, chamadas iscas tóxicas, são colocadas numa altura acima do dossel das plantas, o que faz os percevejos se deslocarem para este local, morrendo ao entrarem em contato com o inseticida na estopa.

O uso destas estacas é importante no monitoramento da população de percevejos, indicando a presença destes insetos na lavoura. As estacas devem ser localizadas de preferência nas margens das lavouras. Onde normalmente inicia a infestação.

 

Checklist agrícola

 

Rotação de culturas

A rotação de culturas é outra premissa básica para o manejo de percevejo castanho, porém, devido ao seu hábito polífago, o atual sistema de sucessão soja e milho safrinha, que se instalou no Brasil, não contribui para restringir o alimento da praga.

É importante lembrar que além do milho, o milheto e o sorgo, que normalmente são usados na safrinha. Também servem de alimento ao percevejo.

 

Controle químico

O controle químico é a principal ferramenta de manejo de percevejos na cultura da soja, contudo;

  • E necessário, utilizar inseticidas de contato na dessecação;
  • O Tratamento de Sementes Industrial (TSI) a base de neonicotinoides é uma das melhores ferramentas contra sugadores e deve ser utilizado como ferramenta no manejo de insetos sugadores;
  • Verificar a seletividade no uso de inseticidas, seja de contato ou sistêmicos;
  • Utilizar armadilhas químicas na entressafra para reduzir a população.

Uma das maiores dificuldades no manejo químico é a tecnologia de aplicação. Uma vez que a praga é muito móvel e pode se esconder sob a palha nos períodos mais quentes do dia.

Os inseticidas mais utilizados são uma mistura de piretroide + neonicotinoide que, quando empregados conforme a recomendação e aplicados nas horas do dia onde há maior movimentação do inseto, apresentam bons resultados de controle.

 

Plataforma Agropos

 

Conclusão

Por tanto os percevejos são um grupo amplo de insetos com hábitos alimentares diversos. Os fitófagos têm causado danos em grandes culturas de importância econômica como por exemplo na soja. Para manter a sua cultura agrícola saudável, e minimizar as suas perdas por ataque de percevejos. É preciso ter muita atenção e estratégia para combatê-los.

Para isso o produtor deve-se basear na identificação correta das espécies e realizar o monitoramento das áreas para, assim, adotar a melhor estratégia para o controle.

Adotando o controle químico apenas se for necessário e no momento adequado. Dessa forma, mantendo por mais tempo os inimigos naturais e diminuindo o efeito residual de produtos químicos na sua lavoura.

Escrito por Michelly Moraes.

Pós-graduação Fitossanidade

 

Pesquisa desenvolve primeira soja tolerante a percevejo

Pesquisa desenvolve primeira soja tolerante a percevejo

Foto: Jovenil Silva/ reprodução da Embrapa

A primeira cultivar de soja com tolerância ao ataque de percevejos foi registrada pela Embrapa e estará disponível no mercado nas próximas safras. A nova cultivar, desenvolvida por meio de melhoramento genético tradicional, tem elevado potencial produtivo e suporta o dobro do ataque de percevejos, sem reduzir o rendimento.

Os percevejos são atualmente uma das pragas mais importantes para a cultura da soja, porque interferem na produtividade e na qualidade dos grãos e das sementes. De acordo com o pesquisador Carlos Arrabal Arias, líder do programa de melhoramento genético de soja da Embrapa, o dano é potencializado pela ocorrência de elevadas populações de percevejo, especialmente o marrom (Euschistus heros), e pela resistência dessa praga a alguns inseticidas.

“Introduzimos características de resistência ou tolerância a insetos nas cultivares de soja para facilitar o manejo das pragas no campo”, conta Arias, que também é o responsável pelo desenvolvimento de genótipos resistentes a insetos. “A resistência genética é o método mais econômico para o manejo de pragas e doenças”, frisa o cientista.

Cultivar suporta o dobro de percevejos

A busca por cultivares de soja com maior tolerância ao ataque de insetos sugadores foi intensificada desde 2016, quando foram avaliadas no campo experimental da Embrapa Soja, em Londrina (PR), 30 linhagens convencionais e 20 com as tecnologias RR e Intacta. O trabalho de pesquisa envolveu especialmente as equipes que atuam com melhoramento genético e entomologia. Os resultados mostraram que as plantas desenvolvidas apresentaram alta produtividade, mesmo quando atacadas por percevejos.

Arias relata que, enquanto o nível de dano definido pela pesquisa atualmente é de dois percevejos por pano de batida, a nova cultivar consegue suportar, pelo menos, o dobro de percevejos, sem afetar a sua produtividade. “Algumas plantas, mesmo na presença de alta população de percevejos, mantiveram a produtividade alta, enquanto as cultivares suscetíveis ao ataque desses insetos apresentaram perdas importantes”, revela.

A pesquisadora Clara Beatriz Hoffmann Campo, da Embrapa Soja, conta como foram realizadas as pesquisas para desenvolver cultivares de soja com tolerância ao percevejo

Menor custo e mais manejo integrado de pragas

Na Embrapa, as melhores plantas oriundas de cruzamentos genéticos específicos para resistência a percevejos foram testadas em gaiolas fechadas, instaladas em campo experimental. Nessa condição, o objetivo era avaliar o nível de dano causado pelos percevejos à soja, a partir da presença de zero, quatro, oito e 16 percevejos.

“Esses ensaios também comprovaram os resultados obtidos anteriormente”, afirma a pesquisadora da Embrapa Soja Clara Beatriz Hoffmann Campo. “A vantagem dessa tolerância é que o produtor pode aguardar mais tempo para entrar com inseticidas, o que reduz custos e ainda mantém a presença dos inimigos naturais no campo, favorecendo o controle pela integração de táticas do Manejo Integrado de Pragas”, explica a pesquisadora.

Percevejo marrom é uma das principais pragas da soja
O principal problema dos percevejos é o seu ataque direto ao grão e às vagens da soja, diferentemente das lagartas, por exemplo, que atacam as folhas. “O percevejo causa danos diretamente no grão que o agricultor colhe. Por isso, existe potencial de perda em produtividade e também em qualidade de produtos que serão gerados, como o óleo e a ração animal”, explica o pesquisador Samuel Roggia, da Embrapa Soja. No caso dos produtores de semente, o problema é ainda maior, porque o ataque de percevejos afeta o vigor da semente, o que impactará no estabelecimento adequado da futura lavoura.

Em particular, o percevejo-marrom (Euschistus heros) tem seu controle feito basicamente com produtos químicos e há vários casos de populações que apresentam elevada tolerância a alguns inseticidas. “São populações que os inseticidas não conseguem controlar tão bem”, diz Roggia. Além disso, diferentemente do que ocorre com outras pragas, para combater o percevejo-marrom ainda não estão disponíveis ferramentas como a biotecnologia e o controle biológico aplicado.

Com o aumento da resistência de populações de percevejos a produtos químicos, o produtor entra em um cenário de alto risco de perda de controle dessa praga. “Por isso, a importância de termos cultivares tolerantes à praga. É uma ferramenta para ser inserida no manejo integrado do percevejo-marrom, reduzindo o risco que apresenta para a cultura. Essa ferramenta pode ser integrada a outras táticas que já existem, como o controle químico”, destaca o pesquisador.

Fonte: Lebna Landgraf | Embrapa Soja

Fundação faz alerta sobre ataque de pragas e doenças em Mato Grosso

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Apesar da expectativa de safra favorável, problemas com nematóides, percevejos e mosca branca ainda persistem no Estado

Por Globo Rural | RAPHAEL SALOMÃO

Maior produtor nacional de grãos e carnes, Mato Grosso vislumbra uma boa safra este ano, mas o ataque de pragas e a incidência de doenças, especialmente em lavouras de soja, preocupam o setor. Segundo o pesquisador da Fundação MT, Leandro Zancanaro, nematóides, percevejos e mosca branca continuam sendo os maiores inimigos do campo, além da ferrugem da soja, “que precisa ser monitorada constantemente”, destaca. Em entrevista à Globo Rural, o pesquisador da Fundação dá mais detalhes sobre a temporada, que está em fase inicial de colheita. Assista ao vídeo.

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