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A importância do manganês e suas fontes!

A importância do manganês e suas fontes!

O Manganês é um micronutriente essencial para as plantas, e faz parte de diversos minerais, ligado principalmente ao oxigênio e silício. Neste artigo vamos abordar tudo que você precisa saber sobre esse assunto.

Venha comigo!

 

A importância do manganês e suas fontes!

 

O Manganês é um micronutriente essencial para as plantas, e faz parte de diversos minerais, ligado principalmente ao oxigênio e silício.

Os óxidos e sulfetos de manganês são as formas mais comuns nos solos. Na planta, atua como ativador enzimático, controlando reações de oxirredução essenciais à fotossíntese.

A disponibilidade do nutriente pode ser bastante variável, implicando em deficiência ou toxicidade às plantas. Dependendo da solubilidade dos compostos de manganês presentes no solo. A forma iônica absorvida pelas plantas é Mn2+, e atua na síntese da clorofila, e participa do metabolismo energético.

 

 

O manganês no solo

O manganês se encontra no solo em diversas formas, porém, a forma disponível que pode ser absorvido pelas plantas, ou lixiviado, é a forma de Mn2+ e complexos orgânicos (LINDSAY, 1972).

 Geralmente seu teor total varia entre 100 e 3000 mg/kg de solo, e o teor de nutriente disponível entre 1 e 50 mg/kg. A disponibilidade de manganês no solo é influenciada por alguns fatores:

 

pH do solo

O manganês tem o seu comportamento bastante influenciado pelo pH do solo. Para cada aumento de uma unidade de pH, a concentração do nutriente diminui cerca de cem vezes. Em pH ácido, o nutriente se encontra em um alto teor disponível para as plantas.

Desta forma, entende-se que práticas como a calagem diminuem o manganês disponível. Sendo uma boa estratégia em situações de toxidez por excesso do nutriente.

Solos com pH de até 8 favorecem a auto oxidação do Manganês, deixando o nutriente em formas indisponíveis para as plantas. Podendo até haver carência deste nutriente e de outros com o mesmo comportamento.

Além disso, conforme Malavolta (1997), a calagem fornece cálcio, que compete pelos mesmos sítios de absorção que o manganês, diminuindo também sua absorção pela planta.

 

Matéria orgânica no solo

Coloides orgânicos possuem sítios absortivos. Essas moléculas são formadas a partir de uma junção de grupos fenólicos e carboxílicos. Que podem apresentar cargas negativas na superfície, adsorvendo manganês e outros nutrientes.

 

Mineralogia

Solos argilosos geralmente adsorvem mais manganês, devido à maior área superficial da argila, que consequentemente propicia mais sítios adsorventes. Argilas 2:1 possuem mais sítios de adsorção, adsorvendo mais manganês (SOBRINHO et al., 2009).

 

Teor de água no solo

Em solos inundados, com condições anaeróbicas, as bactérias utilizam o MnO2 (insolúvel) na sua respiração, reduzindo para Mn2+ (solúvel), aumentando a disponibilidade deste nutriente no solo (comportamento semelhante ao do ferro).

Para identificar o teor de Mn no solo na análise de solo, conforme Shuman et al. (1974), os extratores ácido fosfórico, DTPA e Mehlich-1 são eficientes em separar o efeito das doses de manganês, porém, somente o DTPA identificou com sucesso a diminuição do teor do manganês extraível quando houve aumento de pH do solo.

 

Nutrição Mineral de Plantas Macronutrientes.

 

O manganês na planta

O manganês é um nutriente pouco móvel nas plantas, e é absorvido pelas raízes através de mecanismos de difusão e interceptação radicular, na forma de Mn2+ e complexos orgânicos. Sendo assim, necessário aplicar o nutriente próximo às raízes.

Este nutriente participa de vários processos metabólicos nas plantas. Como por exemplo a ativação e constituição de enzimas, além de participar da fotólise da água. Várias enzimas envolvidas na fotossíntese são ativadas pelo Manganês, tanto nas plantas C3 quanto C4.

Quando ocorre deficiência de manganês, a fotossíntese é afetada, diminuindo o nível de carboidratos solúveis na planta. Prejudicando também outras reações de transporte de elétrons.

O manganês está envolvido na proteção de algumas células contra efeitos deletérios, e a sua carência resulta em diminuição da elongação celular.

 

Os sintomas de deficiência de manganês no milho

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), depois do ferro e do zinco, o manganês é o micronutriente mais extraído pelas plantas de milho.

Além disso, a cultura do milho é considerada uma cultura medianamente sensível à deficiência desse nutriente. Quando plantas de milho não recebem uma adubação adequada com manganês, elas tendem a apresentar alguns sintomas, como colmos mais finos.

Os colmos mais finos e o atraso do crescimento de plantas de milho sob condições de deficiência de manganês normalmente são um reflexo do comprometimento de algumas funções. Que esse micronutriente desempenha nas plantas. Uma dessas funções é a síntese de diversos compostos vegetais, como proteínas, carboidratos, lipídeos, lignina e aminoácidos.

Já o aparecimento de regiões cloróticas e estrias esbranquiçadas é associado, em parte, as funções que o manganês desempenha na fotossíntese.

Isso acontece porque o manganês é um componente estrutural de um complexo responsável por realizar a fotólise da água. Além disso, ele está envolvido com a ativação de diversas enzimas da fase escura da fotossíntese e do sistema antioxidante das plantas.

 

Os sintomas de deficiência de manganês na soja

Quando os teores de manganês do solo estão abaixo do nível considerado adequado para o desenvolvimento dessa cultura. A soja pode apresentar manchas amareladas entre as nervuras das folhas superiores, o que dá a elas um aspecto similar à uma “espinha de peixe”.

Já as folhas mais jovens da soja sob deficiência de manganês adquirem uma coloração que varia de verde-pálida a amarela-pálida.

 

Onde encontrar manganês para plantas?

Dentre as principais fontes de manganês para plantas utilizadas na agricultura, pode-se destacar:

 

Sulfato de manganês

O sulfato de manganês, usualmente representado pela fórmula química MnSO4.3H2O, é a fonte de manganês mais utilizada na agricultura. Posição essa que foi alcançada pela sua alta solubilidade em água e bom conteúdo de manganês, que se situa entre 26 a 28%.

Entretanto, como o manganês é facilmente oxidado no solo quando fornecido através de fontes altamente solúveis em água. Ele pode rapidamente ser precipitado na forma de óxidos e se tornar indisponível para as plantas.

 

Oxissulfato de manganês

Outra fonte de manganês disponível no mercado é o oxissulfato de manganês, usualmente representado pela fórmula química MnO. MnSO4. Esse fertilizante possui uma solubilidade intermediária entre os óxidos e os sulfatos. E teores de manganês que variam de 25 a 70% dependendo do insumo fabricado.

Os resultados desse estudo revelaram que a fontes de micronutrientes óxi-sulfato, que continha um teor de cerca de 10% de manganês. Apresentou eficiência de apenas 20% na disponibilidade desse nutriente na dose de 165 kg/ha.

 

Fertilizantes formulados

Como o manganês é um micronutriente, também é muito comum que ele seja aplicado no solo sob a forma de fertilizantes formulados. Que são aqueles insumos que contêm 2 ou mais nutrientes em sua composição.

Na prática, o uso desses tipos de insumos permite reduzir os custos com as aplicações. Ao mesmo tempo em pode favorecer a disponibilidade de alguns nutrientes. Ao potencializar algumas relações de sinergismo dependendo da sua formulação.

Entretanto, a escolha dessa fonte de manganês pode levar a problemas relacionados à segregação de nutrientes.

 

 K Forte

Diferentemente do sulfato de manganês, do oxissulfato de manganês e dos fertilizantes formulados. Já existem no mercado duas fontes de manganês multinutrientes. E que não apresentam limitações relacionadas à baixa disponibilidade de nutrientes, baixa eficiência e problemas de segregação de nutrientes.

A primeira delas é o K Forte® um fertilizante multinutriente desenvolvido pela Verde Agritech que é fonte de potássio, silício, magnésio e manganês.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Cada nutriente tem um papel essencial no metabolismo e na fisiologia da planta. E a falta de qualquer um deles pode resultar em mudanças na coloração, porte, disponibilidade de vitaminas e minerais e até mesmo na produtividade final da planta. Isso é uma falha muito grave, principalmente quando se fala de produtos voltados para a alimentação.

É importante que o produtor não se limite a adubar apenas com NPK, é necessário conhecer o solo e entender o que ele pede. Com isso podemos analisar a importância do manganês tanto para as plantas quanto para o solo.

Escrito por Michelly Moraes.

Enxofre para plantas: função e adubação!

Enxofre para plantas: função e adubação!

O enxofre para plantas é um macronutriente essencial para elas completarem seu ciclo de vida e também tem relação direta com os aspectos produtivos de diversas culturas em quantidade e qualidade.

 

Enxofre para plantas: função e adubação!

 

A importância do enxofre para plantas

O enxofre (S) é um dos elementos químicos mais abundantes na natureza, classificado como não metal. Na temperatura ambiente é sólido e de cor amarela.

Ele é essencial para a produção de ácido sulfúrico, aplicado em diversos setores da indústria. É muito usado na produção de fertilizantes utilizados para fazer adubos formulados NPK.

Esse nutriente é classificado como um macronutriente para as plantas. E, além de ser necessário para que as mesmas completem seu ciclo de vida, é necessário em abundância.

Em algumas culturas, a exigência de enxofre pode ser maior que o fósforo (P). Como é o caso do rabanete, cebola, pimenta, algodão, feijão, soja entre outras.

O enxofre também está associado a características relacionas a qualidade dos alimentos como o odor e o sabor.

Está presente em compostos voláteis que contribuem para o odor característico culturas, como o alho, cebola, mostarda, abacaxi entre outras.

Para saber mais como o enxofre atua no metabolismo das plantas. Como identificar a deficiência de enxofre e as possíveis fontes desse nutriente para as plantas. Confira esse texto na íntegra.

 

Solos e Nutrição de Plantas

 

Função e deficiência do enxofre para plantas

O enxofre é fundamental para as plantas, pois é um nutriente que desempenha papel estrutural em diversas moléculas importantes do metabolismo.

A exemplo de moléculas do grupo dos aminoácidos como a metionina, cisteína e cistina, as quais são necessárias para a formação de proteínas.

Além disso, desempenham um papel estrutural em moléculas como os lipídios, polissacarídeos, flavonoides, alcaloides entre outros.

E também sendo os flavonoides e os alcaloides representantes de moléculas ligadas ao metabolismo secundário das plantas.

Os metabolitos secundários das plantas vão desempenhar funções diversas desde a pigmentação. Odor até mesmo de defesa ao ataque de pragas e doenças.

 

Enxofre para plantas

 

Mais um ponto que demostra a importância de ser ter plantas bem nutridas para evitar ou combater a ocorrência de pragas e doenças.

Além de seu caráter estrutural o enxofre pode desempenhar papel de coenzima e assim atuando na regulação da atividade de enzimas.

Os sintomas da deficiência de enxofre se assemelham aos da deficiência de nitrogênio. Devido à clorose generalizada que pode ocorrer em casos mais graves de falta de enxofre.

A diferença está nas folhas em que ocorrem inicialmente os sintomas de deficiência. No caso do enxofre, será nas folhas mais novas devido a sua pouca mobilidade na planta.

Tal clorose pode ser acompanhada de tons roxeados avermelhados dependendo da planta. Assim como folhas de tamanho reduzido com o enrolamento das margens.

Como reflexo da falta de enxofre podemos ter o encurtamento de internódios, a redução do florescimento e menor nodulação em leguminosas.

 

Interações enxofre solo-planta

A forma mais comum de ocorrência de enxofre no solo são sulfatos (oxidada) além de ser também a forma mais absorvida pelas plantas, principalmente por fluxo de massa.

Porém, o sulfato, devido a sua carga negativa, vai se manter na solução do solo podendo assim ser facilmente lixiviado.

Solos formados a partir de rochas ígneas. Podem variar a forma de ocorrência do enxofre em função do meio estar oxidante ou redutor.

Em um meio oxidante temos a formação de minerais como gipsita, anidrita, epsonita e merabilita. Esses são compostos por moléculas de sulfato associadas ao cálcio (Ca), magnésio (Mg) ou sódio (Na).

Da mesma forma que o teor de enxofre no solo vai apresentar relação direta com os níveis de matéria orgânica: pode representar de 60 a 90% do enxofre total.

O enxofre proveniente da matéria orgânica pode sofrer o processo de mineralização até a forma de sulfato. Assim como pode ser imobilizado semelhante ao nitrato devido à dição de matérias com relação C:S alta.

Esse processo de oxidação do enxofre no solo também pode ocorrer através da ação enzimas presente em microrganismos como o Thiobacillus thiooxidans.

O enxofre no solo pode interagir outros nutrientes como cloro (Cl) e selênio (Se) apresentando uma relação inversamente proporcional.

Por fim, ele também pode ser aplicado via foliar nas formas de sulfato e enxofre elementar com uma absorção de 50% do enxofre por volta de 5 a 10 dias dependendo da cultura.

 

Manejo de adubação do enxofre para plantas

Agora que já discutimos um pouco sobre a importância do enxofre, como diagnosticar sua deficiência e suas relações com o solo e com as plantas, podemos falar sobre como realizar seu manejo de adubação.

Logo, vamos entender quais as fontes possíveis de enxofre podem ser utilizadas ou até mesmo aproveitas já dentro de outros manejos necessários para a sua área de cultivo.

A exemplo disso temos o gesso agrícola, o qual pode ser uma fonte interessante de enxofre para as plantas, apresentando um teor médio de 15 a 18% de enxofre.

Além de fornecer enxofre as plantas, o gesso, também atua diminuição da saturação de alumínio em profundidade.

Aos que desejam saber mais sobre o processo de gessagem. Recomendo esse outro texto no blog da Agropós: Gessagem Agrícola: Saiba os Benefícios e como Realizar seu Cálculo!

Além do gesso e da matéria orgânica, podemos citar como fontes de enxofre o sulfato de amônio, superfosfato simples, sulfato de potássio e combinações com fertilizantes nitrogenados.

 

 

Tabela de diferentes fontes de fertilizantes contendo enxofre (Fonte: Stipp e Casarin, 2010).

 

E o que mais?

Essas mesmas fontes apresentadas na tabela anterior podem ser utilizadas para se fazer as tão conhecidas formulações de NPK.

Assim, dependendo das fontes utilizadas para se obter um fertilizante formulado pode haver ou não certa quantidade de enxofre.

Também saber que na maioria das vezes a aplicação de fertilizantes contendo enxofre implica na acidificação do solo é muito importante para se fazer um bom manejo de adubação.

Algo que pode ser feito de maneira intencional no controle da doença sarna da babata. Uma vez que seu agente causal desenvolve semal sob condições de pH mais ácidos.

Assim, para a construção de um bom plano manejo de adubação de enxofre. Não deixe de consultar um engenheiro agrônomo.

Esse profissional também pode te ajudar a sanar dúvidas como: qual fonte enxofre usar? Como diluir o enxofre para plantas? Ou quando deve ser aplicado o enxofre nas plantas?

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Espero que após a leitura desse artigo você tenha aprendido um pouco mais sobre a importância de se aplicar o enxofre nas plantas. Além de ter relembrado como esse nutriente interage no solo e com as plantas.

Aos que desejam saber mais sobre outro macronutriente importante para as plantas. Recomendo esse outro texto: Fósforo para plantas: Conheça a dinâmica desse macronutriente!

E se quiser ler mais artigos como esse e de outros assuntos de seu interesse continue navegando no blog da Agropós.

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Escrito por João Verzutti.

 

Solos e Nutrição de Plantas