A irrigação cumpre um papel indispensável na agricultura, neste artigo vamos discutir os seus benefícios; os seus principais métodos; além de conhecermos como manejá-los. Acompanhe!
O que é irrigação?
A irrigação é o conjunto de práticas que reúne técnicas e meios para aplicar água de forma artificial nas plantas. Porém, essa definição é muito abrangente e não retrata exatamente o tipo de irrigação que interessa ao produtor.
Quando pensamos em agricultura irrigada, a irrigação se refere aos métodos, equipamentos e sistemas utilizados para fornecer a quantidade necessária de água e umidade para a cultura, maximizando os resultados de produção ao menor custo para o produtor.
Ao contrário do que muitos pensam, irrigar não é somente jogar água no solo. É preciso muito estudo e planejamento para fazer esse manejo de forma correta. Abaixo vamos abordar a importância dessas técnicas, que garante a produtividade da sua cultura de interesse.
Objetivo da irrigação para a agricultura
A irrigação não é apenas molhar o solo, mas sim quando calculamos a água que precisamos para uma cultura e a colocamos no solo conforme o planejado e o mais regularmente possível.
Ela veio com o objetivo de ajudar as plantas a oferecerem o seu melhor. Compondo o tripé da planta (solo, água e ar) a irrigação veio para fornecer meios mais viáveis de se lidar com a falta de recursos hídricos disponíveis.
Para atender às condições de umidade de solo visando à melhoria da produção agrícola, tanto em quantidade como em qualidade ou oportunidade.
Na realidade, ela constitui um conjunto de operações (compondo em si um sistema) necessário ao atendimento das necessidades de água para as plantas, bem como eliminar seus excessos, que transcendem à relação solo, água, planta, pura e simplesmente.
Benefícios da irrigação na prática agrícola
Vários são os benefícios gerados, quando os agricultores adotam a técnica da irrigação no sistema produtivo. Dentre os diversos benefícios trazidos por ela está o aumento dos lucros, os riscos de falta de água são bem menores.
O resultado é o aumento da produtividade e a qualidade dos produtos, além da produção na entressafra, ou seja, mais de uma safra por ano, o que gera maior a rentabilidade.
A incorporação de novas áreas ao sistema produtivo também se constitui como benefício do uso da irrigação. Isso porque, lançando mão desta técnica, existe a possibilidade de implantação de lavouras em regiões mais secas, castigadas pela falta de chuva e baixa produtividade.
Outro benefício derivado da implantação de sistemas de irrigação é o da redução de riscos de perda da produção em função das estiagens, pois, de acordo com o tipo de plantação e a época em que a mesma ocorre, a perda da produção pode ser total.
Métodos de irrigação
Método de irrigação é a forma pela qual a água pode ser aplicada às culturas. Basicamente, são quatro os métodos de irrigação: superfície, aspersão, localizada e subirrigação. Para cada método, há dois ou mais sistemas, que podem ser empregados.
A razão pela qual há muitos tipos de sistemas de irrigação é a grande variação de solo, clima, culturas, disponibilidade de energia e condições socioeconômicas para as quais o sistema de irrigação deve ser adaptado.
Antes de iniciar esse tópico é preciso explicar uma dúvida que se criou cotidianamente com o uso das palavras método e sistema dentro da área de irrigação.
Método: Maneira de agir ou fazer as coisas; modo ordenado de proceder.
Sistema: Disposição das partes ou dos elementos de um todo, coordenados entre si, e que funcionam como estrutura organizada e que concorrem para um resultado.
Irrigação por superfície
Esse tipo de irrigação é muito utilizada na cultura de cereais, são canais de irrigação onde a agua circula por gravidade com a parte central mais elevada para as plantas. A água desce pela parte superior de um canal mestre que abastece todos os outro.
As principais vantagens dos sistemas por superfície:
Menor custo;
Equipamentos simples;
Baixo consumo de energia;
Não sofre efeito de vendo;
Irrigação por aspersão
O método de irrigação por aspersão convencional é um dos mais utilizados no mundo em função de sua versatilidade, já que seu uso é possibilitado nas mais variadas culturas.
Em geral, os sistemas de irrigação convencional não irrigam toda a área de uma só vez, de modo a obter redução do custo de instalação do sistema e a necessidade de uma menor vazão de água para irrigar a área desejada.
Portanto, para se realizar uma irrigação por aspersão de forma eficiente, é preciso dividir a área em subáreas. Basicamente, os sistemas de irrigação por aspersão convencional podem ser classificados como: portáteis, móveis e fixos.
As principais vantagens dos sistemas de irrigação por aspersão são:
Facilidade de adaptação às diversas condições de solo e topografia;
Apresenta potencialmente maior eficiência de distribuição de água, quando comparado com o método de superfície;
Pode ser totalmente automatizado;
Pode ser transportado para outras áreas;
As tubulações podem ser desmontadas e removidas da área, o que facilita o tráfego de máquinas.
Pode favorecer o aparecimento de doenças em algumas culturas e interferir com tratamentos fitossanitários;
Pode favorecer a disseminação de doenças cujo veículo é a água.
Irrigação localizada
No método da irrigação localizada a água é, em geral, aplicada em apenas uma fração do sistema radicular das plantas, empregando-se emissores pontuais (gotejadores), lineares (tubo poroso ou “tripa”) ou superficiais (microaspersores). A proporção da área.
As principais vantagens dos sistemas por gotejamento são:
Os sistemas são usualmente semi automatizados ou automatizados, necessitando uma menor mão-de-obra para o manejo do sistema;
Possibilita o cultivo em áreas com afloramentos rochosos e/ou com declividades acentuadas;
Excelente uniformidade de aplicação de água.
Irrigação subterrânea
A irrigação subterrânea se está a tornar um dos sistemas mais utilizados e modernos. Inclusive já é frequente a sua utilização para regar gramados enterrando a tubagem em pequenas áreas, em vez dos tradicionais aspersores de rega.
Se trata de um sistema em que se enterram as tubagens perfuradas a uma profundidade entre 5 e 50 cm, dependendo do tipo de cultivo e das características do solo.
Para hortaliças, se utiliza uma profundidade menor do que para árvores e a profundidade a que é enterrado o sistema de tubagens depende também se o solo é arenoso ou argiloso.
As principais vantagens dos sistemas por gotejamento subterrâneo são:
Facilidade de adaptação às diversas condições de solo e topografia;
Apresenta potencialmente maior eficiência de distribuição de água, quando comparado com o método de superfície;
Pode ser totalmente automatizado;
Pode ser transportado para outras áreas;
As tubulações podem ser desmontadas e removidas da área, o que facilita o tráfego de máquinas.
Pode favorecer o aparecimento de doenças em algumas culturas e interferir com tratamentos fitossanitários;
Pode favorecer a disseminação de doenças cujo veículo é a água.
Manejo de irrigação
Omanejo da irrigaçãoconsiste na determinação do momento, da quantidade e de como aplicar a água na plantação, levando em consideração outros aspectos do sistema produtivo como o controle fitossanitário, as condições meteorológicas, econômicas e as estratégias de condução da cultura.
O manejo é indispensável para o agronegócio e uma das etapas desse processo é analisar os dados gerais do cultivo para poder estar sempre otimizando esse manejo. Mas, basicamente, o manejo da irrigação funciona através de três tipos.
Manejo da irrigação integrado: via solo e atmosfera
Nesse sistema de manejo, são coletados dados tanto do solo como do clima, que são relacionados com o estágio fenológico da cultura, de forma a gerar a recomendação mais precisa, como a exata quantidade de água necessária em todos os momentos do crescimento e desenvolvimento da cultura.
Por sua coleta de variáveis de diferentes fontes, possui maior precisão na geração de informações. Esse é o sistema mais avançado em termos de tecnologia e informação disponível atualmente, tornando-se um fator primordial no sucesso dos empreendimentos agrícolas.
Vantagens
Maior precisão na detecção do momento das irrigações e auxilia na adequação da lâmina de irrigação, pois toda a irrigação é feita com base na evapotranspiraçãoe é monitorada pelos sensores de umidade instalados no solo.
Manejo da irrigação via solo
Indicado para todos os tipos de irrigação e culturas, porém é mais indicado para irrigação localizada, onde os sistemas mais utilizados são o gotejamento e a microaspersão.
Nestes tipos o turno de rega é mais frequente e costuma-se manter a umidade próxima a capacidade de campo com maior constância, mantendo ar nos macroporos do solo.
Com a implantação de equipamentos direto no solo, pode-se medir a disponibilidade hídrica para as plantas.
Vantagens
Condiciona o solo a manter-se com teor de água adequado favorecendo o desenvolvimento da cultura, além de não interferir nos tratos fitossanitários.
Via atmosfera
Indicado para todos os tipos de cultura e sistemas de irrigação, mas normalmente é mais utilizado em sistemas de irrigação por aspersão.
Vantagens
Técnica bastante difundida, principalmente para grãos, que permite o monitoramento eficaz das condições meteorológicas na região e suas influências no consumo de água da planta através da evapotranspiração.
Pode ser aplicado para várias culturas, em várias fases de desenvolvimento em um mesmo local.
Conclusão
Sabemos que no Brasil, a agricultura é fundamental para a economia do país. Assim, a irrigação é uma grande aliada dos produtores para estes atinjam melhores resultados. Com tudo é indispensável um planejamento para implementação de um sistema de irrigação.
Com isso o agricultor precisa cuidadosamente escolher o tipo de sistema de irrigação e a melhor forma de manejá-los, para obter sucesso na produtividade da sua cultura de interesse. Lembrando que em caso de dificuldades durante esse planejamento, o ideal e procurar o profissional da área.
Você sabe quais são os 4 maiores motivos de mortalidade no inventário de qualidade. O plantio é o primeiro passo em campo para se estabelecer uma floresta, tanto de produção quanto de proteção ou recuperação de áreas degradadas, portanto, todos os cuidados devem ser dados a esta etapa para evitar futuros problemas e gastos desnecessários.
O inventário de qualidade, realizado de 7 a 15 dias após plantio, é o primeiro ponto de controle que o a floresta recebe. Nele busca-se avaliar a qualidade do plantio e quantificar o índice de mortalidade presente, visando estabelecer zonas necessárias de replantio, garantindo assim uma floresta homogênea no futuro.
O replantio é necessário quando o índice de mortalidade ultrapassa o critério de sobrevivência estabelecido, ou seja, o replantio será necessário caso o índice de mortalidade justifique a operação de replantio. Na prática se realiza replantio quando no período de 15 a 30 dias após o plantio, o índice de mortalidade ultrapassar 5%.
1 – Qualidade e sanidade das mudas
As mudas utilizadas devem possuir parâmetros morfológicos (altura; diâmetro; pares de folhas; raízes novas) adequados para que elas sobrevivam as condições adversas do campo, bem como capacidade de rápido estabelecimento.
As características morfológicas variam de acordo com as espécies, sendo necessário observar os parâmetros para cada espécie. Contudo, de forma geral utilizam-se os seguintes parâmetros, 20-30 cm de altura; 3-4 mm de diâmetro, pelo menos um par de folhas maduras e com raízes novas aparentes. É importante ressaltar que devem ser observadas as relações entre altura e diâmetro, evitando mudas muito altas e com diâmetro muito estreito, o que causa uma instabilidade da muda resultando no tombamento da mesma.
Outra característica fundamental é a escolha de mudas de saudáveis. Evitem mudas com murchas, manchas enegrecidas, pústulas amareladas, estreitamentos na base do coleto, pois estas podem estar com sintomas de doenças bióticas e/ou abióticas. A presença dessas doenças prejudica o potencial de sobrevivência em campo.
2 – Erros no plantio
São erros ocasionados por falta de perícia na hora de se executar o plantio. Os principais erros neste momento são:
Erros na abertura de covas: A cova (ou berço) é o local onde a muda será plantada. É utilizada como uma área de solo preparada, ou seja, revolvida e livre de impedimentos para o crescimento inicial das raízes da muda. Caso a cova seja muito rasa, não comportará a muda de maneira adequada.
Contato da raiz com o adubo: Quando se utiliza a adubação de plantio aplicada no fundo da cova e caso o adubo utilizado seja salino, se faz necessário evitar o contato direto do adubo com a raiz da muda. O contato do adubo com a raiz causa a murcha e seca da planta, pois o adubo por ser salino, cria uma zona de concentração de solutos que aliado com a permeabilidade da membrana plasmática das células faz com que a água presente na planta seja drenada pelo efeito de osmose. Logo o adubo em alta concentração em contato com a raiz das plantas causam morte por dessecação. Evita-se isso misturando o adubo com o solo presente na cova.
Plantar torto: A técnica correta de plantio requer que a muda seja colocada reta e no centro da cova, evitando assim deformações no sistema radicular e que ela encontre resistência de crescimento em qualquer direção. Outro erro comum é “afogar” o coleto (enterrar a parte entre o caule e o início das raízes). Essa região é muito ativa biologicamente e sensível a mudanças de temperatura, quando se enterra dificulta assim a troca gasosa e aumenta a temperatura no tecido causando prejuízos ao crescimento da muda.
3 – Seca
A melhor época para o plantio é durante as estações chuvosas e quentes, pois a irradiação do sol e a disponibilidade de água são fundamentais para realizar a fotossíntese e os processos fisiológicos. Outro componente ambiental que influencia na eficiência das reações químicas é a temperatura, quanto mais elevada, maior será a atividade enzimática. Logo o verão e a primavera do hemisfério Sul são as estações do ano que as plantas mais crescem. Entretanto, é comum ouvir na prática o termo “Veranico”, que significa uma estiagem (falta de chuvas) no meio das estações chuvosas.
Os veranicos são especialmente prejudiciais para a sobrevivência das mudas em campo, pois com as elevadas temperaturas e solo seco, a planta atua como um “canudo”, pois com a atmosfera com baixa umidade cria um elevado potencial hídrico, retirando assim a umidade das plantas através da transpiração e evaporação, e a planta por consequência drena do solo a água disponível. Caso não chova, ou não haja irrigação, a planta pode chegar a um estado de murcha permanente, no qual é irreversível, pois foram rompidas estruturas importantes para a sobrevivência da planta.
Portanto, para se evitar a seca algumas medidas podem ser tomadas:
Plantar na estação chuvosa: Observar a previsão climática e plantar em dias que há uma elevada chance de precipitação.
Criar uma bacia: Criar uma pequena bacia de contenção de água ao redor das mudas, para aumentar a eficiência de percolação (entrada de água no solo) ao redor da muda.
Irrigação: Caso o clima não esteja favorável, ou o plantio passou por um veranico, é imperativo a irrigação a fim de se evitar altas taxas de mortalidade. Recomenda-se 5 litros de água por planta, sendo realizada a cada 2/3 dias.
Utilizar gel hidroretentor (hidrogel): O hidrogel, ou gel de plantio, possui a capacidade de aumentar a retenção de água próximo a raiz das plantas, sendo que esta fica mais facilmente disponível para o consumo da planta. Esta tecnologia facilitou muito o plantio em estações secas do ano, já que o uso do hidrogel reduz a frequência de irrigação.
É importante ressaltar que o uso do hidrogel sem as devidas irrigações não é recomendado, uma vez que ele possui somente a função de reter a água próximo do sistema radicular, logo é necessário fazer as irrigações.
4 – Ataque de insetos
A maior praga nos plantios florestais é a formiga cortadeira. Durante todo a ciclo das culturas florestais as formigas são constantemente uma ameaça de danos econômicos exigindo rondas e controles frequentes a esses insetos. Contudo é durante o plantio e o primeiro ano da cultura que os maiores danos podem ser observados, pois um pequeno formigueiro pode cortar (no ato de forragear as folhas) diversas mudas em questões de horas.
Esse ataque é mais voraz em mudas por duas grandes razões, o pequeno porte e por consequência um menor número de folhas, e por serem tenras e mais atrativas para as formigas. Portanto a recomendação é que o combate a formigas seja realizado antes do preparo da área e adote a politica de zero formigueiros durante o plantio e meses seguintes, a ponto de evitar que haja danos e mortalidade de mudas.
O combate pode ser realizado de diversas maneiras, sendo o mais usual a aplicação de iscas granuladas nos carreiros e olheiros de alimentação, sendo que este método é muito eficiente na eliminação de formigueiros todos os portes. É importante ressaltar que o combate é necessário nas áreas de entorno do plantio também.
Outro grande problema é o ataque de cupins, os quais causam danos no sistema radicular e no coleto das mudas, prejudicando a absorção de água e nutrientes, bem como seu transporte. O combate ativo é extremamente dificultado, uma vez que as espécies de cupins problemáticas normalmente constroem suas colônias no subterrâneo. Logo é recomendado que as mudas utilizadas para o plantio passem por um tratamento com cupinicida ainda em viveiro, sendo o sistema radicular tratado com a solução, dessa forma evitando o ataque as mudas.
A atividade agrícola brasileira está se tornando cada vez mais automatizada, o que faz com que o setor fique cada vez mais eficiente e lucrativo. Das novas tecnologias empregadas no campo, uma que vem se popularizando nas propriedades é o uso de drones agrícolas.
Nos últimos anos os drones se tornaram mais sofisticados e acessíveis, se constituindo peças úteis para a agricultura de precisão e para uma série de atividades relacionadas à gestão do empreendimento.
Também chamados de veículos aéreos não tripulados (VANT’s), esses equipamentos são capazes de realizar diversas tarefas, permitindo que a tomada de decisão em relação ao manejo seja mais acertada. Isso porque, os dados obtidos podem ser gerenciados com mais exatidão, otimizando o trabalho e minimizando os custos.
Neste artigo, vamos entender melhor as vantagens da utilização dos drones na agricultura e quais são as suas aplicações práticas. Se você quer saber mais sobre o assunto, continue a leitura!
Vantagens do uso dos drones agrícolas na agricultura
É fato que o uso de drones na agricultura é uma realidade que transformou a vida de produtores e profissionais da área. Com as informações obtidas a partir do monitoramento com o dispositivo, é possível tomar decisões baseadas em fatos, otimizando os resultados.
Muitos dos veículos aéreos não tripulados são equipados com sensores dos mais variados tipos e softwares de última geração, que fornecem dados detalhados e precisos sobre culturas agrícolas, florestas e pecuária.
Como principais benefícios dos drones na atividade agrícola, podemos citar:
Softwares inteligentes capazes de identificar diferentes situações.
A principio, os drones podem ser empregados em diversas fases do manejo. Veja mais detalhes sobre cada uma delas a seguir!
Categorias e tipos de Vants
Durante as últimas décadas significativos esforços foram feitos a fim de ampliar a autonomia de voo e a carga útil dos VANTs, surgindo assim, diversas configurações de aeronaves, com base em tamanho, níveis de resistência e capacidade de carga (Alves Júnior, 2015). De acordo com Alves Júnior (2015), os VANTs podem ser classificados em cinco categorias.
Fonte: Adaptado de Barcellos (2017).
A principio, estes veículos apresentam grande variabilidade, indo desde pequenos, leves e portáteis, como por exemplo, o Desert Hawk de 80 cm de comprimento e apenas 3 kg, até aeronaves enormes que precisam de pista de decolagem e pesam milhares de quilogramas, como o Global Hawk de 13,5 m de comprimento e quase 12.000 kg (Figura 1 e 2) (Jensen, 2009).
Devido a diversidade de equipamentos, atualmente há várias classificações para os VANTs. A classificação da Comunidade Internacional de Sistemas para Veículos Não Tripulados (UVS International Community) é uma das mais utilizadas. Ela considera cinco categorias de VANTs: Micro, Mini, Curto Alcance, Médio Alcance, e Grande Altitude e Longa Duração, tendo como base peso, alcance, altura de voo e autonomia em horas.
Fonte: Retirado de Longhitano (2010), adaptado de Eisenbess, 2004.
Drones agrícolas para pulverização
Primeiramente um dos principais usos do drone agrícolas é na pulverização. O drone pulverizador mapeia a topografia do terreno, utilizando um sistema que mescla laser e ultrassom. Com isso, conseguem aplicar os defensivos agrícolas com maior precisão, economia e agilidade. As aplicações realizadas com o dispositivo são muito mais rápidas do que com o maquinário convencional.
Drones agrícolas para mapeamento aéreo
Os drones agrícolas também são amplamente utilizados no mapeamento aéreo. Diferentes tipos de sensores podem ser utilizados, sendo os ópticos multiespectrais os mais comuns, mas sensores ópticos hiperespectrais e até mesmo LiDAR já estão disponíveis. Com os produtos derivados desses sensores é possível:
Avaliar plantas e identificar falhas de plantio;
Identificar ocorrência de pragas, doenças e deficiência nutricional em pontos específicos da lavoura;
Gerir o uso de defensivos agrícolas, minimizando os desperdícios;
Gerar mapas de aplicação de taxas variáveis para a aplicação de insumos e fertilizantes com precisão.
Drones agrícolas para irrigação
Embora, com uma utilização ainda tímida, os veículos aéreos não tripulados podem também auxiliar na irrigação. Nesse caso, o dispositivo é capaz de identificar com grande precisão, a partir de um sobrevoo, as áreas do cultivo que demandam maior quantidade de recursos hídricos.
Isso pode ser feito a partir de sensores hiperespectrais, multiespectrais ou térmicos. Ao contrário do método tradicional, em que os valores de estimativa da evapotranspiração podem ser subestimados ou superestimados, com o uso do VANT, a prática se torna mais eficiente e precisa.
Drones agrícolas para georreferenciamento
O georreferenciamentode propriedade é exigido pelo INCRA. Nesse caso, o drone é muito útil pois consegue reunir as imagens em pouco tempo, facilitando a obtenção da certificação e legalização da propriedade.
Outros usos
Entretanto, existem ainda outras aplicações dos drones agrícolas a que não demandam muita sofisticação ou softwares específicos. Com uma câmera de boa resolução, o proprietário consegue:
Identificar presença de nascentes de rios e olhos d’água;
Localizar focos de incêndio;
Verificação de áreas de difícil acesso;
Verificar áreas para abertura de estradas;
Encontrar animais perdidos;
Fazer vigilância;
Regulamentações para sua utilização de drones agrícolas
Os drones agrícolas e outros veículos aéreos não tripulados também são considerados aeronaves e, portanto, devem seguir as regras previstas em lei para a utilização. No Brasil, quem faz o controle do espaço aéreo é DECEA, organização da FAB.
Por isso, antes de utilizar a ferramenta ou contratar o serviço de uma empresa especializada, é preciso se atentar quanto a legislação.
Como vimos, o uso do drone na agricultura pode ser muito vantajoso para o agricultor.
O consumo consuntivo de recursos hídricos (que inclui o consumo de água para irrigação, uso na indústria e o abastecimento humano) no Brasil deve aumentar 24% até 2030, e a maior contribuição proporcional é da agropecuária. A projeção consta do Manual de Usos Consuntivos da Água no Brasil, divulgado esta semana pela Agência Nacional de Águas (ANA), e tem como base o período evolutivo de utilização da água desde 1931, passando pelo atual momento, até 2030.
Projeção de demandas de uso da água no Brasil, por setor (%) e total sem considerar a evaporação dos reservatórios (Reprodução ANA)
Segundo o documento, em 2017, último ano em que os dados foram coletados, a agricultura irrigada e o abastecimento animal representaram 60% do consumo dos recursos hídricos nacionais disponíveis.
Isso significa que em 2017 foram utilizados 2 milhões e 83 mil litros de água por segundo no Brasil. Somente a agricultura irrigada utilizou mais de 1 milhão de litros por segundo naquele ano, ou seja, 52% do total retirado. Já o abastecimento animal foi 8% do total e diz respeito à água usada nas estruturas de bebedouros, lagos, ribeirões, açudes, criação e ambiência. Para 2030, a projeção é que o consumo total no país ultrapasse 2,5 milhões de litros por segundo.
O rebanho bovino, no que tange o abastecimento animal, é o que utiliza mais água: 88% daquilo que é retirado anualmente. (Foto: Fernando Martinho)
Em 1931, foi registrado o uso de apenas 131 mil litros de água por segundo no país. O aumento progressivo da utilização dos recursos hídricos nos últimos 88 anos demonstra que o potencial de expansão desses índices é elevado. Somado a isso, está o fato de a Agência projetar a incorporação de em média três milhões de hectares produtivos adicionais até 2030.
Para o diretor da Agência Nacional de Águas, Marcelo Cruz, os dados levantados são fundamentais para nortear não só ações de gestão, planejamento e investimentos necessários para evitar a escassez dos recursos hídricos, mas também para assegurar os ganhos do setor produtivo. “Esse estudo é para antecipar, do ponto vista da gestão dos recursos hídricos, a compatibilização dos usos consuntivos, propiciar equilíbrio entre a oferta e a demanda nas bacias hidrográficas e, é claro, gerar a garantia hídrica para o desenvolvimento econômico do país”, completa.
Cruz ainda destaca a importância do monitoramento constante das áreas irrigadas. A ANA, em parceria com a Conab e a Embrapa, mantém atualizado o Atlas Irrigação, levantamento que, além de elencar as áreas irrigadas brasileiras, também aborda o potencial de expansão no uso da água.
Foco no consumo
A cana-de-açúcar é a cultura de maior área irrigada do Brasil.O arroz cultivado sob inundação apresenta a segunda maior área irrigada e responde pelo maior consumo de água.
São Paulo representa 37% do uso consuntivo da água para o cultivo na cana, seguido de Goiás, demais unidades da federação, Minas Gerais e Alagoas. (Foto: Petra Bensted/CCommons)
O estado de São Paulo representa 37% do uso consuntivo da água para o cultivo na cana, seguido de Goiás (19%), demais unidades da federação (19%), Minas Gerais (17%) e Alagoas (8%). Já o Rio Grande do Sul tem a maior utilização devido ao tradicional cultivo de arroz sob inundação: 78% do total retirado. Em seguida aparece Santa Catarina, com 10% de uso, sendo que os demais estados representam 7% e, por fim, o Tocantins com 5%.
O rebanho bovino, no que tange o abastecimento animal, é o que utiliza mais água: 88% daquilo que é retirado anualmente. Os suínos exigem 5% do total, enquanto aves, equinos, bubalinos, caprinos e ovinos usam 2% cada.
Segundo o levantamento da ANA, entre 2017 e 2030, com a perspectiva de expansão dos rebanhos, o uso da água em direção à Amazônia Legal também deve aumentar. Por outro lado, a tendência é que diminua em municípios do Centro-Sul. As cidades que registraram maior uso para abastecimento animal em 2017, foram: São Félix do Xingu (PA), Corumbá (MS) e Cáceres (MT).
Medidas de hoje
O aumento de 24% no uso consuntivo da água previsto até 2030, segundo o superintendente de Planejamento da ANA, Sérgio Ayrimoraes, enseja atenção e medidas imediatas. Na prática, explica, é preciso focar esforços para equilibrar o uso por meio de gestão, investimentos em infraestrutura e aprimoramento de instrumentos regulatórios – tais como as outorgas de direito de uso de recursos hídricos e licenciamentos ambientais.
Rio Grande do Sul tem a maior utilização devido ao tradicional cultivo de arroz sob inundação: 78% do total retirado. (Foto: Marcelo Curia/Ed.Globo)
Segundo ele, a reservação de água se apresenta como uma medida estruturante que contribui para equacionar potencial problema de falta de água para as atividades agropecuárias. “Os grandes irrigantes usam tecnologia de ponta, mas o Brasil tem uma diversidade e quantidade significativa de pequenos e médios irrigantes e isso exige esforços para capacitar, orientar, a utilização de métodos e práticas mais eficientes na irrigação”, conclui.
Além da agricultura e pecuária, os principais usos consuntivos da água no Brasil são o abastecimento humano (urbano e rural), a indústria de transformação, a mineração, a termoeletricidade e a evaporação líquida de reservatórios artificiais.