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Adubação é um processo de grande relevância para o estímulo do crescimento de plantas. Trata-se de um método de conservar e/ou recuperar a fertilidade do solo. A adição de nutrientes permite fortalecer as culturas vegetais. Mas você sabe realizar um recomendação de adubação em sua propriedade? Esse artigo irá te ajudar nesse processo.

Acompanhe!

 

Como é feita a recomendação de adubação?

 

Um dos maiores desafios da agricultura moderna é aumentar as produtividades sem aumentar também a áreas de cultivo. E uma das alternativas encontradas foi o estudo aprofundado sobre a necessidade nutricional das culturas agrícolas.

Hoje já conhecemos o quanto culturas como soja, milho e algodão exportam de nutrientes do solo e, com este conhecimento prévio, pode-se então criar uma recomendação de adubação para as necessidades ímpares da cultura.

Com isso preparamos esse artigo para auxiliar os agricultores a realizar a recomendação de adubação. Uma vez que é indispensável durante todo cultivo de sua lavoura.

 

 

Importância da adubação

A adubação é um processo de extrema importância numa plantação, já que é responsável pela qualidade dos produtos cultivados.

A prática nutre a planta com substâncias necessárias para seu crescimento saudável, e isso se reflete na produtividade e lucratividade do produtor. Para que uma planta cresça de maneira saudável, ela necessita de elementos essenciais.

 

Recomendação de adubação

A correção do solo tem como objetivo estabelecer um equilíbrio entre os cátions e ânions para que as plantas se desenvolvam de forma saudável.

Os solos brasileiros em geral, por questão geológica, tendem a ser mais ácidos. Ou seja, apresentam maior quantidade de íons, principalmente de hidrogênio (H), que nem sempre são ideais para o desenvolvimento de uma determinada planta.

As quantidades de corretivos e fertilizantes a serem aplicadas devem ser adequadas a fim de permitir o bom crescimento e desenvolvimento de determinada cultura. Dessa forma, elas serão responsáveis por promover a boa fertilização do solo para o cultivo.

 

Solos no Brasil

 

Tipos de adubação

Para classificar os adubos, falamos em dois tipos principais, os orgânicos e os minerais.

Ambos ajudam a corrigir, conservar ou recuperar a fertilidade do solo, disponibilizando nutrientes para as plantas de modo que esta obtenha melhor desenvolvimento. Claro que cada um tem suas especificidades e é sobre isso que falamos na sequência.

 

A adubação orgânica

 O adubo orgânico é aquele obtido a partir da decomposição de resíduos de animais e/ou vegetais, como por exemplo esterco; vinhaça e farinha de ossos.

 

Composto orgânico: alternativa para a agricultura sustentável!

 

Entre as principais vantagens desta alternativa estão os baixos danos ao meio ambiente, o aumento da retenção hídrica no solo, estabilidade térmica do solo (que reduz o estresse da raiz) e aumento da quantidade de nutrientes ali disponíveis.

No entanto, o maior benefício, o de aumentar o teor de matéria orgânica do solo, é observado a longo prazo, pois as substâncias são liberadas no decorrer da decomposição do adubo orgânico.

 

A adubação inorgânica ou mineral

Utiliza adubos químicos para a reposição dos nutrientes deficientes no solo. Dentre os adubos químicos mais conhecidos, podemos citar o superfosfato simples, o superfosfato triplo, o MAP e o DAP.

Uma das principais vantagens desta atividade é a velocidade de absorção dos nutrientes. Auxiliando para uma recuperação e desenvolvimento mais rápidos do vegetal.

Porém, esses fertilizantes devem ser utilizados com extrema cautela e precisão. Pois o excesso pode ser fatal para a planta, em vista da modificação do pH do solo.

Além disso, o responsável pelo plantio deve estar atento às demandas dos diferentes tipos de culturas. Conhecendo bem o tipo de solo que está manipulando e as necessidades da espécie que será plantada. Assim, pode-se complementar a nutrição da planta com a adubação necessária, sem faltas ou excessos.

 

Como identificar a necessidade de adubação?

Para identificar as necessidades do solo faz-se necessário a coleta de amostra. Nesta coleta é indicado utilizar o método zigue-zague, no qual a área é dividida empiricamente em lotes homogêneos (o tamanho das áreas depende da acurácia buscada pelo amostrador ou cliente). Ou seja, a olho nu são selecionados lotes que apresentam a mesma posição topográfica, cor do solo, textura, cultura ou vegetação e adubação anteriores.

Após mapeados os lotes, a área é percorrida em zigue-zague retirando-se as amostras com um trado entre as profundidades de 0 a 20 cm e/ou 20 a 40 cm de profundidade. Sendo recomendado evitar a coleta perto de barracões, estradas, formigueiros, cupinzeiros, carreira de animais, áreas de armazenagem ou adubos.

Depois de coletadas todas as amostras, cada uma delas deve ser misturada em seu respectivo recipiente.

Retira-se uma amostra final dessa mistura, com cerca de 500 gramas de solo, insere-se em um saquinho plástico. Com etiqueta contendo as informações sobre a amostra, e encaminha-se a um laboratório especializado.

 

Quais são os nutrientes essenciais?

Os nutrientes podem ser classificados em essenciais para o crescimento e desenvolvimento das plantas. E não essenciais, porém benéficos. Para tanto, alguns critérios são usados para definir a essencialidade dos nutrientes.

Dessa forma, para o nutriente ser considerado essencial ele deve ter as seguintes características:

  • A ausência do nutriente impede que a planta complete seu ciclo;
  • A deficiência do nutriente é específica, podendo ser prevenida ou corrigida somente mediante seu fornecimento;
  • O nutriente deve estar diretamente envolvido na nutrição da planta, sendo que sua ação não pode decorrer de correção eventual de condições químicas ou microbiológicas desfavoráveis do solo ou do meio de cultura, ou seja, por ação indireta.

Sendo assim, os nutrientes essenciais podem ser separados em dois grupos: macro e micronutrientes.

Todavia, seis nutrientes são absorvidos e exigidos em quantidades superiores aos demais: nitrogênio (N), fósforo (P), enxofre (S), potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg), formando os chamados macronutrientes.

Por outro lado, os micronutrientes, são exigidos em quantidades inferiores aos anteriormente citados, são: ferro (Fe), manganês (Mn), zinco (Zn), cobre (Cu), boro (B), molibdênio (Mo) e cloro (Cl).

 

Cálculo de adubação com ênfase na cultura de soja

No geral, para realizar o cálculo de adubação, é necessário se basear nas tabelas oficiais de cada Estado, onde há especificação de cada cultura.

Em síntese, elas são desenvolvidas com base nos resultados de pesquisa em adubação. Nos quais são determinadas faixas de nutrientes do solo, que podem ser classificadas em muito baixo, baixo, médio, alto ou muito alto.

No caso do fósforo e do potássio, é necessário verificar em que faixas os teores da análise de solo são incluídos. Feito isto, é mostrada uma recomendação de P2O5 e K2O, em kg/ha.

 

Cálculo de adubação com ênfase na cultura de soja

(Fonte: Agronomia Gismonti)

 

Cálculo de adubação: cultura de soja

Em primeiro lugar, podemos verificar que pela análise do solo, o teor de fósforo (P) é igual a 3,2 mg/dm³ e para o potássio (K) é 24 mg/dm³ ou 0,06 cmolc/dm³.

Nota-se que a tabela recomendada para esta faixa (assinaladas), N = 0, P2O5 = 70 a 80 kg/ha e K2O = 90 kg/ha. Portanto, a relação NPK é 00-75-90. Utilizamos 75 que é a média de 70-80.

No entanto, para simplificar essa relação, dividimos por 10, e teremos: 00-7,5-09. Já multiplicando esta relação por 3 teremos: 00-22-27. Por fim, é uma formulação de fertilizantes que pode ser aplicada.

 

Quantos kg/ha?

 A princípio, se é preciso 90 kg/ha de K2O, então (90/27) x 100 = 333 kg. Arredondamos para uma aplicação de 340 kg/ha. Portanto, esses 340 kg/ha x 22 (garantia de P2O5 da fórmula) divididos por 100 vão fornecer 75 kg/ha de P2O5.

No entanto, se multiplicarmos a relação por 2 teremos uma outra formulação: 00-15-18. Para achar a quantidade: (75/15) x 100 = 500 kg/ha.

Dessa forma, esses 500 kg/ha x 18 (garantia de K2O na fórmula) divido por 100 vai fornecer 90 kg/ha de K2O. Quanto ao P2O5, 500 kg/ha x 15 dividido por 100 é igual a 75 kg P2O5/ha.

 

Plataforma Agropós

 

Recomendação de adubação

O resultado da interpretação de análise do solo vai indicar qual tipo de correção deve ser realizada. Entre elas estão a adubação, calagem e gessagem.

  • Adubação: prática agrícola que consiste no fornecimento de adubos ou fertilizantes ao solo a fim de recuperar ou conservar a sua fertilidade e suprir a necessidade de nutrientes.
  • Calagem: atividade que consiste na adição de calcário ou cal virgem no solo para elevar o ph, diminuir os teores de AL³ trocável e disponibilizar macronutrientes como Ca e Mg para o desenvolvimento das plantas.
  • Gessagem: aplicação do gesso agrícola (CaSO4) que potencializa os efeitos da calagem. Dessa maneira, ele alcança profundidades maiores que alguns nutrientes fornecidos pela calagem e funciona como um condicionador, beneficiando propriedades físicas, físico-químicas ou atividade biológica do solo.

 

Conclusão

Os produtores que não investem na realização da análise e interpretação do solo, não têm a possibilidade de verificar a qualidade da área. Muito menos de quantificar o volume necessário de adubos e demais nutrientes que propiciam a sua correção.

Pois o investimento não só aumenta a qualidade e a produtividade, como também previne futuros prejuízos na lavoura.

Neste artigo abordamos como realizar a recomendação de adubação. No entanto para tal é necessário que o agricultor conheça as necessidades nutricional e sua cultura e o status nutricional do solo.

Espero que esse artigo tenha colaborado. Se você gostou desse conteúdo e te ajudou e esclareceu suas dúvidas. Comente e compartilhe em suas redes sociais!

Escrito por Michelly Moraes.