Você já parou para pensar o que é solo arenoso, e como manejar esse solo para alcançar a alta produtividade na cultura desejada?
Solo arenoso também chamados de solo leve ou que possuem textura leve são aqueles que se destacam pela grande proporção de areia em sua composição (70%) e menor parte de argila (menos de 15%). Os solos arenosos são constituídos quase que exclusivamente por grãos de areia, ou seja, quartzo, desta maneira são pobres em nutrientes.
Neste artigo você encontrara as repostas correta, além de conhecer os benefícios desse solo para produção de soja, milho, algodão entre outros.
Vamos juntos comigo?
O que é um solo arenoso?
Solo arenoso também chamados de solo leve ou que possuem textura leve são aqueles que se destacam pela grande proporção de areia em sua composição (70%) e menor parte de argila (menos de 15%). Os solos arenosos são constituídos quase que exclusivamente por grãos de areia, ou seja, quartzo, desta maneira são pobres em nutrientes. Grande parte desses solos está alocado na nas regiões do nordeste brasileiro onde temos os maiores problemas na agricultura.
Os solos arenosos distribuem-se em extensas do país. São mais suscetíveis à degradação e perda da capacidade produtiva quando comparado aos de textura mais fina e em condições ambientais semelhantes pois são pobres em nutrientes.
Em razão da baixa capacidade tampão, relacionada aos baixos teores de argila e de matéria orgânica ou adubo orgânico, geralmente apresentam baixa capacidade de retenção de nutrientes e de água.
Quando mal manejados, podem gerar impactos negativos, quer associados aos elevados riscos de contaminação das águas subterrâneas por solutos-nutrientes e outros poluentes químicos quer à elevada susceptibilidade à erosão quando expostos ao impacto direto das gotas de chuva, e, ainda, ao elevado custo de produção.
Característica do solo arenoso
Na composição do solo arenoso entram por volta de 70% de areia e 15% de outros materiais, a exemplo de solos argilosos. Apresenta uma textura que é leve e ao mesmo tempo possui granulações, por onde escorre a água.
(Fonte: Manual Internacional de fertilidade do solo)
Inclusive o escoamento de água entre os grãos de areia é uma das dificuldades de sobrevivência nesse tipo de solo. É que, ao escoar assim facilmente, a água leva quase todo sal mineral e empobrece o solo de nutrientes.
Outro fator a ser observado é que, além de escoar água com rapidez, ele seca na mesma velocidade. Bastante presente na Região Nordeste brasileira, nele se desenvolvem algumas espécies de plantas como bromélias, juazeiro, mandacaru entre outros.
O solo arenoso é deficiente em cálcio e apresenta o PH ácido, isso também explica o baixo teor de matéria orgânica.
Esse solo tem alta possibilidade de erosão, assim pela água como pelo vento, fator que se intensifica na ausência de plantação.
Solo arenoso no Brasil: tecnologia e manejo
Uma nova fronteira agrícola tem se aberto para a expansão da agricultura brasileira, terras com potencial de intensificação.
Terras onde predominam os solos arenosos são responsáveis, hoje, por uma parte significativa da produção de soja, milho, algodão, melão, manga e madeira para celulose, entre outros produtos.
Isso acontece especialmente pela adoção de novas tecnologias, como: adoção de fertilizantes, sementes e outros insumos que associadas a ajustes no manejo da correção e adubação do solo, aumento dos teores de matéria orgânica e do controle de pragas, doenças e plantas invasoras.
Toda essa evolução tem proporcionado a expectativa de inserção ao sistema produtivo de terras degradadas com solos arenosos. Ocupadas então, principalmente, com pastagens de baixa produtividade e sem aporte de insumos.
Durante muito tempo, terras com predomínio desses solos eram consideradas de aptidão muito limitada para as lavouras anuais e/ou perenes, e, por consequência, consideradas de pouca relevância para a produção agrícola pela baixa capacidade produtiva ofertada.
Quando utilizadas, eram dedicadas à silvicultura ou à produção pecuária, com sistemas de manejo com alto risco de degradação. Mesmo assim, áreas de solos arenosos, aos poucos, vêm sendo incorporadas ao sistema de produção de culturas anuais e florestais. A partir da adoção do sistema plantio direto e, mais recentemente, dos sistemas integrados.
Dessa forma, vêm superando alguns desafios e reconhecendo, especialmente, que existem diferentes tipos de solos arenosos e com diferentes potenciais agrícolas.
Produção e sustentabilidade
O uso de novas práticas e tecnologias como a agricultura de precisão, as áreas com solos arenosos estão sendo incorporadas ao sistema produtivo com sucesso.
Como um dos componentes principais, as gramíneas são peça-chave para agricultura sustentável nesses solos. Uma vez que, como as braquiárias, além de forragem, fornecem boa quantidade de palhada para proteger e raízes, assim promovendo a agregação do solo.
Nesse sentido, deve-se identificar as espécies e cultivares mais adaptadas para cada sistema, região e solo.
Manejo solo arenoso
É importante ter atenção para o manejo nutricional e conservacionista do solo. Pois solos arenosos necessitam maior monitoramento da fertilidade pois apresenta grande facilidade em sofrer erosão e com isso perder nutrientes e solo.
A estrutura do solo está relaciona com práticas de manejo, compactação do solo e sistemas de cultivo. Já a textura do solo está ligada ao tamanho de partículas, não sendo influenciadas por fatores externos.
Solos arenosos são mais propícios ao cultivo de espécies que apresentam maiores sistemas radiculares, como por exemplo espécies frutíferas arbóreas.
Isso por que essas espécies apresentam sistema radicular bem desenvolvido, com maior capacidade de exploração do perfil do solo e por consequência maior absorção de água e nutrientes em camadas mais profundas do solo.
Como solos arenosos apresentam baixas quantidades de micro poros e com isso pouca retenção de água. Uma alternativa quando se tratando de culturas anuais é trabalhar a estrutura do solo para que as plantas consigam desenvolver seu sistema radicular visando exploras maiores camadas de solo em profundidade.
Para isso é importante que não haja compactação do solo e que os níveis de pH esteja dentro da faixa adequada para a cultura, favorecendo a absorção de nutrientes.
Solo arenoso: plantio direto e adubação verde
A interação lavoura-pecuária, o uso do sistema de plantio direto e a adubação verde são práticas que, se bem conduzidas, podem trazer maior qualidade ao solo arenoso, tornando-o produtivo para a cultura desejada.
No entanto, a rotação de culturas com gramíneas e leguminosas é considerada a medida mais eficaz para culturas graníferas anuais.
O correto seria encaixar nesse cronograma agrícola alguma cultura de cobertura (por exemplo: milheto, Brachiaria, Panicum, crotalária, guandú), haja visto que estas culturas possuem sistema radicular vigoroso e produzem palhada em quantidade para dar aporte a produção de matéria orgânica e resíduos vegetais e adubos.
Rotação de cultura: exemplo a soja, milho e brachiaria
O sistema de rotação de culturas ideal será aquele que promova aporte de nitrogênio para produção de palhada, a exemplo o sistema de rotação soja/milho+brachiaria.
Entenda com o seguinte exemplo:
O produtor cultiva soja no verão e milho+brachiaria na entressafra, com isso ele terá a soja como obtenção de renda e aporte de nitrogênio para as culturas subsequentes como o milho+brachiaria. O qual após a colheita do milho ficaria a brachiaria para pastejo de bovinos ou para formação de palhada para plantio da soja na próxima safra.
Outro sistema bem interessante, conhecido como o sistema soja/pastagem+guandú (integração lavoura pecuária). Nesse sistema a pastagem consorciada com guandú favorece a qualidade nutricional da pastagem e a qualidade física do solo promovida pela leguminosa.
Conclusão
Solos do cerrado ou solos arenosos não são sinônimos de solos inférteis ou improdutivos, eles apenas são mais propensos ao desequilíbrio de nutrientes e a reduzida quantidade de MO, uma vez que este fator está relacionado a rocha de sua formação e a ação de fatores climáticos, como o intemperismo, sofrido nestas regiões.
Portanto, vão exigir maior atenção e adubações adequadas para alcançar a alta produtividade. Na maioria das vezes, recomendamos que a adubação seja feita de forma constante, parcelada e equilibrada.
Sendo necessário um gerenciamento e uma análise das condições locais, da cultura, da cultivar e dos resultados vislumbrados, como uma projeção futura de manutenção da saúde e da vida desses solos.