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Reforma de pastagem: veja algumas dicas importantes!

Reforma de pastagem: veja algumas dicas importantes!

Quando se tem uma pastagem que apresenta baixa produtividade, alto índice de plantas daninhas e baixo valor nutricional, talvez seja a hora do pecuarista tomar a decisão de reforma de pastagem. Neste artigo vamos falar tudo que você precisa saber sobre esse assunto, além de mostrar algumas dicas neste processo.

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Reforma de pastagem: veja algumas dicas importantes!

 

Assim como ocorre em outras atividades econômicas, a pecuária passa por evoluções constantes, não é mesmo? Nesse sentido, a recuperação de pastagens se transformou em um procedimento necessário para manter a produtividade em alta. Muitos pecuaristas têm a dúvida de se é possível fazer a manutenção de um pasto degradado ou se é necessário mudá-lo completamente. Nas dicas de hoje vamos tratar sobre este assunto que é motivo de preocupação e cuidado de vários produtores. 

 

 

Quando é necessário reformar uma pastagem?

A degradação da pastagem acontece quando o pasto sofre uma queda na sua produtividade, vigor ou capacidade de recuperação natural, seja pela falta de nutrientes, erosão, invasão de plantas daninhas entre outros fatores, em resumo, quando a sua capacidade de suporte já não supre as necessidades dos animais. 

Apesar de exigir maior investimento, a reforma completa de um pasto é recomendada quando há necessidade de trocar a espécie forrageira, quando estiver tomado por plantas invasoras de difícil controle ou quando os resultados da análise de solo indicarem que ele está muito pobre em fertilidade necessitando de correção e adubação.

A reforma da pastagem consiste em práticas de preparo do solo, correção da acidez, adubação corretiva e por fim o plantio.

 

O planejamento da reforma de pastagens

Um dos fatores principais que restringe o aumento da produtividade na criação de gado é a pastagem degradada. Ao dar início no planejamento das áreas de pastagem, deve-se atentar à escolha de quais áreas devem ser reformadas.

O Produtor deve ter muito conhecimento sobre o terreno da sua pastagem, ou seja, ter total controle dos fatores que influenciam diretamente na sua produção. 

Dessa forma, você conhecerá quais são as boas área de pastagem, aquelas que devem ser modificadas e as áreas que devem ter um trabalho sendo feito, para descansar a pastagem sem prejudicar a alimentação dos animais, de modo que seja feito o descanso da região intensificada.

 

 

6 dicas para reforma de pastagem

A reforma é destruir o que foi feito. Quando as plantas não conseguem fazer o fechamento da área, é necessário uma reforma.

O tempo de recuperação será em torno de 100 a 120 dias. Preparamos algumas dicas para te ajudar na reformar de sua pastagem:

 

1º Dica – Análise do solo

Feita a escolha da área, partimos para a primeira e mais importante etapa, a análise de solo. O primeiro passo é retirar uma amostra de solo que seja representativa da área escolhida. As amostragens são feitas na profundidade entre 0-20 cm e 20-40 cm.

 

 

Perante os resultados da análise, deve ser feita a escolha de qual variedade de capim que será implantada no local, atentando-se às exigências da variedade escolhida, como o solo, clima, manejo e espécie/categoria animal.

 

2º Dica – Recomendação de adubação e calagem

A partir da análise de solo é feita, também, a recomendação de adubação e calagem. Em solos com pH ácidos, como é caso de boa parte dos solos brasileiros, pode ocorrer a indisponibilidade de nutrientes para a cultura, causando retardo no seu desenvolvimento e até queda na produção.

Além de corrigir o pH, diminuindo a acidez do solo, a calagem fornece cálcio e magnésio para as plantas, aumenta a CTC (Capacidade de troca catiônica) e melhora o aproveitamento de nutrientes pelas plantas.

 

3º Dica – Gessagem

O gesso agrícola apresenta teores de cálcio de 16% e de enxofre de 13% quantidades mínimas garantida pela legislação brasileira de fertilizantes e corretivos.

Gessagem é a técnica de aplicação do gesso agrícola com o objetivo de manejar características físico-químicas principalmente nas camadas subsuperficiais do solo.

A melhoria das características físico-químicas do solo em função da realização da gessagem está relaciona a fatores nutricionais e de melhora das condições das camadas mais profunda.

 

4º Dica – Preparo do solo: aração e gradagem

A gradagem deve ser realizada quantas vezes forem necessárias para descompactar o solo devidamente. Usualmente de 2 a 3 gradagens são satisfatórias.

Nesse manejo do solo, um cuidado importante é de não entrar na área quando a ela está úmida, para evitar o “pé de grade”, que é uma camada com 5 cm ou mais de espessura endurecida ou compactada com baixa capacidade de infiltração de água no solo, causando erosão laminar.

Já a aração  tem a principal função de permitir que o solo tenha melhores condições de aeração, além de infiltração e armazenamento de água. Cabe à aração fazer a inversão das camadas do solo, normalmente realizada na profundidade de 20 cm.

 

5º Dica – Semente e semeadura

A compra das sementes é de extrema importância, a escolha de uma semente com alto poder de germinação, de qualidade e procedência, que lhe trará a produtividade e sucesso na formação da nova pastagem.

O plantio das sementes deve ser feito sempre na época recomendada de cada região, respeitando sempre os níveis de chuva e adubação exigida. Lembrando sempre, que para uma germinação eficaz, é recomendado que seja feita a incorporação da semente ao solo.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Uma reforma de  pastagem bem-feita pode trazer excelentes resultados. Você poderá ter um pasto completamente recuperado, e em pleno funcionamento novamente.

Tudo vai depender da análise inicial para identificar os problemas, e dos cuidados posteriores para conseguir manter o pasto em boa saúde. E por isso mesmo é importante ter cuidado com o que você planta depois da reforma.

Na reforma de pastagem, cada etapa do procedimento requer atenção e cuidado. E com isso você deverá, antes de tudo, contratar profissionais para lhe ajudar nesse procedimento.

 

Especialistas discutem desenvolvimento de gramíneas forrageiras adaptadas ao Semiárido brasileiro

Especialistas discutem desenvolvimento de gramíneas forrageiras adaptadas ao Semiárido brasileiro

A escassez de gramíneas forrageiras adaptadas ou desenvolvidas para o Semiárido brasileiro é um dos grandes problemas enfrentados pelos criadores na região e foi o tema abordado durante um ciclo de palestras promovido pela Embrapa Caprinos e Ovinos, no último dia 12, em Sobral (CE).  O evento contou com a participação de representantes da Associação para o Fomento à Pesquisa de Melhoramento de Forrageiras (Unipasto), pesquisadores, estudantes, criadores e técnicos, que discutiram sobre as expectativas em relação às pesquisas realizadas nessa área e a importância de uma aproximação com o mercado, a fim de que as soluções desenvolvidas atendam de fato às necessidades locais.

De acordo com a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Cacilda Borges do Valle, as pesquisas que estão se iniciando no Semiárido são semelhantes àquelas que começaram há cerca de 30 anos na região Centro-Oeste e possibilitaram o desenvolvimento da pecuária no Cerrado. “Aqui o trabalho deve ser feito com material mais resistente para a produção com escassez de água, o importante é viabilizar a atividade pecuária na região. Com certeza vai ser possível pular algumas etapas e alcançar resultados mais rápidos do que nós tivemos no Centro-Oeste”, afirmou.

Cacilda ministrou palestra aos participantes do evento sobre o melhoramento genético de gramíneas forrageiras e ressaltou a importância das pastagens para a pecuária brasileira. “As pastagens são a base da nossa pecuária, que representa 31% do PIB do agronegócio no país, sendo que 3,2% de toda a exportação do Brasil em 2017 foi carne”. Para ela, o baixo custo de produção de carne no país faz do Brasil um ator importante no mercado internacional. No entanto, uma das grandes preocupações dos pesquisadores é a pouca variedade nas áreas de pastagens, o que as torna mais suscetíveis a problemas como pragas e doenças, por isso os programas de melhoramento genético buscam produzir novas alternativas para diversificar os pastos considerando a produtividade, sustentabilidade, valor nutritivo e a resistência a esses males. Os resultados, porém, devem aparecer a médio e longo prazo, entre 8 e 10 anos.

Parceria com o setor privado para viabilizar pesquisas

O mercado é grande e desperta interesse das multinacionais, mas os recursos governamentais aportados têm diminuído. Por isso, os especialista afirmam que é importante a formação de parcerias com o setor privado que possibilitem a realização das pesquisas. Parceira da Embrapa em diversos estudos, “a Unipasto atua identificando demandas do setor produtivo e disponibilizando recursos para agilizar os programas de melhoramento”, afirma o diretor executivo da Associação, Marcos Roveri, que apresentou palestra sobre aspectos importantes na produção de gramíneas forrageiras tropicais.

Ainda não existe um acordo formal entre a Unipasto e a Embrapa Caprinos e Ovinos e grande parte dos associados da entidade estão na região dos Cerrados, “mas existe a possibilidade de formalização de parceria na medida em que avancem os estudos para o desenvolvimento/adaptação de forrageiras para a região semiárida porque há uma demanda no mercado”, conclui Roveri.

Desafios para os programas de melhoramento vegetal

A pesquisadora da Embrapa Caprinos e Ovinos, Luice Bueno, que coordenou o evento, encerrou o ciclo de palestras falando sobre os desafios enfrentados pelos programas de melhoramento genético no Semiárido, enfatizando a importância de trabalhar de forma planejada para aproveitar o período chuvoso. Destacou, ainda, a capacidade de resiliência das espécies existentes na região e as particularidades locais como o alto custo e a baixa produtividade dos sistemas de criação.

A programação foi finalizada com um debate com os representantes do setor produtivo presentes, com uma discussão sobre a dificuldade de acesso às sementes, a adaptação de forrageiras às mudanças climáticas e a integração lavoura-pecuária, que de acordo com Marcos Roveri é o que está viabilizando a atividade no bioma Cerrado. “É importante pensar no desenvolvimento de cultivares que se adaptem a sistemas integrados com outras culturas e que suportem o sombreamento, por exemplo”, explicou. Para ele, é essencial entender o cenário da região  e a demanda dos criadores locais para desenvolver forrageiras que se adequem e atendam de fato às necessidades existentes.

Por: Embrapa