Azevém: saiba tudo sobre essa planta daninha!

Azevém: saiba tudo sobre essa planta daninha!

azevém é uma planta anual de inverno, muito utilizada como forrageira e formadora de palhada para o plantio direto. Principalmente nos estados da região Sul. Neste post vamos abordar tudo que você precisa saber sobre essa daninha.

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Azevém: saiba tudo sobre essa planta daninha!

 

Azevém (Lolium multiflorum Lam)

O azevém (Lolium multiflorum Lam.) é uma espécie anual, de inverno. Utilizada principalmente como forrageira e para fornecimento de palhada para o sistema plantio direto.

É uma espécie de fácil dispersão e, por isso, está presente e caracteriza-se como planta daninha em praticamente todas as lavouras de inverno e em pomares da região sul do Brasil.

Gramínea de excelente qualidade, com alta taxa nutricional. É muito utilizada na alimentação do gado, principalmente para as vacas leiteiras ou então na fase terminal de criação.

Com o consumo da planta, portanto, os animais ganham peso de forma rápida e acima da média. O uso do capim azevém é bastante comum em algumas regiões, como no Sul do Brasil.

 

Fitossanidade

 

Características do azevém

O azevém anual é um dos cultivares mais conhecidos e populares entre os produtores. Ele é muito utilizado no Rio Grande do Sul, por exemplo, devido à dormência das pastagens.

Assim, ele começa a ser cultivado geralmente entre os meses de março a junho. Desta forma, é oferecido aos animais durante o inverno e a primavera.

Conheça algumas vantagens do azevém:

  • Palatabilidade: ele tem sabor mais palatável e, assim, demonstra maior aceitação dos animais.
  • Resistente a doenças.
  • Potencial de produção: a plantação da espécie rende bastante, portanto, possui uma boa produção.
  • Utilizado em associações: em algumas regiões é cultivado em associação com outras plantas, por isso, é bastante versátil e oferece mais possibilidades para o produtor.
  • Atinge de 100 a 120 centímetros.
  • Tolera níveis de umidade.

Diferentes tipos de azevém

Vamos citar os mais comuns tipos de azevém disponíveis e aptos para a nossa região. De maneira geral, existem quatro tipos de azevém tendo suas sementes comercializadas:

  • Azevém anual (Lolium multiflorum);
  • westerwoldico, ou tipo itálico;
  • Azevém híbrido ( hybridumL. boucheanum);
  • Azevém perene (Lolium perenne).

Dentre os cultivares de azevéns englobados nessas espécies, podemos encontrar ciclos de vida anual, bianual ou perene, diferentes potenciais de produção de sementes, demanda de horas de frio ou não, tetraplóide ou diplóide, hábito de crescimento ereto ou prostrado, susceptibilidade e resistência a doenças e herbicidas, entre outras caraterísticas.

Esses diferentes tipos de azevém, são disponibilizados aos produtores na forma de sementes. As quais deveriam apresentar os atributos mínimos de plantio, como germinação, vigor, pureza física e pureza genética.

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

Como é realizada a sua semeadura?

A gramínea apresenta altas taxas de produção e qualidade nutricional. Portanto, pode ser plantada em consórcio com outras forrageiras, assim como de forma contínua. Saiba algumas dicas para a semeadura do azevém:

  • A plantação deve ser realizada durante o outono.
  • Pode ser realizada a ressemeadura natural. Ou seja, é possível programar a plantação de modo que as sementes caiam na terra. Assim, não é necessário realizar a semeadura todos os anos.
  • A espécie pode ser plantada em linhas, assim como a lanço.
  • A semente deve ficar no máximo a um centímetro de profundidade.
  • A distribuição das sementes de azevém variam de 400 a 500 unidades por metro quadrado.

 

Ciclo de cultivo

O perfil do nascimento e implantação da pastagem é definido principalmente pela qualidade do plantio e pela condição do solo. Isso, por sua vez, define o estande de plantas e perfilhos por área, que constitui a base da área foliar da pastagem.

Uma vez implantada a pastagem de azevém, é durante a fase de crescimento vegetativo que se produz a maior parte das folhas e perfilhos, a forragem de maior valor nutritivo utilizável.

Por fim, temos a etapa reprodutiva, onde as estruturas reprodutivas da planta se desenvolvem. Nessa fase, há uma importante produção de matéria seca, porém de menor valor nutricional, que diminui devido à produção de sementes.

Compreender essa sequência, que pode parecer simples à primeira vista, é, na realidade, o ponto chave para determinar qual tipo de azevém é o mais adequado para cada sistema específico.

 

Azevém na cultura de trigo

Competição com plantas daninhas reduz a produtividade de grãos de trigo. Essa perda progride com o aumento da densidade de espécies daninhas e com o crescimento das mesmas.

A eficiência do controle de azevém após o estabelecimento da cultura do trigo está estreitamente relacionada com o resultado da dessecação em pré- semeadura. Sobras de plantas da dessecação comprometem a eficiência dos herbicidas seletivos aplicados em pós-emergência da cultura e do azevém.

Além disso, as condições ambientais e o estádio de desenvolvimento das plantas de azevém emergidas após a semeadura do trigo contribuem de forma decisiva para o sucesso do controle pelos herbicidas seletivos (clodinafope, iodosulfurom ou piroxsulam).

 

Danos causados

Os danos causados pelo Azevém impactam negativamente no rendimento de grãos do Trigo. Populações de Azevém entre 130 e 750 plantas m-2 até a maturação do trigo, reduziram o rendimento de grãos em cultivar de porte alto entre 4 e 22% e no de porte baixo entre 18 e 56%.

Os efeitos negativos da matocompetição de Azevém no Trigo começam bem cedo, antes mesmo de se iniciar a competição por água e nutrientes.

 

Sistema de rotação de culturas

A infestação de azevém pode ser mais facilmente manejada ou até mesmo reduzida quando se adota, por exemplo, um sistema de rotação de culturas na lavoura. Isso, por sua vez, diversifica o ambiente agrícola e favorece, consequentemente, o manejo das plantas daninhas.

Com a rotação de culturas, diferentes espécies com ciclos variados entram em cena, o que possibilita, de fato, a utilização de vários tipos de manejo. Isso, inclusive, inclui épocas de semeadura, práticas culturais e até herbicidas com diferentes mecanismos de ação.

Além disso, medidas de manejo que favorecem o desenvolvimento sadio e vigoroso do trigo ajudarão a reduzir significativamente as infestações de plantas daninhas.

 

Plataforma Agropós

 

Controle e prevenção do azevém

Os herbicidas constituem-se no método mais utilizado para o controle de plantas daninhas em cereais. Dessa forma, as estratégias de controle se tornam mais rápidas e eficientes quando se usam herbicidas, comparado ao uso de apenas medidas mecânicas.

Além disso, a eficiência dos herbicidas tem levado, muitas vezes, a uma grande dependência desses compostos químicos, excluindo outros métodos. Contudo, é fundamental entender que o controle químico deve ser visto como uma ferramenta adicional, e não como o único método para diminuir os prejuízos causados pelas plantas daninhas.

Porém, a facilidade e a comodidade que o glifosato proporcionava para o controle dessas plantas acabaram gerando o uso repetitivo desse herbicida, beneficiando o desenvolvimento de biótipos resistentes.

Porém, é importante deixar claro que os herbicidas não tornam as plantas resistentes. Em vez disso, eles atuam como agentes selecionadores entre as espécies, favorecendo as mais adaptadas.

 

Indicações de prevenção

  • Rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação;
  • Monitorar o início de plantas resistentes;
  • Utilização de sementes certificadas e de qualidade;
  • Realizar aplicações sequenciais de herbicidas com diferentes modos de ação;
  • Fazer uso de práticas que esgotem/reduzam o banco de sementes e evitem reposições;
  • Limpeza de máquinas e implementos para evitar a dispersão de sementes do azevém.

 

Conclusão

Com isso entendemos que azevém é uma planta invasora muito comum nas regiões temperadas do Sul do país, sendo uma das poucas poáceas a vegetar durante o período de inverno. Infesta principalmente lavouras de trigo e outras culturas de inverno.

Já para o setor pecuarista tem uma grande importância, produzindo uma forrageira de alto poder nutricional e, sobretudo, muito apetecível para os animais.

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Escrito por Michelly Moraes.

 

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