(31) 9 8720 -3111 contato@agropos.com.br

Dessecagem pré-colheita: entenda!

Você sabe que é e como é feita a dessecagem na agricultura? Entenda neste artigo o que é essa prática, quais seus benefícios e possíveis malefícios, como realizar, entre outros detalhes importantes para evitar perdas de produtividade e melhorar o seu planejamento.

Acompanhe! 

 

Dessecagem

 

O que é e como é feita a dessecagem na agricultura?

A dessecação para a pré-colheita usa um herbicida conhecido como dessecante para cumprir basicamente três objetivos:

  • controlar o desenvolvimento de plantas daninhas no talhão;
  • antecipar em cerca de três dias a uma semana a colheita;
  • uniformizar a área da lavoura.

Os dessecantes são defensivos que atuam como inibidores de processos de desenvolvimento da planta, provocando sua morte por deficiência metabólica. Por não se tratar de um herbicida seletivo, é preciso ter muito cuidado e conhecimento no seu uso.

A dessecação é muito adotada na cultura da soja, por exemplo, antecipando a colheita para o plantio do milho safrinha. No entanto, essa prática é usada também em outras lavouras, como:

 

Pós-graduação Gestão e Economia do Agronegócio

 

 

Vantagens da dessecagem

Entre as principais vantagens da dessecação para a colheita antecipada, estão:

  • eliminação de plantas hospedeiras de pragas;
  • auxílio à preservação da tecnologia Bt;
  • palha totalmente seca para a semeadura;
  • maior uniformidade na maturação dos grãos;
  • coleta de grãos com menos impurezas;
  • melhores preços com a oferta antecipada de grãos;
  • uniformização de retenção de hastes verdes e retenção foliar;
  • entrada do milho safrinha em uma época mais adequada;
  • sementes de maior qualidade sanitária e fisiológica;
  • facilidade no controle de daninhas ao realizar a dessecação sequencial;
  • facilidade na semeadura da cultura.

Apesar dessas enormes vantagens, é necessário um bom planejamento e tomar certos cuidados para garantir bons resultados.

Esse tipo de manejo é indicado por especialistas somente para a produção de grãos. Já na produção de sementes, a dessecação pode comprometer a qualidade do produto, diminuindo seu potencial de germinação.

 

Dessecagem na cultura da soja

A dessecação pré-colheita da soja é uma prática importante para os sojicultores, pois promove a uniformidade de maturação e umidade da cultura da soja antes da colheita.

Isso permite uma colheita mais fácil e eficiente, pois a secagem da soja e o controle de plantas daninhas aumenta o rendimento operacional do maquinário, evitando o “embuchamento” promovido por hastes e folhas verdes.

Ao dessecar as lavouras de soja, os agricultores também podem obter sementes de maior qualidade, pois os grãos terão um menor teor de umidade, evitando danos mecânicos e facilitando processos de secagem, armazenagem e transporte. “Isso pode resultar em maiores taxas de germinação de sementes e melhor viabilidade das sementes”.

 

Herbicidas para a dessecação pré-colheita da soja

O agente de maior influência no resultado da dessecação pré-colheita é o produto utilizado. Não apenas por ser um dos poucos fatores sobre os quais o produtor tem controle nesta empreitada, mas porque o herbicida adotado não pode deixar resíduos tóxicos no grão a ser colhido ou afetar a qualidade das sementes produzidas.

Sendo assim, além da eficácia do produto, é preciso respeitar o tempo de carência previsto na bula do herbicida para que a operação ocorra de forma correta.

Nesse contexto, a escolha do produto é muito importante. Segundo a Fundação MS, o sojicultor deve considerar as seguintes características para adotar o herbicida ideal:

  • O herbicida deve apresentar ação de contato.
  • A absorção do produto deve ocorrer em até 30 minutos.
  • O herbicida não pode apresentar efeito residual.

Os principais herbicidas utilizados nesta operação são os considerados não seletivos, com efeito de contato e baixa persistência no solo.

 

Dessecagem eficiente para colheita alguns cuidados!

Para fazer a dessecação é preciso tomar alguns cuidados e seguir algumas recomendações. Considere as principais delas abaixo.

 

O momento certo

Em primeiro lugar, é bom destacar que a dessecação nunca deve ser feita antes da maturação fisiológica dos grãos. No caso da soja, por exemplo, existem alguns parâmetros para identificar isso.

 A fase ideal é a partir do estádio R6.5 e R7.0. A partir desse ponto, boa parte das vagens estão amareladas cerca de 50%. Normalmente isso ocorre entre 10 e 15 dias antes da data para a colheita.

Por outro lado, não é indicado demorar para colher após a dessecação, pois pode haver ocorrências de vagens abertas, germinação ainda no pé dentro da vagem (em caso de umidade em excesso) e grãos “ardidos”.

 

A previsão meteorológica

Ao aplicar o dessecante na lavoura, o agricultor precisa lembrar que a planta vai morrer muito rápido. Então, o trabalho precisa ser feito com dinamismo.

Para isso, é preciso estar de olho na previsão das condições climáticas. Chuvas podem atrapalhar bastante o trabalho de colheita e até ocasionar perdas na operação.

 

O cuidado com a deriva

Ao aplicar o dessecante é preciso tomar muito cuidado para que não haja deriva, conduzindo o produto a lavouras próximas. Lembre-se de que o herbicida não é seletivo e sua ação ocorre principalmente pelo contato.

 

Checklist agrícola

 

A orientação de um profissional

Todo produtor que deseja adotar o sistema de dessecação precisa buscar e seguir orientações de um profissional agrônomo. Ele fará um diagnóstico da área, analisará as especificações do herbicida e fará uma receita adequada a cada caso. Dessa forma, será possível iniciar a dessecação e a colheita antecipada com segurança e eficiência.

 

A escolha do dessecante

O herbicida usado para a dessecação depende do tipo de planta daninha de maior abundância no talhão. Por exemplo, levando em conta as lavouras de soja, podemos afirmar que:

  • em ervas daninhas gramíneas, podem ser usadas herbicidas com base de Paraquat;
  • em ervas daninhas de folhas largas, recomendam-se produtos com base de Diquat.
  • Esses produtos são de rápida absorção (cerca de 30 minutos) e não deixam resíduos na soja.

 

O período de carência

O período de carência é o prazo entre a aplicação e a colheita, que fica entre sete e dez dias. Isso é importante para não haver resíduos no grão, garantindo, assim, a segurança alimentar.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

A dessecação da soja pode trazer muitos benefícios, principalmente para produtores que costumam realizar um cultivo subsequente à cultura da soja e além disso, pode auxiliar no planejamento e escalonamento da colheita.

No entanto, é preciso tomar alguns cuidados para acertar o momento adequado da aplicação, assim como a utilização de produtos eficientes e recomendados para cada situação. Além disso, é necessário atentar-se ao planejamento de colheita, para que o escalonamento das dessecações seja adequado com sua capacidade operacional de colheita.

Gostou? Comente e compartilhe!

Escrito por Michelly Moraes.

Pós-graduação Gestão e Economia do Agronegócio