Todo cafeicultor deseja que seu cultivo alcance alta produtividade. Mas para que isso ocorra, é necessário conduzir a lavoura de café com o máximo de conhecimento sobre os fatores que favorecem o melhor desenvolvimento da planta. Um desses fatores essenciais para o sucesso da produção de café é a identificação e controle de pragas do cafeeiro. Neste artigo vamos falar tudo que você precisa saber.
Venha Comigo!
A cafeicultura é uma das atividades mais representativas do agronegócio nacional, com grande relevância do ponto de vista social e econômico, nas regiões onde está instalada. O Brasil lidera a produção e a exportação de café verde no mundo, além de ser um dos maiores consumidores da bebida.
No país, são cultivadas duas espécies de café: a arábica e a conilon. A maior produção é representada pela espécie arábica, com 76% da produção nacional. As lavouras são perenes e estão localizadas principalmente nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo.
A espécie conilon, também perene, representa 24% da produção e é cultivada principalmente nos estados do Espírito Santo, Rondônia e Bahia.
Os controles de praga estão entre as práticas mais realizadas nas lavouras de café durante o ano agrícola e são atividades bastante onerosas. Neste post vamos conhecer as principais pragas e como maneja-las.
Quais as Principais Pragas do café?
Na produção de café, são inúmeras as pragas presentes no campo que afetam economicamente a qualidade do produto.
Seus malefícios aos pés de café afetam o desenvolvimento e a produção das plantas e, portanto, requerem que o produtor realize um monitoramento constante. Dessa forma, é possível adotar medidas de controle evitando maiores prejuízos à plantação.
Com base nisso, fizemos uma lista das principais pragas que afetam a produção de café. Confira:
Broca-do-café – Hypothenemus hampei
A broca do cafeeiro é um besouro de cor escura e brilhante e o seu ataque é caracterizado por furos realizados nos grãos, no estágio de granação do café. A fêmea faz a postura dos ovos dentro destes furos.
Quando os ovos eclodem, a larva se alimenta da semente que está presente no interior dos frutos, provoca a queda dos grãos, reduz o peso deles e prejudica a qualidade da bebida do café.
As fêmeas fecundadas saem dos frutos restantes da safra anterior. Nos meses de outubro, novembro e dezembro, atacam os frutos nas fases iniciais de granação.
No período entre janeiro a março, o ataque é intensificado, sendo a fase onde a broca causa os maiores danos.
Controle
Uma das principais formas de controlar essa praga é fazendo o acompanhamento da sua infestação, por meio da realização de amostragens mensais, principalmente no período de até 70 dias antes da colheita.
Além disso, na hora de colher é preciso tomar cuidado para não deixar nenhum fruto para trás. Como já falamos, os frutos caídos são uma porta de entrada para os besouros.
Se a opção for o controle biológico, o mais indicado é fazer uso de parasitóides ou do fungo Beauveria bassiana.
Ácaro Vermelho – Oligonychus Ilicis
O ataque de ácaro vermelho é facilmente identificável, pois provoca uma coloração bronze e sem brilho, dando um aspecto empoeirado na folha. Os insetos podem ser vistos a olho nu caminhando na parte da superfície das plantas.
Ocorre na espécies de café arábica e conilon. Possui maior incidência nos períodos mais secos do ano, especialmente na fase pós-colheita, nos meses de agosto e setembro.
Controle
O controle pode ser feito com a suspensão ou diminuição de aplicações de inseticidas e de fungicidas cúpricos, que causam desequilíbrio na população dos ácaros. Pode ser também através do método químico, utilizando-se inseticidas específicos para essa praga.
Ácaro da leprose (Brevipalpus phoenicus)
Comumente encontrado próximo aos frutos de café, onde formam crostas na casca. Sua maior importância se dá pelo fato de ser o vetor da doença leprose do cafeeiro. Ocorre no café arábica.
Assim como a maioria das pragas, possui maior incidência nos períodos mais secos do ano, especialmente na fase pós-colheita, nos meses de agosto e setembro.
Controle
O controle pode ser cultural, através da suspensão ou diminuição de aplicações de inseticidas e de fungicidas cúpricos, que causam desequilíbrio na população dos ácaros.
O método químico também é empregado no controle, utilizando-se inseticidas específicos para essa praga.
Bicho mineiro (Leucoptera coffeella)
Esta praga é uma mariposa branca prateada, que coloca os ovos na superfície superior das folhas, de onde eclodem larvas que se alimentam dessas folhas, formando galerias (minas) que acarretam o desfolhando das plantas.
O ciclo desta praga varia de 19 a 87 dias, podendo ocorrer de 8 a 12 gerações por ano. Esse é um grave problema em regiões de ambiente mais favorável ao surgimento da praga, como as mais quentes.
Existe uma grande variação da população de bicho mineiro de um ano para o outro, pois seu ataque está relacionado a períodos secos e à presença de veranicos.
Em condições normais, o bicho mineiro infesta mais no período final da colheita, nos meses de agosto, setembro e outubro.
Controle
As formas mais eficientes são o controle cultural através da utilização de quebra-ventos e arborização, uso de agrotóxicos e a preservação dos inimigos naturais, por meio do manejo de plantas daninhas e manutenção de áreas de preservação ambiental.
Cigarrinhas (Quesada gigas, Fidicinoides sp. e Carineta sp)
São insetos sugadores de seiva, quando presente essa praga na lavoura é possível observar orifícios no solo próximos à saia do cafeeiro, presença de exúvias e adultos de machos cantando.
Apesar de ser uma praga polífaga, ou seja, que não ataca apenas a cultura do café, quando não manejada as cigarras podem trazer prejuízos ao cafeeiro, uma vez que as ninfas sugam a raiz do cafeeiro.
Dessa forma resultar em depauperamento das plantas, clorose e queda de folhas, acarretando assim em prejuízos a granação.
Controle
Para o controle, deve-se utilizar inseticidas sistêmicos de diferentes grupos, tais como carbamato ou neonicotinóide.
Lagartas
O ataque de lagartas em lavouras de café pode ser identificado pelo corte das folhas, provocando lesões que favorecem a entrada de doenças, como a mancha de Phoma/Ascochytae, a mancha aureolada.
Existem muitas espécies de lagartas que podem ser consideradas pragas do cafeeiro, sendo que as duas principais para o café conilon são a mariposa amarela (Eacles imperialis magnífica) e a lagarta das rosetas (Cryptoblabes gnidiella).
Para o café arábica, as principais são a mariposa amarela (Eacles imperialis magnífica) e a lagarta mede palmo (Oxydia saturniata).
O ataque da lagarta das rosetas se diferencia por ser efetuado sobre os frutos e rosetas do café conilon, tecendo uma teia com resíduos da floração do cafeeiro.
Controle
O controle pode ser biológico, pela manutenção de inimigos naturais como algumas vespas, moscas e pássaros.
As lagartas também são facilmente controladas pelo método químico. Pulverizações realizadas para controle do bicho mineiro costumam ter efeito também sobre as lagartas.
Pragas de menor importância
Existem outras pragas que atacam a cultura do café, algumas delas são secundárias ou podem ser problemas em determinadas situações ou regiões.
Podem ocorrer tanto no café arábica quanto no conilon. Por exemplo:
- Formigas;
- Pulgões;
- Mosca das raízes;
- Cupins subterrâneos;
- Mosca das frutas;
- Carneirinhos; e
- Pragas de armazenamento como carunchos, traças e cupins.
Conclusão
O café sempre teve uma importância significativa para a história do Brasil, foi nossa maior riqueza por muito tempo, auxiliando no desenvolvimento do país e propiciando a vinda de imigrantes e a consolidação da expansão da classe média.
Vimos aqui algumas das pragas mais recorrentes que podem acometer o cafezal, mas o cafeicultor deve estar muito atento nessas pragas que ameaçam sua cultura, e como controla-las.
Em caso de duvidas o correto e consultar um especialista para melhor maneja-las. Gostou de saber mais sobre o assunto? Deixe seu comentário e acompanhe nosso blog e fique por dentro dos próximos artigo.