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Estes insetos sugadores de seiva causam prejuízos decorrentes de suas picadas, onde injetam toxinas nas plantas atacadas. Esta espécie ocorre em várias culturas de importância econômica, como algodão, amendoim, batata, ervilha, feijão, feijão-vagem, soja, tomate, trigo. Com isso preparamos este artigo para aprendermos a manejar essa a cigarrinha verde.

Venha comigo!

 

Cigarrinha verde: veja as diferentes formas de controle!

 

Embora a cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) não seja uma praga tradicional das lavouras de milho gauchas, sua participação em áreas de cultivo no Sul do Brasil vem aumentando ano após ano.

O fato é extremamente preocupante visto que a praga possui um elevado potencial em causar danos, podendo inclusive comprometer a produtividade das culturas de grãos.

Embora seja considerado um inseto sugador, seus maiores danos estão relacionados a transmissão de viroses, mais especificamente os enfezamentos.

Neste artigo vamos abordar tudo que você precisa saber sobre essa praga, não fique de fora acompanhe.

 

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O que são enfezamentos?

Os enfezamentos são doenças do milho causadas pela infecção da planta por microrganismos denominados molicutes (classe Mollicutes-Reino Bacteria), que são um espiroplasma (Spiroplasma kunkelii) e um fitoplasma (Maize bushy stunt).

Há dois tipos de enfezamentos: o enfezamento-pálido (causada por espiroplasma) e o enfezamento-vermelho (causada por fitoplasma), ambos transmitidos pelo mesmo inseto vetor, a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis).

 

Checklist agrícola

 

Cigarrinha-verde (Dalbulus maidis)

Essa espécie pertence a Ordem Hemiptera e família Cicadellidae. É uma praga bem adaptada às condições tropicais do Brasil. Se reproduz somente no milho, estando presente em áreas de primeira safra quanto de segunda safra e possui a capacidade de migrar a longas distâncias.

Pode colonizar desde campos recém germinados (vindo de outras lavouras de milho) até o florescimento, tendo um aumento da população ao longo dos estádios da cultura, provenientes de novas gerações e também de entradas continuas de adultos.

 

Características da cigarrinha-verde

A Cigarrinha-verde pertence à ordem Hemiptera, a mesma dos percevejos pulgões. A família Cicadellideae, onde está inclusa, é a maior da ordem, com mais de 21 mil espécies descritas.

O inseto adulto possui coloração verde-clara e corpo de aproximadamente 3 mm. É extremamente ágil e pode se dispersar rapidamente na lavoura.

Os ovos são postos nas nervuras no lado inferior das folhas e eclodem entre uma e duas semanas. As cigarrinhas ninfas (inseto jovem) são verdes-translúcidas e tornam-se adultas com aproximadamente 15 dias.

 

Quanto aos sintomas e danos

A Cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) causa injúrias nas plantas de milho através da alimentação, onde fazem a sucção da seiva, porém o dano mais expressivo causado pelo ataque dessa praga é indireto, pois ela transmite patógenos que vão causar o enfezamento pálido e enfezamento vermelho do milho, e também a virose do raiado fino.

A praga ao se alimentar de uma planta infectada, torna-se vetor do patógeno, transmitindo posteriormente para uma planta sadia.

Enfezamento pode ser vascular ou sistêmico sendo que plantas com a doença podem ser pequenas e improdutivas, ter espigas pequenas e falhas na granação, possuir os internódios curtos, sem falar que formam menos raízes que plantas sadias, reduzindo a absorção e assimilação de nutrientes pela planta.

Essa doença é causada por microrganismos da classe dos Mollicutes, conhecidos como espiroplasma e fitoplasma.

O enfezamento pálido é causado pelo Spiroplasma kunkelii, onde ocorre o aparecimento de estrias cloróticas da base para o ápice das folhas, enquanto que o enfezamento vermelho é causado pelo Maize Bushy Stunt Phytoplasma, tendo como característica o avermelhamento das folhas a partir das margens e do ápice, seguido por folha seca.

Os sintomas aparecem na fase reprodutiva. A virose do raiado fino causa uma redução no crescimento e abortamento das gemas florais, sendo que os sintomas aparecem entre 7 e 10 dias.

Após a inoculação, iniciando com pequenos pontos cloróticos na base e ao longo das nervuras das folhas jovens, tornando-se evidentes com a grande quantidade de pontos cloróticos que se fundem e tomam o aspecto de riscas curtas. Geralmente ocorre simultaneamente com os enfezamentos.

 

Condições que favorecem o inseto

A multiplicação dos moliculites na cigarrinha é favorecida por temperaturas acima de 25ºC. Temperatura média entre 27 °C e 32 °C causa encurtamento do ciclo da cigarrinha, favorecendo sua proliferação e, portanto, aumento a incidência do inseto-vetor.

 

Fatores que contribuem para a severidade dos enfezamentos

  • Chuvas seguidas de altas temperaturas;
  • Plantio não escalonado do milho, com lavouras velhas e jovens ocorrendo ao mesmo tempo;
  • Utilização de híbridos que não são resistentes aos molicutes;
  • A presença de cigarrinhas nas lavouras, mesmo na fase de maturação;
  • A presença de fungos associados à podridão de colmo, facilitando a alimentação da cigarrinha;
  • Períodos de secas durante a safra, o que agrava os efeitos dos enfezamentos, já que as doenças prejudicam a absorção de nutrientes, o que piora na estiagem.

 

Quanto as diferentes formas de controle

Várias estratégias de manejo podem e devem ser adotadas para controlar a população de cigarrinhas. Veja algumas a seguir:

 

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Monitore a cigarrinha

Monitore a presença de cigarrinha nas lavouras em todas as safras e considerar o histórico de ocorrência de insetos na sua área.

E monitore, inclusive, antes do plantio, verificando se será preciso aplicações de inseticidas ou de controle biológico antes do plantio.

 

Controle biológico

O fungo Beauveria tem sido muito utilizado com grande eficiência, especialmente em condições de ambiente úmido.

Os esporos do fungo penetram na cutícula do inseto, colonizando seus órgãos internos para de se alimentar, causando a morte da praga. Esse processo ocorre entre 2 a 7 dias após a aplicação, dependendo das condições climáticas.

Aliás, a Beauveria bassiana é um agente microbiológico utilizado também no controle da mosca-branca, ácaro rajado. Aproveite mais essa opção de controle na sua fazenda.

 

 

Controle químico

É importante tratar as sementes com inseticidas e pulverizar a lavoura no início (V3 e V4), reduzindo os níveis de incidência.

Aplicações após na cultura devem ser nos estágios iniciais das plantas, também para evitar a incidência.

Listei alguns inseticidas de grupos e ingredientes ativos recomendados para controle de sugadores no algodão, feijão e soja.

 

Neonicotinoides

  • Acetamiprido– Aceta 200SP; Acetamiprid 200SP; AutenticoBR 200SP;
  • Imidacloprido– Gaucho FS; Imidagold 700WG;
  • Tiacloprido– Calypso 480SC;
  • Tiametoxam– Actara 250WG.

 

Organofosforados

  • Cloropirifós– Ciclone 480EC; Catcher 480EC;
  • Terbufós– Counter 150GR.

 

Piretroides

  • Fenpropatina– Meothrin 300EC; Damimen 300EC;
  • Bifentrina– Brigade 25EC; Seizer 100EC;
  • Etofenpoxi – Safety 300EC.

Usar uma combinação de ingredientes ativos é uma ótima alternativa por unir ação sistêmica e de contato.

Sempre utilize produtos registrados para a cultura e na dose recomendada, de acordo com o receituário agronômico.

 

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Conclusão

A cigarrinha-verde tem causado infestações cada vez maiores e danos em diversas culturas. A praga suga a seiva na parte inferior das folhas, que apresentam sintomas de encarquilha mento, secamento e amarelamento das bordas e necrose nos pontos de injúria.

Neste artigo mostramos diferentes formas de controle, onde todos podem ser eficiente neste combate. Sugerimos que em caso de dúvidas chamem um especialista na área.

Gostou de saber mais sobre o assunto?  Deixe seu comentário e acompanhe nosso blog e fique por dentro dos próximos artigo.

 

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