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A brusone do trigo é uma doença fúngica que afeta as espigas do trigo e que, em anos epidêmicos, pode destruir lavouras inteiras. Com isso preparamos esse artigo para ajudar os agricultores, e a mostrar alguns métodos de manejo da doença.

Venha comigo!

 

Brusone do trigo: aprenda a manejar essa doença!

 

A Brusone caracteriza-se por ser uma doença policíclica de difícil controle e com grande ocorrência nas lavouras de trigo do Brasil. a Brusone caracteriza-se por ser uma doença policíclica de difícil controle e com grande ocorrência nas lavouras de trigo do Brasil.

Esta moléstia pode vir a causar até 72,5% de dano ao peso das espigas de acordo com o período de infecção e localização da região tritícola.

Uma vez infectados, os grãos tornam-se menores, deformados, enrugados e com baixo peso específico.

Em consequência, grande parte destes é eliminada nos processos de colheita e beneficiamento da produção, acarretando em perdas significativas de produtividade. Para que o produtor evite perdas preparamos esse artigo, onde iremos mostrar algumas formas de controle.

 

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Produção de trigo no Brasil

O trigo foi trazido para o Brasil pelos portugueses, que criaram as primeiras plantações desse cereal na região do estado de São Paulo.

A adaptação do trigo ao clima brasileiro foi tão rápida e eficiente, que outras regiões do país também começaram a desenvolver suas próprias culturas.

A princípio, o cultivo do trigo se limitava às regiões do Sul do Brasil. Contudo, os novos cultivares e as técnicas de manejo que foram desenvolvidas possibilitaram sua expansão para outras regiões.

Atualmente, a produção brasileira de trigo está concentrada, principalmente, na região Sul e Sudeste.

O potencial produtivo de trigo no Brasil é bem animador. Pois, dependendo do cultivar utilizado, da região produtora e dos manejos praticados, o rendimento pode chegar a 6.136 kg/ha.

 

Afinal, o que é brusone do trigo?

A brusone do trigo é uma doença fúngica que pode manifestar-se nas folhas, no caule e na espiga do trigo, onde promove os maiores danos econômicos nesta cultura. Atualmente, são reconhecidos os fungos Pyricularia oryzae e Pyricularia graminis-tritici como causadores da doença.

Estes fungos encontram condições ideais para o seu desenvolvimento em ambientes onde as temperaturas mínimas são superiores a 15ºC, umidade relativa do ar acima de 40% e período de molhamento das superfícies onde crescem superior a 10 horas.

A última epidemia de brusone no Brasil foi observada em 2012, quando danos acima de 40% comprometeram lavouras de trigo no norte PR, MS e sul de SP.

 

Fatores favoráveis à ocorrência da brusone

Temperatura e umidade são os principais fatores responsáveis pela ocorrência da brusone. As condições ambientais favoráveis são “temperaturas entre 25ºC e 28ºC e umidade relativa acima de 90%”.

Outro fator que reforça sua ocorrência é a inexistência de cultivares totalmente resistentes aos diferentes tipos do fungo.

O agente causal da brusone no trigo apresenta uma alta variabilidade genética, superando com facilidade e rapidez a resistência dos cultivares disponíveis no mercado.

 

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Danos da brusone do trigo

Sua sintomatologia baseia-se na exteriorização de sintomas por toda a parte aérea da planta, principalmente nas espigas.

Nestas ocorre o branqueamento do ráquis a partir do ponto de infecção, onde a lesão possui coloração escura-brilhante.

Esta mudança de coloração da espiga se dá em consequência da interrupção de translocação de água e nutrientes, prejudicando o enchimento de grãos e conferindo-lhes características não desejáveis para a sua comercialização.

 

Ciclo da doença

O fungo apresenta uma gama de hospedeiros, pertencentes, em sua maioria, à família Poaceae, dentre eles: o trigo, o arroz, a cevada e o milheto.

O ciclo da Brusone tem início com a propagação e disseminação de conídios gerados nas fontes de inóculo de P. oryzae, que podem ser:

  1. sementes, na forma de micélio dormente, atuando como veículos de disseminação passiva para a próxima safra;
  2. restos culturais, onde o cultivo de trigo, aliado a prática do plantio direto, favorece a sobrevivência do fungo;
  3. ocorrência de diferentes hospedeiros secundários; e
  4. presença de plantas voluntárias durante o período de entressafra.

A água da chuva e o vento são os principais agentes de disseminação e transporte de P. oryzae a curtas e longas distâncias, respectivamente. Uma vez em contato com o hospedeiro, o fungo necessita de água livre para sua germinação.

Por se tratar de uma doença com presença de ciclo secundário, o processo descrito acima se repete diversas vezes no decorrer da safra, de forma sequenciada, sem a existência de períodos de repouso.

Os esporos produzidos durante o ciclo da cultura são responsáveis pela propagação e aumento dos danos causados pela moléstia, onde poderá ocorrer elevado número de plantas infectadas, com várias lesões por planta.

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

Manejo da brusone do trigo

Os danos causados pela Brusone podem ser minimizados com o emprego de medidas conjuntas de manejo cultural e de controle químico, principalmente relacionado com a prevenção da doença.

 

Planejamento e instalação

O uso de cultivares resistentes e rotação de culturas são medidas importantes para o controle da doença e de fácil implementação pelo produtor.

O uso de sementes sadias e o tratamento químico de sementes ajudarão a evitar o estabelecimento da doença logo no início do ciclo da cultura.

Deve-se ainda respeitar a época de semeadura indicada para a região, evitando ao máximo a semeadura tardia.

A densidade de plantas adequada para a cultivar é outro cuidado que o produtor deve ter a fim de evitar o microclima favorável à doença que se forma em lavouras muito adensadas.

 

Boas práticas

O controle de plantas daninhas e de plantas de trigo voluntárias também ajuda no manejo da doença pois eliminam possíveis fontes de inóculo.

Propiciar um bom desenvolvimento radicular das plantas por meio da gessagem e calagem quando necessárias e a nutrição equilibrada ajudam a não predispor as plantas ao ataque do patógeno.

No sistema irrigado, o controle da irrigação é imprescindível no manejo da doença, já que a elevada umidade relativa e longos períodos de molhamento foliar favorecem o desenvolvimento de epidemias.

 

Controle químico e sua limitação

São poucos os ingredientes ativos registrados no Brasil para o controle da doença, e sua eficiência média de controle é de cerca de 50%.

Essa baixa eficiência está associada às dificuldades no atingimento do alvo, em decorrência das características inerentes ao sítio de infecção (espiguetas da planta), além da própria efetividade do princípio ativo do fungicida utilizado contra o patógeno.

Desta forma, evidencia-se a importância de se realizar manejo integrado para prevenir a entrada da doença, visto que, uma vez presente na lavoura em nível de dano econômico, o controle da Brusone não se mostra satisfatório e economicamente viável.

 

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Conclusão

Portanto com a leitura desse artigo podemos concluir que brusone no trigo é uma doença causada pelo fungo Magnaporthe oryzae, que ataca a ráquis da espiga, produzindo grãos deformados e com baixo peso específico, implicando em perdas no rendimento.

Sendo uma doença de difícil controle o ideal é o controle preventivo, assim evitando dor de cabeça ao produtor rural. Se você gostou desse conteúdo e te ajudou e esclareceu suas dúvidas. Comente e compartilhe em suas redes sociais!

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