Nutrição de plantas: quais processos ocorrem?

Nutrição de plantas: quais processos ocorrem?

Entenda o que é a nutrição de plantas. Quais processos ocorrem e como interage cada macro e micronutriente para que uma planta esteja bem nutrida.

 

Nutrição de plantas: quais processos ocorrem?

 

Alguma vez você já se perguntou como a planta consegue adquirir todos nutrientes de que ela vai precisar ao longo de seu ciclo de vida? Ou quais elementos podem ser considerados como sendo nutriente as plantas?

Assim como estar numa situação de campo e não se recorda de sintomas característicos para a realizar adequada da diagnose visual.

São questões como essa que você será capaz de responder. E relembrar após ler esse artigo sobre como funciona a nutrição de plantas.

 

O que é nutrição de plantas?

Nutrição de planta trata se da área do conhecimento que estuda a relação entres elementos químicos presentes no solo e o desenvolvimento, ou não, da planta. Assim como estuda os demais processos fisiológicos relacionados a nutrição de plantas. Como a absorção (via raiz ou folha), transporte e redistribuição.

Uma planta estar bem nutrida é um fator fundamental para que a mesma possa expressar todo seu potencial genético.

Isso vai refletir em uma planta saudável, produtiva e que apresentara um produto final de maior qualidade nutricional.

Assim, conhecer ou relembrar alguns conceitos. Relações e processos da nutrição de plantas é algo indispensável para quem quer saber como estão as plantas da sua lavoura.

 

 

O que são nutrientes para as plantas?

Uma planta pode ser composta de 80 a 90% de água podendo assim ter uma matéria seca entre 10 a 20%.

Desse total de matéria seca 45% é composto carbono. 45% oxigênio, 6% hidrogênio e 4% de minerais.

Assim, entende se como nutriente de planta os elementos minerais classificados como essenciais. Que sem esses a planta será incapaz de completar seu ciclo de vida.

Por sua vez os nutrientes de planta são comumente divididos em dois grupos os macronutrientes e os micronutrientes.

São tidos como macronutrientes os elementos requeridos pela planta em maiores quantidades. Como o nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre.

Já os micronutrientes são os elementos requeridos pela planta em menores quantidades. Como o boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, zinco e níquel.

Outro grupo de elementos minerais são os classificados como úteis que diferente dos essenciais a planta consegue completar seu ciclo sem. Mas quando presentes podem atribuir a planta benefícios em seu crescimento ou resistência a condições adversas do meio.

E por fim temos o grupo dos elementos que serão tóxicos a plantas como é o caso do chumbo e do alumínio.

Vale ressaltar que alguns elementos tidos como essências ou úteis em dadas situações tornam-se tóxicos à planta.

 

Nutrição Mineral de Plantas: Macronutrientes.

 

Como é feita a nutrição das plantas?

Para responder essa pergunta vamos abordar inicialmente os processos que vão ocorrer para que uma planta possa se nutrir de um dado elemento presente no solo.

Para que um nutriente seja utilizado pela planta é necessário que a mesma realize os processos de absorção. Podendo assim ser transportados e redistribuídos.

A absorção, seja via raiz ou folha, refere-se à entrada de um elemento na forma iônica ou molecular, no espaço intercelular.

Já o transporte consiste na transferência do elemento em qualquer forma de um órgão ou região de absorção para outra qualquer.

E por fim a redistribuição que se é a transferência do elemento de um órgão ou região de acúmulo. Para outro ou outra em forma igual ou diferente da absorvida.

Sendo a demanda nutricional de uma planta ser avaliada e monitorada através de dois processos o de extração e exportação.

Onde a extração é quantidade de nutrientes necessários para que toda a planta possa produzir. Já a exportação vai consistir nas quantidades retidas pela colheita.

Vale lembrar que cada tipo de planta irá apresentar um tipo de composição. O que implica por consequência em demandas diferentes de quantidade e de momento.

Assim na busca de compreender melhor esses processos com cada um dos nutrientes estudos foram realizados. Ao longo dos anos, sob uma ótica de se observar os sintomas e efeitos causa na ausência de um dado nutriente.

 

Macronutrientes

 

Nitrogênio

O nitrogênio (N) é o elemento mais abundante da composição da atmosfera terrestre em torno de 78%.

Contudo para que o nitrogênio na forma de gás possa ser aproveitado por uma planta é necessário que o nitrogênio passe por um processo de fixação seja de maneira atmosférica, industrial ou biológica.

O nitrogênio é um elemento que desempenha um papel chave no que se trata de nutrição de planta. Pois por sua vez o nitrogênio é constituinte de uma série de moléculas vitais a planta.

A exemplos de moléculas que são constituídas por nitrogênio temos os aminoácidos, monômeros constituintes de proteínas, as bases nitrogenadas, que constituem o DNA e o RNA. Assim como os pigmentos como por exemplo a clorofila.

Assim quando imaginamos uma planta que esteja em condições de deficiência de nitrogênio. Logo podemos pensar em uma planta com sintomas de folhas mais velhas amareladas. Menor tamanho de folha e senescência precoce.

Tendo como efeito a redução no teor de clorofila. O crescimento da parte área reduzido com aumento no comprimento das raízes todos esses fatores refletindo na redução da produtividade.

Quando em excesso causa o aumento da fase vegetativa da planta. O atraso no florescimento e pode haver a redução na frutificação.

 

Fósforo

O fósforo (P) é outro nutriente importante para a nutrição de planta. Uma vez que, também participa de uma série de processos metabólicos.

Sendo que situações em que sua deficiência pode ser comum. Dado ao fato, de solos apresentarem teores muito baixo e da sua adubação apresentar baixa eficiência.

Na composição da planta o fosforo está presente em moléculas como a adenosina trifosfato (ATP), os fosfolipídios que constituem membranas e os demais ácidos nucleicos.

Os sintomas de deficiência são diagnosticados quando nas folhas mais velhas apresentar a coloração verde azulada com tons arroxeados ou amareladas e menor área foliar.

Como efeito da má nutrição da planta por fósforo as gemas laterais ficam dormentes. Ocorre a redução no número de frutos e sementes.

Assim como resultando no atraso no florescimento. Na maturação de grãos desuniforme onde somados acarretam a redução na produtividade da planta.

Em especial para gramíneas na ausência de fósforo há uma redução no perfilhamento.

O fósforo na forma de fitato necessário nas reservas iniciais de sementes para a formação inicial do sistema radicular. Sendo assim determinante para o crescimento e no poder germinativo das sementes.

Já na forma de fosfito, não servem como fonte de nutrientes, porem são utilizados com a finalidade de induzir resistência a doenças.

 

Potássio

O potássio (K) em muitas das plantas é o segundo nutriente mais exigido. Em especial nas espécies que produzem amido, açúcar e fibra.

A necessidade de potássio para a nutrição da planta não está ligada com aspectos estruturais como visto para o N e P.

Em vez disso o potássio desempenha funções ligadas a regulação osmótica das células. Responsáveis pelo fechamento dos estômatos e na ativação de uma série de enzimas relacionadas a síntese do amido, de proteína e energia.

Sintomas da deficiência de potássio são característicos por apresentarem clorose. Com posterior necrose das margens e pontas das folhas, inicialmente, nas mais velhas.

Assim a deficiência de potássio tem como efeitos em plantas a redução no crescimento, na taxa fotossintética, na menor resistência a geadas, secas e doenças.

Uma planta de citrus sem uma nutrição adequada dos níveis de potássio apresentam uma redução no tamanho dos frutos.

 

Cálcio

O cálcio (Ca) sendo um macronutriente de caráter relativamente secundário. E que muitas das vezes é adicionado ao solo pelo manejo de calagem e gessagem.

Mesmo assim para algumas espécies como citrus e eucalipto a absorção de cálcio pode alcançar maiores níveis em relação a absorção de N e K.

A deficiência de cálcio no campo é frequente para algumas culturas. Como: tomate, maçã, amendoim, citros e banana. Sendo essas culturas mais exigente de cálcio.

Assim como ser mais exigido na nutrição de plantas dicotiledôneas do que por plantas monocotiledôneas.

Mas independente a qual grupo pertença o cálcio é utilizado pela planta na forma o pectato de cálcio que irá compor a lamela média que é responsável pela rigidez da parede celular e integridade das membranas.

O cálcio pode atuar também como mensageiro secundário, na ativação de enzimas, no controle do volume e da divisão celular.

Sendo as plantas com deficiência nutricional de cálcio presentes de sintomas típicos como o amarelecimento de regiões limitadas a margem das folhas novas e o crescimento desuniforme das folhas.

Assim como o murchamento e morte do meristema apical, gemas laterais dormentes e a deformação de tubérculos podem ser vistos também como sintomas de deficiência.

Isso tem como efeitos às plantas a redução e morte do sistema radicular, frutos pequenos ou anormais e até mesmo uma menor nodulação em leguminosas.

 

Magnésio

O magnésio (Mg) assim como o Ca é um macronutriente de caráter secundário e adicionado ao solo pelo manejo da calagem.

Do total de magnésio presente na folha, 15 a 20%, está ligado a molécula de clorofila como também atua na ativação enzimáticas e garante a estabilidade na síntese proteica.

Sendo para esse nutriente os sintomas caraterísticos de sua deficiência uma clorose internerval. As vezes seguida de necrose nas folhas velhas.

 

Enxofre

Em culturas como rabanete, cebola, pimenta, algodão, feijão, soja entre outras as exigências de enxofre (S) são maiores que as de P. Sendo esse nutriente relacionado com características qualitativas dos alimentos de odor e sabor.

Sendo o enxofre presentes na estrutura de aminoácidos como a metionina, cisteína, cistina. Podendo assim dar origem a proteínas, coenzimas, vitaminas e outros produtos ligados ao metabolismo secundário.

Sintomas característicos a deficiência de enxofre consiste em clorose. Em folhas novas com coloração adicional em algumas plantas, folhas pequenas e o enrolamento das margens.

Tendo como efeitos o desenvolvimento de internódios curtos. A redução do florescimento e menor nodulação em leguminosas.

 

Micronutrientes

 

Boro

Utilizado estruturalmente interligando moléculas de polissacarídeos como a pectina da parede celular. Relacionado a síntese de bases nitrogenadas como a uracila e a germinação do tubo polínico.

São sintomas típicos da deficiência as folhas ficarem pequenas com cloroses irregulares deformadas. Geralmente mais grossas e quebradiças.

Tendo por sintoma reflexo a morte do meristema apical do caule e da raiz. Aparecimento de rachaduras no caule (tomateiro e eucalipto). Pode não ocorre florescimento.

 

Cloro

O cloro tem papel de cofator, junto com o Molibdênio, a enzima que catalisa a fotólise da água no fotossistema II. Resultando na liberação de oxigênio.

E também age na ativação enzimática (ATPase) dado ao fato de ser o íon contrário do potássio no abrimento e fechamento dos estômatos.

Tem como sintomas visíveis típicos a diminui no tamanho da folha. De aspecto clorótico a bronzeado e posterior necrose.

Podendo estar relacionado a uma suspensão da frutificação e a raízes curtas não ramificadas.

 

Molibdênio

O molibdênio (Mo) é o centro ativo da redutase do nitrato. Assim quando em deficiência desse micronutriente há o excesso do nitrato forma a qual o nitrogênio não pode ser incorporado.

Participa também do complexo da nitrogenase, na síntese do ácido ascórbico e na síntese de açucares.

Clorose malhada generalizada na planta, murcha das margens e encurvamento da folha para cima ou para baixo e floração suprimida são características de sintomas típicos de deficiência.

Em leguminosas os sintomas podem ser similares a da falta de nitrogênio. Enquanto nas brássicas as folhas apresentam somente a nervura principal sem o desenvolvimento do limbo foliar.

 

Níquel

O níquel é um constituinte da uréase exigência pela hidrogenase do processo de fixação biológica de nitrogênio e também inibem a produção de etileno o que diminui o número de flores mal formadas.

Plantas as quais apresentarem deficiência por níquel terão necrose característica nas pontas das folhas novas assim como um baixo aproveitamento do nitrogênio proveniente da ureia.

 

Ferro

Já o ferro (Fe) constituindo enzimas chaves como a ferridoxina, nitrogenase, redutase do nitrito e redutase do nitrato e atuação na respiração da planta pelo transporte de elétrons nas mitocôndrias.

Sendo os sintomas visuais típicos de sua deficiência a clorose nas folhas novas seguido de branqueamento e diminuição no crescimento e na frutificação.

 

Manganês

O manganês (Mn) tem papel estrutural, ativador enzimático, atuação na fotossíntese com a fotólise da água e como catalizador da redutase do nitrito.

Esse micronutriente também pode estar relacionado com a proteção contra a entrada de patógenos pela otimização da síntese de lignina e fenóis.

São sintomas visuais típicos a clorose internerval nas folhas novas. Seguido de branqueamento em manchas pequenas e necróticas e apresentando deformações.

 

Cobre

Similar ao manganês o cobre (Cu) é constituinte, ativador e catalisador de proteínas ligados a processos de fotossíntese, lignificação e de redutase do nitrito.

Folhas com pontas cloróticas seguido de necrose, inicialmente verde escura junto a ramos aquosos caracterizam alguns dos sintomas típicos de deficiência.

Assim como a presença de folhas encurvas com nervuras que podem ficar salientes, falta de perfilhamento e rachaduras nos caules com exsudação de goma.

 

Zinco

E por fim o zinco (Zn) sendo um constituinte de enzimas, como a RNA polimerase. Ativador de enzimático e com atuação na síntese do triptofano que é percurso da auxina.

Auxiliando na proteção contra patógenos. Pois ajuda a manter a integridade da membrana e no controle da permeabilidade celular.

Apresentando como sintomas a diminuição no comprimento dos internódios. Folhas novas estreitas e lanceoladas e diminuição da produção de sementes.

 

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Conclusão

Assim com a leitura desse artigo espero que tenha notado que a nutrição de plantas é uma área que apresenta uma riqueza de conhecimento dos mais específicos.

Mas que ainda tem se muito a descobrir e estudar quando as múltiplas interações que pode haver entre os nutrientes tanto no solo quanto na planta.

Tendo as condições próximas de algo que se considere nutricionalmente equilibrado através de um bom plano de manejo nutricional.

Que leve em conta todo um histórico de monitoramento da nutrição do solo e das plantas cultivadas na área em questão.

Sendo necessário para tal acompanhamento a realização periódica das análises de solo e de tecido foliar. Para que assim possa ser realiza reposição dos nutrientes.

Escrito por Juliana Medina.

 

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