A importância do café para nós brasileiros já é constatada sob vários aspectos, economicamente é uma grande potência para o agronegócio. Mas na hora do cultivo, você pode se pegar numa dúvida, como fazer as mudas de café? Quer saber mais detalhes sobre propagação do café?
Então venha comigo na leitura deste post!
Cuidados importantes no plantio do café
Antes de vermos sobre a produção de muda de café, é necessário saber que, atualmente, o café é cultivado em mais de 70 países na zona tropical.
A espécie mais cultivada é a Coffea arabica (café arábica). A segunda espécie mais cultivada é a Coffea canephora (café conillon).
No Brasil se confirmam as duas espécies: Coffea arabica nas regiões montanhosas de MG, ES, RJ, SP, BA e outros e Coffea canephora principalmente no Espírito Santo, região baixa e Rondônia, clima de temperatura mais alta.
O cafeeiro teve uma excelente adaptação no Brasil, principalmente, porque encontrou aqui solos férteis, climas diversos e chuvas bem distribuídas, permitindo uma excelente propagação.
No início o sistema de plantio era retirar a vegetação nativa e plantar o café com alguns tratos culturais, sem nenhum adubo.
Não se discutia muito espaçamento e controle de erosão, com o plantio morro acima, sem nenhuma preocupação com as práticas conservacionistas.
Com o enfraquecimento do solo, embora um pouco tardio, foi necessário discutir novas técnicas de sistema de plantio para permitir a conservação do solo.
Como também uma maior proteção das águas permitindo maior infiltração na terra.
Onde foi adotado espaçamentos racionais, de maneira a viabilizar o controle das doenças e pragas que também iam surgindo com a grande transformação ocorrida pelo uso do desmatamento, do fogo e das grandes monoculturas.
Com a alta dos custos de produção, devido pelo uso de muitos insumos e a mão de obra cada vez mais escassa, principalmente nas regiões de topografias mais acidentadas, está se usando espaçamentos alternativos.
No sistema de plantio em todas as regiões têm se usado plantio em nível, com raras exceções. O que muda bastante são as variedades de café e o espaçamento.
Espaçamentos adotados no plantio das mudas de café
Há quatro formas de espaçar a muda de café na hora do plantio, vamos conferir:
Tradicional – Espaçamentos de 3,5 m a 4,5 m entre as fileiras e 0,8 m a 2,0 m entre plantas.
Nesse espaçamento é possível fazer o sistema agroflorestal (SAF), possibilitando a diversificação da produção, trazendo muitos outros benefícios do SAF.
Semi adensado – Espaçamento que variam de 2,5 m a 3,0 m entre linhas de 0,8 a 1,0 m entre plantas.
Adensado – Espaçamentos que variam de 1,5 m a 2,5 m entre linhas para 0,5 m a 1,0 m entre plantas.
Super adensado – Espaçamentos que variam de 1,0 a 1,9 m entre linhas por 0,5 a 0,9 m entre plantas na linha.
Isso é devido ao excesso de umidade entre as plantas, favorecendo a ação das bactérias e dos fungos e afetando a qualidade da bebida, como também propiciando a incidência de pragas e doenças.
Um vez que, nessas condições torna-se difícil fazer o seu controle, caso ocorra.
No caso de lavouras orgânicas, inviabiliza o uso de adubações verdes para fortalecer o solo, bem como o plantio de outros tipos de árvores.
O plantio de mudas com um menor adensamento, permite um bom arejamento, fácil controle de pragas e doenças.
Além de promover alta produtividade por planta, apesar de menor produção por hectare, porém boa qualidade de bebida.
E por último e não menos importante, facilita a utilização de adubos verdes e a presença de árvores no meio da lavoura.
Produção de mudas de café
O cafeeiro se propaga de duas formas: sexuada, que utiliza sementes, e assexuada, que usa estruturas vegetativas das plantas, como estacas ou pedaços de seus ramos. Embora a produção de mudas de café por meio de estacas seja uma prática ainda pouco difundida entre os produtores, ela se baseia na propagação vegetativa, que, por sua vez, garante uma reprodução mais rápida e uniforme das características da planta mãe.
Além disso, essa técnica oferece vantagens significativas, como a possibilidade de aumentar a produtividade e garantir uma lavoura mais estável. O café é uma cultura perene e, comumente, inicia a colheita dois anos após o plantio. No entanto, ele pode atingir sua produção plena, em média, cinco anos depois de ser plantado.
Portanto, entender e programar cada etapa no cultivo do cafezal é de suma importância, pois garante o sucesso da lavoura ao longo do tempo. Nesse processo, uma etapa crucial é a produção das mudas, que deve ser cuidadosamente planejada para assegurar o desenvolvimento saudável das plantas e, consequentemente, uma boa colheita.
Agora, vamos conferir mais detalhes a seguir.
Produção de mudas de café via sexuada (sementes)
Nesse modo de produção de mudas de café, o tubete ou saquinho pode ser utilizado como recipiente para semeadura.
Aqui está o texto reescrito com a voz ativa:
O produtor deve obter as sementes em Fazendas Experimentais de Órgãos de Pesquisa, federais ou estaduais, ou com produtores registrados para a produção de sementes.
Dessa forma, o produtor garante maior confiabilidade quanto à qualidade, sanidade e à variedade que deseja cultivar.
No entanto, o produtor pode colher as sementes na própria fazenda, desde que o cafezal tenha se formado com sementes de boa origem.
Os lotes de lavoura destinados à produção de sementes devem ser mais separados, o que reduz o risco de cruzamento entre variedades.
O produtor deve colher os frutos maduros para a produção de sementes, separá-los em água para eliminar frutos chochos e brocados, despolpá-los e secá-los.
O produtor pode obter as mudas de cafeeiro (Coffea arabica) após 6 a 12 meses de semeadura no viveiro.
O plantio geralmente utiliza mudas de 6 meses, pois elas ficam menos tempo no viveiro, o que reduz custos com insumos e mão de obra.
Essa versão remove a voz passiva e utiliza mais a ação do sujeito, deixando o texto mais direto.
Especialistas na área apontam que a melhor época para o plantio dessas mudas é a partir de dezembro.
Produção de muda de café via assexuada (estacas)
A produção de muda de café por estaca é uma alternativa eficaz para garantir uma lavoura mais uniforme e produtiva. Esse método tem se mostrado uma excelente opção para otimizar a produção de café, especialmente em áreas com condições ideais para sua aplicação.
Atualmente, o método já é empregado em 30% das áreas de cultivo de café Conillon no Espírito Santo, que é o maior produtor dessa variedade no Brasil. Isso demonstra a adoção crescente dessa técnica no país, principalmente por seus benefícios diretos à produção.
Na utilização da técnica de multiplicação do café Conillon por estaca, é possível aumentar a produtividade dessa espécie em mais de 20%. Esse aumento ocorre devido à utilização de uma parte da planta mãe, que vai funcionar como um clone, repetindo as mesmas características da matriz de origem.
Dessa forma, esse é um ponto muito interessante no cultivo do café, principalmente quando se busca reproduzir as mesmas características da planta mãe, garantindo um ciclo produtivo mais estável e eficiente.
Nutrição das plantas x pragas e doenças na lavoura
O equilíbrio nutricional das plantas garante uma boa produção com qualidade. Manter uma nutrição adequada ao longo de todo o ciclo da cultura é essencial para isso.
Esse cuidado começa desde a semeadura e a produção das mudas de café, garantindo que a planta inicie seu desenvolvimento de maneira saudável e bem nutrida.
Além disso, plantas nutridas de forma equilibrada tendem a ser mais resistentes, o que dificulta o ataque de pragas e doenças, fatores que podem afetar de maneira significativa a produção de frutos perfeitos e de boa qualidade.
Portanto, é fundamental observar os métodos de preservação da natureza, como o uso de variedades resistentes, espaçamentos adequados, plantios em áreas apropriadas e em nível. Essas práticas contribuem diretamente para o sucesso da lavoura.
Manter o equilíbrio natural de insetos benéficos, diversificar a produção, manejar a poda das plantas e instalar barreiras de vento são cuidados igualmente importantes para manejar a lavoura e otimizar os resultados.