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A presença de ervas daninhas nas plantações são muito indesejadas, já que elas atrapalham o crescimento das plantas já cultivadas. O capim-amargoso é uma planta daninha que pode causar danos gigantes à produtividade. Neste post vamos abordar como realizar o controle eficiente do capim margoso.  Venha Comigo!

 

Capim amargoso: aprenda a fazer o manejo eficiente!

 

Lidar com uma planta daninha que se reproduz rapidamente é um problema que o agricultor faz de tudo para evitar.

Ainda, quando é observada a resistência da planta a alguns dos principais herbicidas do mercado, como o glifosato, por exemplo, tudo se torna um grande pesadelo, o que dificulta ainda mais seu controle.

Esse é o caso do Capim amargoso (Digitaria insularis) que possui alta capacidade de propagação, e, consequentemente, potencial de competição com o cultivo principal, prejudicando a produtividade da safra em um piscar de olhos.

 

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O que é o capim-amargoso?

O capim-amargoso (Digitaria insularis) é uma erva daninha muito frequente nas plantações do Brasil, infestando comumente lavouras, pastagens, gramados, pomares, terrenos baldios, beiras de estradas e jardins. Atualmente, estima-se que ele infeste uma área de 8,2 milhões de ha em território nacional.

Essa planta invasora é uma espécie nativa de regiões tropicais e subtropicais da América. Além do nome capim-amargoso, ela também recebe o nome de capim-flecha, capim-açu, capim-pororó e milheto-grande.

 

O que são plantas daninhas?

Plantas daninhas são plantas que competem com as plantas cultivadas por água, luz e nutrientes. Além disso, estas plantas são hospedeiras de pragas, doenças e nematoides o que aumenta o custo na produção.

Existem dois tipos de prejuízos das plantas daninhas. O primeiro é o dano direto:  quando se desenvolvem junto com a cultura, principalmente nos estágios iniciais, competindo diretamente por luz, água, nutrientes e espaço.

E o segundo é o dano indireto, que ocorre, por exemplo, na colheita. Especificamente em soja, a infestação dificulta a operação. Existem inúmeras espécies de plantas daninhas presentes nas lavouras de grãos, cereais e demais cultivos de todo o mundo.

 

Manejo Integrado de Plantas Daninhas

 

Suas principais características são:

  • Rápida germinação;
  • Crescimento e florescimento rápidos;
  • Produção elevada de sementes;
  • Sistema radicular abundante;
  • Grande capacidade de absorver nutrientes e água do solo;
  • Rápida disseminação;
  • Fácil propagação;
  • Resistentes às variações ambientais;
  • Podem liberar toxinas prejudiciais ao desenvolvimento da cultura;
  • Reduzem a qualidade dos grãos;
  • Provocam maturação desuniforme da cultura;
  • Dificultam a colheita.

 

Principais características do capim-amargoso

O capim-amargoso é uma planta perene com capacidade de formar perfilho.  Possui um sistema radicular composto por rizomas curtos que acumulam grandes quantidades de amido, produz sementes pilosas durante todo o ano e se dispersam facilmente pelo vento, podendo alcançar longas distâncias.

 

Danos causados pelo capim-amargoso

O capim-amargoso compete com as culturas por água, luz e nutrientes, Além disso, estas plantas são hospedeiras de pragas, doenças e nematoides o que aumenta o custo na produção.

A presença dessa espécie deve ser monitorada nas lavouras durante a safra, safrinha e entressafra, pois o descaso com a ocorrência dessa planta na lavoura pode levar a um forte aumento na população de D. insularis e consequentemente a sérios prejuízos na produtividade e aumento nos custos de produção.

A produtividade da soja é inversamente relacionada à intensidade de infestação dessa espécie na lavoura e o capim amargoso em competição com a soja reduz em até 44% a produtividade.

 

Manejo do capim-amargoso

Para realizar o manejo do capim-amargoso, a entressafra é o momento ideal, já que nesse período existe um número maior de opções a serem utilizadas.

O manejo para o controle do capim-amargoso é bom somente quando a aplicação é realizada em estágio de desenvolvimento precoce. Porém, os herbicidas podem ser utilizados em duas modalidades, pré e/ou pós-emergência.

 

Pré-emergência

No período de pré-emergência, a aplicação do herbicida é feita após a semeadura e antes da emergência do capim-amargoso.

A inclusão de pré-emergentes em diferentes etapas no manejo dessa planta é fundamental, principalmente em áreas com grandes infestações.

Seu uso traz um ótimo custo-benefício ao produtor, já que diminui a necessidade de aplicações em pós-emergência e previne a seleção de plantas resistentes.

Os herbicidas mais eficazes nesse caso são:

  • Alachlor;
  • Clomazone;
  • Diuron;
  • diuron + hexazinona;
  • pendimenthalin;
  • s-metolachlor;
  • flumioxazin;
  • diclosulam;
  • imazethapyr;
  • sulfentrazone;
  • trifluralin.

 

Pós-emergência

pós-emergência consiste na aplicação do herbicida após a emergência dessa erva daninha. O recomendado é que a aplicação ocorra em plantas com até três perfilho (por volta de 35 dias). Em relação ao controle tardio, há demanda de aplicações sequenciais.

Neste estágio de desenvolvimento, para o controle do capim-amargoso, os principais herbicidas utilizados são:

  • Cletodim;
  • Haloxyfop;
  • Glifosato;
  • Paraquat;
  • glufosinato de amônio

Um ponto importante no uso desses herbicidas é que, se não houver o uso racional, é possível que o capim-amargoso crie resistência ao glifosato e aos graminicidas, no que chamamos de resistência múltipla.

 

Outros Métodos

As chances de maior controle das plantas daninhas resistentes são maiores com medidas preventivas, ou seja, antes delas aparecerem. Existem diferentes formas de manejar o capim-amargoso:

  • Rotação de culturas, com rotação de herbicidas.
  • Utilizar sementes isentas de infestantes resistentes.
  • Acompanhar as mudanças na flora.
  • Evitar a reprodução e disseminação inicial de plantas daninhas.
  • Realizar a limpeza de tratores, implementos, colheitadeiras e semeadoras.

 

Resistência do capim-amargoso

O capim-amargoso apresenta resistência ao glifosato, que é o principal herbicida utilizado no cultivo de soja para o controle de ervas daninhas. Isso dificulta o controle dessa planta, principalmente nos cultivos de soja no Brasil.

E, apesar da elevada pressão de seleção de graminicidas sobre populações de capim-amargoso, atualmente ainda se lida com resistência a apenas um mecanismo de ação.

Para que este problema não se alastre para essas regiões, e para que as áreas onde já se instalou sejam manejadas corretamente, cabe a pesquisadores, técnicos e produtores desvendar e aplicar medidas para o manejo eficiente com o objetivo de reduzir perdas na produtividade devido à presença dessas plantas na lavoura.

 

Tecnologia, aliada no combate ao surgimento do capim amargoso

É preciso ter conhecimento sobre o capim amargoso para evitar perdas de produtividade. O uso de tecnologias digitais pode ser um grande aliado no momento da identificação e manejo de plantas daninhas.

Um dos desafios encontrados pelos produtores é a apuração de locais com focos de capim amargoso. Para solucionar esse problema, o sensoriamento remoto aéreo é uma ótima opção.

Imagens de satélite apoiam o produtor na identificação de variabilidades no desenvolvimento da lavoura. O uso da tecnologia no controle de plantas daninhas, torna o processo rápido e mais fácil, onde inclusive a mão de obra se torna mais barata.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

O capim-amargoso é uma planta perene com alta capacidade de dispersão pelo vento e com excelente adaptabilidade as diferentes regiões brasileiras

O agricultor vivencia diversos desafios para garantir a saúde e a boa produtividade da sua lavoura, assim como a qualidade dos produtos.

Entre eles está o controle de plantas daninhas resistentes, que são difíceis de conter e precisam de estratégias e produtos eficientes. Sendo assim, é fundamental o correto manejo para proporcionar níveis adequados de controle dessa planta daninha.

Espero que, com essas dicas passadas aqui, você consiga realizar um manejo eficiente do capim-amargoso na condução da lavoura!

 

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