Nesse artigo você vai conhecer a importância de se fazer uma boa adubação de soja. E entender o que fazer para melhorar seu manejo de adubação.
No cenário atual, em questões de produtividade, o Brasil lidera a lista contribuindo com aproximadamente 37% do total produzido no mundo.
Tendo, o Brasil, em números absolutos (para a safra 2019/20) uma produção de 124,845 milhões de toneladas, em uma área plantada total de 36,950 milhões de hectares resultando uma produtividade média de 3.379 kg/ha.
Porém um dos fatores que pode limitar a produtividade da soja, assim como para outras culturas importantes, está ligado ao manejo de adubação de soja empregado.
Sendo a adubação da soja um pilar do seu sistema produtivo, quando realizado de maneira correta e otimizada. Resultara não somente em ganhos na produtividade da soja, mas também uma melhor sanidade além de evitar perdas de fertilizantes.
Então, como muitos já devem saber, para iniciar um bom manejo de adubação é necessário realizar uma análise das condições nutricionais do solo.
Outra maneira excelente de entender as condições de nutrição da sua área é através da diagnose junto a análise foliar da soja.
Todo esse processo pode ser auxiliado com por profissionais relacionados as agrarias, exto a recomendação da adução em sim que é necessário ser realizada por engenheiros agrônomos.
Mas entender alguns aspectos básicos e até mesmo mais refinados relacionados a adubação da soja pode ser muito importante para qualquer um relacionado a esse enorme setor produtivo agrícola.
Assim, ao ler esse artigo, você vai conferir desde a diagnose foliar, os requerimentos nutricionais de macro e micronutrientes da soja até os momentos em que cada um deles são requeridos pela soja.
Quais nutrientes que a soja necessita?
Assim como outras plantas, a soja necessita de minerais considerados essências (nutrientes) para conseguir completar seu ciclo de vida.
Os nutrientes são comumente divido em duas categorias: os macronutrientes e os micronutrientes.
Se você quiser saber mais sobre esse assunto confira esse outro artigo do nosso blog: Nutrição de Plantas: como a Falta de Nutrientes Afeta as Plantas?
Pois, nesse artigo vamos focar em algumas particularidades relacionas a alguns macros e micronutrientes e a adubação de soja.
Macronutrientes
Nitrogênio: é um macronutriente muito importante para a soja, a qual é uma leguminosa que tem em suas raízes uma associação com bactérias que otimizam a fixação biológica de nitrogênio.
Esse processo de fixação na soja é realizado por bactérias do gênero Bradyrhizobium e é comumente aplicado via tratamento sementes.
Se você quer entender um pouco mais afundo esse assunto recomento a leitura desse outro artigo do blog da Agropós: Inoculação de Sementes: Conheça os Benefícios!
Contudo, isso não significa, que não será necessário realizar de um manejo de adubação sem se preocupar com nitrogênio.
Pelo contrário, será necessário avaliar se está havendo boa nodulação das raízes em sua área de plantio.
Uma vez que o nitrogênio está altamente relacionado com estruturar (p. ex. proteína) que influenciam em aspecto produtivos na fase vegetativa até no momento do enchimento dos grãos.
Os sintomas de deficiência de nitrogênio na soja se caracterizam por uma clorose total das folhas mais velhas, seguida de necrose.
Sendo essa situação também relacionada a falta do micronutriente molibdênio o qual abordaremos mais adiante.
Fósforo:
O fósforo é o segundo, do conhecido trio de fertilizantes inorgânico NKP, sendo importante para a nutrição da soja pois participa de uma série de processos metabólicos.
Na composição das plantas o fosforo está presente em moléculas como a de ATP, nos fosfolipídios constituintes das membranas e dos ácidos nucleicos.
Assim uma planta de soja apresentando deficiência de fósforo vai ter seu crescimento reduzido com aspecto raquítico, baixa inserção de vagens.
Sendo o seu sintoma típico diagnosticado em folhas mais velhas apresentando coloração verde azulada.
O fósforo apresenta uma série de particularidades em relação ao solo. O que por sua vez irá influenciar totalmente em seu manejo de adubação de soja.
Se você deseja saber mais afundo sobre as interações do fósforo com solo e as plantas, recomendo a leitura desse outro artigo: Fósforo para plantas: Conheça a dinâmica desse macronutriente!
Potássio:
Já o terceiro do trio de formulações NPK, o potássio, diferente de seus companheiros não está ligado as estruturas da planta em si.
Em vez disso o potássio vai desempenhar funções relacionadas a regulação osmótica das células guardas dos estômatos.
Além de atuar na ativação de uma série de enzimas relacionadas a síntese do amido, proteína e energia.
Os sintomas característicos da deficiência de potássio consistem em clorose com posterior necrose das margens e pontas das folhas, inicialmente, nas folhas mais velhas.
Outros sintomas dessa deficiência pode ser apresentam plantas com retenção foliar.
Cálcio, Magnésio e Enxofre:
Esses outros três macronutriente pode ser menos preocupante caso já seja realizado os processos de calagem e gessagem do solo.
Devido ao fato desses insumos agrícola, calcário e gesso, possuírem cálcio, magnésio (calcário) e enxofre (gesso agrícola) em sua composição.
Essas operações além de ajudar a fornecer esses macronutrientes para a soja, vai ajudar a manejar o pH do solo. O que vai refletir diretamente na disponibilidade de todos os macros e micronutrientes no solo.
Já o processo de gessagem além de fornecer o enxofre, vai melhorar as condições em camadas mais profundas do solo.
O que vai possibilitar que as raízes aproveitei melhor o solo para absorção de água e nutrientes.
Contudo quando a planta de soja estiver deficiente de cálcio, os sintomas típicos serão primeiro nas folhas novas da soja ficando enroladas e com aspecto encarquilhado.
Isso se dá ao fato de o cálcio compor as estruturas da lamela média da parede celular vegetal.
Já quanto se tem planta de soja deficiente de magnésio os sintomas típicos serão visualizados nas folhas mais velhas com inicial clorose marginal evoluindo para internerval.
O magnésio é extremamente importante para o crescimento da planta pois estão presentes na estrutura de moléculas como a clorofila.
No caso de deficiência de enxofre pode ser confundida, aos mais desavisados, com a deficiência de nitrogênio.
Sendo elas diferenciadas pela folha em que se inicia o sintoma, que devido à baixa mobilidade do enxofre, ocorre em folhas novas da soja.
O enxofre desenvolve papel estrutural em aminoácidos. Os quais foram as proteínas além de estar presentes em vitaminas e outros produtos ligados ao metabolismo secundário da planta.
Em leguminosas como soja a deficiência de enxofre vai afetar a eficiência da nodulação com as bactérias fixadoras de nitrogênio.
Micronutrientes
Zinco:
O zinco é um dos micronutrientes que apresenta função constituinte de enzimas importantíssimas como a RNA polimerase.
Assim como também desempenha a função de ativar algumas enzimas que sintetizam os precursores da auxina, um hormônio vegetal.
Seus sintomas típicos estão relacionados com a diminuição no comprimento dos internódios, folhas novas menores, estreitas e lanceoladas e diminuição da produção de sementes.
Sendo absorção do zinco inibida quando a concentração do fósforo no solo estiver maior. Sendo esse um exemplo de interação possível entre os nutrientes.
Manganês
O manganês é uma micronutriente importante para muitas plantas por desempenhar papel estrutural, ativação enzimática e participação na fotossíntese no momento da quebra da molécula de água.
Seus sintomas visuais típicos vão ser uma clorose internerval nas folhas novas, seguido de branqueamento com necrose e deformação.
Molibdênio:
O molibdênio é um micronutriente que apresenta relação com o a nutrição do nitrogênio por constituir o centro ativo da redutase do nitrato. Essencialmente para a soja uma planta que tem a produção nódulos de fixação.
Quando uma planta esta deficiente desse micronutriente sua aparência geral é de uma clorose malhada com folhas murcha e encurvadas nos bordos.
Em leguminosas os sintomas podem ser similares a da falta de nitrogênio, além de ser característico também a supressão da fase de floração da planta.
Mas esse são só alguns exemplos de micronutrientes que a soja irá necessitar, mas todos eles necessitam cuidados no momento da adubação.
Uma questão primordial da adubação de micronutrientes é a quantidade a ser suplementada para a planta. Que como o próprio nome pode indicar, são quantidades relativamente pequenas (micro).
Assim muito cuidado ao realizar uma adubação de soja com micronutrientes pois alguns erros de calcula em sua recomendação facilmente pode causar sintomas de toxidez na planta.
Se você quer saber mais sobre outros micronutrientes recomendo a leitura desse outro texto que aborda cada um deles: Micronutrientes para Plantas: quais são e suas funções!
Qual o melhor adubo para a soja?
Essa pergunta geralmente vem acompanhada de outras dúvidas relacionados a realização da adubação de soja, como por exemplo, quais formulações de NPK podem ser utilizadas na adubação de soja.
Ou como pode ser feito a adubação nitrogenada na soja? Em cobertura? Via foliar? Inoculante na semente?
A verdade é que a primeira resposta para todas essas dúvidas é de que vai depender da situação em que se deseja cultivar a soja.
Pois cada local apresenta suas condições particulares de nutrição do solo, microbiologia, além da grande influência dos diferente de sistema de cultivo e manejo da soja.
Porém, em qualquer situação em que você se encontre é recomendado que se faça a análise dos teores dos nutrientes no solo.
Caso você queria entender melhor essa etapa tão importante do manejo de adubação de soja confira esse nosso outro artigo: Amostragem de Solo: quais os procedimentos corretos?
Amostrado corretamente seu solo, enviado para o laboratório de análise e quanto estiver com os resultados em mão procure um engenheiro agrônomo para que possa realizar a recomendação. E que também poça te auxiliar no planejamento da adubação da soja.
Mas se você já faz tudo isso que eu disse acima e ainda está tendo problemas com a nutrição da sua soja, veja o que pode ser feito no próximo tópico.
Como você pode melhorar seu manejo de adubação de soja?
Para aqueles que já tem o costume de realizar análises de solo periódicas, em suas áreas de produção, mas gostaria refinar os cuidados com seu manejo de adubação, pode se realizar também, uma análise dos teores de nutrientes da folha.
Onde a amostragem para realizar uma análise foliar da soja recomendasse ser realizada na época de pleno florescimento. Coletando-se de 30 à 40 folhas totalmente desenvolvidas jovens junto do pecíolo dentro de hectares ou talhões homogêneos.
Cuidados como não coletar folhas danificadas e depois de períodos intensos de chuva ou operações de adubação e aplicação agroquímicos.
Se possível envie as amostras para o laboratório no mesmo dia, caso contrário será necessário adquirir informações de como deve ser armazenado as mostras nesses casos, para não comprometer a análise.
As amostras de folhas de soja devem ser enviadas contendo o máximo de informações como o número do talhão, local de coleta, data e quais são os nutrientes a serem analisados.
Essas informações bem-organizadas vão te ajudar posteriormente em tomada de decisões mais precisas no momento de adubar a soja.
Se você quer saber mais sobre os diferentes modos de realizar uma adubação de soja e assim pensar qual forma pode ser mais adequada para a sua situação recomendo a leitura desse outro texto do nosso blog: Adubação: os diferentes tipos e como realizar essas técnicas!
Conclusão
Espero que após a leitura desse artigo não restem mais dúvidas em caprichar em um bom plano de manejo de adubação de soja.
Assim como ter relembrado alguns pontos fundamentais relacionados a adubação da soja.
Se quiser ler mais artigos como esse e de outros assuntos de seu interesse continue navegando em nosso blog. E deixe seu comentário abaixo sobre o que achou desse conteúdo.
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