(31) 9 8720 -3111 contato@agropos.com.br
Análise do solo: ferramenta indispensável na agricultura!

Análise do solo: ferramenta indispensável na agricultura!

Você já parou para pensar a importância da análise do solo para agricultura? Neste artigo você vai encontrar as repostas para essa pergunta, além de conhecer os procedimentos adequados para diagnosticar o solo em que deseja cultivar.

Venha comigo!

 

Análise do solo: ferramenta indispensável na agricultura!

 

A análise do solo é fundamental para que o agricultor possa diagnosticar as condições do solo tanto químicas como físicas, como os teores nutricionais, acidez e o tamanho das partículas, permitindo avaliar a necessidade de calagem, quanto e qual tipo de calcário deve ser utilizado e quais nutrientes devem ser fornecidos por meio de adubação.

Ou seja, a garantia de uma alta produtividade aliada a preservação do meio ambiente passa por um solo fértil e conservado e a análise do solo é fundamental para propiciar as melhores condições para as culturas desejadas.

 

Principais objetivos da análise do solo  

Essas amostras a serem coletadas do solo anualmente, geralmente é feita antes do plantio das culturas, sejam anuais ou perenes. Através dessa técnica é possível;

  • Identificar fatores limitantes de rendimento de cada propriedade;
  • Indicar a capacidade de fornecimento de nutrientes do solo, servindo de ponto de partida para o uso de recomendação de fertilizante e calcário;
  • Identificar e entender a variabilidade natural da sua fazenda;
  • Monitora a fertilidade do solo e as tendência a longo prazo, de forma que os programas de manejo de nutrientes possam ser ajustado para atender as metas.

 

 

Tipos de análise do solo

 A análise de solo mais utilizados pelo produtor rural são:

Análise química básica:  Assim você saberá como está a integridade frente ao manejo do solo, já que tanto o plantio direto ou convencional, com ou sem rotação, adubação verde, diferentes culturas, entre outros, influenciam na disponibilidade de nutrientes no solo.

Analise química completa: A principal ferramenta utilizada para avaliar a fertilidade do solo é a análise química de solo. É o tipo de verificação que é feita quando é necessário que sejam avaliados todos os macronutrientes e os micronutrientes do solo. Ou seja, o dimensionamento é em cima de todo nutriente que a planta necessita em grande quantidade (macronutrientes) e também os que são necessários em doses menores (micronutrientes).

Análise granulométrica: Determina a proporção de constituintes do solo (areia, silte, argila) que influenciam no correto uso e manejo, indicando risco de erosão, disponibilidade de água para as plantas, o uso econômico de adubos, a mecanização adequada e qual a melhor cultura. Complementa a análise química, garantindo maior segurança para o diagnóstico.

É importante que elas sejam realizadas em conjunto, para que seja possível relacionar as proporções de nutrientes e acidez com o potencial de uso e manejo do solo. O resultado das duas análises permite a elaboração de um diagnóstico de fertilidade mais preciso.

 

Nutrição Mineral de Plantas: Macronutrientes.

 

Importância da análise química no planejamento agrícola

A importância da análise química do solo é de avaliar a fertilidade do solo informando os parâmetros associados à acidez, teor de matéria orgânica, e disponibilidade de nutrientes, em razão de que a análise influencia na qualidade de todo planejamento agrícola.

Abaixo na tabela mostra a os nutrientes base das plantas, pois cada macro e micronutriente são essências ao crescimento das plantas e importantes para todo o processo agrícola.

 

Tabela 1: Nutrientes e as formas químicas como são absorvidas pelas plantas

Tabela 1: Nutrientes e as formas químicas como são absorvidas pelas plantas

(Fonte: Agropos,2019)

 

Esse tipo de análise é muito eficaz quando não há nenhuma informação sobre a propriedade, para novas áreas ou mudança brusca de sistema produtivo. Outra indicação é nos casos em que ocorreu algum problema nutricional na safra anterior e ele não ficou claro.

A partir do resultado do laudo é feita a prescrição para o uso prudente de fertilizantes e corretivos, possibilitando maior produtividade e ao mesmo tempo lucratividade ao agricultor, além de um maior cuidado com o meio ambiente.

 

Importância da análise física no planejamento agrícola

Através da análise física você conhece a textura do solo, ou seja se contem argila, silte e areia. Identificando as diferenças em cada pedaço de sua propriedade você consegue perceber os melhores manejos para cada talhão.

Essa diferenciação possibilita conhecer o potencial de uso e manejo do solo na área, como por exemplo, a disponibilidade de água para as plantas, risco de erosão e potencial de mecanização, entre outros.

 

Tabela 2: Relação entre textura e propriedades do solo.

Tabela 2: Relação entre textura e propriedades do solo.

 (Fonte: Agropós, 2020)

 

Metodologia de amostragem

Para realização de uma boa análise do solo é preciso saber os procedimentos adequados de forma cuidadosa para que não tenha interferência no resultado como;

 

Divisão da área

A área deve ser dividida em partes que sejam mais homogêneas, para que as amostras coletadas sejam representativas. Assim, devemos considerar quais culturas existiam anteriormente, quais as práticas de adubação, a posição na paisagem (topo, encosta ou várzea).

 

Divisão e seleção de Glebas

A divisão e seleção de Glebas é fundamental para sucesso na coleta de amostras, a área total (heterogênea) pode ser dividida em glebas (homogêneas) delimitadas e dimensionadas de acordo com alguns aspectos de maior relevância, uma vez que se entende que normalmente as áreas não são homogêneas.

Dentre esses aspectos, têm-se coloração e textura do solo, relevo, histórico de manejo, matéria orgânica, nível de nutrientes, cobertura vegetal e produtividade.

Exemplo de separação de glebas e caminhamento em zigue- zague para coleta.

 

DIVISÃO E SELEÇÃO DE CLEBAS

(Fonte: Agropos,2019)

 

Ferramentas a utilizar

Para que realize a coleta das amostras para a análise do solo é preciso que escolha a ferramenta adequada pra o tipo de solo. Tais como: enxadeco ou enxadão, pá reta, tubo tipo sonda de amostragem, trados (Holandês, caneco, etc.), pá de jardinagem entre outros.

Em seguida escolher a profundidade desejada na amostragem do solo, as mais comuns são de 0-20 cm e de 20-40 cm.

 

Coleta da amostragem

As amostras devem ser retiradas separadamente em cada talhão homogêneo, caminhando-se ao acaso em zigue-zague na área, para formar a amostra composta.

O número de amostras simples não deve ser inferior a 10 pontos por talhão homogêneo, sendo ideal em torno de 20 pontos. Não se deve coletar a amostra do solo próximas a casas, galpões, brejos, voçorocas, caminhos de pedestres, formigueiros etc., evitando introduzir erros na amostragem.

As amostras podem ser simples e compostas: Amostras simples devem ter o mesmo volume de solo e coletadas na mesma profundidade, e posteriormente homogeneizadas para a formação de uma amostra coma das glebas.

 

Amostragem de solo

 

Além disso, são coletadas aleatoriamente dentro de uma área homogênea, normalmente utilizadas apenas para a realização da classificação de solo. Amostras compostas são formadas a partir da união de diversas amostras simples, coletadas aleatoriamente, em área homogênea e enviadas ao laboratório.

 

Época da amostragem

As análises do solo pode ser realizada em qualquer época do ano, mas devemos nos atentar para o fato de que a correção de acidez precisa ser realizada de 3 a 6 meses antes.

Assim, antes desse prazo, precisamos coletar as amostras, enviar para o laboratório de análise, interpretar os resultados, fazer as recomendações e comprar os corretivos e fertilizantes.

Também, devemos evitar a amostragem logo após uma aplicação de fertilizantes, caso a área possuir uma cultura anual, pois ela ainda irá absorver e exportar esses nutrientes nos grãos.

 

Envio das amostras ao laboratório

Retirando as amostras é feita a homogeneização, formando as amostras compostas, essas devem ser embaladas com sacos plásticos para evitar contaminação, identificadas corretamente e enviadas ao laboratório de sua confiança.

É importante informar que erros na amostragem não podem ser corrigidos no laboratório. Por isso é necessário seguir corretamente os procedimentos descritos e principalmente evitar contaminações durante a coleta, secagem, embalagem e transporte das amostras.

E extremamente importante que os formulários sejam devidamente preenchidos, já que servirão para ajudar na interpretação dos resultados da análise e na recomendação de calagem e adubação, além de manter um histórico de uso das áreas.

 

Interpretação de análise do solo

Após a coleta e análise do solo, a interpretação da acidez ativa é feita conforme figura abaixo a escala de pH varia entre 0-14 e pode ser classificada como:

 

INTERPRETAÇÃO DE ANÁLISE DO SOLO

(Fonte: Agropós, 2020)

 

Um valor de pH igual a 7,0 é neutro, ou seja, as atividades dos íons H+ e OH- na solução são iguais. Valores abaixo de 7,0 são ácidos (predomina o H+) e acima de 7,0 são básicos (predomina o OH- na solução do solo).

Normalmente, o pH da solução do solo (fase líquida do solo) varia entre valores de pH 4 e 9. No entanto, a maioria das espécies cultivadas crescem e tem maior produtividade numa faixa de pH de 5,5 a 6,5.

Isso implica o manejo do solo para adequação de seu pH a valores que beneficiam o crescimento e produtividade das culturas, quando possível. A Interpretação é feita conforme a tabela abaixo.

 

Tabela 3: Interpretação de Acidez ativa do solo.

(Fonte: Agropós, 2019)

 

Com a interpretação da acidez ativa do solo podemos identificar uma melhor disponibilidade de Nutrientes para as plantas.

Os nutrientes são subdivididos em Macronutrientes e Micronutrientes. Os Macronutrientes são nutrientes requeridos em maior quantidade pelas plantas (da ordem de g/kg de matéria seca da planta) e os Micronutrientes são absorvidos pelas plantas em pequenas quantidades (da ordem de mg/kg de matéria seca da planta).

Dessa forma, normalmente os agricultores tendem a aplicar grandes quantidade por hectare de nutrientes como nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S), considerados macronutrientes.

Enquanto, nutrientes como boro (B), ferro (Fe), zinco (Zn), manganês (Mn), cobre (Cu), molibdênio (Mo) e cloro (Cl), são considerados micronutrientes e, normalmente, são fornecidos em algumas fases do ciclo da planta, principalmente, via adubações foliar.

 

Benefícios da análise do solo

Os principais benefícios que a amostragem e análise de solo podem proporcionar incluem:

  • Aumento da produtividade por meio da identificação de nutrientes ou fatores químicos do solo que estão limitando o crescimento das plantas;
  • Aumento da eficiência com a recomendação de adubação necessária, ou seja em proporções de fertilizantes adequadas para os diferentes solos e culturas;
  • Se feito com agricultura de precisão, ou mesmo baseado em talhões, permite o manejo diferenciado em cada área, otimizando ainda mais as operações;
  • São análises rápidas e, em geral, de baixo custo.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Portanto com a análise do solo é possível estabelecer correções nutricionais do mesmo e com isso, promover a melhoria e manutenção da fertilidade do solo, levando a um aumento expressivo na produtividade das culturas e qualidade de alimentos.

Além do fornecimento dos nutrientes, a análise do solo, é fundamental para uma correta correção do PH do solo, permitindo, assim, uma melhor disponibilidade dos nutrientes para as plantas.

 

Uma visão geral sobre o Inventário Florestal

Conhecido como uma das áreas de atuação do Engenheiro Florestal, o inventário florestal é uma das principais ferramentas para a quantificação dos recursos presentes em uma floresta. Por meio deste procedimento é possível se realizar a caracterização da área e assim extrair informações quantitativas e qualitativas, fornecendo subsídios para a tomadas de decisão em níveis estratégicos e operacionais, assim como medidas de restauração e conservação.

Além disso, o inventário serve como base para estudos de crescimento e produção, bem como para o conhecimento da estrutura horizontal e vertical da floresta. Assim, a prática do inventário florestal é empregada visando a conservação, controle e administração dos recursos e comercialização dos produtos madeireiros e não madeireiros.

A classificação do inventário florestal é decorrente do objetivo a ser alcançando que pode ser de cunho estratégico ou tático; abrangência, referente à áreas restritas, regional ou nacional; abordagem da população no tempo, sendo temporário ou contínuo; quanto ao detalhamento que pode ser exploratório, de reconhecimento ou detalhados; e por fim, quanto a obtenção dos dados que pode ser por enumeração completa ou amostragem.

 

Papel do Engenheiro Florestal

Cabe ao Engenheiro Florestal, profissional comumente atuante na realização do inventário florestal, o papel de exercer a tarefa de quantificação dos recursos florestais. Além disso, este profissional é capacitado para, de uma forma geral, realizar a gestão das florestas. Assim, suas principais atuações são a capacidade de identificação de espécies e proceder a avaliação do potencial produtivo de uma comunidade vegetal.

Atualmente o crescente aumento populacional e despreocupação com os recursos naturais tem ocasionado em supressão dos ambientes florestais, principalmente pelo emprego de atividades antrópicas, como a agropecuária, abertura de áreas, derrubada de madeira, entre outras.

Estratégias que considerem o bem-estar do homem e dos ecossistemas são necessárias, assim, ao engenheiro florestal é atribuída a tarefa de se realizar vistorias, avaliações e laudos que possam subsidiar ações preventivas para a conservação. Além das atribuições supracitadas, cabe a este engenheiro, realizar operações como a recuperação de áreas degradadas, arborização urbana e paisagismo.

Ademais, o engenheiro florestal é apto para a elaboração de planos de manejo que visam a exploração dos recursos naturais de forma sustentável, isto é, criando alternativas para que se possa produzir e conservar ao mesmo tempo.

Em outras palavras, propiciar a produção e comercialização dos produtos florestais, atentando para a fauna e flora local.  Nesse sentido, a formação de um engenheiro florestal está concentrada em quatro grandes áreas: ecologia florestal, manejo florestal, tecnologia da madeira e silvicultura.

 

Leia também:
-> As maiores inovações do mercado de Inventário Florestal
-> Árvore mais alta da Amazônia é descoberta por pesquisadores
-> Inventário Florestal: do Planejamento a Execução

 

Dificuldades de um trabalho de campo

A otimização das atividades florestais tem se tornado foco de estudos, buscando uma maior produtividade e um menor custo nas operações. Assim, para isso é necessário que se tenha agilidade, conhecimento e estratégias para que se possa contornar as adversidades ocorrentes no campo. Todavia, cabe ressaltar que toda e qualquer atividade está propicia a eventualidades, como mudança nas condições climáticas e possíveis danos aos equipamentos essenciais.

Para elencar as principais dificuldades em campo, temos:

  • Demarcação de parcelas;
  • Localização da área;
  • Deslocamento entre as áreas;
  • Presença de animais peçonhentos;
  • Utilização de equipamentos adequados;
  • Formação da equipe qualificada;
  • Entre outras.

Tipos de inventários florestais

Nas formações nativas, o inventário permite acompanhar a dinâmica da comunidade e assim inferir quanto ao seu desenvolvimento baseado nas principais taxas, como mortalidade e recrutamento.

Para as florestas plantadas, o inventário permite melhor elaborar as estratégias de exploração, sendo uma ferramenta base para um planejamento conciso e preciso.

Dentro da abordagem florestal, o inventário está atrelado com todas as demais áreas de concentração, como a ecologia, manejo, silvicultura, sensoriamento, planejamento, colheita e outros. A depender do objetivo, os procedimentos normalmente empreendidos nos levantamentos são a amostragem e enumeração completa, mais conhecida como censo.

Nesse sentido, ao se optar pelo uso da amostragem, esta deve ser empregada de forma a captar a variabilidade existente na área de interesse. No contexto de amostragem, faz-se importante conceituar parcela.

Conhecida também como unidade amostral, é definida como uma fração da área de interesse na qual se mensura todos os indivíduos de acordo um critério de inclusão pré-estabelecido, permitindo assim posteriormente realizar a extrapolação para a área total.

Nesta abordagem, cabe destacar os tipos de amostragem mais difundidos para a realização do inventário florestal:

  • Amostragem casual simples: Procedimento no qual não há uma ressalva quanto à casualização. Em outras palavras, neste tipo de amostragem, todas as parcelas possuem a mesma probabilidade de serem selecionadas, tal que, esta se dá de forma aleatória. Assim, esta metodologia é indicada para florestas homogêneas.
  • Amostragem sistemática: O principal fator dessa metodologia está associado com a escolha aleatória da primeira parcela, em que esta servirá de base para o lançamento das demais conforme um critério pré-estabelecido. Seguindo tal critério, essa técnica permite uma melhor representatividade da área.
  • Amostragem casual estratificada: Técnica direcionada para áreas em que há uma maior variabilidade, tendo como principal foco as florestas nativas. Realiza-se uma subdivisão da população buscando deixa-la o mais homogênea possível.

 

 

Os desafios relacionados aos cálculos

A manipulação correta dos dados é de suma importância para o êxito do processamento. Assim, é recomendável a avaliação de forma minuciosa dos dados oriundos do campo, procurando evitar, por exemplo, que se tenha espécies duplicadas e valores discrepantes.

A determinação quantitativa dos recursos é dependente de um planejamento que envolve desde a pré-operacionalização até o processamento dos dados. É necessário que se atente para uma boa execução das atividades, evitando os possíveis viés de amostragem.

O processamento dos dados é conforme o tipo de amostragem adotado, contudo, para que se possa obter bons resultados na análise empreendida, cabe a quem irá executar o levantamento, seguir um padrão de atividades:

  • Obtenção de um mapa da área a ser explorada, possibilitando a extrapolação dos dados;
  • Conhecimento da área de forma geral para determinação das estratégias a serem utilizadas;
  • Conhecimento da variabilidade da floresta;
  • Cálculo da intensidade amostral, isto é, quantas parcelas devem ser amostradas para que se tenha uma confiabilidade quanto aos dados amostrados;
  • Seleção das unidades amostrais e locação destas no campo;
  • Demarcação e medição das parcelas de forma mais precisa possível.

Um fator preponderante a ser cautelosamente avaliado está associado ao erro, este que pode ser amostral e não amostral. O erro amostral está atrelado ao tipo de amostragem empreendida, sendo possível quantificar a magnitude e predizer quanto a precisão do inventário.

Já o erro não amostral está relacionado com a medição da floresta em que não há possibilidade de se inferir quanto a magnitude e influência na precisão do inventário florestal.

Neste contexto, o inventário é uma técnica preventiva ao fornecer base para o planejamento e tomadas de decisão. Ademais, a busca atual é intrinsecamente relacionada com alternativas que propiciem um melhor uso, exploração sustentável e que associados a estes fatores seja financeiramente viável.

Para mais, o inventário florestal se torna imprescindível para a gestão de áreas prioritárias, atuando na conservação e preservação dos ambientes.

 

Fonte: Mata Nativa

Inventário Florestal: do Planejamento a Execução

Inventário Florestal: do Planejamento a Execução

Quando pensamos em Inventário Florestal, os primeiros pensamentos que passa na mente de um Engenheiro Florestal é a definição de parcelas, a amostragem e quais métodos adequados a se utilizar.

Contudo, no meio profissional, as primeiras indagações são de ordem práticas, sendo o planejamento parte fundamental do Inventário Florestal.

A Primeira Conversa

A fase do planejamento inicia-se desde o contato inicial com o cliente, no qual este irá relatar suas necessidades e objetivos com o inventário. Em primeiro momento é necessário que você, engenheiro florestal, entenda quais são as reais necessidades de seu cliente, e digo isto pois em alguns casos o próprio cliente não consegue entender a necessidade de se fazer o inventário, principalmente de áreas nativas.

Recai sobre nós, técnicos da área, mostrar qual o real valor que o inventário oferece na solução das demandas do cliente, e então começarmos a planejar como melhor atender as suas expectativas.

Além do objetivo do inventário, nesta primeira conversa devemos buscar informações quanto a localização do fragmento ou projeto florestal, o tamanho total da área, a disponibilidade de mapas pré-existentes, a idade do plantio, os tratos silviculturais já existentes.

Fase do Escritório

Terminada a conversa inicial com o cliente, inicia-se o planejamento pré-campo. Os itens mais importantes para o planejamento são:

Mapeamento da área

É o instrumento básico para o planejamento do trabalho de campo do inventário. É sobre o mapeamento que as decisões de número, forma e localização das parcelas serão tomadas. Bem como as decisões práticas de campo, como quais as principais entradas no fragmento ou projeto florestal deverão ser usadas para facilitar o deslocamento em campo.

Logística

Estabeleça a cidade base, na qual exista um suporte de hotelaria e alimentação para a equipe de campo. Conheça a localização de unidades de pronto atendimento! Isto facilita o transporte e o atendimento em caso de algum imprevisto ou acidente de trabalho em campo.

A condição das estradas que chegam ao fragmento ou projeto florestal, dita qual o tipo de veículo a utilizar (tração 4×2 ou 4×4).  A condição da estrada, também altera conforme a época do ano.

Estradas com baixa manutenção, e muito irregulares não são recomendadas em épocas chuvosas. Contudo, caso o cronograma de execução do inventário não possibilite ir na época apropriada, tenha os contatos de guinchos e mecânicas disponíveis na região para auxiliar em caso de necessidade.

Leia também:
-> Árvore mais alta da Amazônia é descoberta por pesquisadores
-> As principais contribuições do setor florestal à biodiversidade brasileira
-> As maiores inovações do mercado de Inventário Florestal

Dimensionamento da equipe

O dimensionamento da equipe é parte crucial para a definição do orçamento e do cronograma de trabalho. O número de membros da equipe varia conforme a complexidade do inventário, tem-se como um número mínimo equipes de três pessoas, um anotador e dois avaliadores, é o recomendável para pequenos inventários.

Já levantamentos fitossiológicos, normalmente são encontradas equipes de no mínimo 5 pessoas, possuindo um anotador, dois responsáveis por localizar e medir as árvores, um registrando a posição geográfica das árvores, e por fim, um marcando as árvores mensuradas com as plaquetas de identificação.

O rendimento de campo para uma equipe de inventário é variável, dependendo da condição do terreno, relevo e nível de detalhamento requerido no inventário.

Na literatura encontram rendimentos para equipe de 4 pessoas de 0,8 ha/dia a 5,7ha/dia; para equipes de 5 pessoas variando de 20 a 25 ha/dia e equipes de 7 pessoas com rendimento de 10 a 15 ha/dia.

Cabe ao Engenheiro Florestal, o treinamento e coordenação da equipe para atingir maior eficiência no trabalho de campo.

Materiais de campo e EPI

Assim que se estabelece o número de colaboradores de campo, o passo seguinte é fazer a conferência na condição do material usado no campo, tanto os equipamentos de medição, quanto os equipamentos de proteção individual.

Para a seleção e escolha dos materiais de medição em campo, é importante fazer uma avaliação do número adequado para a atividade e equipe de campo, das condições de preservação dos mesmos e atentar para a calibração dos equipamentos, sempre no intuito de evitar erros de leitura.

Devo salientar a necessidade de treinamentos contínuos das equipes, para que os equipamentos sejam usados de formas mais eficientes e minimizar o erro de leitura das medições. Fazem parte do equipamento de medição, as fitas métricas e dendrométricas, as sutas, réguas graduadas ou varas telescópicas e hipsômetros.

Os materiais de proteção individuais para a atividade de inventário florestal também devem passar por uma vistoria antes de ir a campo. São materiais de proteção individuais os capacetes, perneiras, calça comprida e camisas de manga longas, protetor solar, luvas vaquetas e óculos de proteção.

Equipamentos de suporte para a atividade são de suma importância, sempre atentando para o bem-estar da equipe, como garrafa de água, comunicador, kit de primeiros socorros, lanternas, inseticida, facão e canivetes, quando necessário.

Decisões técnicas

As decisões de caráter técnicas são as decisões relacionadas com o número de parcelas e a forma, o método de amostragem a ser realizado, o grau de precisão almejado, as variáveis mensuradas entre outras. Materiais gratuitos e disponíveis no Blog Mata Nativa podem e devem ser consultados para sanar essas questões.

Fase de Campo

De posse de todo material selecionado e dimensionado, e de toda a logística previamente estabelecida, com local de hospedagem e alimentação acertados, inicia-se o trabalho de campo do inventario florestal.

É fundamental ter em mãos o mapa e croqui da área e a impressão das planilhas de campo, organizadas com as informações dos anotadores e medidores, bem como o número do fragmento, talhão ou projeto e da parcela a ser medida. Recomenda-se a impressão de um número maior de folhas das planilhas de campo para cobrir eventuais erros ou situações nas quais a planilha é danificada.

Nesta fase é primordial a supervisão do Engenheiro Florestal, no intuito de se minimizar os erros de medição, e verificar a proteção dos membros da equipe através do reforço da utilização dos equipamentos de proteção individual e coletivos.

Para isso é fundamental no início da excussão do inventario florestal, uma reunião com a equipe para passar as recomendações necessárias, afinar as técnicas necessárias e combinar as frequências dos comunicadores, os pontos de encontro e acertar os horários de almoço e café.

Em Resumo

A atividade de inventário florestal é complexa, havendo decisões técnicas e decisões práticas a serem tomadas a fim de orientar as operações de campo. A coleta de informações é fundamental para o planejamento mais eficiente, sendo o foco do engenheiro desde a primeira conversa com o cliente até a incursão de campo. Pontos práticos de logística e equipamentos devem estar acertados antes das operações de campo.

E por fim, o engenheiro deve se atentar para as instruções de uso de equipamentos e a utilização de EPI nas atividades de inventário.

Fonte: Mata Nativa