Herbicida: entenda tudo sobre esse assunto!

Herbicida: entenda tudo sobre esse assunto!

O herbicida cumpre um papel indispensável na agricultura, auxiliando os agricultores em suas lavouras. Se você quer entender melhor sobre a ação dos herbicidas e sua classificação, está no lugar certo. Neste artigo vamos discutir tudo que você precisa saber.

 

Herbicida: entenda tudo sobre esse assunto!

 

O que é um herbicida? 

Os herbicidas são agentes biológicos ou substâncias químicas capazes de matar ou suprimir o crescimento de espécies específicas. Entre os agentes biológicos estão os fungos e outros microrganismos.

É muito comum que ervas indesejadas cresçam em meio à plantação e acabem prejudicando o crescimento e o rendimento das culturas, além de também trazerem transtornos na colheita e na venda dos produtos, que podem perder a qualidade ao competir com outras plantas no mesmo território.

Quando o espaço é pequeno, como uma horta, é possível tentar controlar a infestação tirando-as manualmente. Porém, em casos mais graves, apenas os herbicidas podem ser eficazes contra o problema.

 

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Herbicida: aspectos positivos e negativos

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), as perdas estimadas causadas pelas plantas daninhas podem chegar a mais de 90% caso nenhum controle seja realizado. Abaixo vamos citar alguns aspectos positivos e negativos com o uso dos herbicidas;

 

Aspectos positivos

  • Previne a interferência precoce
  • Controle efetivo nas linhas de semeadura
  • Flexibilidade quanto a época de aplicação – áreas extensas
  • Redução do tráfego de máquinas
  • Rendimento operacional elevado
  • Menor necessidade de mão de obra

 

Aspectos negativos

  • Necessidade do uso de equipamentos adequados, o que é um investimento elevado;
  • Mão de obra capacitada, a falta de capacitação de funcionários e produtores induz a uma aplicação inadequada;
  • Todos os herbicidas apresentam algum nível de toxidez para o ser humano e o ambiente, muito embora a tendência futura é ter uma queda cada vez maior;
  • herbicida pode permanecer no ambiente por um longo período, podendo causar prejuízos a espécies cultivadas em rotação;

 

Classificação do herbicida

Os herbicidas são classificados de acordo com características de cada um, permitindo estabelecer grupos afins com base na seletividade, época de aplicação, translocação, estrutura química e o mecanismo de ação.”

 

Quanto a seletividade dos herbicidas

 

Seletivos

Sob algumas condições são mais tolerados por determinadas espécies ou variedades de plantas (culturas) do que por outras. Ex: 2,4-D para a cana-de-açúcar; atrazine para o milho; fomesafen para o feijão; imazethapyr para a soja; etc.

Todavia, a seletividade é sempre relativa, pois depende do estádio de desenvolvimento das plantas, das condições climáticas, do tipo de solo, da dose aplicada, etc.

 

Não-seletivos

Atuam indiscriminadamente sobre todas as espécies de plantas. Ex: diquat, praquat, glyphosate. Normalmente são recomendados para uso como dessecantes ou em aplicações dirigidas. Exemplos: diquat, paraquat, glyphosate, etc.

Todavia, por meio da biotecnologia, é possível tornar um herbicida não-seletivo a seletivo para determinado biótipo de uma espécie; exemplo: a soja transgênica resistente ao glyphosate.

 

Quanto a época de aplicação dos herbicidas

 

Pré-plantio

Pré-plantio, pré-plantio incorporado (PPI). A finalidade é controlar a população inicial de plantas daninhas. A maioria produtos não seletivos para a cultura, produtos voláteis, de curto residual. Muito utilizados como dessecantes.

 

Pós-plantio

Pré-emergência, pós-emergência (cultura e plantas daninhas). Seletivos ou não: Forma de absorção do produto (raiz ou folhas).

 

Quanto a translocação dos herbicidas

 

Herbicida de contato

Os herbicidas podem ser de contato quando atuam próximo ou no local onde eles penetram nas plantas; exemplos: paraquat, diquat, lactofen, etc.

O simples fato de um herbicida entrar em contato com a planta não é suficiente para que ele exerça sua ação tóxica. Ele terá necessariamente que penetrar no tecido da planta, atingir a célula e posteriormente a organela, onde atuará para que seus efeitos possam ser observados.

 

Herbicida sistêmicos

Os herbicidas também podem se movimentar (translocar) nas plantas pelo xilema, pelo floema ou por ambos. Quando o movimento (translocação) do herbicida é via floema ou floema e xilema, ele é considerado sistêmico.

Estes herbicidas sistêmicos são capazes de se translocarem a grandes distâncias na planta, como é o caso de 2,4-D, glyphosate, imazethapyr, flazasulfuron, nicosulfuron, picloram, etc.

 

Quanto o mecanismo de ação dos herbicidas

A primeira lesão bioquímica ou biofísica que resulta na morte ou ação final do produto é considerada “mecanismo de ação”.

É importante lembrar que um mesmo herbicida pode influenciar vários processos metabólicos na planta, entretanto a primeira lesão que ele causa na planta pode caracterizar o seu mecanismo de ação.

 

Herbicidas auxínicos

Os herbicidas auxínicos, quando aplicados em plantas sensíveis, induzem mudanças metabólicas e bioquímicas, podendo levá-las à morte.

Estudos sugerem que o metabolismo de ácidos nucléicos e os aspectos metabólicos da plasticidade da parede celular são seriamente afetados.

Acredita-se que estes produtos interfiram na ação da enzima RNA-polimerase e, consequentemente, na síntese de ácidos nucléicos e proteínas.

 

Herbicidas inibidores do fotossistema I

Estes compostos possuem a capacidade de captar elétrons provenientes da fotossíntese (no fotossistema I) e formarem radicais livres.

Estes radicais são instáveis e rapidamente sofrem a auto oxidação. Durante o processo de auto oxidação são produzidos radicais de superóxidos, os quais sofrem o processo de dismutação, para formarem o peróxido de hidrogênio.

 

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Herbicidas inibidores da fotossistema II       

Estes herbicidas inibidores do fotossistema II (derivados das triazinas, das ureias substituídas, dos fenóis etc.) se ligam à proteína D-1 e impedem o fluxo de elétrons e a transformação da energia luminosa em ATP e NADPH. Estes compostos são necessários para fixação do CO2 e o crescimento das plantas.

 

Herbicidas inibidores da PPO

A atividade destes herbicidas é expressa por necrose foliar da planta tratada em pós-emergência, após 4-6 horas de luz solar.

Os primeiros sintomas são manchas verde-escuras nas folhas, dando a impressão de que estão encharcadas pelo rompimento da membrana celular e derramamento de líquido citoplasmático nos intervalos celulares. A estes sintomas iniciais segue-se a necrose.

 

Herbicidas inibidores do arranjo dos microtúbulos

Estes herbicidas inibem o crescimento da radícula e a formação das raízes secundárias. São eficientes apenas quando usados em pré emergência, porque a sua ação principal se manifesta pelo impedimento da formação do sistema radicular das plantas.

 

Herbicidas inibidores da acetolactato sintase      

As sulfoniluréias e as imidazolinonas inibem a síntese dos chamados aminoácidos ramificados (leucina, isoleucina e valina), através da inibição da enzima Aceto Lactato Sintase (ALS); esta inibição interrompe a síntese protéica, que, por sua vez, interfere na síntese do DNA e no crescimento celular.

 

Herbicidas inibidores da ACCase

Estes herbicidas inibem a ação da enzima Acetil Coenzima-A Carboxilase (ACCase). Esta enzima, encontrada no estroma de plastídios, converte o Acetil Coenzima A (Acetil-CoA) em Malonil Coenzima A (Malonil-CoA) pela adição de uma molécula de CO2 ao Acetil-CoA.

 

Tecnologias que agregam qualidade à pulverização

 

Quais os cuidados que devem ser tomados com os herbicidas?   

Os herbicidas, como qualquer pesticida ou agrotóxico, devem ser usados com todo cuidado para não prejudicar o ambiente nem a saúde de quem os aplica.

A toxicidade pode ser aguda (efeito imediato) ou crônica (em razão da exposição prolongada ou repetida ao tóxico), e para proteger-se dos efeitos desses produtos, que podem ser de elevada toxicidade, recomendam-se as seguintes medidas preventivas:

  • Ler com atenção as instruções do rótulo antes de abrir a embalagem, verificando as particularidades, a classe toxicológica e o antídoto (neutralizante) necessário.
  • Em relação ao uso, devem ser observados os seguintes aspectos:
  • Ler e procurar entender as instruções do rótulo dos produtos: não derramar o produto, nunca comer, beber e nem fumar durante o manuseio dos herbicidas.
  • Aplicar sempre a favor do vento e quando este estiver com baixa velocidade.
  • Sempre usar os equipamentos de proteção (máscaras, luvas, macacão, botas especiais, etc.); usar sempre camisa de manga comprida e não lavar o pulverizador em córregos ou nascentes.
  • Deve-se ter pulverizadores próprios para herbicidas evitando usar os que foram empregados com herbicidas hormonais, como o 2,4,5-T, na cultura do algodão.
  • Deve-se dar destino adequado às embalagens para evitar que sejam usadas pela população para colocar água e alimentos.

 

Conclusão

O uso dos herbicidas é muito comum tendo vantagens e desvantagens para o agricultor. Contudo é necessário ter alguns tipos de conhecimento sobre o herbicida como sua classificação, assim o agricultor poderá escolher o mais adequado para aplicação na cultura de interesse.

Um ponto muito importante são os cuidados necessário na aplicação desses produtos, uma vez que não tomarem os cuidados adequado o ser humano pode ser contaminado e ocasionar sérios problemas de saúde. O ideal é seguir as instruções que vem no produto. Em caso de dúvidas procure um profissional da área.

Escrito por Michelly Moraes.

 

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