A buva é uma planta daninha que tem causado grandes preocupações e prejuízos aos agricultores. Portanto, é essencial compreender mais sobre essa planta, suas características e o impacto que ela pode ter nas lavouras.
Neste artigo, vamos discutir um pouco sobre algumas curiosidades dessa planta, além de aprender como manejá-la de forma eficaz. Para tanto, é importante observar os diferentes métodos que podem ser aplicados no controle e como cada um pode ser eficaz dependendo das circunstâncias.
Venha comigo!
O que é buva?
A buva é uma planta classificada como invasora, sendo muito frequente nas regiões que vão do Sul ao Centro-Oeste do Brasil.
Seu nome científico é Conyza bonariensis, e ela pode ser um problema principalmente nas lavouras de trigo, soja e milho.
Na lavoura, portanto, é sempre sinal de alerta. De fato, essa planta invasora se alastra muito rapidamente e interfere no desenvolvimento da planta, o que, consequentemente, afeta a produtividade da safra.
No entanto, controlar essa planta daninha não é simples. Além disso, inúmeros casos de resistência fazem com que muitos herbicidas não funcionem mais para seu combate.
Características da buva
- As plantas de buva pertencem a família Asteraceae, são anuais ou bianuais, eretas, chegando até 2,5 m de altura;
- Possuem fácil disseminação através do vento;
- Toleram bem condições de seca;
- Uma planta é capaz de produzir de 100.000 a 200.000 sementes;
- As sementes não possuem dormência;
- Ótima germinação entre 20 a 25 °C.
Plantas daninhas: o que é?
Plantas daninhas são todas as plantas que estão na lavoura e não são parte da cultura principal.
Elas também podem ser conhecidas como erva daninha, mato, planta invasora, planta infestante, erva má, entre outros nomes.
O manejo e controle das plantas daninhas é considerado difícil porque elas são plantas pioneiras, com vasta produção de sementes e poder de adaptação a diversos lugares, inclusive com intempéries para o seu desenvolvimento.
Além disso, elas possuem um sistema de dormência em suas sementes, podendo ficar no solo sem germinar por um longo período.
E neste caso a buva é uma dessas ervas afetando diversas culturas como; Feijão, soja, girassol, cana de açúcar, algodão, arroz, soja e pastagens entre outras.
Espécies de buva
Distinguir as espécies no campo é difícil, mas algumas diferenças existentes na inflorescência auxiliam nessa identificação. Conheça algumas delas;
- O Conyza bonariensis – os ramos laterais passam do ramo terminal e as inflorescências ficam na ponta dos ramos.
- O Conyza sumatrensis – a inflorescência é na forma piramidal, com alta densidade de pelos na haste principal
- E o Conyza canadensis – a inflorescência também é na forma piramidal, mas com baixa densidade ou mesmo sem pelos na haste principal.
Buva no brasil
A buva pode produzir até 200 mil sementes durante sua fase de reprodução. Com o vento, então, estas sementes chegam a quilômetros de distância, fazendo com que a invasora alcance culturas muito distantes.
Essa planta daninha está amplamente disseminada na região Sul, expandindo-se rapidamente para outros locais do Brasil. É uma espécie que causa sérios prejuízos na produtividade de diversas culturas.
Uma boa maneira de evitar o aparecimento da planta, então, é através do manejo de plantas. Ou seja, prevenir o seu nascimento no campo.
Como prevenir o aparecimento da buva?
Podendo causar danos de até 80% na lavoura, as plantas daninhas exigem cuidados de prevenção que, muitas vezes, passam despercebidos pelos produtores.
Um deles é utilizar a rotação dos princípios ativos de herbicidas. Ou seja, utilizando diferentes tipos de herbicidas e trocando os princípios ativos, a planta invasora não tem “meios” para se tornar resistente ao produto.
Além do controle químico, então, é importante que se faça rotação de cultura entre as plantações – o que pode quebrar o ciclo de desenvolvimento da buva.
Resistência aos herbicidas
A resistência de plantas daninhas aos herbicidas é consequência da ocorrência de um ou mais mecanismos na planta, responsáveis por não deixarem o herbicida atuar de forma eficiente sobre o local de ação.
O manejo que tem se mostrado eficiente para o controle de buva compreende a aplicação na pré-semeadura de paraquate, porém nos últimos anos confirmou-se a presença de resistência a este importante herbicida em biótipos de buva (Conyza sumatrensis).
Havendo a possibilidade de que resistência tenha se desenvolvido também nas outras espécies. A dificuldade de manejo, principalmente em um cenário de impossibilidade de uso do paraquate.
Tanto pelos casos de resistência como pelo seu banimento, faz com que se faça necessário o uso de outros mecanismos de ação herbicida, de maneira combinada para que não se selecione novamente resistência a um outro mecanismo de ação.
Prática de manejo
Nas áreas com a presença de biótipos de plantas resistentes é indispensável a adoção de práticas de manejo que incluam ações como:
- Não utilizar, por mais do que duas vezes seguidas, na mesma área, herbicidas com o mesmo mecanismo de ação. Em casos de seleção de espécies resistentes e/ou tolerantes, deve ser implantado um sistema de rotação de mecanismos de ação de herbicidas eficazes sobre as espécies-problema;
- Monitorar e destruir plantas suspeitas de resistência. Após a aplicação do herbicida, as plantas que sobreviverem devem ser arrancadas, capinadas, roçadas, ou seja, controladas de alguma forma para evitar a produção e disseminação de sementes na área;
- Implantar programa de rotação de culturas baseado em sistema de produção. A rotação de culturas oportuniza a utilização de um número maior de mecanismos de ação herbicidas;
- Limpar máquinas e equipamentos. Máquinas e implementos utilizados em áreas infestadas podem disseminar as plantas daninhas, especialmente entre propriedades que adotam o aluguel de equipamentos, como colhedoras.
As oportunidades de manejo de buva ocorrem em diferentes épocas do ano, e essas ações podem ser ajustadas conforme as necessidades de cada fase. Por exemplo, elas incluem estratégias durante o inverno, o uso de dessecação pré-semeadura e controle ou catação na pós-emergência da cultura.
Manejo no inverno
Durante o inverno, todas as estratégias possíveis devem ser utilizadas, com o objetivo principal de reduzir tanto o número quanto o tamanho das plantas de buva presentes na área. Isso, por sua vez, facilita o controle com o uso de herbicidas na pré-semeadura das culturas de verão. Assim, ao aplicar esses métodos, é possível melhorar a eficiência do controle da planta daninha e preparar o solo para um cultivo mais saudável e produtivo.
Uso de herbicidas
Os herbicidas usados na cultura do trigo, como iodosulfurom, metsulfurom e o 2,4-0 controlam buva, mas seu uso deve atender as recomendações de uso para a cultura e para a planta daninha com relação ao estádio, época de aplicação e dose.
Metsulfurom deve ser utilizado, no mínimo, 60 dias antes da semeadura da soja ou do milho. A decomposição deste produto no solo pode ser reduzida, pela falta de umidade ou por temperaturas muito baixas por longos períodos, exigindo, assim, um intervalo maior entre a sua aplicação e a semeadura da soja.
Manejo pré-semeadura (dessecação)
As aplicações sequenciais têm apresentado excelentes resultados. Nesse caso, o glifosato associado ao 2,4-0 ou ao clorimurom é aplicado 10 a 15 dias antes da segunda aplicação.
Na qual deve ser 13 feita um a dois dias antes da semeadura, usando-se dicloreto de paraquate (2,0 Llhade produto comercial) ou dicloreto de paraquate + diurom (1,5 a 2,0 Llha de produto comercial) ou, ainda, amônioglufosínato (1,5 a 2,0 Llha de produto comercial).
Controle em pré-emergência
Esses herbicidas, quando utilizados na pré-emergência da soja (semear/aplicar ou aplicar/semear), proporcionam controle residual de, aproximadamente, 20 dias.
Controle em pós-emergência
Na pós-emergência da soja, podem ser utilizados herbicidas à base de clorimurom ou cloransulam.
Entretanto, estes herbicidas não apresentam altos níveis de controle nestas condições e muitas vezes proporcionam somente efeito supressor sobre a buva, que se recupera e completa seu ciclo, produzindo semen14 teso.
Além disso, a aplicação de herbicidas pós-emergentes associados ao glifosato pode provocar fitotoxicidade para a cultura da soja, resultando em perdas de rendimento de grãos.
Conclusão
Como vimos acima a Buva na lavoura é sempre sinal de alerta, pois essa erva daninha pode gerar sérios prejuízos em sua safra. Com isso, é importante que o agricultor conheça essa erva daninha e como maneja-las.
A importância na prevenção da buva é de extrema importância, pois uma vez que encontrada em sua cultura o manejo precisa ser feito de imediato, em caso de dúvidas o ideal é que o agricultor procure um especialista da área.
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