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A cigarrinha, também conhecida como cicadelídeo, é um inseto de pequeno porte com um impacto desproporcionalmente significativo na agricultura. Estes insetos, muitas vezes, passam despercebidos aos olhos dos agricultores, mas sua presença pode desencadear sérios problemas nas plantações.

Ao se alimentarem da seiva das plantas, as cigarrinhas causam danos diretos, enfraquecendo-as e reduzindo sua capacidade de produção. Além disso, elas também podem atuar como vetores de doenças. Transmitindo patógenos que afetam diversas culturas agrícolas.

Nesta revisão, exploraremos os diferentes aspectos relacionados às cigarrinhas na agricultura. Desde os tipos mais comuns encontrados nas plantações até os danos que podem causar. Passando pelas estratégias de manejo e controle, este estudo visa oferecer uma visão abrangente sobre essa importante questão agrícola.

Analisaremos também as novas tecnologias e métodos que estão sendo desenvolvidos para mitigar os impactos das cigarrinhas. Buscando garantir a segurança e a produtividade das colheitas em todo o mundo.

 

Cigarrinha na agricultura: impactos, desafios e soluções!

 

Característica da cigarrinha

As cigarrinhas, pertencentes à família Cicadellidae, são insetos pequenos, medindo geralmente entre 3 e 12 milímetros de comprimento. Suas características físicas e comportamentais variam entre as diferentes espécies, mas algumas características gerais incluem:

Corpo delicado: As cigarrinhas têm um corpo delicado e esguio, frequentemente de coloração verde, marrom ou cinza, podendo apresentar padrões de cores variados que auxiliam na camuflagem.

Asas: A maioria das cigarrinhas possui asas bem desenvolvidas, o que lhes confere boa capacidade de voo. Suas asas são geralmente transparentes e podem ser adornadas com padrões distintos.

Antenas: Possuem antenas relativamente curtas em comparação com o tamanho do corpo.

Órgãos bucais perfuradores-sugador: As cigarrinhas possuem um aparelho bucal adaptado para perfurar os tecidos das plantas e sugar a seiva. Essa adaptação os torna fitófagos, alimentando-se exclusivamente de fluidos vegetais.

Ciclo de vida: O ciclo de vida das cigarrinhas geralmente inclui estágios de ovo, ninfa e adulto. As ninfas são semelhantes aos adultos, mas geralmente menores e sem asas desenvolvidas.

Hábitos alimentares: As cigarrinhas se alimentam principalmente da seiva das plantas, perfurando os tecidos vegetais com seus órgãos bucais.

Comportamento de salto: Algumas espécies de cigarrinhas possuem habilidade de saltar curtas distâncias, o que pode ajudá-las a se deslocar entre as plantas hospedeiras.

Essas são algumas das características comuns às cigarrinhas na agricultura, embora haja uma grande diversidade dentro da família Cicadellidae, com variações morfológicas e comportamentais entre as diferentes espécies.

 

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Tipos de cigarrinha e danos

 

Cigarrinhas da espuma (Cercopidae)

As cigarrinhas da espuma podem causar danos significativos às plantações, especialmente às gramíneas. Elas se alimentam da seiva das plantas, enfraquecendo-as e, em casos graves, podem levar à desidratação e morte das plantas.

 

Cigarrinhas das pastagens (Cicadellidae)

Algumas espécies de cigarrinhas das pastagens são pragas importantes em culturas agrícolas. Elas se alimentam das folhas das plantas, causando danos diretos à folhagem e reduzindo a capacidade da planta de realizar a fotossíntese. Isso pode levar a uma diminuição no rendimento das culturas.

 

Cigarrinhas de jardim (Membracidae)

Embora as cigarrinhas de jardim não sejam geralmente consideradas pragas agrícolas, em casos de infestações severas, elas podem causar danos estéticos às plantas ornamentais e arbustos. Além disso, seu comportamento alimentar pode enfraquecer as plantas, tornando-as mais suscetíveis a doenças e outros problemas.

 

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Cigarrinhas das videiras (Cercopoidea)

As cigarrinhas das videiras se alimentam da seiva das plantas, o que pode enfraquecer as videiras e reduzir a produção de frutos. Além disso, algumas espécies podem transmitir doenças às plantas. O que pode causar danos adicionais.

 

Cigarrinhas do milho (Cicadellidae)

As cigarrinhas do milho podem causar danos significativos às plantações de milho. Elas se alimentam das folhas das plantas, causando danos diretos à folhagem e reduzindo a capacidade da planta de realizar a fotossíntese.

Em casos graves, isso pode levar a uma redução no rendimento das culturas. Além disso, algumas espécies podem transmitir doenças às plantas de milho.

 

Manejo da cigarrinha

O manejo de cigarrinhas pode envolver uma combinação de métodos de controle biológico, cultural, físico e químico. Veja:

  • Monitoramento: Realizar inspeções regulares das plantas para identificar a presença de cigarrinhas e avaliar o nível de infestação. Isso pode ajudar a determinar a necessidade e o momento adequado para a aplicação de medidas de controle.
  • Controle cultural: Práticas agrícolas como rotação de culturas, manejo adequado da irrigação e eliminação de plantas hospedeiras alternativas. Isso podem ajudar a reduzir a disponibilidade de alimento e abrigo para as cigarrinhas.
  • Controle biológico: Introdução de inimigos naturais, como predadores, parasitoides e patógenos, que ajudam a controlar as populações de cigarrinhas de forma natural. Isso pode ser feito através da conservação de habitats naturais, liberação de agentes de controle biológico ou uso de produtos comerciais contendo organismos benéficos.
  • Controle físico: Em casos de infestações localizadas, medidas físicas como remoção manual e o uso de armadilhas podem ser eficazes para reduzir as populações.
  • Controle químico: O uso de inseticidas é uma opção de controle, porém deve ser utilizado com precaução para minimizar os impactos ambientais e a resistência dos insetos aos produtos químicos. A escolha do inseticida, a dosagem e o método de aplicação devem ser baseados em informações sobre a biologia da praga e considerar a segurança do meio ambiente e dos seres humanos.
  • Integração de métodos: A abordagem mais eficaz geralmente envolve a integração de diferentes métodos de controle em um programa de manejo integrado de pragas (MIP), que visa reduzir as populações de pragas a níveis aceitáveis com o mínimo impacto ambiental e econômico.

É importante adaptar as estratégias de manejo de cigarrinhas de acordo com as condições locais, a espécie de cigarrinha e o tipo de cultura afetada. Além de considerar os princípios do MIP para garantir uma abordagem sustentável e eficaz.

 

Desafios

Enfrentar as cigarrinhas na agricultura é uma tarefa complexa devido a diversos desafios:

  • Dificuldade na Identificação e Monitoramento: Detectar e monitorar cigarrinhas precocemente é complicado devido à sua pequena dimensão e habilidade de camuflagem.
  • Resistência a Inseticidas: O uso frequente de inseticidas pode levar à resistência nas populações de cigarrinhas. Diminuindo a eficácia dos métodos de controle.
  • Impactos Ambientais e na Saúde: O uso excessivo de inseticidas pode ter efeitos prejudiciais no meio ambiente e na saúde humana. Exigindo um equilíbrio entre controle eficaz e impactos adversos.
  • Variedade de Espécies e Comportamentos: A diversidade de espécies e comportamentos das cigarrinhas requer abordagens específicas e adaptadas para cada situação agrícola.
  • Integração de Métodos de Controle: Coordenar e integrar métodos de controle diferentes em um manejo integrado de pragas pode ser desafiador devido a questões logísticas e de conhecimento.
  • Mudanças Climáticas e Distribuição Geográfica: As mudanças climáticas podem afetar a distribuição geográfica e o comportamento das cigarrinhas. Exigindo adaptação contínua das estratégias de manejo.

Superar esses desafios requer uma abordagem colaborativa e holística envolvendo agricultores, pesquisadores e formuladores de políticas para desenvolver e implementar estratégias de manejo eficazes e sustentáveis.

 

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Conclusão

Em conclusão, as cigarrinhas representam uma ameaça significativa para a agricultura. Causando danos diretos às plantações e atuando como vetores de doenças que afetam diversas culturas agrícolas. Suas características físicas e comportamentais variadas. Juntamente com a diversidade de espécies, tornam esses insetos um desafio complexo para os agricultores em todo o mundo.

No entanto, ao adotar uma abordagem integrada de manejo de pragas, que inclui monitoramento regular, controle cultural, biológico, físico e químico, é possível reduzir os impactos das cigarrinhas de maneira eficaz e sustentável. Gostou? Curta e compartilhe!

Escrito por Michelly Moraes.

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