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Agricultura sustentável: aprenda a fazer!

Agricultura sustentável: aprenda a fazer!

Neste artigo você irá entender a importância da agricultura sustentável para o meio social e ambiental, além de aprender estratégias para trazer mais sustentabilidade para a produção do seu negócio.

Venha Comigo!

 

Agricultura sustentável: aprenda a fazer!


A agricultura sustentável envolve o manejo adequado dos recursos naturais, evitando a degradação do ambiental de forma a permitir a satisfação das necessidades humanas das gerações futuras.

Esse enfoque altera as prioridades dos sistemas convencionais de agricultura em relação ao uso de fontes não renováveis, principalmente de energia, e muda a visão sobre os níveis adequados do balanço entre a produção de alimentos e os impactos no ambiente.

Com o aumento da população cresce a necessidade de consumo alimentício, por isso a nova agricultura precisa de técnicas de produção sustentáveis que gerem lucros aos produtores, alimentos de qualidade para os consumidores e visando o respeito à natureza, garantindo a curto e a longo prazo a continuidade de produção sem a degradação do solo, do ar ou dos recursos hídricos.

 

Pós-graduação Gestão e Economia do Agronegócio

 

Característica da agricultura sustentável

 A agricultura sustentável é um tipo de agricultura ecologicamente equilibrada e justa do ponto de vista social. Algumas ações importantes são características desse tipo de agricultura, como:

  • A diminuição do uso de produtos químicos e de técnicas que poluam o ar, o solo ou a água;
  • O aumento da prática da agricultura orgânica e da criação e uso de sistemas que recolham as águas das chuvas para a irrigação;
  • Espaço não desmate das florestas e matas para ampliar as áreas agrícolas;
  • E ainda, o respeito às leis trabalhistas dos trabalhadores do campo.

 

Agricultura para os consumidores e varejistas

Esses dois setores representam uma grande importância na agricultura sustentável, uma vez que, se eles tiverem preocupados com a sustentabilidade, eles tendem a procurar alimentos “baseados em valores” que são cultivados usando métodos que promovem o bem estar dos trabalhadores rurais, que são ecologicamente corretos, ou que fortaleçam a economia local.

 

Agricultura para os consumidores e varejistas

No entanto, a agricultura sustentável é mais do que uma coleção de práticas. É também um processo de negociação: um empurrão e puxão entre os interesses às vezes concorrentes de um agricultor individual ou de pessoas de uma comunidade, enquanto eles trabalham para resolver problemas complexos sobre como cultivamos nossos alimentos e fibras.

 

Agricultura sustentável no Brasil

Diferentemente das últimas décadas atualmente o Brasil é o quarto maior produtor orgânico do mundo. Ele destaca um crescimento de 20% ao ano em sua produção, de acordo com a EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Por isso, a agricultura sustentável no Brasil faz uso de alternativas de produção sustentáveis como:

  • Agricultura orgânica: visa o uso de compostos de recursos naturais, como adubos;
  • Produção integrada agropecuária: objetiva práticas agrícolas que substituem o uso de elementos poluentes;
  • Produção agroflorestal: agrega a preservação do meio ambiente de forma que não ocorra uma degradação ambiental;
  • Integração de Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF): integra benefícios de sustentação para todas as atividades produtivas, agrícolas e pecuárias.

Contudo, a boa perspectiva do Brasil em relação ao desenvolvimento sustentável de seus terrenos se dá pelas boas iniciativas no campo, as propostas de desenvolvimento de técnicas agrícolas sustentáveis e orientação aos agricultores para seguir o caminho da sustentabilidade.

 

Principais problemas para a agricultura sustentável

  • O Brasil é, atualmente, um dos países que mais utilizam pesticidas no mundo;
  • Ainda é comum o desmatamento de florestas e matas para abrir espaço para a prática da agricultura. Temos vários exemplos na floresta Amazônia;
  • Muitos agricultores pagam salários baixos aos camponeses, além de não respeitarem direitos trabalhistas. Infelizmente, ainda ocorrem casos escondidos de trabalho escravo e emprego de mão de obra infantil no campo.

 

Técnicas de plantio na agricultura sustentável

Segundo os Dados da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) indicam que um terço dos solos do mundo está degradado. Isso significa que perderam, em algum grau de intensidade, sua capacidade de gerar serviços ecossistêmicos, como regulação hidrológica, sequestro de carbono ou retenção de nutrientes para a produção de alimentos.

Para evitar que esse quadro se intensifique, a agricultura tem um papel fundamental. Por meio de técnicas sustentáveis de plantio é possível aumentar a qualidade do solo, permitindo que esse sistema agrícola continue sendo uma importante fonte de serviços naturais que beneficiam toda a sociedade.

Veja, agora, algumas das melhores estratégias para trazer mais sustentabilidade para a produção do seu negócio.

 

Checklist agrícola

 

Agricultura vertical

Uma fazenda vertical é um conjunto espacial destinado para a produção de alimentos e remédios em camadas verticais.

A ideia por trás do conceito é utilizar instalações automatizadas que, com o auxílio de tecnologias, visam provocar o menor impacto ambiental possível e aumentar consideravelmente a produção agrícola.

 

Agricultura vertical

 

Nesse sistema fechado, todos os fatores ambientais, como luz, temperatura, gases, umidade e fertigação, podem ser ajustados de acordo com a necessidade de cada planta. Esse controle permite o uso consciente de recursos, em especial dos naturais que estão se tornando escassos, como a água.

A fazenda indoor ainda protege a plantação de intempéries, como fortes chuva, intensa luz do sol, vento e até mesmo ataques de pragas e insetos. Com isso, a agricultura vertical permite o cultivo de alimentos orgânicos sem o uso de agrotóxicos.

 

Agricultura de precisão

Cada pedaço da fazenda necessita de quantidades e tipos de insumos diferentes. Entretanto, a solução de entender grandes áreas como homogêneas, utilizadas em larga escala pelos produtores, prevê a aplicação de quantidades de adubos, fertilizantes e insumos iguais em toda a propriedade, considerando uma média. O resultado? Discrepâncias e não uniformidade de produção.

É exatamente nesse ponto que entra a agricultura de precisão. Com a utilização de tecnologias de referenciamento e posicionamento dadas por sistemas de GPS avançados, é possível gerir o campo metro a metro.

Dessa maneira, aplica-se a quantidade de insumos, fertilizantes e defensivos exata para cada área, no momento mais adequado. A utilização da agricultura de precisão gera economia financeira, poupa o meio ambiente e pode aumentar a produtividade das áreas consideravelmente.

 

Rotação de culturas

É o revezamento de culturas em uma certa área agrícola. O objetivo dessa prática é aproveitar melhor a fertilidade do solo pela diferente escavação das raízes, a diversidade biológica, a melhoria da drenagem e o controle de doenças e pragas.

Ao definir as culturas que participarão do sistema de rotação, é necessário considerar diversos fatores: topografia, condições do solo, mão de obra, clima, implementos agrícolas disponíveis, mercado consumidor disponível e características das plantas.

 

Plantio Direto 

O plantio direto é muito eficiente no controle da erosão. A palha sobre a superfície protege o solo contra o impacto das gotas de chuva, reduzindo a desagregação e o selamento da superfície, garantindo maior infiltração de água e menor arraste de terra.

O plantio direto reduz até 90% as perdas de terra e até em 70% a enxurrada. No plantio direto, necessita-se de menor volume de chuvas para as operações de plantio e tratos culturais.

 

Reflorestamento

Solos com alta suscetibilidade à erosão e baixa fertilidade devem ser preenchidos com vegetação densa e permanente. As florestas, por exemplo, são indicadas para recuperar solos erodidos ou degradados, bem como para a proteção de cursos d’água e mananciais.

Além disso essa cobertura é um ótimo empreendimento econômico para solos com restrições para cultivo de culturas anuais, pois pode ser utilizada racionalmente para a produção de celulose, madeira, carvão etc.

Como regra, áreas sem capacidade agrícola ou pecuária devem ser reflorestadas para fins de conservação, de acordo com regras definidas no Código Florestal.

 

Compostagem

A compostagem é um processo que contribui para a conservação do meio ambiente, pode-se definir como uma forma sustentável de devolver a natureza o que foi retirado.

O processo de compostagem se dá através de um processo biológico em que os microorganismos transformam a matéria orgânica (folhas, estrume, restos de papel, restos de comida, cinzas, penas, aparas de gramas, rocha moída e conchas, feno ou palha, podas de arbustos e cerca viva, resíduos de cervejaria, resíduos de couro, serragens e ervas daninha), num material semelhante ao solo, o que chamamos de composto, podendo ser utilizado como adubo.

 

Adubação verde

A adubação verde está relacionada à semeadura de plantas que possuem grande potencial de produção de massa vegetal. Elas também podem possuir características morfológicas ou fisiológicas que trarão benefícios ao solo quando bem manejadas, como a fixação de nitrogênio.

Adubação verde é uma prática de cultivo milenar que visa o fornecimento de nutrientes ao solo. Assim, após o ciclo da cultura for completado, nós passamos a grade, revolvendo a massa verde com o solo, e acelerando a ciclagem e, consequentemente, o fornecimento de nutrientes.

Os animais e as leguminosas também podem aproveitar bastante desse tipo de tecnologia sustentável, uma vez que ela é responsável pela fixação de nitrogênio no solo.

 

Captação de água da chuva

Criação e uso de sistemas de captação de águas das chuvas para ser utilizada na irrigação. A agricultura é a principal usuária dos recursos hídricos disponíveis, uma média de 70% do consumo mundial.

A escassez de água e energia em quantidade e qualidade em certas regiões brasileiras (para uso em irrigação sem gerar conflitos entre os demais usuários) é uma grande dificuldade, exige melhor gestão e planejamento do uso adequado e sustentável dos recursos.

 

Manejo de pastos

Quando bem manejados, os pastos proporcionam boa proteção ao solo contra a erosão. No entanto, o manuseio incorreto pode causar um grave problema do ponto de vista conservacionista. Para evitar que isso aconteça, é possível usar um sistema de pastoreio rotativo, com uso de piquetes, e fazer as adubações e ressemeaduras periódicas.

Isso assegura a manutenção do pasto com cobertura e densidade capazes de garantir suporte razoável ao gado, além de boa proteção contra a erosão do solo.

A integração lavoura-pecuária é uma alternativa muito usada atualmente e consiste em conciliar a produção de grãos com a pecuária em uma mesma área. Assim, a propriedade os custos de produção reduzem, aumentando o lucro.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

Produzir mais, sem degradar o meio ambiente. Esse é o principal desafio da produção de alimentos no Brasil e no mundo. E nessa busca pela agricultura sustentável, o uso racional de agrotóxico, o investimento em novas tecnologias e a qualificação do produtor rural ganham, cada vez mais, o foco das atenções.

Portanto a agricultura sustentável é uma alternativa que propõe uso de estratégias de produção sustentáveis que deem benefícios para os produtores, alimentação de alta qualidade aos compradores e, principalmente, a preservação e sustentabilidade da natureza e fornecendo uma qualidade de vida para gerações atuais e futuras.

Escrito por Michelly Moraes.

Pós-graduação Gestão e Economia do Agronegócio

“Ciência pode salvar biodiversidade”

"Ciência pode salvar biodiversidade"O uso da ciência por populações extrativistas e do degrau mais baixo da cadeia do agronegócio pode ajudar a salvar a biodiversidade, segundo diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Guy de Capdeville. Ele se reuniu com pesquisadores do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

“A ciência quer ir até as populações extrativistas, populações que vivem em extrema miséria e possibilitar que essas, por meio de tecnologias, possam se reunir e formar cooperativas e associações que promovam o desenvolvimento sustentável em suas regiões. É importante que essas populações que sobrevivem do extrativismo se reúnam, formem cooperativas, melhorem de vida e nós temos condições de fortalecer os agricultores familiares.

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Para o diretor é imprescindível que uma instituição de pesquisa como a Embrapa atue com as comunidades pobres dos diferentes biomas do Brasil. O embaixador da União Europeia (UE) no Brasil, Ignacio Ibañez, reforçou o comprometimento desse organismo com iniciativas estratégicas.

A Embrapa disse que essa parceria entre os órgãos é a porta de entrada da segunda etapa do projeto Diálogos Setoriais, promovido pela União Europeia, Ministério de Economia, Ministério de Relações Exteriores, Embrapa, PNUD e GEF (equipe do projeto Bem Diverso). “A ideia enriquecer os diálogos ocorridos com diferentes setores em uma primeira etapa, promovendo uma dinâmica de cooperação e discussão de temas relacionados ao uso sustentável e conservação da biodiversidade. A base disso são as experiências europeias e brasileiras”, completa.

FONTE: Agrolink

UFV inaugura núcleo de pesquisa em zoneamento produtivo

UFV inaugura núcleo de pesquisa em zoneamento produtivo

UFV inaugura núcleo de pesquisa em zoneamento produtivo

Foto: Divulgação Seapa

Instalado no campus da Universidade Federal de Viçosa, espaço será utilizado para difusão, capacitação e aprimoramento da ferramenta

A Secretária de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Valentini, inaugurou, na quinta-feira (20/2), o primeiro Núcleo de Estudos e Projetos do Zoneamento Ambiental e Produtivo (ZAP), instalado no Campus da Universidade Federal de Viçosa (UFV), no município de Rio Paranaíba.

A formação de núcleos da Metodologia ZAP nas instituições de ensino superior faz parte da estratégia da secretaria para aprimorar a metodologia.

O Zoneamento Ambiental e Produtivo é uma ferramenta que vem sendo aplicada para atender demandas da própria sociedade que tem buscado um maior conhecimento da situação geral das sub-bacias hidrográficas, com o objetivo de solucionar conflitos locais relacionados ao uso dos recursos hídricos ou implantar programas de desenvolvimento sustentável ou preservação ambiental. A ferramenta permite a realização de diagnóstico, viabilizando a sistematização das informações sobre seu potencial produtivo, levando em consideração as limitações do uso dos recursos naturais.

Segundo o assessor especial da Seapa, Luciano Baião Vieira, o trabalho de parceria com as instituições de ensino superior é uma forma de atender às necessidades de aprimoramento contínuo da ferramenta nos aspectos técnicos e ambientais, além de viabilizar a atualização das bases de dados que alimentam o programa de georreferenciamento. “Nossas investidas nessas instituições servem para que a metodologia possa ser abordada dentro das universidades nas áreas do ensino, pesquisa e também da extensão”, explica.

De acordo com a secretária, a sustentabilidade nos processos produtivos da agricultura é uma das grandes preocupações e prioridades no Governo. “Com este núcleo, essa ferramenta tão importante será mais difundida. Os alunos terão contato, aprenderão a trabalhar com ela e isso trará – não só para a região, mas para todos os locais onde estes alunos forem no futuro – essa percepção da importância de se aliar a preservação ambiental com a produção agropecuária”, destaca Ana Valentini.

Equipe

O Núcleo de Estudos e Projetos do ZAP em Rio Paranaíba é formado por uma equipe multidisciplinar com professores e estudantes de pós-graduação, treinados pela equipe da Seapa para aplicar a metodologia. Composto por seis módulos e com duração de aproximadamente quatro meses, o treinamento para aplicação do ZAP foi feito na Bacia Hidrográfica do Ribeirão Olhos D’Água.

“Durante o estudo nós mapeamos algumas áreas onde existia atividade do homem afetando alguns córregos. Foi muito importante, pois permitiu que estudássemos uma área próxima do nosso campus, onde faremos ações de melhoria de recomposição de mata e, também, por se tratar de uma área estratégica para o abastecimento do lençol freático de toda a região”, pontua Renato Ruas, diretor-geral do campus da UFV no município.

O estudo em questão já foi entregue ao Comitê Gestor do ZAP, que tem 30 dias para fazer a avaliação do material. Após a aprovação, as informações da bacia hidrográfica são disponibilizadas nos sites das secretarias de Agricultura e do Meio Ambiente. Além da equipe técnica, o Núcleo de Estudos e Projetos dispõe de escritório próprio, com infraestrutura necessária (computador, impressora, mobiliário) para a realização das pesquisas.

“Esse núcleo é muito importante pois representa uma parceria muito sólida com a Seapa. Nessa fase de crise e incertezas financeiras, estamos valorizando muito a consolidação desse núcleo, que vai se comunicar com todos os cursos que oferecemos”, acrescenta Ruas.

Este trabalho para o aprimoramento da metodologia ZAP também é desenvolvido em parceria com a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (Diamantina) e com a equipe da UFV do Campus de Viçosa. A equipe da Seapa também iniciou contatos com o Instituto Federal Sul de Minas (Machado).

A solenidade contou com a presença do reitor da UFV, professor Demetrius David da Silva; do prefeito de Rio Paranaíba, Valdemir Diógenes da Silva; de diretores, professores e alunos da universidade; dirigentes das empresas do sistema da Agricultura (Emater-MG, Epamig e Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA) e autoridades locais.

Grupo Sekita

Cumprindo agenda na região do Alto Paranaíba, a secretária Ana Valentini também visitou a sede do grupo Sekita Agronegócio, no município de Rio Paranaíba.

A história do empreendimento se iniciou na década de 70, por meio do Programa de Assentamento Dirigido ao Alto Paranaíba (Padap), uma estratégia de governo que buscava expandir fronteiras agrícolas e integrar o cerrado ao processo produtivo.

Atualmente, o grupo Sekita é um dos principais produtores nacionais de cenoura, alho, beterraba e repolho. O empreendimento também se destaca na produção de leite, com mais de 1,7 mil vacas em lactação e produção diária de 70 mil litros.

Acompanhada pela diretoria do empreendimento, a secretária visitou a sala de ordenha mecanizada e conheceu o processo de aproveitamento dos resíduos da pecuária leiteira nas lavouras, como a produção de composto orgânico e o funcionamento do biodigestor. Além de sustentável, o processo de reaproveitamento de resíduos aumenta a rentabilidade de todo o negócio.

Fonte: EPAMIG

A relação entre os atributos funcionais e o inventário florestal

As formações naturais abrigam uma grande diversidade de espécies animais e vegetais, sendo assim, são de importância significativa no âmbito social, ambiental e econômico. As florestas se caracterizam por possuir uma biodiversidade significativa e uma complexidade oriunda de diversos mosaicos vegetais decorrentes de mudanças temporais e locais dos ambientes. Além dos recursos naturais disponíveis, muitos são os serviços ecossistêmicos gerados por esses ambientes, que também são fonte de produtos madeireiros e não madeireiros, fornecendo subsídios necessários para as comunidades que vivem no entorno.

Para mensurar os recursos disponíveis é empregado o inventário florestal fornecendo um conjunto de informações, que se enquadram em características quantitativas e qualitativas. As métricas quantitativas subsidiam análises como a estrutura horizontal e vertical, potencial produtivo, fitossociologia, estoque de carbono, entre outros. Em relação as métricas quantitativas podemos abordar sobre florística, sanidade, características edafoclimática, atributos funcionais, entre outros. Nesse sentido, qual a importância de se conhecer os atributos funcionais das espécies em uma floresta?

O que são os Atributos Funcionais?

manejo adequado de uma floresta propicia a conservação dos recursos presentes, bem como a prestação dos serviços ecossistêmicos, e neste contexto, os atributos funcionais vêm sendo utilizados como base para o entendimento da influência dos organismos e comunidades biológicas. Estes atributos são considerados como ferramentas que subsidiam a descrição e o entendimento das alterações que ocorrem em uma comunidade. Assim, uma característica funcional pode ser em função da resposta que o organismo dá pelo ambiente (característica resposta) ou pelos efeitos que provoca nos serviços ecossistêmicos (característica de efeito).

http://materiais.agropos.com.br/doencas-bioticas-da-eucaliptocultura

Os atributos funcionais são conceituados como características de um organismo que são ditas como relevantes no que diz respeito às respostas ao ambiente. Tais características estão associadas com o crescimento, reprodução e sobrevivência de um indivíduo e assim, influem diretamente nas taxas de dinâmica e possibilidades de existência e coexistência de uma ou mais populações. Em relação as espécies vegetais, os atributos funcionais podem ser características morfológicas, ecofisiológicas, fenológicas, genéticas, bioquímicas e de regeneração. Estes atributos estão associados a duas estratégias: aquisitiva, que refere ao mecanismo de maximização dos recursos e conservativa, que se refere a maximização na eficiência do uso dos recursos.

Coleta de dados

A obtenção dessas informações é realizada com a coleta de maneira especifica para cada característica. Por exemplo, alguns são classificados por meio da literatura, outros podem ser coletados em campo, com a mensuração de folhas, caule, raízes, madeira. Dentre os atributos mais comuns, temos: o hábito das plantas (árvore, arbusto ou erva), altura, área foliar específica, deciduidade, densidade da madeira, massa de semente, espessura da casca, modo de dispersão e polinização. Contudo é importante se observar qual objetivo de coletar determinada característica, sendo que cada atributo tem uma resposta em determinado ambiente. A exemplo, a massa de sementes está relacionada a sobrevivência da espécie e a área foliar a capacidade fotossintética.

O dimensionamento dos efeitos dos atributos nos processos e serviços ecossistêmicos é definido pela diversidade funcional. Tal parâmetro está intrinsecamente relacionada com o desempenho e a preservação dos processos ecológicos de uma determinada comunidade. Assim, áreas que exibem uma alta diversidade funcional tendem a apresentar uma maior resistência, resiliência e consequentemente produtividade. Para exemplificar, considerando duas comunidades (A e B) com o mesmo número de espécies: se todas as espécies vegetais em A forem dispersas por aves, enquanto em B forem dispersas por mamíferos, aves, lagartos e pelo vento, apesar de ambas possuírem o mesmo número de espécies, B será mais diversa por apresentar espécies funcionalmente diferentes no que se refere ao tipo de dispersão.

Formas de medição da Diversidade Funcional

A diversidade funcional pode ser medida de forma categórica ou contínua, sendo que a diferença entre as alternativas está atrelada com a quantidade de informações e forma que é empreendida. As medidas categóricas são consideradas como as mais comuns e são dadas em função de grupos funcionais que estão representados na comunidade. Em relação as medidas contínuas, estas se diferem das categóricas por não considerar os grupos funcionais e sim o espaço n-dimensional que cada espécie ocupa. Assim, as medidas contínuas podem ser de dois tipos: medidas que consideram uma característica funcional ou que considera vários atributos funcionais ao mesmo tempo.

Cite-se, os parâmetros mais empregadas são: Diversidade de atributos funcionais (FAD) que é designada como a soma da distância das espécies na comunidade; riqueza funcional (Fric) que refere-se ao volume que uma espécie ocupa no espaço funcional; uniformidade ou equitabilidade funcional (Feve) que está relacionado com a distribuição da abundância ocupada pelo nicho, em outras palavras, é o somatório da distância da árvore que liga os pontos no espaço tridimensional; divergência funcional (Fdiv) que representa a dissimilaridade funcional em valores de característica que existe dentro de uma comunidade, isto é, considerando o centro da gravidade pesado pela abundância será representado pelo desvio da distância média; dispersão funcional (FDis) que é definido como a distância no espaço funcional, deslocada pelo centroide da espécie mais abundante.

Apesar de existirem muitos estudos sobre esse tema, muitas vezes, pouco se sabe do papel funcional em determinado ambiente ou local. Por isso, é relevante que se aborde sobre a temática e que na realização do inventário florestal sejam levantadas essas informações. Tais características, permitem conhecer a função que determinada espécie exerce sobre o seu habitat e como esse atributo pode mudar no decorrer do tempo.

Fonte: Mata Nativa

Australianos criam tecnologia que recicla todo tipo de plástico

Australianos criam tecnologia que recicla todo tipo de plástico

O impacto ambiental provocado pelo plástico é um problema grave e as soluções aparecem em um ritmo muito menor do que a produção e descarte do material no planeta. Neste cenário, cientistas australianos afirmam que desenvolveram uma tecnologia que pode fazer com que todos os plásticos sejam recicláveis.

Todos os anos, são descartadas na Austrália cerca de 3,5 milhões de toneladas de plástico, mas apenas 10% deste material é reciclado. O restante é queimado, enterrado em aterros sanitários ou mesmo enviado para outros países. Uma possível solução para este problema é a tecnologia criada pela Licella, empresa australiana que está inaugurando sua primeira planta de reciclagem na Inglaterra.

O sistema foi desenvolvido por Len Humphreys e Thomas Maschemeyer, professor da Universidade de Sidney. Eles afirmam que agora é possível reciclar tipos de plásticos que não podiam ser processados até então.

Transformando plástico em combustível ou em novos plásticos

Em 2018, a China anunciou que não iria mais receber resíduos recicláveis da Austrália – um alerta para a indústria local. Um ano depois, Len Humphreys olha para a enorme quantidade de plástico estocada no país como uma fonte de recursos desperdiçada. O pesquisador afirma que o material pode se transformar em combustível ou em novos tipos de plástico.

Isso é possível graças ao Reator Catalizador Hidrotermal – CAT-HTR que ele desenvolveu. O processo químico de reciclagem altera a composição molecular do plástico, usando água quente e alta pressão para transformar o material novamente em óleo. “O que estamos fazendo é simplesmente pegar o plástico e transformá-lo novamente nos líquidos de onde o material veio”, explica Humphreys.

A partir daí, o óleo pode ser transformado em betume, combustível ou em outros tipos de plástico. Humphreys afirma que a tecnologia patenteada por ele e pelo professor Thomas Maschemeyer é diferente das soluções que existem hoje.

Diferente do processo tradicional de reciclagem, esta tecnologia não requer a separação do plástico em diferentes tipos e cores e pode reciclar tudo – de caixas de leite a roupas de mergulho passando até por subprodutos de madeira. Além disso, a tecnologia traz a possibilidade de produtos de plástico serem reciclados várias e várias vezes.

Leia também:
-> Diagnóstico e Avaliação de Impacto Ambiental: Instrumentos para a proteção do Meio Ambiente
-> O Diagnóstico Ambiental e as Áreas de Influência

Primeira planta será inaugurada na Inglaterra

Depois de ser testada por 10 anos em uma planta-piloto da Licella, a tecnologia está pronta para ser levada ao mercado. A companhia está abrindo sua primeira planta de reciclagem no Reino Unido, onde afirma ter recebido mais incentivos ambientais. Ainda segundo a empresa, a planta pode processar cerca de 20 mil toneladas de plástico por ano.

Para Damian Guirco, diretor do Instituto de Sustentabilidade da Universidade de Tecnologia de Sydney, a tecnologia pode ser parte da solução para o problema do plástico. “Quando pensamos na necessidade de planejar nossos sistemas de uso e reuso de plástico, uma única tecnologia não vai ser a solução”, explica ele. Damian alerta que o grande foco a ser combatido é o consumo excessivo de plástico.

 

Fonte: Ciclo Vivo