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Lagartas da soja: aprenda como identificar e manejar!

Lagartas da soja: aprenda como identificar e manejar!

As lagartas se encontram entre as principais pragas da cultura da soja, ameaçando a sojicultura do Brasil.

Aprender a identificá-las e manejá-las, é a maneira mais eficaz de controlá-las e evitar prejuízos.

Portanto, neste artigo daremos destaque para as principais lagartas que atacam a cultura da soja e como manejá-las.

Identificar cada uma das espécies de lagartas e prever os prejuízos que podem causar na lavoura é uma tarefa de extrema importância e que exige um pouco mais de conhecimento.

As lagartas são a fase jovem das Mariposas e borboletas, que pertencem a ordem Lepidoptera, são elas as principais responsáveis por causar injurias na lavoura de soja.

 

Lagartas da soja: aprenda como identificar e manejar!

 

Desde a semeadura até a colheita a cultura da soja está sujeita ao ataque de diversas espécies de lagartas.

Algumas das lagartas que hoje estão entre as principais ameaças à produtividade da soja são:

  • Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis),
  • Lagarta falsa-medideira (Chrysodeixis includens),
  • Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus),
  • Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon),
  • Lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens),
  • Lagarta-do-cartucho (Spodoptera),

Agora vamos conhecer melhor cada uma delas!

 

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Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis)

É uma das espécies de lagarta desfolhadora mais comum no Brasil. Alimentam-se de toda a folha causando grandes áreas recortadas ou consumindo-as completamente.

Elas apresentam inicialmente coloração verde com três listras longitudinais brancas no dorso e as patas abdominais ainda não se desenvolveram completamente, fazendo-as serem confundidas com a lagarta falsa-medideira.

Quando maiores, as lagartas podem continuar verdes ou ficarem escuras, no entanto, as três linhas longitudinais claras no dorso permanecem.

 

Lagarta falsa-madeira (Chrysodeixis includens)

A falsa-medideira também é uma das principais lagartas desfolhadoras da cultura da soja. São chamadas assim porque andam em movimentos do tipo “mede-palmo”.

Apresentam coloração verde clara e listras longitudinais esbranquiçadas com pontuações pretas no dorso.

Essa lagarta alimenta-se de uma grande variedade de plantas, como por exemplo o algodão, o que facilita o seu crescimento populacional, sendo possível encontrá-la em vários estádios de desenvolvimento em uma mesma região.

Inicialmente, as lagartas apenas raspam as folhas. Com o seu crescimento, passam a se alimentar do limbo foliar, deixando as nervuras, o que causa um aspecto rendilhado nas folhas.

 

Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)

A lagarta-elasmo ou Broca do colmo apresenta coloração marrom ou verde com listras e anéis vermelhos no corpo.

Elas alimentam-se e do caule e das folhas das plântulas, resultando no enfraquecimento, tombamento e até a morte da planta.

O ataque é mais prejudicial ocorre na fase inicial da cultura, uma vez que as plantas jovens são facilmente predadas e apresentam menor capacidade de recuperação

 

Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)

A lagarta-rosca é lisa, robusta, podendo atingir até 5 cm de comprimento e de coloração variável, porém com dominância do cinza escuro ou marrom.

Possuem esse nome por apresentarem como principal característica de se enrolar quando perturbada.

Ela possui hábito noturno, ficando escondida no solo durante o dia, normalmente próximo das plantas das quais vão alimentam.

As principais perdas causadas por essa lagarta ocorrem na fase inicial da cultura, pois ela pode se alimentar das sementes recém-germinadas e da haste das plantas.

Os danos que podem ser observados em campo são reboleiras, plantas murchas e tombadas.

 

Lagarta-das-maçãs (Heliothis virescens)

A lagarta-das-maçãs, é de grande importância na cultura do algodão, no entanto, se tornou muito polífaga, atacando também lavouras de soja.

Apresentam coloração que pode variar de creme, verde ou amarela, mas sempre com pintas escuras pelo corpo.

Em sua fase inicial de desenvolvimento elas ficam escondidas nas flores e vagens, dificultando o monitoramento.

O ataque ocorre principalmente nas fases finais do ciclo da cultura, gerando danos às flores, vagens e grãos.

 

Lagarta-do-cartucho (Spodoptera spp.)

A ocorrência de lagartas do gênero Spodoptera tem crescido na cultura da soja. As espécies mais comuns são S. cosmioides, S. eridania, S. frugiperda.

As espécies possuem características morfológicas distintas, o que pode dificultar a correta identificação.

S. frugiperda cortam plantas rentes ao solo com sintomas semelhantes ao ataque da lagarta-rosca (Agrotis ipsilon), ela também pode na fase vegetativa, causando uma desfolha acentuada.

As espécies S. eridania e S. cosmioides, causam danos diretos às vargens, além da desfolha.

As lagartas do gênero Spodoptera possuem grande importância econômica devido à sua voracidade.

 

Como manejar as lagartas na soja?

O Manejo Integrado de Pragas (MIP), é a maneira mais eficiente de controlar as lagartas da soja na lavoura e assim evitar prejuízos.

O MIP é composto de várias medidas de controle que aplicadas em conjunto atuam diretamente no controle das lagartas e também diminuem a resistência dos insetos.

O primeiro passo para iniciar o MIP é o monitoramento, a partir de então vem a tomada de decisão para o controle.

Vários métodos de controle podem ser utilizados como controle cultura, genético e químico.

Vamos aprender melhor cada um deles!

 

Controle cultural

A rotação de culturas é uma boa estratégia para o controle de várias pragas e doenças. No entanto, as lagartas são muito polífagas e esta medida pode não ser eficiente.

Apesar disso outras medidas como: eliminação de hospedeiros alternativos, destruição dos restos culturais, tratamento de sementes e plantio na época correta, podem ajudar na diminuição do ataque dessas pragas.

 

Fungos causadores de doenças em plantas.

 

Controle genético

A biotecnologia tem sido uma importante ferramenta no manejo de pragas, proporcionando variedades de soja modificadas geneticamente, como a soja Intacta RR2 PRO®.

As tecnologias com a proteína Bt (Bacillus thuringiensis) conferem proteção contra às principais lagartas da soja que atacam a cultura.

É importante lembrar que com o plantio de cultivares de soja geneticamente modificadas, também é necessário o plantio de uma área de refúgio, para evitar a seleção de insetos resistentes.

 

Controle químico

A aplicação de inseticidas para combater as lagartas da soja pode se tornar necessária, no entanto deve ser utilizada de forma consciente.

Visando retardar o desenvolvimento de resistência de insetos aos inseticidas é recomendado que se utilize produtos com diferentes modos de ação.

Utilize sempre produtos registrados para a cultura, e de acordo com as recomendações da bula ou consulte um Engenheiro Agrônomo.

 

Controle biológico

O controle biológico pode ser natural, com organismos presentes na lavoura, ou aplicados de forma inundativa, com organismos adquiridos em empresas especializadas na produção desses inimigos naturais.

Podem ser utilizados por exemplo, insetos que se alimentam de ovos, ou fungos que parasitam as lagartas.

 

Plataforma Agropós

 

Conclusão

O ataque de lagartas da soja pode causar grandes prejuízos ao produtor, no entanto a identificação e a correta utilização de um programa de Manejo Integrado de Pragas, pode auxiliar o produtor no controle das mesmas.

 

Pós-graduação Fitossanidade

Manejo Integrado de Pragas garante mais renda ao produtor

Manejo Integrado de Pragas garante mais renda ao produtor

Os produtores rurais do Paraná que adotaram a tecnologia do Manejo Integrado de Pragas (MIP) reduziram em 50% as aplicações de inseticidas nas últimas seis safras. Além de contribuir com a preservação do meio ambiente e racionalizar o uso de agrotóxicos na cultura da soja, a técnica reduz o custo da produção e a intoxicação de agricultores, que são qualificados para a aplicação.

Enquanto muitos produtores adotaram, em média, quatro aplicações de inseticidas por ano, os integrantes do programa MIP fizeram apenas duas desde a safra 2013/2014. Com isso, foi possível postergar o tempo da primeira aplicação de 38 para 68 dias, em média, após o nascimento da planta. A ampliação desse período é importante, pois possibilita a preservação de alguns inimigos naturais das pragas.

A tecnologia de manejo integrado, desenvolvida pelo IAPAR, Embrapa e outros centros tecnológicos do país, é antiga, mas foi a partir da safra 2013/2014 que a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento lançou a campanha Plante Seu Futuro. Com ela, aliou-se o conhecimento da pesquisa com a metodologia extensionista, usando-se em média 200 propriedades de referência por ano para reduzir o uso do agrotóxico e garantir mais segurança ao produtor.

Cada uma das unidades de referência é visitada pelos extensionistas durante todo o ciclo da cultura para monitoramento das populações de pragas e inimigos naturais. O trabalho de contagem é feito a partir da coleta em um tecido colocado sob as plantas. O MIP permite que o agricultor e o técnico identifiquem o número de insetos por amostra, avaliem o nível de desfolha causado por eles e tenham parâmetros sólidos para decidir a melhor hora de aplicar o inseticida.

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PROPRIEDADES ACOMPANHADAS – Durante as safras 2013/2014 a 2018/2019 foram acompanhadas 853 propriedades, em 126 municípios paranaenses, que adotaram o Manejo Integrado de Pragas em soja. “As aplicações de inseticida nas áreas MIP, em volume 50% menor e 30 dias após o usual no Paraná, garantem o uso racional e tecnicamente criterioso do agrotóxico, tornando-se uma boa prática possível de ser multiplicada para todos os produtores como estratégia de aumento na renda”, afirmou o diretor-técnico da Secretaria da Agricultura, Rubens Niederheitmann.

 

Fonte: AGROLINK

O que é Manejo Integrado de Pragas?

O que é Manejo Integrado de Pragas?

Você conhece o Manejo Integrado de Pragas? Saiba mais sobre este sistema e como ele pode te ajudar a ter plantas mais saudáveis

Manejo Integrado de Pragas

Adaptado de Entomological Society of America’s

O que é o manejo Manejo Integrado de Pragas (MIP)?

Mesmo se você fizer tudo certo ao implantar uma cultura, as pragas aparecerão inevitavelmente e causarão prejuízos ao final da safra. Mas o que são pragas? No sentido amplo, pragas são organismos capaz de causar danos às plantas, seus produtos e subprodutos. Podem ser microrganismos (como fungos, bactérias, nematoides, vírus), plantas daninhas, ou insetos. Juntos, eles chegam a causar 40% de perdas nos cultivos. Estima-se que só os insetos considerados pragas causem perdas anuais de US$ 12 bilhões para a economia brasileira. Assim, é necessário adotar medidas para diminuir estas perdas. Neste texto falaremos sobre os insetos-praga.

Durante muitos anos, as medidas adotadas para controle destes organismos eram baseadas exclusivamente na utilização de inseticidas. O seu uso abusivo trouxe consequências negativas ao longo dos anos. Neste contexto, foi criado o conceito de manejo integrado de pragas. O Manejo Integrado de Pragas é essencialmente uma tomada de decisão e que se leva em conta não somente a eliminação da praga e o lucro, mas também os custos e benefícios a longo prazo para o meio ambiente e a sociedade em geral.

Ao contrário do que muitos pensam, o manejo integrado de pragas não é algo novo. Desde a década de 1920, entomologistas já recomendavam o controle do bicudo do algodoeiro através da combinação de plantas tolerantes e queima de restos da cultura. Assim, o uso de inseticidas só era recomendado quando a população da praga atingia níveis insuportáveis. De uma maneira mais ampla, pode-se conceituar o MIP como a combinação vantajosa de mais de um tipo de método para manter as pragas em nível aceitável.

http://materiais.agropos.com.br/webinar-recuperacao-de-areas-degradadas

Componentes do Manejo Integrado de Pragas (MIP)

Avaliação do Agroecossistema

De forma simplificada, a avaliação do agroecossistema consiste em se conhecer a lavoura e os principais insetos que ocorrem nela.

Isso inclui saber o estágio de desenvolvimento que as plantas se encontram, pois algumas pragas incidem em determinado estágio com maior intensidade. As condições climáticas influenciam a incidência de pragas. Em temperaturas maiores, ocorrem mais ciclos do inseto durante a safra, fazendo com que sua população seja maior.

A maioria dos insetos presentes em um determinado campo de cultivo não causam dano algum àquela cultura, sendo assim não são considerados praga. Inclusive podem ser benéficos, quando auxiliam no controle populacional das pragas – estes são os chamados inimigos naturais.

Espécies que raramente causam prejuízos à cultura são consideradas pragas secundárias. No entanto, algumas poucas espécies presentes na cultura estão em nível populacional alto e causam danos frequentemente, sendo então consideradas como pragas-chave. Assim, a atenção deve ser voltada ao monitoramento dessas espécies, pois os dados deste monitoramento é que fornecerão a base para a estratégia de manejo a ser adotada.

Monitoramento

O monitoramento deve ser realizado periodicamente e permite estabelecer os níveis populacionais de equilíbrio, de controle e de dano econômico dos insetos. Ou seja, devem ser realizadas frequentes amostragens com o objetivo de saber se a população é alta suficiente para causar nado.

O nível de equilíbrio é quando a população não sofre grandes variações ao longo do tempo. Já o nível de controle é quando a população atinge um nível que é necessário adotar medidas de controle a fim de evitar prejuízos e o nível de dano econômico, que é a menor densidade populacional capaz de causar perdas econômicas significativas ao agricultor.

O nível de controle varia para diferentes pragas em uma mesma cultura ou mesmo para uma mesma praga incidindo em diferentes culturas. As medidas de controle adotadas demoram um tempo até que surjam efeitos. Assim, o controle deve ser realizado antes do nível populacional alcançar o nível de dano econômico. No gráfico abaixo, podemos observar que, quando medidas não são adotadas no momento correto a população da praga ultrapassa o nível de dano econômico, causando prejuízos.

O que é o manejo Manejo Integrado de Pragas (MIP)

Tomada de decisão e controle

Utilizando os dados de monitoramento das pragas, é possível efetuar a tomada de decisão, onde leva-se em consideração a relação custo/benefício do controle de pragas. Como dito no início deste texto, o manejo integrado de pragas preconiza a adoção de mais de um método para controle de pragas em uma cultura. Dentre estes métodos estão o controle cultural, controle biológico, resistência genética, controle legislativo, métodos genéticos e controle químico. Vamos conhecer um pouco sobre cada um desses métodos?

 

Métodos de Controle no Manejo Integrado de Pragas

Controle Biológico

O controle biológico consiste em controlar as pragas por meio do uso de seus inimigos naturais e pode ser natural, clássico ou artificial. No controle biológico natural são utilizados os inimigos naturais já existentes no ecossistema. Isso pode ser feito pela preservação de matas nativas próximas aos cultivos ou pela utilização de inseticidas seletivos.

Nesse controle o foco é controlar pragas exóticas e para isso são introduzidos inimigos naturais por algumas vezes no local, como medida de controle a longo prazo.

O controle biológico artificial consiste da criação massal e aplicação de inimigos naturais em grande quantidade, o que faz com que este tipo de controle tenha ação mais rápida, semelhante a inseticidas químicos.

O controle biológico é uma técnica que apresenta diversas vantagens, como especificidade, fazendo com que um agente introduzido no agroecossistema não tenha efeitos danosos a outros insetos benéficos, controle duradouro, pois o inimigo natural pode se estabelecer formando uma população estável naquele cultivo, não poluir o meio ambiente e alimentos, dentre outras. A utilização comercial de produtos biológicos para o controle de insetos vem se tornando cada vez mais frequente, decorrente das exigências do mercado.

Controle biológico natural

Controle biológico natural: Percevejo predador atacando lagarta. Foto: Diones Krinski

Controle cultural

O controle cultural ou manipulação do ambiente de cultivo é um método preventivo que deve ser considerado como a primeira linha de defesa contra as pragas e nada mais é do que a adoção de práticas culturais típicas da cultura, com o objetivo de desfavorecer o desenvolvimento de insetos-praga. Diversas estratégias podem ser utilizadas na manipulação do ambiente de cultivo, dentre essas merecem destaque:

Destruição de restos culturais: Esta medida visa controlar pragas que sobreviveriam a entressafra em restos culturais, servindo como fonte de infestação para a safra seguinte. È muito adotada na cultura do algodoeiro, com o objetivo de manejar o bicudo.

Uso de sementes e mudas sadias: Esta medida visa evitar a introdução de insetos que se disseminam através de sementes e mudas, como ocorre com a lagarta rosada do algodoeiro.

Preparo do solo: O preparo do solo por meio da aração e gradagem promove o enterrio de pragas localizadas na superfície do solo ao mesmo tempo que favorece a exposição de insetos localizados a profundidades maiores à incidência de radiação solar e ao ataque de inimigos naturais, como pássaros.

Espaçamento entre plantas: Plantios mais adensados, com espaçamento menor entre plantas tendem a criar um microclima mais desfavoráveis a certos insetos, como por exemplo, o bicho-mineiro em café. Além disso, promovem facilitam a colonização de fungos entomopatogenicos, favorecendo a adoção do controle biológico.

Modificação da época de colheita: Na maioria das vezes não é viável modificar totalmente a época de colheita de uma cultura. No entanto, em alguns casos, como de infestação por broca do café, recomenda-se colher primeiro os talhões mais afetados.

https://materiais.agropos.com.br/checklist-software-agricola

Controle legislativo

As medidas de controle legislativos são leis, portarias e decretos, quer federais, estaduais ou mesmo municipais, que obrigam ao cumprimento de determinadas medidas de controle.

Quarentena: Tem o objetivo evitar a entrada de pragas exóticas e sua disseminação.

Medidas obrigatórias de controle: São medidas que tem execução determinada por legislação e o produtor deve adotar. Um exemplo é o estabelecimento de data limite para destruição dos restos culturais para controle do bicudo do algodoeiro.

Legislação do uso de agentes e métodos de controle: Neste exemplo estão enquadrados a obrigatoriedade do receituário agronômico e a lei dos agrotóxicos. Além da legislação acerca dos organismos transgênicos no Brasil.

Resistência de plantas

Algumas plantas possuem a capacidade natural de impedir ou suportar e se recuperar de injurias causadas por insetos praga. Esta característica herdável é chamada de resistência genética. Pesquisadores trabalham na seleção e multiplicação destas plantas naturalmente resistentes por meio de métodos clássicos ou de engenharia genética, para obtenção de cultivares comerciais.

Dessa forma, atualmente estão disponíveis cultivares resistentes a diversas pragas que causam prejuízos. Sempre que for possível, a resistência genética deve ser um método adotado, pois possui vantagens como facilidade de adoção, especificidade, baixo custo, harmonia com o ambiente, além de ser compatível com outras medidas de controle.

Métodos químicos

Consiste na aplicação de substancias químicas para prevenir ou destruir pragas. São os conhecidos defensivos agrícolas, com ênfase nos inseticidas. O controle químico tem sido um método indispensável no manejo integrado de pragas (MIP), pois em algumas situações é a única medida pratica quando a população aproxima-se do NDE.

Quando aplica-se inseticidas com o mesmo mecanismo de ação por repetidas safras, há o risco de seleção de insetos resistentes, fazendo com que com o passar do tempo a praga não seja mais controlada pelo produto. Sendo assim, deve-se rotacionar inseticidas com diferentes mecanismos de ação.

Existem diversos produtos registrados para as principais pragas agrícolas. Ao utilizar esta medida, o produtor deve optar por inseticidas seletivos, que tenham pouco efeito sobre os inimigos naturais. Além disso, é importante estar atento à tecnologia de aplicação, para garantir a dose e cobertura correta.

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Métodos comportamentais

Os insetos utilizam odores para sua defesa, seleção de plantas, acasalamento, entre outros processos. No controle comportamental, são utilizadas substancias ou organismos para alterar o comportamento da praga. Essas substancias podem ser feromônios, atraentes ou repelentes, por exemplo.

Os feromônios são substâncias utilizadas para comunicação entre indivíduos da mesma espécie e podem ser utilizados tanto para detecção e monitoramento de pragas, quanto para o controle. São utilizados para detectar os primeiros voos da mosca das frutas, por exemplo. No monitoramento, são distribuídas armadilhas contendo feromônios para verificar se uma praga atingiu o nível de controle, como no caso da mariposa Grapholita molesta em cultivos de pessegueiros.

No controle de pragas, são utilizadas armadilhas contendo feromônios para atração e posterior coleta dos insetos. Além disso, os feromônios podem ser utilizados para confundimento durante o período de acasalamento reduzindo o a probabilidade dos machos encontrarem as fêmeas.

Métodos comportamentais

Armadilha com feromônios para detecção de insetos. Fotos: Arquivo Idaron

Porque adotar o Manejo Integrado de Pragas (MIP)?

Otimização de recursos, conservação do ambiente e economia. Essas são as principais vantagens em adotar o manejo integrado de pragas na sua lavoura,

Ao diminuir o uso de inseticidas o MIP além de diminuir os custos, torna a lavoura mais saudável. O MIP, que preconiza a adoção de diversas medidas, permite que o agroecossistema esteja em equilíbrio. O resultado é: produtos de maior qualidade e maior produtividade.

https://agropos.com.br/pos-graduacao-em-avancos-no-manejo-integrado-de-pragas/

Conclusões

Num ecossistema artificial, como as lavouras agrícolas, não se deve esperar a ausência de pragas, elas ocorrerão.

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é um sistema que visa controlar essas pragas utilizando-se de diferentes métodos aplicados nos momentos adequados. Dentre estes métodos estão os biológicos, comportamentais, culturais, de resistência, legislativos e químicos.

Para adoção do MIP não existe um pacote pronto. Cada caso deve ser analisado, através de um programa de monitoramento com amostragens periódicas. No entanto, se aplicado corretamente o MIP trará vantagens econômicas e ambientais para sua lavoura.

Gostou de saber mais sobre Manejo Integrado de Pragas? Acompanhe nossos posts e mantenha-se atualizado!

Adoção de tecnologias já disponíveis pode aumentar produção de uvas em Mato Grosso

Adoção de tecnologias já disponíveis pode aumentar produção de uvas em Mato Grosso

Pesquisador Reginaldo de Souza orienta o produtor, sr. Nelson, durante visita técnica – Foto: Gabriel Faria

Mato Grosso possui apenas 50 estabelecimentos agropecuários que produzem uva comercialmente para mesa ou processamento, segundo o Censo Agropecuário de 2017. Entretanto, as condições climáticas, associada à cultura sulista dos colonizadores de boa parte do estado fazem com que a viticultura tenha grande potencial. A falta de assistência técnica capacitada, no entanto, tem sido um entrave à produção.

Um exemplo são os agricultores Nélson e Cecília Maziero. Em 2005 eles começaram a produzir uva em Sinop. Sem assistência, adotaram as práticas de manejo que aprenderam no Sul do país. Porém, logo perceberam que não teriam os mesmos resultados. Buscaram informações com outro produtor em Nova Mutum, a 250 km de Sinop, e, a partir das orientações que receberam, conseguiram melhorar a produção.

Hoje vendem toda a colheita de uvas Niágara e Isabel Precoce e o vinho feito com uvas Bordô na porta da chácara, com preços até 50% mais baixos do que o cobrado nos supermercados locais e, ainda assim, recebendo mais do que o dobro do valor de comercialização em regiões produtoras do país.

Embora o negócio vá bem, a falta de assistência técnica tem limitado a produção a oito toneladas na área de um hectare onde cultivam 2.500 videiras. Número que sr. Nelson espera ver dobrado na próxima safra apenas com a mudança na forma de fazer a poda de produção. A instrução para isso ele recebeu durante uma visita de pesquisadores e técnicos que foram à sua propriedade como parte das atividades da Capacitação em Vitivinicultura que a Embrapa promoveu em Sinop de 4 a 6 de dezembro.

O curso é parte da Capacitação Continuada de Técnicos em Fruticultura e visa instruir profissionais de assistência técnica e extensão rural para que possam assistir aos produtores rurais dos municípios onde atuam.

Este módulo sobre o cultivo e processamento de uvas era uma demanda antiga, desde 2012, quando a Embrapa Uva e Vinho lançou em Sinop, na Embrapa Agrossilvipastoril, a cultivar BRS Magna, validada em Mato Grosso.

Tecnologia para regiões tropicais
Embora a produção de uvas em Mato Grosso ainda seja pequena, já há tecnologia disponível para o cultivo em regiões tropicais e que se adequam ao clima do estado. Diferentemente da região Sul, onde as plantas entram em dormência no inverno, com o calor constante, elas vegetam o ano todo. Com isso, é preciso fazer duas podas, uma de formação de galhos e outra de produção, obtendo duas safras no ano.

O pesquisador da Embrapa Uva e Vinho Reginaldo Teodoro de Souza destaca que as condições climáticas de Mato Grosso são semelhantes às da região de Jales (SP), onde a Embrapa tem um campo experimental para desenvolvimento e validação de tecnologias para a uva.

“É uma questão de condução da videira em região tropical. Todas as técnicas já estão estabelecidas. Época de poda, como controlar e como manejar a uva. Já temos até cultivares para a região. Mas deve-se tomar os devidos cuidados com relação às grandes áreas de soja plantadas e uma possível deriva de herbicidas. Um quebra vento com cercas vivas pode resolver o problema”, alerta.

Entre as cultivares recomendadas para a região estão BRS ÍsisBRS Núbia e BRS Vitória, para mesa, e BRS Magna e BRS Isabel Precoce para processamento.

De acordo com o analista da Embrapa Uva e Vinho João Carlos Taffarel, o período chuvoso é uma dificuldade para a cultura no estado, uma vez que a videira é originária de regiões mais secas. Dessa forma, o ideal é passar esse período sem produção. Porém ele garante que com o manejo adequado é possível contornar a adversidade.

“Temos de ter cuidado com melhoria da fertilidade do solo. Usar porta-enxertos adaptado a essa condição. São necessários tratamentos fitossanitários para controlar as principais doenças que causam perdas na produtividade e também morte de planta, que é o caso do míldio da videira. Cuidando desses quesitos básicos e desses detalhes do manejo, certamente se consegue ter sucesso na produção”, afirma Taffarel.

Cultivo no estado
De acordo com o IBGE, 35, dos 141 municípios do estado possuem produção comercial de uva. Isso mostra que a vitivinicultura está espalhada pelas diferentes regiões de Mato Grosso, embora a produção seja pequena e esteja longe de atender a demanda do mercado local por uvas de mesa e para produção de suco.

A coordenadora do curso e analista da Embrapa Agrossilvipastoril Suzinei Oliveira vê no interesse crescente pela cultura um grande potencial, sobretudo para pequenos agricultores familiares. Por isso, a necessidade de capacitar os profissionais de assistência técnica que darão suporte aos agricultores.

Neste curso foram abordadas desde questões de manejo de solo, escolha de cultivares e porta-enxertos, até o processamento para sucos e vinhos. Passando também pela condução das videiras e técnicas de poda. Houve ainda oportunidade para degustação das variedades de uva e de sucos.

Para o técnico agrícola da prefeitura de Paranaíta Marcelo Soares, a capacitação ajudou a sanar dúvidas que vinha tendo ao assistir dois produtores em seu município e ainda ampliou seu conhecimento sobre o manejo para a região.

“Nós que estamos na ponta, trabalhando com assistência técnica, temos que ter essas oportunidades para aprender um pouco mais sobre essas culturas que são relativamente novas na região. Não temos muito conhecimento dela adaptada para cá”, afirmou.

Novos produtores
Para quem pensa em começar a produzir uva em Mato Grosso, o pesquisador Reginaldo Teodoro de Souza aconselha a cautela. Montar as estruturas de vagar, uma vez que o investimento é alto, e, principalmente, comprar mudas de boa qualidade.

“O ideal é comprar em viveiros credenciados pela Embrapa em Minas Gerais ou no Rio Grande do Sul. Eles pegam material básico da Embrapa e produzem material livre de vírus, com boa sanidade e vendem com raiz nua. Mas é preciso se programar e um ano antes, encomendar os materiais especificando qual cultivar você quer. É perfeitamente viável enviar para cá”, aconselha.

Com base em sua experiência empírica, sr. Nelson Maziero também deixa seu recado para os interessados na cultura.

“A uva é só para quem gosta e tem amor e se dedica a isso. Não é para qualquer um, porque isso dá um trabalho monstruoso. Um trabalho muito grande. É para quem gosta mesmo. Mas vale muito a pena!”

Por Embrapa.

Manejo Integrado de Pragas poderia economizar R$4 bilhões na produção nacional de soja

Manejo Integrado de Pragas poderia economizar R$4 bilhões na produção nacional de soja

Foto: Ivana da Silva

Estudo realizado no sul de Mato Grosso do Sul demonstrou que controlar percevejos e lagartas da soja seguindo as orientações do Manejo Integrado de Pragas (MIP) aumenta a margem de lucro do produtor ao promover uma economia de pouco mais de R$ 125,00 por hectare. A pesquisa estimou ainda que se a prática fosse adotada em todas as lavouras de soja do Brasil – uma área de aproximadamente 33.228.400 hectares – poderia gerar um benefício econômico da ordem de R$ 4 bilhões, devido à economia com inseticidas e gastos com a aplicação dos produtos.

O entomologista Crébio José Ávila, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste (MS), explica que apesar da eficiência do MIP-Soja na redução do uso de inseticidas nas lavouras, especialmente na última década, tem-se observado um retrocesso nos programas de manejo de pragas da soja. “Em alguns casos, houve um abandono dessa estratégia, que exige muita presença e atenção do produtor nos diversos estádios das lavouras, o que fez com que houvesse um aumento excessivo de aplicações de inseticidas nas plantações, com consequências indesejáveis do ponto de vista econômico, ecológico e ambiental”, explica.

Segundo o cientista, o uso do MIP pode contribuir indiretamente com melhorias na qualidade de vida da população, pois o emprego de estratégias limpas de manejo como o controle biológico natural no agroecossistema reduz a exposição ambiental aos químicos, uma vez que menos produtos são pulverizados anualmente. O pesquisador afirma que a prática contribui para a sustentabilidade social, econômica e ambiental.

Economia de mais de R$ 300 mi só no MS

A pesquisa realizou o monitoramento e o manejo integrado dos insetos-praga e de seus inimigos naturais nas lavouras do estudo, ao longo de duas safras consecutivas: em 2014/2015, no município de Caarapó; e na safra 2015/2016, em Dourados, ambos em Mato Grosso do Sul.

Em Caarapó, o trabalho foi conduzido em uma área de aproximadamente 70 hectares, enquanto em Dourados a área foi de 25 hectares. Duas áreas comparativas também serviram como referência para a pesquisa, ambas manejadas segundo as orientações do produtor, sem nenhuma interferência da equipe do MIP.

A pesquisa contou com apoio financeiro da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), sendo o MIP conduzido pela bolsista do Programa de Desenvolvimento Científico Nacional (DCR), Viviane Santos, atualmente professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (IFMS/Campus Dourados).

Santos explica que a análise do custo das aplicações de inseticidas para o controle de lagartas e de percevejos, nos dois ambientes de controle de pragas, comprovou que na área do MIP conduzida em Dourados na safra 2015/2016, houve uma economia de R$ 125,58 por hectare. “Na área estudada, se o produtor tivesse seguido as orientações do MIP em todos os 360 hectares de soja de sua propriedade, ele teria uma economia total de cerca de R$ 45 mil. Extrapolando-se esse valor de redução de custo para todo o estado de Mato Grosso do Sul, que na safra 2015/2016 teve uma área cultivada com soja de 2.430.000 hectares, o benefício econômico seria de mais de R$ 300 milhões”, estima Viviane Santos.

Menos risco ambiental

O uso do MIP extrapola os resultados econômicos e contribui para o controle biológico natural no agroecossistema, bem como reduz o risco de contaminação ambiental, uma vez que menos produtos são pulverizados no ambiente. Porém, o sucesso desse tipo de manejo exige dedicação, acompanhamento e presença do agricultor na lavoura. Sua adoção deve ter início antes mesmo da instalação da cultura, por meio da realização de monitoramento do grupo de pragas presentes na área a ser manejada para o plantio.

“A adoção e o manejo devem ser realizados conforme as recomendações técnicas da Comissão de Pesquisa de Soja da Região Central do Brasil visando garantir um controle efetivo de pragas em todos os estádios da cultura”, recomenda Ávila. “O ponto central do MIP consiste em monitorar a base da população de pragas amostradas e que se encontram presentes nos estádios da lavoura, observando-se os níveis de ação preconizados pela pesquisa. Por isso, a realização de pulverizações programadas de inseticidas com base em calendários deve ser evitada”, salienta o pesquisador.

Ávila explica ainda que entre as tecnologias sugeridas pelo MIP, destacam-se a observação de pontos simples, tais como: os níveis de ação estabelecidos pela pesquisa, especialmente em relação a lagartas e os percevejos; os métodos efetivos de amostragens e de monitoramento das pragas e de inimigos naturais; o controle biológico natural e aplicado na cultura; e a disponibilidade de produtos químicos e biológicos seletivos para serem aplicados quando for realmente necessário. Ele acrescenta ainda que o MIP-Soja também preconiza o cultivo das plantas transgênicas Bt que expressam proteínas que afetam insetos desfolhadores, como lagartas da soja e a falsa-medideira.

Controle biológico

“Nesse estudo observamos a presença de diversos inimigos naturais, como as aranhas, especialmente na área em que se conduziu o MIP. Elas são muito importantes para as lavouras de soja, pois são predadoras naturais que se alimentam de insetos-praga”, explica Santos.

Além disso, na área do MIP, em comparação com a área do produtor, observou-se também maior incidência do fungo Nomureae rileyi durante o início do mês de fevereiro. “Esse, também inimigo natural, é um fungo que ataca as lagartas da soja e a falsa-medideira, causando uma doença nesses insetos desfolhadores. Sua presença nas lavouras é muito importante, pois ajuda a combater pragas”, acrescenta Ávila.

Experiência e dedicação

O produtor rural de Dourados Maicon André Zorzo é o proprietário da área em que a pesquisa com o MIP foi conduzida na safra 2015/2016. Filho de agricultor e criado na lida do campo, ele conta que desde criança já ouvia falar sobre MIP e, por isso, acredita que esse tipo de manejo é uma estratégia que possibilita a redução do custo de produção, contribui com a sustentabilidade e permite o uso de insumos de forma racional.

“O produto químico tem um custo elevado e todas as vezes que for possível evitar seu uso será ótimo. Dessa forma, preservamos o meio ambiente e temos um nível menor de interferência. Esses produtos, se forem tecnicamente bem posicionados e utilizados somente quando houver de fato uma necessidade, não geram transtornos à natureza”, acrescenta.

“Nós, produtores, percebemos que temos alguns paradigmas que ainda precisam ser quebrados. No meu caso, eu continuei fazendo o manejo do meu jeito, e observei que, especialmente em relação às lagartas, eu poderia ter economizado muito com insumos. A frequência e a maneira como se faz o monitoramento semanal das lavouras permite que as aplicações sejam feitas somente quando for necessário, não de forma preventiva ou por uma questão de conveniência operacional”, destaca Zorzo.

Ele destaca que participar do trabalho de pesquisa foi uma experiência muito útil, que enriqueceu seus conhecimentos e possibilitou a adoção correta do MIP em suas propriedades. “No final da história, foram menos aplicações, menos custo e a produtividade foi idêntica. Creio que o com o MIP é possível fazer o controle de pragas de forma segura e sem prejuízos. Porém, o método exige dedicação e monitoramento”, relata.

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O que é MIP

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é uma prática agrícola que envolve o ambiente e a população da praga. O pesquisador da Embrapa Crébio José Ávila explica que o MIP utiliza diversas técnicas apropriadas ao manejo das lavouras com a finalidade de manter a população da praga em níveis abaixo daqueles que poderiam provocar danos econômicos. “O ponto central do MIP não é eliminar completamente os insetos-praga das lavouras, e sim realizar monitoramentos utilizando metodologia e frequência adequadas, com o objetivo de controlar os insetos-praga corretamente e no momento certo, evitando o desperdício ou excesso no uso de inseticidas nas lavouras”, esclarece Ávila.

As pesquisas com MIP-Soja tiveram início no Brasil nos anos 1970, por meio de parceria envolvendo diferentes instituições de pesquisa, como a Embrapa, e de extensão rural. Na época, estudos estabeleceram os níveis de dano para as principais pragas desfolhadoras e sugadoras na cultura da soja e recomendaram o uso de inseticidas apenas quando fosse necessário, ou seja, quando as populações das pragas estivessem iguais ou acima do nível de controle. Esses estudos foram aprimorados ao longo dos anos 1980, quando foi desenvolvido o controle biológico da lagarta da soja com o uso do Baculovirus anticarsia. Nos anos 1990, uma nova tática de manejo foi também incluída no MIP: o controle biológico dos percevejos fitófagos por meio do uso de parasitoides de ovos. Todas essas estratégias reduziram em mais de 50% o uso de inseticidas nas lavouras, sem quebra no rendimento de grãos da cultura.

Por Embrapa.