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Estresse hídrico: conheça o que é como que ocorre na planta!

Estresse hídrico: conheça o que é como que ocorre na planta!

O estresse hídrico ocorre sempre quando a água disponível no solo reduz a níveis que diminuem a absorção normal de água pelo sistema radicular das plantas.

Essa deficiência hídrica é um resultado da redução parcial ou total de aplicação de água às plantas, devido a distribuição irregular das chuvas e/ou manejo inadequado da irrigação.

Quer saber mais sobre esse assunto, que é crucial para a produtividade das lavouras?

Então, prossigamos na leitura desse artigo!

 

Estresse hídrico: conheça o que é como que ocorre na planta!

 

O que é estresse hídrico?

A água é um recurso determinante para o funcionamento e crescimento das plantas, ao mesmo tempo em que é considerado o mais limitante.

Dessa forma, um dos principais fatores causador de estresse nas plantas é justamente a disponibilidade hídrica.

O conhecimento do desempenho das plantas em condições de estresse hídrico é muito importante para entendimento do efeito do período de seca e assim permite a adoção de práticas de manejos viáveis para melhorar o cultivo durante esse período.

Caracterizar o estresse hídrico é fundamental para programar a irrigação e selecionar genótipos de plantas mais resistentes a esse tipo de estresse.

Uma vez que, algumas medidas agroclimática a nível de superfície, podem ser a alternativa para um melhor conhecimento da deficiência hídrica das culturas, auxiliando a seleção de genótipos melhor adaptados às condições limitantes de água e o manejo da irrigação.

 

Irrigação

 

Como ocorre o transporte hídrico na planta

Células vegetais são envoltas em uma estrutura chamada de parede celular, composta principalmente por celulose e lignina.

Entre outras funções, essa parede dá estabilidade estrutural às células e controla a entrada de água, sais minerais e outras substâncias.

Ao morrerem, as células deixam para trás sua parede celular, formando diferentes estruturas que suportam a planta dando rigidez aos caules e que facilitam o transporte de substâncias das raízes até as folhas e vice-versa.

Uma dessas estrutura é o xilema, que é um tecido importante para o vegetal e assim como o floema, é considerado um tecido de condução.

A principal função do xilema é garantir que a água e os sais minerais sejam levados da raiz para outras partes do vegetal, de maneira eficiente.

Ao perderem água pela transpiração, as folhas geram um tensionamento na coluna de água dentro do xilema.

Durante períodos de seca, em que aumenta a transpiração das plantas, a pressão interior dos vasos pode se tornar muito menor que no exterior.

Nessas condições, acontece a formação de bolhas de gases, esse fenômeno, chamado de embolia, leva à interrupção do transporte de água pelo xilema.

Em situação de estresse hídrico, quando o tensionamento da coluna de água se torna maior, a ocorrência de bolhas também é maior, consequentemente dificultando o transporte da água na planta.

 

A importância da água para a planta

A água se faz importante para vários processos fisiológicos na planta. Abaixo vamos citar os principais processos no qual a água é responsável:

  1. Processo fotossintético, etapa fotoquímica, assim como na regulação da abertura e fechamento estomático, possibilitando a absorção de CO2.
  2. A água possui a função de transporte e absorção de nutrientes essenciais para as plantas, pelo processo conhecido como fluxo de massa.
  3. É importante fonte do oxigênio molecular existente na atmosfera, assim como do hidrogênio utilizado para síntese de carboidratos a partir da redução do CO
  4. A água é responsável pela sustentação da morfologia de plantas herbáceas e a movimentação das folhas e flores.
  5. Promove o alongamento celular, as trocas gasosas nas folhas e o transporte no floema.

Dessa, forma o estresse hídrico impede vários processos fisiológicos na planta, que pode gerar a diminuição na sua produtividade ou até mesmo a sua morte.

 

Nutrição Mineral de Plantas: Macronutrientes.

 

Relação solo x água x planta x atmosfera

A perda de água das plantas é causada pela pressão formada entre as folhas e a atmosfera, sendo influenciado diretamente pela disponibilidade de água presente no solo.

Desta forma, a medida que a disponibilidade hídrica diminui, aumenta a dificuldade de absorção de água pelas raízes, ocasionando murcha da planta.

 Isso ocorre, pois a planta não consegue equilibrar a perda de água ocasionada pela transpiração.

Desse modo, ao ponto que a demanda atmosférica aumenta, maior será a necessidade de absorção rápida de água pela planta e assim maior fluxo vertical de água no sistema solo-água-planta-atmosfera.

Assim sendo, o manejo do solo inadequado, como a sua compactação devido ao seu uso exaustivo pela agricultura ou pecuária, podem levar o agravamento e perturbação dessa relação.

 Nesse sentido, um dos problemas ocasionados é a diminuição da capacidade de infiltração de água no solo, seja pelas chuvas ou pela irrigação.

Havendo desse modo, o aumento do escoamento superficial, contribuindo para diminuição do potencial de armazenamento de água nos solos.

Portanto, a diminuição da capacidade de infiltração, se torna mais um fator a favor do estresse hídrico por ocasião da pouca disponibilidade de água no solo.

 

Consequências do estresse hídrico para a planta

 

Consequências do estresse hídrico para a planta

Fonte: Revista Campo e Negócios

 

A deficiência hídrica pode conduzir ao fechamento estomático, uma vez sob estresse hídrico as plantas podem alterar a espessura, a área foliar e características anatômicas.

Assim também, afetar a taxa de transpiração, a taxa fotossintética, a translocação de substâncias e a síntese da parede celular, levando à redução da taxa de crescimento e a mudanças no padrão de translocação de matéria seca.

Desse modo, esses fatores isoladamente ou associados, podem levar a perdas significativas da produtividade da sua lavoura.

O desenvolvimento das plantas fica prejudicado quando recebem muita ou pouca água.

 

Plataforma Agropós

 

Com muita água, as raízes podem ficar sufocadas e terão de se esforçar para obter oxigênio, por outro lado, a desidratação pode dificultar o controle do calor.

Aprender sobre as formas adequadas de irrigar ajuda a evitar esses erros.

Felizmente, existem maneiras fáceis de remediar esses problemas e ajudar as plantas a se recuperarem em quase todos os momento.

Um bom manejo da irrigação, conhecimento do clima local, conhecer a exigência hídrica da espécie cultivada, te ajudará a não cometer erros que geram o estresse hídrico e consequentemente perdas na produtividade da sua lavoura.

 

Irrigação

Estresse hídrico do milho prejudica absorção de nutrientes

Estresse hídrico do milho prejudica absorção de nutrientes

A chuva, e a falta dela, é um dos desafios a serem enfrentados pelos produtores rurais no Brasil que, devido à dimensão continental, enfrenta grande variação climática. “Esse fenômeno causa o chamado estresse hídrico e impacta diretamente a produtividade de lavouras, como a de milho, uma das principais culturas agrícolas do país, “explica o técnico de desenvolvimento de mercado para grandes culturas da Brandt do Brasil, Pedro Afonso.

“Uma das maiores preocupações é com a qualidade do plantio de milho diante das condições naturais adversas”, aponta o especialista da Brandt do Brasil. “A falta de água, além de inviabilizar o plantio, pode, no período vegetativo, resultar na redução da absorção de nutrientes culminando em plantas debilitadas, susceptíveis a pragas e doenças, apresentando baixo potencial produtivo e má qualidade de grãos”, informa Pedro Afonso.

De acordo com o técnico da Brandt, quando a planta para de absorver elementos essenciais, força o consumo dos nutrientes armazenados internamente para se manter. “Consequentemente, as altas temperaturas ligadas à falta de chuva aceleram esse processo, pois, como forma de defesa da planta, os estômatos são fechados para preservação de sua temperatura interna e controle da transpiração, resultando em produção final deficiente”, afirma Pedro Afonso.

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Leia também: Saiba como combater a lagarta-do-cartucho da lavoura de milho

Apesar de a estimativa de produtividade de grãos ser elevada constantemente – a atual expectativa do governo é de um aumento nas safras de milho em mais de 22% em relação ao ano passado –, eventual falta de chuvas contribuirá para que os agricultores não atinjam a máxima produtividade. “Por isso, é preciso estar sempre atento às melhores formas de driblar esse problema de forma sustentável, garantindo a qualidade dos produtos”, reforça o técnico da Brandt do Brasil.

Como lidar com o estresse hídrico – “Como na construção de uma casa, a base deve suportar toda a estrutura. Na agricultura, não é diferente. Para ter bons resultados, os produtores precisam começar com práticas agrícolas e manejos que melhorem as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. Com isso um dos ganhos diretos, será a maior capacidade de retenção de água desse solo, conferindo maior resistência a períodos de estiagem”, explica Pedro Afonso.

Com o objetivo de auxiliar o produtor de milho a alcançar máxima produtividade mesmo com o fator negativo do estresse hídrico, a Brandt do Brasil oferece soluções exclusivas, como Smart System® e Manni-Plex®. “Esses produtos são formulados por componentes que promovem a mobilidade dos macro e dos micronutrientes pela planta, propiciando nutrição balanceada. Lembrando que plantas bem nutridas desde o início do seu ciclo, estarão mais preparadas para passar por momentos de estresse com menores perdas”, complementa o especialista.

 

Fonte: AgroLink

Águas cristalinas de Bonito são tomadas por lama

Águas cristalinas de Bonito são tomadas por lama

Foto: Rio Formoso/Semagro

Desde o final do ano passado, reportagens vem trazendo à tona o drama ambiental que está acontecendo em Bonito, destino que mais atrai turistas no Mato Grosso do Sul. O lugar que é famoso por suas águas cristalinas tem agora um dos seus rios, o Rio da Prata, ameaçado por um turbilhão de lama que não se sabe ao certo de onde vem. Tudo indica, no entanto, que só a confluência de fatores explica a situação.

Em novembro de 2018, o Rio da Prata ganhou um tom marrom-escuro. Naquele mês, segundo reportagem do UOL, a Polícia Ambiental do estado afirmou que a lama era oriunda do cultivo de soja da região. Após fortes chuvas, os sedimentos teriam escorrido até o rio. Inclusive, a secretaria do meio ambiente notificou duas fazendas que não haviam feito barreiras de contenção adequadas -, ambas suspeitas de serem responsáveis pela lama.

Na noite do último domingo (7), o programa Fantástico exibiu uma reportagem onde mostra que o caso está longe de ter uma solução e é muito mais grave do que uma situação isolada. As condições dos rios no entorno de Bonito estão preocupantes e eles têm ficado turvos com mais frequência nos últimos anos. Não só uma, mas uma série de intervenções humanas vêm ocorrendo na região.

Possíveis causas

Segundo apuração do programa dominical, drenos foram escavados por agricultores para escoar áreas alagadas, dando lugar ao plantio. Aliás, o Ministério Público afirma que somente um agricultor possui 46 quilômetros de drenos em sua propriedade, sendo mais da metade sem licença ambiental. O produtor em questão foi multado em mais de R$ 10 milhões. Existe ainda uma discussão se a área seria ou não de preservação permanente, a chamada APP, mas o caso ainda corre na Justiça.

Outro problema, é a falta de normas sobre o uso do solo. Somente no último mês de março é que o estado, por meio de decreto, estipulou que “as ações mecanizadas de preparo do solo nas propriedades rurais localizadas nos municípios de Bonito e Jardim apresentem à Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) um projeto técnico de manejo e conservação do solo e água antes de serem executados”.

Ainda foi apontado que novas estradas de terra abertas, algumas construídas na beira de rios, estão mais movimentadas. Elas também podem contribuir para o lamaçal que está virando as águas de Bonito.

A última matéria no site da prefeitura de Bonito sobre questões ambientais traz a história de uma fazenda que quer captar ilegalmente águas do Rio Formoso, outro rio importante da região, veja aqui. Após a exibição do caso no Fantástico nenhum órgão oficial se pronunciou.

Fonte: CicloVivo

Puxado pela agropecuária, consumo de água deve crescer 24% em 11 anos

Puxado pela agropecuária, consumo de água deve crescer 24% em 11 anos

O consumo consuntivo de recursos hídricos (que inclui o consumo de água para irrigação, uso na indústria e o abastecimento humano) no Brasil deve aumentar 24% até 2030, e a maior contribuição proporcional é da agropecuária. A projeção consta do Manual de Usos Consuntivos da Água no Brasil, divulgado esta semana pela Agência Nacional de Águas (ANA), e tem como base o período evolutivo de utilização da água desde 1931, passando pelo atual momento, até 2030.

uso-de-água-2030 (Foto: Globo Rural)

Projeção de demandas de uso da água no Brasil, por setor (%) e total sem considerar a evaporação dos reservatórios  (Reprodução ANA)

Segundo o documento, em 2017, último ano em que os dados foram coletados, a agricultura irrigada e o abastecimento animal representaram 60% do consumo dos recursos hídricos nacionais disponíveis.

Isso significa que em 2017 foram utilizados 2 milhões e 83 mil litros de água por segundo no Brasil. Somente a agricultura irrigada utilizou mais de 1 milhão de litros por segundo naquele ano, ou seja, 52% do total retirado. Já o abastecimento animal foi 8% do total e diz respeito à água usada nas estruturas de bebedouros, lagos, ribeirões, açudes, criação e ambiência. Para 2030, a projeção é que o consumo total no país ultrapasse 2,5 milhões de litros por segundo.

boi-vaca-bovino-pecuaria-pecuária-confinamento-bezerro (Foto: Fernando Martinho)

O rebanho bovino, no que tange o abastecimento animal, é o que utiliza mais água: 88% daquilo que é retirado anualmente. (Foto: Fernando Martinho)

Em 1931, foi registrado o uso de apenas 131 mil litros de água por segundo no país. O aumento progressivo da utilização dos recursos hídricos nos últimos 88 anos demonstra que o potencial de expansão desses índices é elevado. Somado a isso, está o fato de a Agência projetar a incorporação de em média três milhões de hectares produtivos adicionais até 2030.

Para o diretor da Agência Nacional de Águas, Marcelo Cruz, os dados levantados são fundamentais para nortear não só ações de gestão, planejamento e investimentos necessários para evitar a escassez dos recursos hídricos, mas também para assegurar os ganhos do setor produtivo. “Esse estudo é para antecipar, do ponto vista da gestão dos recursos hídricos, a compatibilização dos usos consuntivos, propiciar equilíbrio entre a oferta e a demanda nas bacias hidrográficas e, é claro, gerar a garantia hídrica para o desenvolvimento econômico do país”, completa.

Cruz ainda destaca a importância do monitoramento constante das áreas irrigadas. A ANA, em parceria com a Conab e a Embrapa, mantém atualizado o Atlas Irrigação, levantamento que, além de elencar as áreas irrigadas brasileiras, também aborda o potencial de expansão  no uso da água.

Foco no consumo

A cana-de-açúcar é a cultura de maior área irrigada do Brasil.O arroz cultivado sob inundação apresenta a segunda maior área irrigada e responde pelo maior consumo de água.

cana-de-açucar-etanol-plantio-acucar (Foto: Petra Bensted/CCommons)

São Paulo representa 37% do uso consuntivo da água para o cultivo na cana, seguido de Goiás, demais unidades da federação, Minas Gerais e Alagoas. (Foto: Petra Bensted/CCommons)

O estado de São Paulo representa 37% do uso consuntivo da água para o cultivo na cana, seguido de Goiás (19%), demais unidades da federação (19%), Minas Gerais (17%) e Alagoas (8%). Já o Rio Grande do Sul tem a maior utilização devido ao tradicional cultivo de arroz sob inundação: 78% do total retirado. Em seguida aparece Santa Catarina, com 10% de uso, sendo que os demais estados representam 7% e, por fim, o Tocantins com 5%.

O rebanho bovino, no que tange o abastecimento animal, é o que utiliza mais água: 88% daquilo que é retirado anualmente. Os suínos exigem 5% do total, enquanto aves, equinos, bubalinos, caprinos e ovinos usam 2% cada.

Segundo o levantamento da ANA, entre 2017 e 2030, com a perspectiva de expansão dos rebanhos, o uso da água em direção à Amazônia Legal também deve aumentar. Por outro lado, a tendência é que diminua em municípios do Centro-Sul. As cidades que registraram maior uso para abastecimento animal em 2017, foram: São Félix do Xingu (PA), Corumbá (MS) e Cáceres (MT).

Medidas de hoje

O aumento de 24% no uso consuntivo da água previsto até 2030, segundo o superintendente de Planejamento da ANA, Sérgio Ayrimoraes, enseja atenção e medidas imediatas. Na prática, explica, é preciso focar esforços para equilibrar o uso por meio de gestão, investimentos em infraestrutura e aprimoramento de instrumentos regulatórios – tais como as outorgas de direito de uso de recursos hídricos e licenciamentos ambientais.

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Rio Grande do Sul tem a maior utilização devido ao tradicional cultivo de arroz sob inundação: 78% do total retirado. (Foto: Marcelo Curia/Ed.Globo)

Segundo ele, a reservação de água se apresenta como uma medida estruturante que contribui para equacionar potencial problema de falta de água para as atividades agropecuárias. “Os grandes irrigantes usam tecnologia de ponta, mas o Brasil tem uma diversidade e quantidade significativa de pequenos e médios irrigantes e isso exige esforços para capacitar, orientar, a utilização de métodos e práticas mais eficientes na irrigação”, conclui.

Além da agricultura e pecuária, os principais usos consuntivos da água no Brasil são o abastecimento humano (urbano e rural), a indústria de transformação, a mineração, a termoeletricidade e a evaporação líquida de reservatórios artificiais.

Fonte: Globo Rural

Estudo inédito revela que a Amazônia está perdendo superfície de água

Estudo inédito revela que a Amazônia está perdendo superfície de água

Imagens do satélite Landsat coletadas durante 33 anos (1985 a 2017), novas tecnologias de processamento de dados em nuvens de computadores e uma análise dedicada de pesquisadores tornaram possível um novo olhar sobre a Amazônia, agora na perspectiva das transformações que vem ocorrendo nos corpos hídricos da região.

Assim como o Prodes nos mostra anualmente como está a supressão da vegetação natural dos ecossistemas terrestres, o novo estudo teve como objetivo avaliar as dinâmicas de transformação na superfície de água na Amazônia. Esse pode ser o pontapé inicial para um acompanhamento anual e regular sobre o estado dos corpos hídricos – rios, lagos, áreas úmidas inundáveis etc.

Mas os resultados obtidos não são positivos: A análise realizada pelo WWF-Brasil e Imazon, no âmbito do Projeto MapBiomas, e com apoio do Google Earth Engine, mostra que há uma tendência de redução da superfície hídrica na Amazônia brasileira. Em média foram perdidos 350 km2 de área coberta por ambientes aquáticos por ano.

O resultado da analise foi publicado na última terça-feira (19) em edição especial da revista científica Water (MDPI) sobre a situação dos recursos hídricos nas Américas, trazendo dados inéditos para o bioma. Esta foi a primeira vez que um estudo dessa magnitude foi realizado na escala do bioma Amazônia.

Vetores e impactos

Bernardo Caldas, analista do Programa de Ciências do WWF-Brasil e um dos autores do estudo, explica que existe uma correlação entre a perda de superfície de água na região Amazônica e a construção de hidrelétricas e desmatamento.

As intervenções humanas como a construção de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), açudes, barramentos de rios por grandes ou pequenas obras, a formação de lagos para piscicultura somadas, assim como as grandes obras de infraestrutura, afetam a dinâmica natural e geram alterações nos corpos hídricos e fluxos de água que impactam todo o sistema. A faixa onde estão mais evidenciadas essas múltiplas intervenções humanas coincidem com o chamado arco do desmatamento, na porção sul da Amazônia.

Área desmatada na Amazônia | Foto: iStock by Getty Images

O barramento de rios (interrupção de seu curso natural) afeta o pulso de inundação. Os efeitos cumulativos de muitos barramentos podem levar o curso d’ água a entrar em colapso e, assim, subsequentemente, interferir na dinâmica e serviços ecológicos da bacia hidrográfica como um todo.

As áreas mais afetadas com essa perda de superfície são as áreas de inundação (várzeas) e lagoas que se formam com o pulso de cheias e vazantes dos rios. A bacia Amazônica forma uma rede de ecossistemas aquáticos, diferenciados e interligados. Esses ecossistemas são fundamentais para a biodiversidade, a reprodução de peixes e outras espécies aquáticas.

“A perda desses habitats dinâmicos, que são influenciados pelo bombeamento natural e pelos fluxos de água, coloca em risco espécies como os botos, peixes, incluindo os ornamentais, os quelônios, entre muitas outras espécies que dependem desses locais para se reproduzirem. Ou seja, estamos perdendo os berçários da vida na Amazônia. Consequentemente, as comunidades que dependem dessa biodiversidade também serão afetadas”, explica Bernardo Caldas.

Desafios

Os principais desafios para a realização do estudo foram a escala e complexidade da região e o extenso período histórico analisado. Carlos Souza, pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), explica que esse estudo só foi possível por conta dos recentes avanços técnicos para o processamento de grandes volumes de dados que estão disponíveis atualmente. “Utilizamos o Google Earth Engine e seus servidores de computadores espalhados pelo mundo para processar um volume impressionante de imagens de satélites. O que seria uma tarefa quase impossível há alguns anos atrás”, comenta.

Lei na íntegra no site da WWF-Brasil

Por: CicloVivo