A germinação do milho é uma etapa crucial para o sucesso na produção da cultura.
O teste de germinação determina o potencial do lote de sementes sobre ótimas condições, que é diferente do seu comportamento no campo.
Mas já pensou como esse teste de germinação é feito?
Quer saber mais sobre a estádio vegetativo do milho e como a sua germinação mais uniforme impacta na produção final da sua lavoura?
Sigamos na leitura desse artigo!
O surgimento do cultivo do milho
A família Poaceae reúne espécies de interesse agrícola de extrema importância para a alimentação humana e produção animal. Tendo como um dos principais representantes dessa família, o milho (Zea mays).
O milho é cultivado há mais de 3.000 anos pelos povos da América Central, principalmente pelos povos Maias e Astecas.
Eles já dominavam as técnicas de cultivo desde a germinação do milho até sua colheita.
Desde então, os métodos de plantio do milho foram aperfeiçoadas. Seja por cultivares com índice de produção maior, seja pela mecanização em todo o processo.
Técnicas de cultivo do milho
As mudanças que vêm ocorrendo nos sistemas de produção de milho no Brasil comprovam a profissionalização dos produtores.
Além disso, várias tecnologias ligadas à cultura foram implementadas. Ou ainda estão sendo implementadas no setor agrícola brasileiro.
Isso vem garantindo uma boa germinação do milho e produtividades cada vez maiores das lavouras.
Dentre elas, destacam-se:
- Utilização de cultivares de alto potencial genético (híbridos simples e triplos) e de cultivares não transgênicas e transgênicas com resistência a lagartas e ao uso do herbicida glifosato.
- Espaçamento reduzido associado à maior densidade de plantio. Permitindo melhor controle de plantas daninhas, controle de erosão, melhor aproveitamento de água, luz e nutrientes, além de permitir uma otimização das máquinas plantadoras.
- Melhoria na qualidade das sementes associada ao tratamento dos grãos. Especialmente o tratamento industrial, máquinas e equipamentos de melhor qualidade, que garante boa plantabilidade e boa distribuição das plantas emergidas, garantindo assim maior índice de sobrevivência do plantio à colheita.
- Uso intensivo do manejo integrado de pragas, doenças e plantas daninhas (MIP).
- Correção do solo baseando-se em dados de análise e levando em consideração o sistema, e não a cultura individualmente.
Época de plantio do milho
Para garantir uma germinação do milho em níveis satisfatórios, se faz necessários o delineamento da sua época de plantio.
A produção de milho no Brasil é caracterizada pelo plantio em duas épocas: primeira safra (ou safra de verão) e segunda safra (ou safrinha).
Os plantios de verão são realizados em todos os estados, na época tradicional, durante o período chuvoso, que ocorre no final de agosto.
Na região Sul, até os meses de outubro/novembro, no Sudeste e Centro-Oeste.
Na região Nordeste, esse período ocorre no início do ano.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) classifica como segunda safra, a safrinha propriamente dita, que se refere ao milho de sequeiro. Geralmente de janeiro a março ou até, no máximo, meados de abril.
Apesar das condições desfavoráveis de clima, os sistemas de produção da safrinha têm sido aprimorados e adaptados a essas condições, o que tem contribuído para elevar os rendimentos das lavouras também nessa época.
Exigências climáticas e ambientais para germinação do milho
Para germinação do milho, florescimento e enchimento dos grãos, a cultura tem suas exigências, como, condições de temperatura e umidade do ar adequadas.
A germinação/emergência ocorre 4 a 5 dias após a semeadura. Porém, em condições de temperaturas amenas e umidade limitada, a germinação do milho, pode demorar duas semanas ou até mais.
Isso devido aos seguintes exigências da cultura:
- O milho é uma cultura de clima tropical.
- Temperatura diurna – entre 25ºC a 30ºC (ideal).
- Umidade em torno de 70%.
- Temperatura menor que 19º C, reduz crescimento planta e sua produção.
- Consumo de água – 500 a 800 mm/safra (100 dias).
Outro ponto importantíssimo para uma germinação satisfatória do milho em campo, é o teste feito para ver a viabilidade das semente.
Porém, o teste de germinação determina a germinação potencial do lote sobre ótimas condições, e não o desempenho das sementes em diferentes condições no campo.
Ou seja, o resultado de um teste de germinação determina o que o lote pode efetivamente germinar em uma condição ideal e assim ter comparativo para implantação da cultura em campo.
E você já pensou em como esse teste de germinação é feito?
Vamos conferir logo em seguida.
Maneiras de fazer o teste de germinação do milho
O teste de germinação do milho é realizado em laboratório, para que assim possa obter todas as condições favoráveis para o desenvolvimento da semente e formar a plântula: temperatura, iluminação e água.
Porcentagem de germinação, corresponde ao número de sementes que produziram plântulas consideradas normais.
No teste de germinação o mais comum é ser utilizados 2 tipos de substratos: areia ou papel (podendo ser toalha, mata-borrão ou de filtro), porém, em laboratório, o mais comum é papel.
O solo também pode ser utilizado como substrato, mas para obter resultados mais precisos não deve ser utilizado, principalmente quando o teste é realizado em laboratório.
Teste de germinação em areia
Teste de germinação em areia deve utilizar material com grãos relativamente uniformes, nem partículas muito grandes e nem muito pequenas.
A areia deve estar livre de qualquer contaminação para evitar que o contaminante atrapalhe a germinação da semente, onde, o recomendável que seja autoclavada e o controle o pH entre 6 e 7,5.
É importante colocar a semente enterrada a 1cm. Exercendo uma pequena pressão com água e também manter o fotoperíodo controlado.
Quando é utilizado o teste com papel, o mesmo deve ser envolto com sacos plásticos para protegê-lo de impurezas e danos eventuais.
Primeiramente, é realizada a assepsia das sementes de milho com solução de hipoclorito de sódio a 10% e depois com álcool 70º.
Não se pode esquecer de identificar as amostras, esse fator fará toda a diferença na hora da análise da germinação.
Assim como a assepsia das sementes, faz-se também a assepsia dos materiais utilizados e das mãos.
Assim que é realizada a disposição das sementes no substrato escolhido. O material é levado para uma câmara B.O.D. por seis dias.
Com o término deste tempo é realizada a contagem das sementes que não germinaram e das plântulas normais.
Esta análise é conhecida como interpretação do teste. Após a contagem é feito o cálculo.
O recomendável para a cultura do milho é de 90% de germinação das sementes.
Germinação e emergência do milho
Em condições de campo, depois que a semente de milho é plantada, ela sofre a embebição e absorverá aproximadamente 30 a 35% do seu peso em água.
Para a radícula iniciar o alongamento, as temperaturas do solo devem ser propícias para o processo de germinação.
Logo após o surgimento da radícula, três a quatro raízes adicionais surgem a partir da semente.
Essas radículas formam o sistema radicular seminal, que funciona na captação de água e alguns nutrientes para a plântula.
A planta de milho apresenta emergência “hipógea”, onde, o cotilédone permanece abaixo da superfície.
Abaixo segue a tabela com os estádios vegetativo do milho:
Conhecimento técnico para altas produtividades
Vimos nesse artigo a importância que tem a etapa da germinação do milho e de como ela interfere as etapas seguintes.
O milho é uma planta de ciclo vegetativo variado, evidenciando desde cultivares extremamente precoces, cuja polinização pode ocorrer 30 dias após a emergência, até mesmo aqueles cujo ciclo vital pode alcançar 300 dias.
Entretanto, em nossas condições, a cultura do milho apresenta ciclo variável entre 110 e 180 dias.
Isso acontece devido a caracterização dos cultivares superprecoce, precoce e tardio, período este compreendido entre a semeadura e a colheita.
Desse modo, o conhecimento técnico por parte do produtor fará toda a diferença para alcançar altas produtividades em sua lavoura.
Quer saber mais sobre a cultivo do milho?
Temos vários outros artigos sobre essa cultura tão importante no cenário do agronegócio brasileiro. Boa leitura!
Escrito por Juliana Medina.